segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Momentos de poesia...(correção).

Drama de consciência.

Se eu pudesse fugir

ao paladar amargo desse destino

que devora meus dias

pela borda da nossa história,

talvez nã precisasse

varrer a varanda depois do crime.

Mas é que eu não sei ficar de fora

vendo sangue derramar na panela.

Eu não sei contemplar cardápio

e pedir língua de homem assada.

Nem esconder as lágrimas

atrás dos óculos

na hora triste do velório.

E se vocês pensam que sou perfeito

eu digo: não!

Eu também quebro pratos ao lavar a louça

e às vezes esqueço de regar as plantas.

Mas o que eu não admito em ninguém

é ficar sentado em cima do esqueleto

de algum sorriso humano.
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Poema do jóvem poeta Ricardo do Carmo
do seu último livro: "Amor de consumo".

 Obs. Repetido aqui para retificar erros de grafia, em respeito ao poeta. .
VHCarmo.

domingo, 30 de outubro de 2011

Brasil sexta maior economia mundial...

               Esta notícia aí abaixo é uma ducha fria no "vira-latismo" de alguns.  Tem mais: as perspectivas apontadas são modestas; o Brasil vai mais longe em que pese àqueles que torcem contra. Há estudos que   indicam que a economia do nosso país já ultrapassou a do Reino Unido.   Leiam:           

    Brasil deve ser neste ano a 6ª maior economia mundial.

Consultorias e FMI estimam que país vai ultrapassar o PIB do Reino Unido.
Economia brasileira pode superar todos os europeus até 2020; crise nos desenvolvidos justifica o novo ranking.
SÍMBOLO DA EXPANSÃO:  Suape (Pernambuco); crescimento do país fará o porto receber investimento de R$ 24 bilhões, principalmente do setor privado, até 2014.

ÉRICA FRAGA. (DE SÃO PAULO).
A crise dos países desenvolvidos ajudará o Brasil a ganhar posições com mais rapidez no ranking de maiores economias do mundo. Em 2011, o Produto Interno Bruto brasileiro medido em dólares deverá ultrapassar o do Reino Unido, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional e das consultorias EIU (Economist Intelligence Unit) e BMI (Business Monitor International).

A estimativa mais recente, da EIU, prevê que o PIB do Brasil alcance US$ 2,44 trilhões, ante US$ 2,41 trilhões do PIB britânico. Com isso, o Brasil passará a ocupar a posição -inédita desde, pelo menos, 1980- de sexta maior economia do mundo. Em 2010, ao deixar a Itália para trás, o país já havia alcançado o sétimo lugar.

Como a economia brasileira cresce em ritmo menor que a de outros emergentes asiáticos, em 2013, o país deverá perder a sexta posição para a Índia. Mas voltará a recuperá-la em 2014, ano da Copa do Mundo, ao ultrapassar a França, segundo a EIU.

Até o fim da década, o PIB brasileiro se tornará maior do que o de qualquer país europeu, de acordo com projeções da EIU. Depois de passar Reino Unido e França, a economia brasileira deverá deixar a alemã para trás em 2020.

"O fato de que a economia brasileira ultrapassa as de países desenvolvidos reflete os efeitos da entrada de grandes segmentos pobres da população na classe média", afirma Robert Wood, analista sênior da EIU. Segundo Wood, isso ajuda a impulsionar o consumo doméstico.

A tendência de ascensão dos emergentes já era esperada por especialistas há anos, mas tem ganhado velocidade devido à crise global. Quando o banco Goldman Sachs inventou o acrônimo Brics (que se refere a Brasil, Rússia, Índia e China) em 2003, previa que a economia brasileira ultrapassaria a italiana por volta de 2025 e deixaria os PIBs francês e britânico para trás a partir de 2035.

Desde então, não só a expansão da economia brasileira ganhou fôlego - em grande medida, a reboque do apetite chinês por commodities - como também o crescimento de nações desenvolvidas afundou desde 2008.

