sábado, 5 de junho de 2010

Um breve reflexão sobre a campanha eleitoral.

                           Nesta altura da campanha eleitoral, em que o candidato da oposição parece ter perdido inteiramente o controle de seus nervos, partindo para ataques injustificados contra a candidata do governo que nem sequer a ele se refere, leva a gente a um raciocínio muito simples: está difícil para ele fugir do círculo hermético que se formou em seu entorno.

                            De um lado, a grande popularidade pessoal do Presidente Lula, o êxito de seu governo e sua crescente influência e destaque na política externa do país; de outro, a intensa ligação que ele tem com a Dilma, que foi durante mais de sete anos sua principal coadjuvante, impede a ele, Serra, formular idéias coerentes e apresentar um programa alternativo para um seu eventual governo.

                           Ora, assim sobra ao Caviloso pouco terreno para se firmar e ele fica no dilema entre atacar e desviar o foco. Só que está sendo difícil para ele arranjar outros caminhos.

                           O perigo é o desespero que leva a atitudes impensadas.

                            O apelo ao ataque à Bolívia como mote para a questão do tráfico de drogas, se choca com a realidade. Como todo mundo sabe a Bolívia não é a grande produtora de cocaína. A sua produção depende da “pasta” que ela não produz e não chega a 20% a droga que sai clandestinamente de lá. O grande produtor de cocaína exportada para todo o mundo é a Colômbia. Por que será que o Serra não ataca a Colômbia? Será porque sabe das ligações daquele país com os EUU? É uma hipótese.

                         Outro escape, que o Caviloso vem tentando, é pregar a necessidade de um Ministério da Segurança (ele que vive a dizer que o Estado está inchado). Ora, a gente já analisou aqui. A nossa Constituição reserva aos Estados Federados, como parte essencial de sua autonomia, a segurança pública e sua gestão (pelas Secretarias), através de suas polícias militares e civis e judiciárias. Qualquer intervenção nesse terreno, que só poderá se efetivar sob o comando constitucional, depende de decisão do Congresso Nacional ou de requisição voluntária do ente federado. Para estas hipóteses foi criada a Força Nacional. O deslinde dos crimes na esfera federal toca à Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, órgão que promove as políticas de segurança em geral e, por fim, a segurança do país, de suas fronteiras e de sua soberania, missão das Forças Armadas.

                               Indaga-se: qual seria a função do pretendido Ministério ? A sua criação, além de dispensável, criaria um órgão para se superpor aos já existentes, sem nenhuma valia prática. A idéia do Caviloso é desprovida de qualquer sentido prático e denota falta de propostas válidas.

                              Por outro lado, não tem o candidato um retrospecto favorável na sua atuação como governador de São Paulo, nos quesitos droga e violência. Lá está atuante o PCC e as Cracolândias que de lá estão se espalhando pelo Brasil.

                             A segurança, em geral, em São Paulo é das mais precárias e as polícias militar e civil vivem em constante atrito, como em episódio recente em que trocaram tiros e houve feridos. Naquele Estado, singularmente, se comete a mais violenta repressão contra os movimentos sociais, especialmente contra o MST, contra as greves, contra estudantes e não se estabelece qualquer diálogo. Os trabalhadores e os funcionários públicos são tratados como marginais e seus movimentos acoimados sempre de políticos no sentido pejorativo do termo e encarados como dirigidos aos próceres do Governo paulista.

                            É interessante notar, a essa altura, o forte contraste entre as ações, atitudes e procedimentos dos dois candidatos à presidência. Enquanto a candidata do Lula, por onde passa promove grande movimentação de pessoas participantes, atentas e que manifestam alegria, aplaudem, cantam slogans e ouvem com atenção a Dilma, sobre o presente, os projetos para o futuro, e programas para o país, as aparições do Zé Serra carecem de espontaneidade, são silenciosas, sem alegria. Os seus pronunciamentos, via de regra, são recheados de ataques, revolta, denúncias sem prova, pessimismo e, muitas vezes, mentiras. Propostas e programas não se veiculam.

                         Esse tem sido até aqui o panorama da campanha e a movimentação do Zé Serra. Evidencia-se o recurso escuso das denúncias falsas, mentiras, meias verdades que gozam da ampla cobertura dos jornalões e das Revistas, em destaque a podridão moral da Revista Veja. O jornal Folha de São Paulo - de triste passado de apoio à ditadura militar e à repressão política - através de seu instituto Data Folha vem construindo fichas policiais falsas, adulterando pesquisas e, usando os jornalistas sabujos para promover o candidato e atacar o governo e a cadidata.

                           Para encerrar este escorço, este escriba manifesta sua perplexidade com o clima que essa gente do PSDB/DEM-PFL-PDS-Arena-Arruda, é capaz de criar na tentativa de retomar o poder para as elites atrasadas que o detiveram por tantos anos e só fizeram piorar as condições do nosso povo.

                         Essa direita obscurantista está em desespero pela iminência de uma nova derrota nas urnas.

VHCarmo.

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