quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Do Observatório da Imprensa... ( o crime da VEJA).


                   Este texto, abaixo transcrito,  foi rertirado do "Observatório da Imprensa", site que lhe confere equilíbrio e autoridade de análise.  Essas ações caluniosas (ditas investigativas) da Revista Veja, atentam contra o regime democrático e difundem  o ódio, sobre  atingir a honra das pessoas.   A violação da intimidade é crime previsto no Código Penal  e ninguem tem o direito de determinar com quem a pessoa pode ou não se encontrar e o que  falar.  A Revista, num acinte, infere que o encontro do político Zé Dirceu com membros do governo ou do PT tem uma finalidade que a  Revista engendra e não prova existir efetivamente.  O próprio Zé Dirceu veio a público desmentir qualquer ação contra a Presidente Dilma, afirmação que não tem qualquer lógicae apoio em fatos. Todas a insinuações da VEJA  são desprovidas  de documentos e prova.  Aliás, a tentativa do repóter sabujo, esse pobre diabo,  foi de colocar no quarto do político documentos forjados para comprometê-lo.   É de se indagar: o que pretende a "famíglia CIVITA"?

                                               Olhem as considerações abaixo:  


Quarta-feira, 31 de Agosto de 2011
ISSN 1519-7670 - Ano 16 - nº 657 - 30/08/2011
IMPRENSA EM QUESTÃO

JOSÉ DIRCEU  e  VEJA

                                  Repórter não é polícia; imprensa não é justiça.

Por Ricardo Kotscho em 29/08/2011 na edição 657

Ao voltar de Barretos, o meu correio eletrônico já estava entupido de mensagens de amigos e leitores comentando e me pedindo para comentar a reportagem da revista Veja sobre as “atividades clandestinas” do ex-ministro José Dirceu, um dos denunciados no processo do “mensalão”, que tramita no Supremo Tribunal Federal e ainda não tem data para ser julgado.

Só agora, no começo da tarde de segunda-feira [29/8], consegui ler a matéria. Em resumo, como está escrito na capa, sob o título “O Poderoso Chefão”, ao lado de uma foto em que Dirceu aparece de óculos escuros e sorridente, a revista afirma:

“O ex-ministro José Dirceu mantém um “gabinete” num hotel de Brasília, onde despacha com graúdos da República e conspira contra o governo da presidente Dilma”.

A sustentar a grave “denúncia”, a revista publica dez reproduções de um vídeo em que, além de Dirceu, aparecem ministros, parlamentares e um presidente de estatal entrando ou saindo do “bunker instalado na área vip de um hotel cinco estrelas de Brasília, num andar onde o acesso é restrito a hóspedes e pessoas autorizadas”.

Nas oito páginas da “reportagem” – na verdade, um editorial da primeira à última linha, com mais adjetivos do que substantivos – não há uma única informação de terceiros que não seja guardada pelo anonimato do off ou declaração dos “acusados” de visitar o bunker de Dirceu confirmando a tese da Veja.

Perguntas sem respostas

Fiel a uma prática cada vez mais disseminada na grande mídia impressa, a tese da conspiração de Dirceu contra o governo Dilma vem antes da apuração, que é feita geralmente para confirmar a manchete, ainda que os fatos narrados não a comprovem.

Para dar conta da encomenda, o repórter se hospedou num apartamento no mesmo andar do ex-ministro. Alegando ter perdido a chave do seu apartamento, pediu à camareira que abrisse o quarto de Dirceu e acabou sendo por ela denunciado ao segurança do hotel Naoum Plaza, que registrou um boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Brasília, por tentativa de invasão de domicílio.

Li e reli a matéria duas vezes e não encontrei nenhuma referência à origem das imagens publicadas como “prova do crime”, o primeiro dos mistérios suscitados pela publicação da matéria. O leitor pode imaginar que as cenas foram captadas pelas câmeras de segurança do hotel, mas neste caso surgem outras perguntas:

** Se o próprio hotel denunciou o repórter à polícia, segundo O Globo de domingo, quem foi que lhe teria cedido estas imagens sem autorização da direção do Naoum?

** Se foi o próprio repórter quem instalou as câmeras, isto não é um crime que lembra os métodos empregados pela Gestapo e pelo império midiático dos Murdoch?

** As andanças pelo hotel deste repórter, que se hospedou com o nome e telefone celular verdadeiros, saiu sem fazer check-out e voltou dando outro nome, para supostamente entregar ao ex-ministro documentos da prefeitura de Varginha, são procedimentos habituais do chamado “jornalismo investigativo”?

As dúvidas se tornam ainda mais intrigantes quando se lê o que vai escrito na página 75 da revista:

“Foram 45 horas de reuniões que sacramentaram a derrocada de Antonio Palocci e durante as quais foi articulada uma frustrada tentativa do grupo do ex-ministro de ocupar os espaços que se abririam com a demissão. Articulação minuciosamente monitorada pelo Palácio do Planalto, que já havia captado sinais de uma conspiração de Dirceu e de seu grupo para influir nos acontecimentos que ocorriam naquela semana [6,7 e 8 de junho, segundo as legendas das fotos] – acontecimentos que, descobre-se agora, contavam com a participação de pessoas do próprio governo”.

A afirmações contidas neste trecho suscitam outras perguntas.

** Como assim? Quem do governo estava conspirado contra quem do governo?

** Por acaso a revista insinua que foi o próprio governo quem capturou as imagens e as entregou ao repórter da Veja?

** Por que a reportagem/editorial só publica agora, no final de agosto, fatos ocorridos e imagens registradas no começo de junho, no momento em que o diretor de Redação da revista está de férias?

Boa lembrança

Só uma coisa posso afirmar com certeza, depois de 47 anos de trabalho como jornalista: matéria de tal gravidade não é publicada sem o aval expresso dos donos ou dos acionistas majoritários. Não é coisa de repórter trapalhão ou editor descuidado.

Ao final da matéria, a revista admite que “o jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades (...) E conseguiu. Mas a máfia não perdoa”.

Conseguiu? Há controvérsias... No elenco de nomes apresentados pela revista como frequentadores do “aparelho clandestino” de Dirceu, no entanto, não encontrei nenhum personagem que seja publicamente conhecido como inimigo do ex-ministro Antonio Palocci.

O texto todo foi construído a partir de ilações e suposições para confirmar a tese – não de informações concretas sobre o que se discutiu nestes encontros e quais as consequências efetivas para a queda de Palocci.

Não tenho procuração para defender o ex-ministro José Dirceu, nem ele precisa disso. Escrevo para defender a minha profissão, tão aviltada ultimamente pela falta de ética de veículos e profissionais dedicados ao vale-tudo de verdadeiras gincanas para destruir reputações e enfraquecer as instituições democráticas.

É um bom momento para a sociedade brasileira debater o papel da nossa imprensa – uma imprensa que não admite qualquer limite ou regra, e se coloca acima das demais instituições para investigar, denunciar, acusar e julgar quem bem lhe convier.

