sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A recomendável parceria

Seja ou não candidato do PT para 2018, convém que Lula esteja mais presente na retaguarda da presidenta reeleita
por Mino Cartapublicado31/10/2014 10:47
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Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Lula e Dilma
A estreita parceria Dilma-Lula nos próximos quatro anos será garantia de êxito, a despeito das dificuldades previsíveis
Ao entrevistar a presidenta Dilma no domingo 19 de outubro, eu a percebi serena e firme, solitária, contudo, como que perdida naquele imenso Alvorada. Confesso que Brasília me assusta com seus cenários stalinistas-mussolinianos, fruto de uma arquitetura que repele o ser humano, de sorte a isolar cada um em perfeita solidão, mesmo sem dar-se conta deste triste destino.
Reencontrei a presidenta no vídeo, na noite do domingo seguinte, 26, a celebrar a vitória recém-conquistada. Desapareceu a impressão de uma semana antes. Firme, serena, e algo mais, decisivo: a consciência da liderança. E ouvi um discurso de estadista. Não pratico a retórica, apenas a sinceridade.

Muito me tocaram as duas referências emocionadas que do palco Dilma fez a Lula, cujo desempenho na fase final da campanha foi determinante. Creio que a estreita parceria Dilma-Lula nos próximos quatro anos será garantia de êxito, a despeito das dificuldades previsíveis, ao menos na primeira metade do segundo mandato. Geradas tanto pela crise internacional quanto pela situação interna.
Desde a eleição de 2010 até hoje, a discrição do criador em relação à criatura ficou patente aos olhos de todos. Como se o antecessor quisesse deixar a ribalta toda para a sucessora. Não é por acaso que, a partir de 2011, Lula não comparece às festas anuais de CartaCapital, bem como de muitos outros eventos nos quais Dilma surge como personagem principal.
Neste segundo mandato da presidenta, tendo a imaginar que as coisas mudem, a permitir que o extraordinário talento político do ex-presidente aproveite ao previsível empenho na recuperação dos esquecidos e ainda atuais ideais petistas e, em geral, na prática do diálogo proposto por Dilma. Abertura em todas as direções, em busca de um consenso o mais amplo possível.
Minhas dúvidas dizem respeito ao fanatismo do Apocalipse que se estabeleceu nos mais diversos recantos oposicionistas com o apoio frenético da mídia nativa, entregue, até o último instante, à manobra golpista. Esta animosidade feroz conspirou contra a razão, com o nítido resultado de precipitar um tsunami de mentiras e sandices já bem antes do início da campanha eleitoral.
Nunca imaginei que lá pelas tantas recordaria o professor Alexandre Correia. Da boca dele ouvi o ditame intransponível do direito da sua especialidade, o romano: in dubio pro reo. Não há acusação alguma de todas as formuladas pela oposição contra o governo, amparada em provas, inclusive aquelas surgidas das delações premiadas. Trata-se de um processo em andamento com desfecho previsível a médio ou longo prazo. O professor Alexandre, bianco per antico pelo, como diria Dante, ficaria pasmo. E este é apenas um dos exemplos da delirante precipitação oposicionista, alimentada, sobretudo, pelo ódio de classe.

Temo aqui um possível complicador para a ação de um governo que propõe não somente o diálogo, mas também a participação popular por vias diretas. Tudo quanto favorece a democracia apavora a casa-grande. De todo modo, é também por sua capacidade de mediação que Lula é importante na busca da aproximação aos habitantes da área do privilégio. O ex-presidente tem uma tradição como conciliador de interesses aparentemente díspares que vai desde a presidência do sindicato até a Presidência da República.
Não sei se Lula, ao contrário do que divulga impávido um jornalão, pretende ser candidato em 2018. Soa hoje como solução natural e ideal para o PT. Resta ver se ele quer, e como decorrerão os próximos quatro anos. Seria este, em todo caso, um excelente motivo para que Lula estivesse mais presente na retaguarda da presidenta reeleita.
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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Reflexão necessária - 14 ( O significado da vitória).


REFLEXÃO NECESSÁRIA – 14

O SIGNIFICADO DA VITÓRIA DE DILMA E DO PT.