Embora a EIU tenha reduzido recentemente as projeções de crescimento do Brasil para 3% e 3,5%, respectivamente, em 2011 e 2012, sua expectativa de expansão do Reino Unido é de apenas 0,7% em ambos os anos.

Segundo especialistas, a principal consequência para o Brasil de galgar lugares no ranking das maiores economias é consolidar uma posição de maior relevância no cenário político mundial.

"O Brasil tende a ganhar maior voz em fóruns internacionais, e é importante que se prepare de forma adequada para assumir esse papel", afirma o economista Rogério Sobreira, da Ebape/FGV.


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VHCarmo.











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Momentos de poesia....

      Dram de consciência.
Se eu pudesse fugir
ao paladar amargo desse destino
que devora meus dia
pela borda da nossa história,
talvez nã precisasse
varrer a varanda depois do crime.
Mas é que eu não sei ficar de fora
vendo sangue derramar na panela.
Eu não sei contemplar cardápio
e pedir língua de homem assada.
Nem esconder as lágrimas
atrás dos óculos
na hora triste do velório.
E se vocês pensam que sou perfeito
eu digo: não!
Eu também quebro pratos ao lavar a louça
e às vezes esqueço de regar as plantas.
Mas o que eu não admito em ninguém
é ficar sentado em cima do esqueleto
de algum sorriso humano.

Poema do jóvem poeta Ricardo do Carmo
do seu último livro: "Amor de consumo".

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mais uma foi-se a presunção de inocência...

                        Impiedosamente a mídia sacrificou, sem a mais mínima prova, um homem honrado que vem se defendendo bravamente contra todas as acusações que lhe foram assacadas por dois marginais, condenados e que estão sendo até glorificados pelos Jornalões e Revistas com a costumeira repercussão nas TVs.
                        Estamos vivendo tempos de preocupação com a nossa Democracia que vê abalado um de seus pilares, ou seja, a inocência como presunção em favor daquele que é acusado e ônus da prova de quem acusa.
                        Há também uma quase unanimidade dos colunistas sabujos que não só já condenaram o ex-ministro como continuam a atirar lama contra ele. Servem de maneira submissa às diretivas da imprensa golpista.
                      Nesse momento lamentável para o regime democrático, ressurge também o velho anticomunismo e os corifeus da extinta guerra fria voltam a pregar.
                       O PCdoB foi contestado em toda sua longa existência, de mais 90 anos, por pregar o socialismo tão combatido pelas elites, mas jamais se conseguiu provar algo contra a sua honestidade ou qualquer seu envolvimento em algo desonesto em relação a bens públicos. Esteve, sempre com a bravura de seus militantes, na primeira linha da luta contra todas as ditaduras no país até contra aquelas que a mídia apoiou e.especialmente, contra a última que instalou em 1964 no país a maior corrupção sustentada pelas armas.
                       O partido militou na clandestinidade e foi fator relevante na redemocratização do país e viu muitos de seus membros torturados e assassinados pelos regimes ditatoriais.
                       Até por uma questão de respeito esses sabujos e jornalistas vendidos da imprensa golpista, deveriam se poupar de difamar o PCdoB. Preferem, no entanto, quem sabe, preservar as vis moedas pelo seu trabalho sujo.
                       O texto que aí vai do José Dirceu é um dos poucos escritos que aparecem na mídia defendendo o ex-ministro e o direito de proclamar a presunção da sua inocência.

28.10.2011

                                  A saída de Orlando Silva do governo.