Diante de qualquer questionamento sobre as responsabilidades de quem controla os meios de comunicação, logo surgem seus porta-vozes para denunciar ameaças à liberdade de imprensa.

Calma, pessoal. De vez em quando, convém lembrar que repórter não é polícia e a imprensa não é justiça, e também não deveria se considerar inimputável como as crianças e os índios. Vejam o que aconteceu com Murdoch, o ex-todo-poderoso imperador. Numa democracia, ninguém pode tudo.

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VHCarmo.

Um momento de poesia...

Pneumotórax
Manuel Bandeira.


Febre, homopetise, dispnéia e soares noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chmar o médico.

- Diga trinta e três.
-Trinta e três..trinta e três...trinta e três..
Respire.
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-  O senhor tem uma escavação pulmonar no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possivel tentar o pneumotórax?
Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.



domingo, 28 de agosto de 2011

MAIS UMA SUJEIRA DA VEJA....


                                          A Revista Veja que publica reportagem de capa, nesta semana, denegrindo a pessoa do ex-ministro José Dirceu, num claro objetivo de atingir o governo, arquitetou até uma invasão de seu domicílio em um hotel em Brasília, numa clara tentativa de colocar ali documentos comprometedores, naturalmente para prosseguir atingindo a sua honra e dignidade de político. Serviu-se de um sabujo chamada Gustavo Nogueira Ribeiro um desses jornalistas que prestam serviço sujo à mídia, naturalmente desprovido de qualquer dignidade e que enodoa a nobre profissão.
                                         Tem razão o político do PT, quando afirma no seu blog (convém visitá-lo para ver os detalhes) que a revista VEJA comete ilícito penal ao tentar violar a sua intimidade usando meios ilegais para fins absolutamente sujos, ou seja, estabelecer vínculos com as pessoas com quem ele se comunica e recebe em sua casa, sejam políticos ou não, cuja ligação na mente de homens como esse sabujo Ribeiro possa comprometê-los.
                                       Embora não se possa saber até onde vão chegar essas ações ilegais contra o direito pessoal do político Zé Dirceu, fica claro que pretendem forçar sua condenação no STF e estabelecer vinculações com membros do governo e valorizá-los para denúncias e escândalos.
                                    Olhem só o que conta o Zé Dirceu sobre a ação do jornalista da Veja:

                                  “O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.
                                    O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.
                                    É assim que agem os cafajestes: a Revista que invade a privacidade do político e pretende investigar aqueles com quem ele se comunica, direito inalienável de qualquer pessoa. Depois, a triste figura desse jornalista, talvez um pobre miserável material e moral que se vende por tostões e de quem os Civitas se aproveitam para seus fins inconfessáveis.
                                    Essa gente, dessa mídia criminosa, é que apóia o que há de mais antipatriótico na política, ou seja, os setores neoliberais e os remanescentes da ditadura militar que, por sinal, a revista apoiou. Seu crime deverá ser punido como exemplo a nos livrar desse jornalismo bandido, a exemplo do que ora se faz no Velho Mundo e nos USA.

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VHCarmo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Algo mais é um conto.

                                                      Loucura

                                                         (conto)

                                  -Deixa disso Cara, esta de ficar maluco não está com nada.

                                  -Tô falando sério, meu camarada. É a única forma de ser feliz. Sei que não é fácil ficar maluco. Mas, rapá, eu vou conseguir!.
                                   O Zé Argolo que sempre fora um sujeito sério e trabalhador, compenetrado até demais para o meu gosto, andava cismando que queria ficar louco. Explicava: perseguira a vida toda aquilo que se convencionou chamar de “felicidade”, mas não teve sorte. Quando menino ia jogar bola na várzea, na Vila onde nasceu, e quebrou uma perna. Passou dois meses engessado. Os companheiros diziam que “era bem feito”, pois ele não dava praquilo. “Futebol é pra quem sabe Zé!”.
                                 Adolescente, todo mundo arranjava uma namoradinha, e ele não. Não se achava feio. E de fato não era. Não compreendia o porquê. Até o Adãozinho, caolha e manco e, por ser mulato escuro, sofria preconceito, andava namorando a Josélia que era até bem bonitinha. Acabou se casando com ela. Ele, Zé Argolo, terminou por ficar solteirão. Disto até que não se queixava tanto, pois muitos amigos dele, daquela época, se casaram e se separaram e lhe confessavam que, às vezes, tinham vontade de esganar a mulher. Sentia, sim, muito a falta de um filho. Chegou a tentar adotar um. Foi preterido duas vezes mesmo considerando que pretendia adotar um negrinho. Ele era solteiro e não conseguiu, desistiu.

-Mas Zé, você pensa que pra ficar maluco é só querer ?

-Não, meirmão, mas vou enfrentar essa parada. Olha que tem um cara lá no Vidiga, que o irmão  dele era do tráfico e sumiu. O bicho ficou revoltado, era seu único irmão e companheiro; pai e mãe não tinha. Gritou aos quatro cantos que ia ficar maluco e ficou. Ontem mesmo eu vi o Luquinha lá no Arpoador, com a moçada do Cantagalo, – Lucas que a gente chamava Luquinha – andava e ia gritando coisas sem nexo, abanando uma camisa vermelha rota sobre a cabeça. Ia desfilando no calçadão; olhar vazio, com aquela cara meio iluminada:
-                    “Ta lá -- apontando pro Vidigal -- o irmãozinho Tião! ele é danado, é do tráfico e não morre”.
                   -‘ Você, meu chapa, precisava ver a cara de felicidade do Lucas! Não encarava ninguém, falava mirando lá pro Vidigal e bem lá pra dentro do mar. Pra falar a verdade, meirmão, eu acho até que vai ser fácil pra mim. Foi fácil pro Luquinha. É só eu me concentrar nesta vida merda que eu levo e nas porradas que tomo. Juro que eu tenho mais razões do que ele, pois a minha parada foi pior. Perdi em dois meses meu pai, que caiu duro num enfarte; e minha mãe que vinha, roendo um câncer de mama; Zizinho o caçula lá de casa era avião e teve vida curta na mão dos tiras. Fiquei sozinho no mundo, meirmãozinho; solito mesmo, pois nem amigos tenho mais; a maior parte caiu no tráfico, vida breve, e outros sumiram do Vidiga pra num morrer”.
                        Eu até que admiti que o Zé pudesse largar tudo, até seu emprego no boteco, desconcentrar-se, mas maluco de vez; era demais. Não via como. Ele morava no Vidigal bem ali onde o Santo Papa deixou o anel, fazendo aquela demagogia para a pobreza. A Capela ainda está lá e o anel anda bem guardado por alguma autoridade, tão bem que nunca mais foi visto pela mulambada do morro.
                         Passei algum tempo sem ver o Zé. Já tinha até me esquecido daquela estória da maluquice. Numa das minhas caminhadas matinais, em que eu subo pelo mirante do Leblon até o local onde fica o Hotel Sheraton, ali bem perto do Vidigal,  gosto de caminhar mirando o mar a rebentar nas pedras, espumando. Foi numa destas que avistei um vulto estranho; vinha ao meu encontro. Barba grande a cair sobre o peito; cabelo longo esparramado pelos ombros, vestindo uma túnica branca; pés descalços. Aproximando, reconheci o Zé Argolo. Ele me olhou com um jeito distante.
                                - “E aí Zé ?’
Ele tornou a me olhar com aqueles olhos profundos, parecendo então me reconhecer.