Em que pese à virulência com que agiram no processo eleitoral a mídia e a oposição  não conseguiram barrar a reeleição da Presidenta Dilma que se constitui  numa grande vitória do país.
Até mesmo recorrendo ao terror, armado pela Revista Veja, O Globo, A Folha e pelo  Estadão, a oposição política encabeçada pelo PSDB restou vencida e de uma forma categórica,  pois o seu objetivo maior seria chegar ao poder executivo federal para implementar o ideário neoliberal, cujo discurso tentaram  malandramente esconder dos eleitores. 
Esconderam (mas deixaram o rabo de fora), mesmo porque o ideário enoliberal faz parte substancial de seu discurso e o candidato não teve como  esconder  a voz do dono: o Mercado.  Aliás, seu líder maior, Fernando Henrique Cardoso, com sua “vasta” sapiência sociológica plantou uma divisória entre os sábios do sudeste  e os ignorantes do nordeste ao analisar os votos do PT no primeiro turno, ou seja, estes teriam se originados dos “grotões” ignorantes do nordeste.
A pomposa declaração do chefe tucano produziu efeito aglutinador da votação no norte e nordeste do país. Foi um tiro no pé do "príncipe dos sociólogos".   Aliás, FHC é mestre nessa modalidade. Quem não se lembra  de como qualificou os aposentados há um tempo atrás?
A  grande importância da vitória do PT e da Dilma consiste  na permanência de um governo voltado para todos os cidadãos e com maior preocupação com as  camadas mais pobres do povo, dos trabalhadores,  dos assalariados, dos negros e das mulheres em geral. A par disso, o governo do PT defende a soberania do Brasil em todos os foros internacionais e mantem laços essenciais com as nações em desenvolvimento e com o Mercosul, reservando-se o direito  de opção pelo seu real interesse em face das potências econômicas mundiais.     Esta política levou o nosso país a ser respeitado e a atingirmos  a posição  de 6ª. ou 5ª. economia mais importante do mundo e onde se faz a maior obra de infraestrutura.
Como Lula disse certa vez: não falamos grosso com a Bolívia , mas não falamos fino com os  EUU.
Ao reeleger Dilma o país se livra de um governo que seria certamente coberto e defendido pela mídia como na ditadura militar e no governo do FHC, ou seja, não haveria denúncias de corrupção e nem transparência e os engavetadores voltariam a atuar, facilitando a desconstrução da era LULA/DILMA que é, sem  dúvida, o objetivo maior do sistema financeiro neoliberal, representado nesta eleição pelo candidato derrotado.
É hora de alegria pelo sucesso alcançado e de vigília contra a mídia criminosa e golpista.     O Brasil carece de uma oposição política que não seja  guiada pela mídia, nem vá ler nos jornalões para tentar entender o país e vociferar no parlamento.  

VIVA O PARTIDO DOS TRABALHADORES e A PRESIDENTA DILMA!     VIVA O BRASIL!

_________________________VHCarmo.

 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

REFLEXÃO NECESSÁRIA - 13 (O perigo neoliberal).


                                              REFLEXÃO NECESSÁRIA - 13     

A restrição à soberania dos Estados Nacionais por parte das “forças do mercado” equivale à restrição da liberdade de decisão democrática dos seus povos e ao  aumento correspondente do mercado, cada vez mais imprescindível para o seu financiamento”.

“A tarefa de conciliar a austeridade com o crescimento (alardeada pelos neoliberais-gn) assemelha-se à quadratura do círculo, ninguém sabe realmente como resolvê-la”.