Há um aspecto fundamental a se observar em todo o processo de fritura do ministro do Esporte, Orlando Silva, que culminou com seu pedido de demissão: as iniciativas de apuração dos fatos partiram do próprio acusado.
É possível que essa informação esteja escondida ou tenha sido negligenciada no noticiário, mas os pedidos de abertura de investigação à Polícia Federal e ao Ministério Público foram feitos pelo, agora, ex-ministro, que abriu seu sigilo telefônico, fiscal, bancário e de correspondência.
Como também foi o Ministério do Esporte que identificou as irregularidades nos convênios com as ONGs (Organizações Não-Governamentais), suspendeu esses contratos e busca resgatar as verbas usadas irregularmente.
Aliás, deve-se registrar que 91% dos 15 mil convênios do Ministério no programa Segundo Tempo são com o Poder Público e apenas 9% são com ONGs —o que não invalida a necessidade de apuração.
Diante da pressão e tentativa de desgaste do governo federal, faz todo o sentido, portanto, que Orlando Silva tenha pedido afastamento do cargo. Primeiro, como partícipe dos avanços da pasta e defensor do governo, para impedir que a crise “forçada” se alongue. Segundo, para que ele possa ter mais tempo para se defender.
Vale destacar que os dois acusadores do ex-ministro —o policial militar João Dias Ferreira, já preso, e o motorista Célio Soares— simplesmente não compareceram à Câmara dos Deputados para prestar depoimento, conforme anunciaram. Algo que só reforça as afirmações de Orlando Silva de que se trata de “dois criminosos que fugiram do Congresso Nacional porque não têm provas”.
Orlando Silva disse, com razão, que sofreu por 12 dias um linchamento público de sua honra. De fato, no Brasil, estamos nos acostumando à inversão do ônus da prova. Com o apoio da grande mídia, acusa-se e condena-se sem a necessidade de apresentação de provas e, não raro, a defesa fica em segundo plano.
Mesmo no caso do ex-ministro, que veio a público prestar esclarecimentos tão logo as suspeitas foram lançadas. Porque estamos nos acostumando a conviver com a máxima “culpado até que prove a inocência”, no lugar do “inocente até que se prove sua culpa”.
O ex-ministro deixa o governo afirmando que nenhuma prova contra ele surgiu e sequer surgirá. E um grande avanço conseguido na pasta — hoje, com maior visibilidade devido à Copa do Mundo -2014 e às Olimpíadas-2016, os dois maiores eventos esportivos do planeta.
Mas também é de se ressaltar que 40% da delegação que representa o Brasil nos Jogos Panamericanos de Guadalajara (México) são de bolsistas do Ministério, o que mostra que o esporte tem outro nível de tratamento.
Por todas essas razões, Orlando Silva deixa o governo de cabeça erguida. Resta, neste momento, torcer para que o caso não se esgote com sua demissão —que é o que pretendem os que querem desestabilizar o governo.
E, como pediu o ex-ministro, que “os profissionais da imprensa continuem acompanhando os fatos e dediquem as mesmas páginas e o mesmo espaço que dedicaram até agora para mostrar com quem está a verdade”.
José Dirceu, 65, é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT .
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VHCarmo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ainda uma vez o economista Delfim e a crise americana...

                                         Origem da crise [2

por ANTONIO DELFIM NETTO.