                                     - Oh meirmão, deixei aquela mania de ficar maluco; agora sou da Igreja Evangélica do Fim do Mundo. Faço a minha pregação.
                                      - O que é que você prega Zé Argolo ?
                                      - O Juízo Final. Tá vendo essa gente aí do morro ? – e apontava pro Vidigial - se não se converter vai tudo pro inferno. Vai arder nas chamas.

                                    Sinceramente não posso afirmar que o Zé Argolo ficou maluco, mas me restaram algumas dúvidas.
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Victor Hugo do Carmo (do Livro "Complexo do Alemão e outros contos".)






terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quais as perspectivas do nundo após a crise atual? - Reflexão.

                              Até aqui os habituais comentarios  e análises sobre a  crise que se abateu sobre os paises centrais do capitalismo ainda não focalizaram a questão da  sua vinculação ou correlação  com a rebelião popular na região da África do Norte e do Oriente Médio, em particular nos paises árabes.
                              A contemporaneidade dos dois fenômenos teria sido um simples acaso? Isto exige uma reflexão.
                             Não há dúvida que a crise iniciada em 2007/2008 teve o seu prolongamento e culminância nos dias atuais. A hipótese de vinculação, em princípio, parece estar relacionada com o real enfraquecimento das economias centrais do capitalismo e de seu poder militar de dissuasão para o exercício da dominação daqueles paises.    É de se considerar como parece, nesse aspecto indicar, o recuo havido no conflito com o Irã – que parecia iminente - e a retirada dos soldados do Iraque e do Afeganistão - com um gosto amargo de derrota militar - e, por fim, a utilização do Conselho de Segurança da ONU e outros organismos internacionais para a intervenção indireta na Líbia. Aí se cuidou  de intermediar o conflito que, tem o nítido caráter de proteção das fontes de energia do petróleo para a Europa. Não se pode calcular, porém, se o objetivo será alcançado, após a severa destruição promovida na infraestrutura do país, ao comando da OTAN.    A Síria, de governo sem maior  caráter religioso, vai sendo poupada.
                             Por outro lado, paralelamente ao agravamento da crise econômico-financeira, o Ocidente vem suprimindo os gastos com o financiamento das "ditaduras amigas" na África e no Oriente Médio, expondo-as às suas fragilidades perante as rebeliões  populares e seus fundamentalismos religiosos em conflito pela hegemonia interna.
                            As tentativas de solução para a saída da crise têm-se revelado insuficientes e inadequadas e o potencial de revolta das populações sacrificadas por essas tentativas, têm, de certa forma, o mesmo caráter, embora com raízes diferentes, na velha Europa e nas ditaduras árabes, ou seja, o empobrecimento e o desemprego de grande parte do seu povo; coincidência ou não.
                           Além dos embates sangrentos da África e Oriente Médio, os Indignados na Espanha, os “tumultos” dos pobres na Velha Albion, os surtos do fascismo e a atuação agressiva da direita nos EEUU. parecem todos terem a mesma raiz: ou seja, a crise que se alastra, cumprindo a sua marcha cíclica já anunciada por Karl Marx como inerente ao desenvolvimento capitalista.
                         Um tanto da história se repete. A Grande Depressão dos anos 30 do século passado foi, sem dúvida, o detonador da 2a. Guerra Mundial e, paralelamente, da extinção do colonialismo na periferia.
O afrouxamento dos laços de dominação ora produzidos pela crise atual desencadeou, também, a insurgência na periferia contra os ditadores "amigos do Ocidente"; resta ver a direção que irá tomar.
                        Não à toa o esforço da propaganda para desqualificar o caráter dos “tumultos” ingleses, embora tenham – como ficou patente - os mesmos fundamentos, na situação trágica de pobreza e de desemprego de larga faixa de seu povo, provocada na Inglaterra, sobretudo, pela supressão das conquistas do chamado Estado de Bem-estar social.        
                          O desafio que se coloca ao analista é buscar, afinal, a resultante dessa verdadeira equação crítica, porém os elementos para tanto ainda não mostram sua face de molde a propiciar certezas.
                        Os USA, potência hegemônica, parece ter esgotada a sua tentativa de impor, ao mundo, a sua democracia liberal e desregulada que tornou aguda a crise cíclica e enfraqueceu a sua dominação externa.          Paises como a Rússia, a China e a Índia não têm, a rigor , modelos do tipo de democracia à moda liberal americana e, no entanto, avançam em sua economia com participação e inclusão social em altos índices.         O Brasil, por sua vez,  faz um vôo solo em termos de evolução democrática com a providencial intervenção regulatória do Estado na economia e a persistente inclusão social,. voltando-se ao seu grande mercado interno. 
                           Renova-se a perplexidade: que mundo nos aguarda após o esgotamento de mais essa crise?

VHCarmo.

Um momento de poesia.

Do livro "Os mais belos sonetos que o amor inspirou" -Coletânea de J.G.de Araujo Jorge.

INCANSÁVEL.
Carmen Cintra.

Velho sonho de amor que me fascina,
causa das máguas que me tem pungido
e que, entanto, conservo na retina
como fonte dum bem inatingido...

Flama velada, cântico em surdina
de um'alma triste, um coração ferido,
nem por haver linguagem que defina
o que eu tenho, em silêncio, padecido!

Mas, ainda que mal recompensado
meu amor há de sempre desculpar-te
humilde, carinhoso, devotado...

Bendito seja o dia em que te vi,
pois não há maior glória do que amar-te
nem melhor gozo que sofrer por ti.
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S. José dos Campos - 1895.

                  Observação do bloguinho: o soneto é uma das formas mais belas de expressão poética que a nossa literatura produziu e nele há, quase sempre, a presença do amor, da dor, da saudade e da emoção. Para muitos é coisa antiga, mas para aqueles que amam a poesia é sempre atual e renovada.  Este soneto é de uma mulher que revela a sua paixão sem pejo, fato nem sempre comum no gênero.

VHCarmo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Jornalismo e jornalistas: uma difícil equação...