“Em mercados financeiros com interligações a nível internacional, o colapso de um Estado endividado tem diversos efeitos externos sobre outros Estados, efeitos esses imprevisíveis.  Por isso um Estado em risco ficará exposto à pressão dos outros Estados e das organizações internacionais para cumprir as suas obrigações perante seus credores, mesmo que seja a custa do não-cumprimento das obrigações perante seus cidadãos”

“A compatibilidade do capitalismo com a democracia é muito limitada e que só existe quando há uma regulamentação rigorosa e eficaz.  Deste modo, o fracasso estrutural da democracia associou-se ao fracasso ideológico. O resultado está à vista desde 2008”

As transcrições acima foram colhidas no mais recente livro “Tempo comprado” do economista Wolfgang Streeck, da celebrada Escola de Frankfourt, lançado este ano com a tradução portuguesa Actual (Lisboa), resumidas por este blogueiro.
As considerações e o pensamento expresso por esse economista importante parece feito como advertência neste momento em que em face do mesmo problema, nosso país corre o perigo de se lançar na aventura do neoliberalismo de tão nefastas consequências para o nosso povo e a nossa  frágil democracia, cuja amostra desastrosa foi o governo de FHC.
As propostas do candidato Aécio Neves e de seu mentor econômico Armínio Fraga, se admitidas, nos levarão à imprevisão neoliberal com a submissão da soberania do Brasil ao Estado-Mercado e ao sacrifício do seu povo.
O envolvimento da mídia conservadora em prol das propostas neoliberais (PSDB/Aécio), dificulta sobremaneira a divulgação da sua periculosidade, principalmente por colocar ao público questões ligadas à corrupção, distorcendo a sua verdadeira origem e direcionando-a enganosamente contra o Estado-povo. Além do mais, o discurso midiático prima pela propagação de falsa crise econômica que, maliciosamente, atribuem a inflação embora esta  esteja sobre controle e a acenam com um crescimento que , como se vê, não se propõem por não caber em seu ideário neoliberal.

VHCarmo.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Reflexão necessária - 11

Este modesto blogueiro se apropria do texto (abaixo) do blog CONVERSA AFIADA  do jornalista  Paulo Henrique Amorim e o publica como uma advertência para aqueles que ainda possam se iludir com o discuros neoliberal do PSDB/Aécio, acolitado pela "inefável" figura do Fernando Henrique Cardoso, o homem que prega a exclusão dos "grotões ignorantes" do PT da participação política.
 
São mais de 60 milhões de trabalhadores desempregados na velha Europa e nos EEUU.  A pobreza se alastrando de uma forma perturbadora com a supremacia da Direita,  atingindo de forma severa a representação  da classe operária, de todo os estamentos assalariados e DOS MAIS POBRES, esmagando-os.
 
A desregulação da economia ideologia predominante na nossa Direita visa a libera-la  para maximizar lucros às custas dos congelamentos salariais, descontrução dos programs sociais e a flexibilização das leis trabalhistas.
 
Afinal, o que se deve entender do discurso do Aécio quando promete a tal flexibilizaçãodas leis trabalhistas? Não pode ser, naturalmente, para beneficiar os  trabalhadores.    É uma real ameaça a eles e à economia do país.  Aécio (o Arrocho Neves)  acena como comparsa a figura mais emblemática do neoliberalismo  caboclo, ARMINIO FRAGA, artífice das 3 quebras do país, promotor dos absurdos 45% dos Juros Selic, da Inflação de 12,5% e da pobreza que se alastrava.
                                      Não é isto que o País quer.
 
OLHEM SÓ:
 

Armínio nauFraga é o Ministro da Fazenda eleito no PiG.

O PiG cheiroso, o Valor, dessa quinta-feira (8/10) lhe concede uma página inteira de entrevista-púlpito.

Nada de novo: tripé com transparência.

“Tripé” a gente conhece: são os parvos do tripé, uma mercadoria que os colonizados pegam nas gôndolas dos super-mercados de Princeton e não percebem que a validade se expirou.

O que há de novo também não é novo.

É a política de “tirar os sapatos”.

Diz o Ministro-eleito:

- é preciso ir abrindo a economia aos poucos;

- atrelar o Brasil a acordos comerciais bi-laterais;

- e integrar o Brasil às “melhores cadeias produtivas do mundo”.

Tradução livre.

Abrir é abrir para os Estados Unidos.

Acordos bilaterais é como o do Chile-Pinochet com os EUA.

Ajoelhar-se nas melhores cadeias produtivas significa incinerar o Mercosul na Terra do Fogo e entrar de joelhos no “Pacto do Pacífico”, que reúne os EUA e todos os países asiáticos adversários da China.