                                        Para entender os movimentos dos “indignados” americanos e da “ocupação de Wall Street”, é preciso considerar alguns fatos:
1) A renda per capita não cresce desde 1996;         
2) A distribuição dessa renda tem piorado há duas décadas;
3) O nível de desemprego em abril de 2008 era de 4,8% da população economicamente ativa, o que, em parte, compensava aqueles efeitos;
4) Em janeiro de 2010, o desemprego andava em torno de 10,6% e, desde então, permanece quase igual (9,2%);
5) O colapso da Bolsa cortou pelo menos 40% da riqueza que os agentes “pensavam” que possuíam;
6) A combinação da queda da Bolsa com a queda do valor dos imóveis residenciais fez boa parte do patrimônio das famílias evaporar-se;
7) Ao menos 25% das famílias têm hoje menos da metade que “supunham” ter em 2008.
O grande problema é que a maioria dos cidadãos não entende como isso pode ter acontecido. Sentem que foram assaltados à luz do dia, sob os olhos complacentes das instituições em que confiavam: o poder Executivo e o Banco Central. Assistem confusos o comportamento do Legislativo. Pequenos grupos mais exaltados tentam reviver, com passeatas festivas de fim de semana, o espírito “revolucionário” de 1968, que deu no que deu…
É muito pouco provável que essa pressão leve a alguma mudança séria em Washington. Talvez algum efeito nos resultados da eleição de 2012. Isso não deixa de ser preocupante e assustador dado ao reacionarismo do influente Tea Party no partido Republicano e à pobreza intelectual dos seus atuais candidatos.A história não opera em linha reta.
Nada garante que, mesmo com as suas fortes instituições, o atual disfuncionalismo político americano não possa produzir algo ainda pior do que estamos vendo.
O último levantamento do Gallup (l5 e 16 de outubro de 2011) perguntou a quem o consultado atribuía a crise que estava vivendo. As respostas foram: 64% ao governo federal; 30% ao comportamento das instituições financeiras e 5% não tinham opinião formada.
Modelos de previsão eleitoral como os de Ray Fair, da Universidade de Yale (adaptados no Brasil pelo competente analista político Alexandre Marinis), ainda dão uma probabilidade maior à reeleição de Obama -apesar de que quase dois terços dos americanos acreditam que ele é o responsável pela crise.
Injustamente, porque a crise é produto dos governos Clinton (democrata) e Bush (republicano), que se esmeraram em demolir, com a desculpa ideológica de que os mercados financeiros eram eficientes e se autocontrolavam, a regulação do sistema bancário construída por Roosevelt (democrata) depois da crise de 1929.
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Observação do bloguinho: 
Enquanto isto a mídia brasileira (Revistas e Jornalões em geral) não medem esforço para atrair a crise. Atuam de forma a fazer seu público acreditar que lá nos EEUU é tudo bom.   Escondem que o neoliberalismo que defendem foi o causador da desgraceira tanto nos USA como na Europa.  Prosseguem conspirando contra o governo federal e escondendo as mazelas da oposição, particularmente a deslavada corrupção que ocorre no Estado de ´São Paulo, núcleo da  oposição neoliberal de triste memória.

VHCarmo.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

MOMENTOS DE POESIA...

PÁTRIA MINHA.
(excertos)
Vinícius de Morais.

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo, dormir meu filho
Choro de saudades da minha pátria.


Se me perguntarem o que é minha pátria, direi:
Não sei. De fato não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
Da minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

.........................................................

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura:a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinícius de Morais”.
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Versos que dispensam comentários. É emoção e amor puros.
VHCarmo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SEM MEDO DE SER FELIZ...(2)

                   No momento em que recrudescem os ataques da mídia contra o governo federal, contra o Partido dos Trabalhadores e seus aliados, e o Roberto Civita, o ítalo-argentino - da Revista Veja - promete derrubar a Presidente Dilma, a publicação da Fundação Getúlio Vargas sobre a eficiência das ações governamentais na eliminação da pobreza vale a pena ser relembrada.
                 A publicação do texto abaixo, embora datado de 27.06. 2011, só chegou ao conhecimento público recentemente, em seus detalhes.
                    Uma boa dose de otimismo faz contrabalançar a explosão de ataques das Revistas e Jornalões da mídia golpista.

                              Olhem só:

                                     Ascensão social

                      Cerca de 40 milhões de pessoas ingressaram na Classe C, aponta pesquisa da FGV

                          SÃO PAULO - Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada hoje revelou que, do início de 2003 até maio último, 48,7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C no Brasil, o equivalente a um crescimento de 47,94%. Apenas os novos integrantes da classe C somaram 39,5 milhões neste período, o que significou uma elevação de 46,57%.
                             Intitulada Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Locais para a Nova Classe Média Brasileira, a pesquisa indica que o Brasil é o país dos Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia Índia, China e África do Sul) que melhor tem conseguido conciliar crescimento econômico com redução das desigualdades sociais. A renda per capita do brasileiro cresceu em média 1,8% acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa o melhor índice entre os emergentes.
                                   