      Os jornalistas brasileiros, com honrosas exceções, são incultos.
                            Quando, em qualquer nível profissional intelectualizado, se exige uma especialização técnica ou universitária e, concomitantemente a ela, uma formação em cultura geral, os jornalistas formam uma categoria em que o conhecimento específico das técnicas de comunicação social é precário e, o que é pior,  ostentam, um sério despreparo em cultura geral, que lhes impedem um bom desempenho de suas funções.
                           Em tese, no nosso país, qualquer pessoa pode ser jornalista, independentemente da sua formação acadêmica ou fundamental.  Normalmente se lhe exige, apenas, o destaque público em determinado setor.     Isso é lamentável, pois é mais um fator restritivo em relação ao profissional jornalista.
                          É deveras penoso ler textos e assistir pronunciamentos de jornalistas nos quais, em permeio aos assuntos em discussão, deixam patentes a sua ignorância de outros, ligados à cultura geral, especialmente à história e a sociologia, que se fazem necessários – via de regra - na colocação dos temas abordados.             Parece que acreditam se dirigir , sempre, a uma platéia de ignorantes que lhes permita a liberdade de falar verdadeiras aberrações e heresias culturais.
                               Enquanto das outras profissões que lidam com o conhecimento, se exigem, além dos conhecimentos específicos, um preparo, ou seja, uma certa bagagem relativa às ciências sociais e à cultura geral, ao jornalista se confere a liberdade de afirmações e sustentação que, a maior parte das vezes, colidem com um mínimo desses conhecimentos.
                               Isso, de fato, é uma péssima condição para o exercício do jornalismo e torna o jornalista, assim mal preparado, uma presa fácil das empresas que monopolizam a informação pelas óbvias facilidades de induzi-lo a pensar, transmitir opiniões e escrever de acordo com os seus interesses.
                             Não  há classe profissional mais maleável aos interesses, nem sempre honestos, de grupos monopolistas - particularmente os setores das comunicações - do que os jornalistas e isso, basicamente, se deve à pouca cultura que ostentam. Falta-lhes o instrumental para a análise daquilo que produzem profissionalmente, facilitando a sua subserviência à orientação daqueles grupos.
                              De outra parte, sua atuação precária favorece, também, a corrupção, mediante o manuseio da notícia e na veiculação de opinião, enveredando, como é comum, na chamada “imprensa marrom” que, mais das vezes, eles exercitam por força de sua ignorância.
                             O jornalismo anda em crise no mundo – vide o que acontece na Europa e nos EEUU - e esta crise parece ter um mérito, ou seja, de tornar os jornalistas mais preparados e mais aptos a atuar em relação aos grupos que detém o monopólio da informação.
                            Causa verdadeira estupefação a uma pessoa, medianamente culta e informada, as “barbaridades” escritas ou faladas por certos jornalistas no jornalões e em algumas revistas circulantes e na TV, no Brasil.
                           A solução para esse grave problema de formação do profissional jornalista seria proporcionar-lhe o acesso a cursos específicos em universidades, ou em centros de conhecimento,  onde possam aprender, paralelamente às técnicas da comunicação e da informação, uma consistente formação em cultura geral, especialmente, em geografia, geopolítica, sociologia e em história geral.
                               O deficiente preparo dos jornalistas brasileiros se torna mais evidente nos momentos de crise política, quando, a serviço de grupos e interesses partidários, se apressam a opinar, sem elementos consistentes, levando-os depois a uma posição indefensável que poderiam evitar se tivessem um melhor preparo profissional e independência.

VHCarmo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quem acredita nisso ?


                                             FHC adere à Dilma.

                                              Isso é um perigo !

                                Quem acredita nisso?

Publicado em 19/08/2011

Saiu na Folha online, de Kennedy Alencar:

                   FHC prega apoio tucano a Dilma.

                            Nas conversas reservadas com dirigentes do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem defendido que o partido dê apoio à presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção. FHC acha que o PSDB deveria abandonar a articulação para criar uma CPI da Corrupção no Congresso.
                             O ex-presidente conversou sobre o assunto com os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG). A recomendação foi transmitida ao senador mineiro Aécio Neves, hoje o primeiro da fila tucana para disputar o Palácio do Planalto em 2014.
                           A presença de FHC no encontro de Dilma com governadores do Sudeste, na quinta (18/08), em São Paulo, foi calculada para se transformar num gesto de apoio à presidente. No evento, houve o lançamento do projeto “Brasil Sem Miséria” para a região.
                           Na visão de FHC, se o PSDB bombardear Dilma agora, o principal efeito será torná-la refém dos setores mais fisiológicos e atrasados de sua base de apoio no Congresso. Mais: reforçar Dilma diminuiria a possibilidade de uma eventual candidatura presidencial de Lula em 2014.
                            FHC tem se chocado com o ex-governador José Serra, candidato derrotado por Dilma na disputa presidencial do ano passado. O ex-presidente discorda do tom oposicionista mais duro de Serra, que, hoje, está isolado no PSDB.
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Perplexidades deste humilde bloguinho
                                     Seria fácil ganhar da Dilma se ela pleitear a reeleição,  como supõe FHC ?     Como a oposição iria sobreviver abandonado as denúncias e apoiando a chamada  "faxina".     E a mídia deixaria de nutrir a oposição com suas costumeiras "denuncias" e "escândalos" fabricados?       O negócio não parece assim tão fácil, tudo porque a oposição se atrelou à mídia, na falta de discurso, e seria dificil se desligar. 
                                     Bom lembrar que o discurso da oposição nos  últimos pleitos eleitorais foram induzidos e sustentados pelos "escândalos", "quebras de sigilos", "aborto", religião e até pelo Santo Padre, tudo arrumado pela mídia.
                                     Não vai ser fácil largar isto tudo... Os jornalões vão consentir?
VHCarm.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A mídia e o espetáculo...


                         Fala-se de faxina no governo e a mídia prossegue a denunciar  sem menor respeito ao sagrado direito da presunção de inocência dos acusados e ao princípio de que a prova cabe a quem acusa.
                        Entre a pregação contra a corrupção que poderia comprometer, de qualquer forma mesmo indiretamente o governo federal, todo as outras evidências de irregularidades (reais ou não) que não o envolvam ou que possam, por outro lado, comprometer os governos e os partidos da oposição, estas ficam sem qualquer publicidade ou escondidas num canto de página dos jornalões. É a discriminação no noticiário.
                        O espetáculo da prisão de 35 pessoas ligadas ao Ministério dos Transportes, movido pelo M.P.F e a Polícia Federal foi, claramente, uma tentativa de desestabilizar o governo Dilma, pois, até aqui, não há evidência de que os presos tenham, de fato, violado a lei, sendo, pelo menos também até aqui, apenas investigados.          A espetaculosidade de tal operação não encontra paralelo recente em outras diligências policiais. Seguiu-se mais moderadamente a publicidade das investigações no Ministério do Turismo. Na Câmara e no Senado a oposição se alegrou e, pautada como sempre pela mídia, ensaiou logo uma crise e uma CPI. mas não obteve sucesso, embora não desanime.
                                        A Presidente Dilma afirmou que não tem qualquer compromisso com a corrupção, mas “não pode se pautar pela mídia”. Nisso assiste a ela plena razão. Indagada na sua entrevista à Revista Carta Capital dessa semana ela analisou claramente a situação:

“O que acho complicado no Brasil é que os problemas reais perdem espaço para os acessórios, ou para os que não são reais. Isso é muito ruim, pois há uma tendência de as pessoas se importarem mais com o espetáculo do que com a realidade cotidiana das coisas. É normal, talvez por isso, inclusive, que todos gostemos de folhetins. Agora, essa relação com a mídia, não sei se ela é assim em todos os governos...”. “Nem na história dos Transportes, nem da Agricultura ou de qualquer outro caso que porventura ocorra, não temos o princípio de ficar julgando as pessoas, fazendo com que elas provem que não são culpadas. Somos a favor daquele princípio da Revolução Francesa, muito civilizado, que cabe a quem acusa provar a culpa de quem é acusado...”.
                 Acrescente-se que, passado o espetáculo, a culpa dos investigados já não mais importa e, mesmo quando absolvidos das acusações,  não se lhes oferece reparação proprocional; mais das vezes nehuma.
                A gente disse, aí acima, que o espetáculo tem as suas condicionantes, pois poupa da publicidade irresponsável as irregularidades e a corrupção dos agentes da oposição. Olha vejamos:
                              A revista Carta Capital que é uma exceção na mídia, nesse particular, e cuja leitura não atinge o grande público, trouxe à baila o caso da DERSA – Desenvolvimento Rodoviários SA, empresa pública do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Transportes, que obedecendo ao comando do governo, transferiu para a iniciativa privada as estrada estaduais no Programa Estadual de Estatização (?) e acumula um prejuízo inacreditável de 8,32 bilhões de reais.
                           “No fim do ano passado, se a empresa tivesse que fechar, o seu patrimônio não seria suficiente para quitar os débitos. Faltariam 967,2 milhões de reais para honrar os compromisso” (Rodrigo Martins - C.C.).
                      As empresas beneficiadas com as privatizações das estradas vão muitíssimo bem, obrigado!
                      Indaga-se: se esse problema é tão grave e vem de tão longe por que a mídia jamais promoveu o espetáculo? Os nomes dos responsáveis nunca vieram à tona; será por que ? Dois pesos e duas medidas?
                       Outro caso: há alguns dias prisões foram feitas, ao comando da Receita Federal e da PF, de ricos fraudadores da Fazenda. Não se publicou nem o nome dos presos, nem das empresas envolvidas. Não houve imagem nem algemas. Por que será ?
                        Então, constata-se, o espetáculo tem objetivos próprios e inconfessáveis.

                      Por fim, há um aspecto estranho no comportamento da oposição e da mídia no caso dos Transportes, elas passaram a enfatizar a existência de uma nova crise: o PR vai sair da base aliada do governo, proclamam!.    Mas, ora, se as suas denuncias fossem verídicas como afirmam, a mídia devia lamentar tal afastamento do partido, posto que presume apoio aos que teriam errado; mas não, ela o louva e como que torce para que ele, o partido, vá para oposição. Seria um porto seguro para fugir das denuncias, verdadeiras ou não?  Durma-se com esse barulho!.

VHCarmo.















terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um momento de poesia

O Rancho e o Rio


Eu moro numa estrada, sob o teto láctico do céu

e a lua mutante passa regularmente

para me ver.

Ao lado da minha morada desce o meu rio

que leva sonhos correntes

e carrega estrelas pela noite a dentro.



Se entro em minha casa,

meu coração fica lá fora.



Eu moro numa nuvem de algodão opalina

singrante sobre o meu rio

que corre pelos pastos nus,

flutua nas copas das árvores

e brinca na noite de vaga-lumes azuis.


Se volto à casa

minha alma fica lá fora.



Eu moro num mato denso,

deitado no solo contemplo o insondável infinito

e ouço o rumor cantante do meu rio.

O mato, em volta, transcende a aromas

de descuidadas flores silvestres.


Se me quedo em casa

meu pensamento fica lá fora.


Eu moro dentro de um ninho,

tépido aconchego de passarinho

que belisca a pele crua do rio

e no ventre de seu espelho

reflete minha imagem narscística.


 
Se corro para casa

minha vida fica lá fora.


Tenho uma morada incerta

que está fora de mim mesmo.


Dualidade da vida e do  sonho.


Indiferente, a tudo,  vai por lá meu rio,

mas nem eu sei

nem sabe ele

onde realmente é que vivo.

_____________________________________

Victor Hugo do Carmo – do Livro “A Vila do Capivara”.
Poema feito em São João Nepomuceno, à beira do Rio Novo em 1998, no  Rancho do primo José Foreaux...

VHCarmo.

domingo, 14 de agosto de 2011

E agora ? a violência chega à Inglaterra!

                      Em texto anterior (aí em baixo)  esse humilde  bloguinho chamava a atenção para o fato de minimizar-se a atuação dos partidos políticos conservadores de direita e extrema direita na evolução perigosa da crise que se instalou nos USA e na Europa.
                      No número desta semana da Revista Carta Capital, o brilhante analista Antônio Luiz A. C. Costa, entre outros aspectos da crise, releva a atuação – quase irracional – dos governos para tentar reencaminhar as economias combalidas ao seu leito de normalidade.
                        O rebaixamento da dívida dos titulos dos  EEUU anunciada pela Standard & Poor’s, obrigou o governo americano vir a público  tentar desqualificá-la, justificando, com certa razão, que, apesar da crise, o potencial econômico do país está longe de estar vulnerável. “Tem lógica: ao menos em um horizonte de dez anos; o risco de insolvência dos EUA é político e não financeiro e, se acontecer, provavelmente será temporário”. (A. L.Costa).
                         Apesar disso, é deveras preocupante hoje que , tanto os EUU como a Europa, não têm os mesmos recursos usados em 2008 para socorrer os bancos e o “mercado”. Aí reside a irresponsabilidade dos agentes políticos que esticam as cordas.      O acordo celebrado no Senado dos USA  (depois de aprovado na Câmara) revestiu-se de um caráter emergencial e provisório, em vista da proximidade das eleições. Apesar do seu caráter provisório foi celebrado de acordo com os interesses imediatos dos Republicanos (e seu Tea Party) cujos governos anteriores foram, no entanto,  os causadores da grave crise; crise, jogada no colo de Obama a quem ora acossam.  Pobre e fraco  governante.
                        Na velha Europa a coisa se agrava ainda mais, posto que lá as posições neoliberais são extraordinariamente fortes e os remédios que se ministram às economias em crise são altamente restritivos, visando claramente diminuir o estoque já definhado dos chamados Estados de Bem Estar Social.      Portugal, Grécia e Irlanda, falidos, recebem injeções para reanimar suas finanças, mas lhes são exigidas medidas internas que atingem, sem qualquer piedade, o seu já sacrificado povo.   A Espanha, embora resista, já implementa as medidas restritivas exigidas pelo FMI e pela cúpula da UE, enfrentando os protestos da sua gente.  A Iitália, tão orgulhosa de sua condição, pede compeensão aos seu povo para suportar o encolhimento de seus recursos  de políticas sociais.
                       Esse escriba transcreve palavras  do articulista da C.Capital, por pertinentes:
                       “Cobrar dos paises europeus que emendem suas constituições para proibir déficits orçamentários e deixem seus gastos a mercê de um corpo de supervisores não eleitos,  como fez o Ministro da Economia Alemão, Philipp Rösler é, ainda pior. Esvazia a Democracia e tira dos Estados a capacidade de fazer política anticíclica e justificar sua existência ante massas que se indignam e se revoltam de Atenas a Londres, por falta de emprego ou esperança em um futuro melhor”.
                          Um surto neoliberal, com laivos fascistas, podem vir na esteira da crise, como houve no passado.       Esse é um real perigo e a repressão aos protestos criam um clima altamente propício para justificar medidas antidemocráticas.
                           Em que pese à imprensa mundial tentar desmistificar o verdadeiro caráter da revolta que se espalha pela Inglaterra, falando de apenas de  “tumultos”, o que ali se dá é uma verdadeira insurgência contra o desemprego crônico e a pobreza que se alastra, como de resto em toda Europa, atingindo na Inglaterra, majoritariamente, a população jovem entre 18 e 25 anos que está nas ruas, saqueando e incendiando.                A morte de um rapaz pela já conhecida violência policial inglesa foi, apenas, uma centelha que desencadeou o fogo da revolta.   Ao invés de implementar medidas para melhorar a situação dessa camada do povo inglês, o governo promove a violência através da repressão policial  impiedosa, buscando refinar seus métodos, convocando especialista americano em violência para digigi-la.     
                                   A diferença está em que,  aí, nem  a ONU, nem os EEU e nem a própria Inglaterra se comovem com o massacre dos civis.
                               A gente se pergunta qual é  a perspectiva que se mostra possível para a solução dessa crise que tem características inéditas na história do capitalismo, ou seja, que sendo cíclicas é das mais agudas do sistema até aqui?.