Além operar moedas – arte que aprendeu com o patrão George Soros – e jogar golfe no Gávea Golfe, NauFraga era dono do banco Gávea.

Vendeu-o ao banco americano JP Morgan, e a sua “administradora de capitais”, a Highbridge.

É o que pretende fazer com o Brasil.

Em tempo: sobre a transparência: O NauFraga serve ao Governo do Engavetador Geral da República e ousa falar em “transparência”. Quá, quá, quá !


Paulo Henrique Amorim.
_________________________________________
VHCarmo.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Um momento de poesia....


 
 
 
Minha Vila, meu riacho.

Filtra da minha janela uma luz de primavera

no riacho que molha de leve  meu quintal,

florescendo tufos de plantas,

cores furtivas e acesas da minha infância.

Ondeados caminhos às costas das montanhas,

na ode suave da noite passeia a lua tangenciando.

Minha velha tia resmunga linguagem ancestral herdada.

Brota na minha alma sopro de ternura,

vinda do tempo findo.

Soam canções estranhas da neblina gotejante

da Capivara violenta e impune

Vila minha, líquida e áspera.
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VHCarmo.       Outubro 2014.

 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

REFLEXÃO NECESSÁRIA - 10


REFLEXÃO NECESSÁRIA – 10.

A eleição está posta. A importância da disputa presidencial em nosso sistema vigente é inequívoca e é mesmo o que mais empolga os eleitores.  Isto se tornou uma deformação histórica, pois a representação parlamentar é relegada a uma importância suplementar quando deveria ser a mais decisiva na manifestação da vontade do povo e servir de foro para a discussão das matérias relevantes visando à realização do bem comum, a consolidação e progresso dos interesses da nação a ser promovida pelo governo.
Mas, não é o que acontece. Esta deformação só poderá ser corrigida mediante uma reforma política, visando à democratização do parlamento, mediante uma representação escoimada dos vícios que ora o impede.  O próprio parlamento tem inviabilizado uma reforma autêntica, conformando-se com a inércia da reprodução de interesses individuais e de corporações.
Nesse passo, grande importância assume o pleito presidencial, fato compreensível para esse quadro carente.   É com esta realidade que se confronta essa eleição do Domingo, 5 de Outubro.
A fragmentação dos impulsos provenientes da esfera política reduz, por outra parte, um projeto  hegemônico de interesse maior do país que se dissolve na constelação de partidos sem fulcro ideológico e representantes exclusivos, até, de interesses menores e por vezes contraditórios.
 Dúvidas não restam que a única novidade partidária de cunho ideológico em nosso país é o Partido dos Trabalhadores que se esgrime nesse campo minado pela  mídia conservadora para promover seus ideários, valendo-se de coalisão, ao Centro, que, em última análise, tem lhe permitido realizar algo em prol dos estratos mais pobres, dos trabalhadores, das camadas sociais médias e do  País.  Uma representação mais autêntica do poder legislativo imprimiria uma maior eficiência na governança com influxo de interesses legítimos vindos do eleitores. Mas, não acontece.
A reeleição da Presidenta Dilma se impõe, pois, como um imperativo da busca da democratização da representação parlamentar que se impõe para a formação de um governo que possa tocar um programa de interesse  popular  e nacional.
“A derrota de Dilma seria resultado de um fato “novo”, que,  os meios e comunicação de massa tentam produzir. Em caso de sucesso, um certo sentimento de revanche se tornaria ainda mais agudo  e seria a marca de um governo das oposições. Esse governo teria um único objetivo desconstruir Lula” ( Fernando Haddad).

Por fim é de lembrar-se que os controles midiáticos em se tratando de  governos tucanos não funcionam o que lhes permite, sempre, a licença  legal de transgredir sem cobranças e divulgação.

A REELEIÇÃO DE DILMA É CONDIÇÃO ESSENCIAL DO PROSSEGUIMENTO DE UM GOVERNO POPULAR E VOLTADO PARA AFIRMAÇÃO NACIONAL.

VHCarmo.