                             Mercado consumidor brasileiro cresce 20% entre 2003 e 2008.
                               Coordenado pelo economista Marcelo Neri, a pesquisa mostra que, ao mesmo tempo em que houve forte ingresso na Classe C, 24,6 milhões de pessoas deixaram a classe E, o que representou uma queda de 54,18%, enquanto a redução na classe D foi de 24,03%, o que significou a perda de 7,9 milhões de pessoas. Para Neri, estes números são uma indicação clara de que a desigualdade social está diminuindo.
- A desigualdade no Brasil está caindo, e muito, enquanto ela sobre nos demais Brics -- diz Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, citando a China, onde a renda das famílias avança a taxas médias dois pontos percentuais abaixo do crescimento do PIB. - A desigualdade cresce no mundo inteiro, só cai na América Latina e no Brasil.
                                      Entre 2003 e 2007, ainda segundo o estudo, a evolução da renda dos 20% mais pobres da população brasileira avançou em média 6,30% ao ano, superior à dos demais Brics, exceto a China, onde cresceu a 8,5% ao ano. Em contrapartida, as taxas médias de crescimento da renda dos 10% mais ricos da população foi muito maior nos demais Brics: de 15,1% na China; 7,6% na África do Sul; 2,8% na Índia; e de 1,7% no Brasil.
                                      Nos anos 2000, observou Neri, enquanto a renda dos 50% mais pobres no Brasil subiu 67,9%, os ganhos dos 10% mais ricos avançaram 10,03% em termos reais.
                                     O estudo da FGV os brasileiros são os mais otimistas em relação às suas condições de vida no futura, chamada de "felicidade futura". NUma escala de 0 a 10, o brasileiro dá nota média de 8,7 à expectativa de satisfação com a vida em 2014, a melhor avaliação numa amostra de 146 países pesquisados, cuja média foi de 6,5. Em relação à condição atual de vida, o brasileiro também lidera o ranking, com nota média 7.
                        -- O brasileiro é o que apresenta maior expectativa de felicidade futura, superando inclusive a Dinamarca, líder mundial de felicidade presente -- diz Neri. -- Esse dado revela talvez uma característica do brasileiro, que é ser meio otimista por natureza. Esse é um componente cultura e ajuda a entender a natureza do brasileiro. O que pode não ser uma virtude, mas é um traço da população.

                                     Ascensão social acelerada

                                  O resultado dessa combinação de crescimento econômico com redução de desigualdade aparece na intensa mobilidade dos brasileiros na pirâmide social. De 2003 até este ano, 48,7 milhões de brasileiros ascenderam para as classes A, B e C, um salto de 47,94% no número de brasileiros das chamadas classe média e média alta.
-- Esse contingente equivale a uma população da África do Sul, ou da Espanha -- observa Neri.
E somente entre 2009 e maio deste ano, foram 13,08 milhões os brasileiros que ingressaram nas classes AB/C.
-- O que explica vários desses dados é o simples fato de o país estar se tornando um país normal. Hoje com a inflação controlada, menos desigualdade, taxas de crescimento que se sucedem há uma década e evoluindo em áreas como a educação -- diz Neri. -- O Brasil é um país cheio de problemas, mas se você começa a introduzir avanços os ganhos são enormes.
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A eleição de Cristina Kirchner na Argentina, com  expressiva votação, é mais uma razão para otimismo. A reeleição da Presidente representa a continuação naquele país irmão  da política de resgate da pobreza e da inclusão social, iniciada pelo ex-presidente Lula na A. Latina. 

VHCarmo.


domingo, 23 de outubro de 2011

Importante texto do economista Delfim Netto...