                                                A pergunta fica no ar.

VHCarmo.

sábado, 13 de agosto de 2011

Um momento de poesia...

 Estela e Nize.
Alvarenga Peixoto.

Eu vi a linda Estela, e enamorado
fiz logo enterno voto de querê-la;
mas vi depois a Nize, e a achei tão bela
que merece igualmente o meu cuidado.

A qual escolherei, se neste estado
não posso distinguir Nize de Estela?
Se Nize vir aqui morro por ela;
se Estela agora vir fico abrasado.

Mas, ah! que aquela me despreza amante,
pois sabe que estou preso em outros braços,
e esta não me quer por inconstante.

Vem cupido, soltar-me destes laços;
faz de dois semblantes um semblante,
ou divide o meu peito em dois pedaços.
______________________________________________
Do livro "Os mais belos Sonetos que o amor inspirou" (Coletânea de J.G. Araujo Jorge).
VHCarmo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A crise externa é sobretudo política... REFLEXÃO.

                     A gravidade da crise que assola os EEUU e a Europa está sendo noticiada por nossa imprensa em geral, sem a necessária clareza. Coloca-se em segundo plano a atuação dos agentes políticos nesta que é uma crise eminentemente política.
                      É necessário notar que a atuação das forças políticas através de seus partidos conservadores, tanto nos Estados Unidos como na Europa, tem sido decisiva no curso e prolongamento da crise e pela pouca visibilidade para uma solução que esteja à vista em curto e médio prazos.
                     Embora suas conseqüências financeiras se revelem catastróficas, as origens da crise externa atual, foram até aqui, omitidas ou pouco esclarecidas para o grande público. Omite-se que ela se deu por força do ideário político prevalecente, sobretudo pelo advento de um novo surto do neoliberalismo, após a crise de 2007/2008, em virtude do qual o sistema financeiro e o mercado prosseguiram sem regulação, distanciando-se perigosamente da produção e financiando o consumo irresponsável, tanto nos USA como na Europa, mantida pela elevada dívida externa.  Paralelamente vem ocorrendo o desemprego crescente e o empobrecimento de grandes camadas de sua população. No caso da Europa isto foi agravado pelo problema da imigração de contingentes de fugitivos das guerra e revoltas no Oriente Médio e na África.
                      A situação é mais grave na periferia da zona do Euro, onde, na euforia financeira da liquidez, os paises gastaram o que não tinham e inundaram o mercado de títulos da dívida que, gradativamente, foram perdendo valor e lotando os cofres dos bancos e das financeiras, superando em muito o PIB de cada um daqueles paises.. Na hora da verdade a crise estourou, pois o consumo irresponsável financiado pela ciranda irresponsável, fora induzido por aquelas mesmas financeiras e bancos que se tornaram detentores dos títulos apodrecidos.
                           Neste momento em que os partidos políticos se lançam em busca de uma solução para a grave crise, os conservadores da direita e da extrema direita conseguem imprimir diretivas que se desviam, mais uma vez, de medidas concretas de reativação do investimento produtivo para realimentar os bancos e os órgãos financeiros, tanto nos EEU como na Europa.       A solução se distancia no horizonte próximo.
                          O perigo que se avizinha é a contaminação do agravamento da crise nos paises centrais da economia europeia (Alemanha e França) que estão tomando medidas na mesma direção, ou seja, injetando,  mais uma vez,  recursos públicos no sistema financeiro, recomprando, em parte através do Banco Central Europeu, os títulos desvalorizados dos paises periféricos falidos, salvando os chamados “investidores”, sem implementar medidas concretas de reativação econômica, colocando em perigo a própria zona do Euro.
                           As perspectivas de solução ficam – reafirme-se – cada vez mais nebulosas.
                          Exige-se dos analistas um enorme esforço teórico para tentar desvendar para onde caminha a economia desses paises e , por via de conseqüência, a economia mundial. Há uma perplexidade  geral e perturbadora.

                             O Brasil  vem tratando  de construir um cinturão de proteção de sua economia, cujos fundamentos estão sólidos. O nosso mercado interno com a contínua inclusão social (segundo a Fundação Getúlio Vargas do início de 2003 até maio deste ano, 48, 7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C), as reservas internacionais, o emprego em alta e o endividamento sob controle, nos dá uma certa tranquilidade. Os maciços investimentos do Governo e da iniciativa privada na infraestrutura, encabeçados pelo PAC. apontam para uma continuidade essencial ao enfrentamento da crise externa.
                            Fatores positivos que estão a serviço da defesa do país ante a crise externa, foram explicitados em publicação do dia 08 corrente pela Assessoria do Governo onde se assinala a evolução positiva da nossa economia e, em particular, a inclusão social assinalada acima e a diminuição acentuada das camadas mais pobres. Registra o documento que reduziu-se o grau de desigualdade no país naquele período e a taxa de crescimento da renda dos 10% entre os mais pobres foi quatro vezes maior do que entre os 10% mais ricos.
                         Aqui como lá, a dificuldade a superar se encontra na posição dos partidos da oposição neoliberal direitista, eterna manipuladora de golpes de estado no Brasil e a mídia sua fiel coadjuvante. Para a contenção dessas forças retrógradas tem-se, hoje, a adesão ao crescimento das populações em mobilização ascendente, como se viu acima, o emprego e também a veiculação da informação através da internet e outros meios acessíveis, fora do controle dos grupos midiáticos oligopólicos.
                           O programa Brasil Maior lançado pelo governo aponta na direção certa, tomando medidas que visam à proteção e à ativação da economia, particularmente da indústria nacional, e a continuidade do desenvolvimento, rejeitando as medidas restritivas que, certamente, nos levariam à crise.

VHCarmo.



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um momento de poesia.....

Com licença poética.

Adélia Prado.


Quando eu nasci um anjo esbelto

desses que tocam trombeta anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou tão feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, eu creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagem, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


_______________________________
VHCarmo.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os princípios da Globo...

                       Este escriba pretendia expendir alguns comentários sobre os extemporâneos (?) "Princípios Editoriais das Organizações Globo", publicados, neste último fim-de-semana, nos seus jornais e revistas e apresentados nos noticiários televisivos; porém depois de ler o texto, abaixo, da autoria do consagrado Professor na UnB, "expert"  na matéria, Venício E. de Lima,  se dispensou, pois a sua exposição feita na "Carta Maior" (08.08.2011) esgota, de certa maneira, o assunto. O mestre vai fundo no seu comentário e manifesta, como esse bloguinho, uma certa descrença na  "sinceridade" de propósitos da Organização e relembra o passado de sua atuação que induz à descrença.

                  Vejamos:
                                  Globo: os princípios, a credibilidade e a prática.
Venício E.de Lima.
                           
                          Deve ter sido coincidência. Todavia, não deixa de ser intrigante que os “Princípios Editoriais das Organizações Globo” tenham sido divulgados apenas algumas semanas após o estouro do escândalo envolvendo a News Corporation e um dia depois que um ex-jornalista da própria Globo tenha postado em seu Blog – com grande repercussão na blogosfera – que havia uma orientação na TV Globo para tentar incompatibilizar o novo Ministro da Defesa com as Forças Armadas.

Credibilidade: questão de sobrevivência.
                           A credibilidade passou a ser um elemento absolutamente crítico no “mercado” da notícia. O monopólio dos velhos formadores de opinião não existe mais. Não é sem razão que as curvas de audiência e leitura da velha mídia estejam em queda e o “negócio”, no seu formato atual, ameaçado de sobrevivência.
                          Na contemporaneidade, são muitas as fontes de informação disponíveis para o cidadão comum e as TICs ampliaram de forma exponencial as possibilidades de checagem daquilo que está sendo noticiado. Sem credibilidade, a tendência é que os veículos se isolem e “falem”, cada vez mais, apenas para o segmento da população que compartilha previamente de suas posições editoriais e busca confirmação diária para elas, independentemente dos fatos.
                          O escândalo do “News of the World” explicitou formas criminosas de atuação de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, destruiu sua credibilidade e levantou a suspeita de que não é só o grupo de Murdoch que pratica esse tipo de “jornalismo”. Além disso, a celebrada autorregulamentação existente na Inglaterra – por mais que o fato desagrade aos liberais nativos – comprovou sua total ineficácia. As repercussões de tudo isso começam a aparecer. Inclusive na Terra de Santa Cruz.
Os Princípios da Globo.

                                 No Brasil ainda não existe sequer autorregulamentação e as Organizações Globo, o maior grupo de mídia do país, não tem um único Ombudsman em suas dezenas de veículos para acolher sugestões e críticas de seus “consumidores”. Neste contexto, a divulgação de princípios editoriais – sejam eles quais forem – é uma referência do próprio grupo em relação à qual seu jornalismo pode ser avaliado. Não deixa de ser um avanço.
                             A questão, todavia, é que o histórico da Globo não credencia os Princípios divulgados. Em diferentes ocasiões, ao longo dos últimos anos, coberturas tendenciosas que se tornaram clássicas, foram documentadas. E alguns pontos reafirmados e/ou ausentes dos Princípios agora divulgados reforçam dúvidas. Lembro dois: a presunção de inocência e as liberdades “absolutas”.

Presunção de inocência.

                               O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, adotado pela FENAJ, acolhe uma garantia constitucional (inciso LVII do artigo 5º) que tem origem na Revolução Francesa e reza em seu artigo 9º: “a presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística”.
                               Não é necessário lembrar que o poder da velha mídia continua avassalador quando atinge a esfera da vida privada, a reputação das pessoas, seu capital simbólico. Alguém acusado e “condenado” pela mídia por um crime que não cometeu dificilmente se recupera. Os efeitos são devastadores. Não há indenização que pague ou corrija os danos causados. Apesar disso, a ausência da presunção de inocência tem sido uma das características da cobertura política das Organizações Globo.               Um exemplo: no auge da disputa eleitoral de 2006, diante da defesa que o PT fez de filiados seus que apareceram como suspeitos no escândalo chamado de “sanguessugas”, o jornal “O Globo” publicou um box de “Opinião” sob o título “Coerência” (12/08/2006, Caderno A, pp.3/4) no qual afirmava:
“Não se pode acusar o PT de incoerência: se o partido protege mensaleiros, também acolhe sanguessugas. Sempre com o argumento maroto de que é preciso esperar o julgamento final. Maroto porque o julgamento político e ético não se confunde com o veredicto da Justiça. (…) Na verdade, a esperança do PT, e de outros partidos com postura idêntica, é que mensaleiros e sanguessugas sejam salvos pela lerdeza corporativista do Congresso e por chicanas jurídicas. Simples assim.” 
                                 Em outras palavras, para O Globo, a presunção de inocência é uma garantia que só existe no Judiciário. A mídia pode denunciar, julgar e condenar. Não há nada sobre presunção de inocência nos Princípios agora divulgados.
                               Aparentemente, a postura editorial de 2006 continua a prevalecer nas Organizações Globo.

Liberdades absolutas?
                                Para as Organizações Globo a liberdade de expressão é um valor absoluto (Seção I, letra h) e “a liberdade de informar nunca pode ser considerada excessiva” (Seção III).
                              Sem polemizar aqui sobre a diferença entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa – que não é mencionada sequer uma única vez nos Princípios – lembro que nem mesmo John Stuart Mill considerava a liberdade de expressão absoluta. Ela, como, aliás, todas as liberdades, têm como limite a liberdade do outro.
                                Em relação à liberdade de informar, não foi exatamente o fato de “nunca considerá-la excessiva” que levou a News Corporation a violar a intimidade e a privacidade alheia e a cometer os crimes que cometeu?

O futuro dirá.
                             Se haverá ou não alterações na prática jornalística “global”, só o tempo dirá. Ao que parece, as ressonâncias do escândalo envolvendo o grupo midiático do todo poderoso Rupert Murdoch e a incrível capilaridade social da blogosfera, inclusive entre nós, já atingiram o maior grupo de mídia brasileiro.
                               A ver.

Venício A. de Lima é professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações.
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Obs. Os grifos são do bloguinho
VHCarmo.


domingo, 7 de agosto de 2011

Quem apagou as velas?

                            Na oportunidade da comemoração do aniversário do Presidente Obama, nos EEUU, evidenciou-se a sua perda de prestígio e a dificuldade que terá para se reeleger em 2012. A demonstração de fraqueza de seu comando na recente crise da dívida resultou na vertiginosa aceleração da queda de seu prestígio até no meio de seus seguidores no Partido Democrata que se dividiu irremediávelmente. 
                               Ademais, há uma convicção expressa na imprensa norteamericana de que o grande beneficiário político da solução precária da crise, foi a direita do Partido Republicano e, dramaticamente, a sua ala extremista do “Tea Party”.
                             Nos “parabéns” amargos,  a direita radical soprou as “velinhas” e soltou os balões desbotados. Os trabalhadores desempregados, os negros e os imigrantes estavam ausentes da festa.
                             Este escriba transcreve aí abaixo, retirando do texto produzido pelo Jornalista Eduardo Graça (de Nova Iorque), na Revista Carta Capital, o dramático discurso congratulatório, dirigido ao aniversariante, feita Bill Maher “ principal comentarista político, e comediante nas horas vagas, do canal a cabo HBO”:

“Desejaria que o senhor parasse de querer agradar os conservadores. Não vai funcionar jamais. Para eles, o senhor tem a idade errada, está no partido errado, tem a cor da pele errada. Ainda que os salvasse, pessoalmente, de morrerem afogados, 40% dos norteamericanos não votariam no senhor. Não se preocupe de passar uma imagem de negro radical, que afastaria eleitores moderados. Meu caro, pior do que está impossível.
 Não seria uma vergonha se quatro anos de seu governo terminem em janeiro sem que o senhor tenha experimentado sequer uma única política econômica elaborada pelos Democratas? O Senhor agora é um cinquentão , faça isso pelo senhor e por nós. Um feliz aniversário!”.
__________________________________  
VHCarmo.

"O Tea

sábado, 6 de agosto de 2011

Um momento poético.



GUERRA.
                                                                                            
Meus vizinhos
cumprimentam-se de manhã,
disputam durante todo dia
sem saber que disputam.

À noite
vitoriosos e derrotados
jogam cartas juntos
sem saber por que se odeiam.

(Ricardo do Carmo - do seu  Livro/Amor de Consumo).

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sobre o Plano Brasil Maior - o querem afinal?


                             O texto do Zé Dirceu, abaixo transcrito, é muito interessante na medida em que ressalta a posição da grande mídia em relação ao Plano Brasil Maior que, sem maiores argumentos, o aponta como insuficiente e fadado a fracassar. Aliás, como bem assinala o articulista, a mídia não produz uma análise consistente do plano e antecipa sua provável ineficácia. O título do texto, publicado no Blog do Noblat (Globo) é sugestivo:
                                            
                                            O QUE QUEREM AFINAL.

                            Todos sabemos das dificuldades que o país enfrenta num contexto de crise econômica internacional para ampliar a competitividade da indústria, e a tendência é essa situação se agravar.

Diante disso, o governo federal elabora e apresenta um conjunto de medidas justamente com o objetivo de melhorar as condições de competitividade da indústria nacional — o Plano Brasil Maior.

Muitas dessas medidas foram reivindicadas por diversos setores da grande mídia, como a desoneração da folha de pagamentos, que alivia o peso dos encargos aos empregadores e abre espaço para novas contratações.

Ou seja, uma política de estímulo ao emprego e, consequentemente, de aquecimento da economia, problemas que assolam a Europa eos EUA desde 2008.

No entanto, quem acompanha o noticiário da grande imprensa e busca informações sobre o Plano Brasil Maior, encontra um rosário de críticas às medidas pró-indústria, que vão desde o diagnóstico de que “não se resolve o problema do câmbio e dos juros assim” até os reparos às “desonerações de impostos que podem comprometer as contas públicas”.

Em suma: quem lê a cobertura sobre o plano corre sério risco de concluir que ele é desnecessário.

Mas o que querem, afinal?

As críticas sobre os juros e o câmbio estão totalmente fora do lugar, já que o governo adotou medidas cambiais e a questão dos juros depende da situação internacional e de seus reflexos no país.

A verdade é que sem avançar nos caminhos que o plano propõe, alguns setores da indústria nacional correm sérios riscos. Não se pode censurar o governo por adotar medidas de combate às práticas comerciais desleais —entre as quais o dumping e as importações fraudulentas que atingem em cheio o setor têxtil, por exemplo.

Ora, o programa busca reduzir a carga tributária dos setores mais atingidos da economia.

Talvez a raiz dessas críticas equivocadas seja a escolha da grande mídia por atacar o governo sempre, não importa o que esteja em debate —o maior programa de investimentos em infraestrutura que o país já conheceu desde o período militar, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), também sofre com isso.

Talvez seja o velho problema de buscar soluções mágicas para os desafios nacionais, como se existisse opção infalível e completa, capaz de desvalorizar o real sem aumentar a inflação ou comprometer o poder de compra dos trabalhadores.

A realidade, contudo, é que toda escolha tem resultados positivos e aspectos negativos e isso nos obriga a entender o rumo maior de cada decisão.

As críticas de falta de investimentos em inovação nas áreas de biotecnologia, espacial e energias renováveis esquecem que há dois anos o governo anunciou investir R$ 1 bilhão até 2014 na indústria brasileira de biomassa, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Esquecem também que a Petrobras planeja investir US$ 4,1 bilhões nos próximos quatro anos em biocombustíveis.

É bom lembrar ainda que o Plano Brasil Maior priorizou o setor de TI e de softwares, que agregam valor à produção.

Como bem disse a presidenta, Dilma Rousseff, o Plano Brasil Maior apenas começou e outras medidas serão anunciadas. As críticas são sempre bem-vindas, mas precisam atentar ao contexto nacional e internacional e apontarem um rumo, senão será apenas a crítica pela crítica, como é costumeiro se ouvir das oposições.

Se nossa principal batalha é econômica, devemos levar para o front nossa política industrial (Plano Brasil Maior), a reforma tributária, os investimentos em Educação e inovação, o gerenciamento do PAC, as concessões aeroportuárias, a oferta de banda larga e o combate à pobreza extrema.

O fato irrefutável é que o Brasil vai passando ao largo de mais uma crise internacional, mantendo o crescimento e o emprego, com medidas adequadas à nossa realidade política e econômica. Esse é o nosso rumo.

José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT.
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VHCarmo.