                  Este escriba não resistiu  a transcrever integralmente o texto abaixo do economista Delfim Netto.  Inicialmente ele cogitou de transncrever trechos, mas o texto  todo é tão importante que merece  ser levado àqueles que prestigiam este humilde bloguinho.  A gente transcreve integralmente, também,  porque a  mídia golpista em geral esconde artigos que, como este, reduz a pó a opinião daqueles que viviam e ainda vivem a trombetear a excelência das políticas econômicas dos chamados paises centrais do capitalismo ora mergulhados numa crise de proporções inimagináveis.     Olhem só:                

                            Mal social globalizado.
                                                           Delfim Netto

22 de outubro de 2011 às 8:34h. (Extraído da Revista Carta Capital-n.669 ).

Protestos em NY têm cozinha comunitária, biblioteca com gibis do Batman, hippies e visitas de personalidades. Foto: Eduardo Graça.
Certamente não é (ainda) o fim do capitalismo a ser anunciado por esse formidável movimento de indignação diante do sofrimento imposto pela falta de controles do sistema financeiro nos Estados Unidos e na Europa. A natureza dessas manifestações talvez possa ser condensada em duas queixas entoadas, respectivamente, em Lisboa: “Essa dívida não é nossa”, e em Nova York: “Nós fomos vendidos, os bancos foram resgatados”.
               O grito “Ocupem Wall Street”, antes de ser um protesto contra a economia de mercado, exprime o profundo sentimento de injustiça social derivado da incapacidade dos governos que permitiram a destruição do emprego e do patrimônio de milhões de honestos cidadãos assaltados, de forma imoral, por um sistema financeiro desinibido com suas inovações. São os trabalhadores desempregados as grandes vítimas do contágio desse mal social.
              O homem, ao construir o mundo com o seu trabalho, exerce uma pressão seletiva no sentido de aumentar a sua liberdade de expressão. Há uma evolução civilizatória e quase biológica que amplia o altruísmo e a solidariedade social, exatamente porque a cooperação é mais produtiva e libera mais tempo para a expressão criativa do homem.
               Uma das construções mais impressionantes de Marx é a sua leitura do papel do trabalho nos Manuscritos de 1844, antes de ele ter sido seduzido pela leitura de David Ricardo. O trabalho é o processo pelo qual o homem se produz e projeta fora dele as condições de sua existência e a sua capacidade de transformar o mundo.
             Com as políticas sociais, o Estado do Bem-Estar Social transformou (transitoriamente!) o sistema salarial alienante de Marx no símbolo da segurança do trabalho. Ele dá a garantia para o funcionamento das instituições, particularmente os mercados e a propriedade privada.
           Os economistas precisam incorporar, como dizia o etnólogo Marcel Mauss (Sociologie et Anthropologie, 1950), que o trabalho é o “fato global”. O desemprego involuntário é o impedimento insuperável do cidadão de se incorporar à sociedade. Por motivos que independem de sua vontade, ele não pode sustentar honestamente a si e à sua família. O desemprego involuntário é o “mal social global”! Não importam filosofia ou ideologia. No estágio evolutivo da organização social que o homem continua procurando, para fazer florescer plenamente a sua humanidade, são a natureza e a qualidade do seu trabalho que o colocam na sua posição social e econômica, afetam sua situação física e emocional e determinam o nível do seu bem-estar.
              É com esse sentido do papel do trabalho, com o qual o homem se constrói e produz um mundo onde tenta se acomodar em uma estrutura social conveniente que devemos entender os protestos dos enragées, que se intensificam na Europa e nos EUA. Não se trata de excluídos sociais (talvez alguns deles o sejam), mas de cidadãos honestos, educados, que até há bem pouco tempo tinham a oportunidade de ganhar o sustento de sua família, educar seus filhos, comprar sua casa, enfim, viver a vida dignamente com o fruto de seu trabalho.
              É verdade que nos EUA alguns deles já estão na terceira geração vivendo à custa dos outros, graças à miopia e inércia de um Estado do Bem-Estar distraído. Mas a renda média do americano não cresce desde 1996 e a distribuição de renda tem piorado sistematicamente. A reação do povo será medida nas eleições de novembro de 2012. O desconforto é enorme. O presidente Obama referiu-se a ele ligeira e quase temerosamente. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, empurrou a culpa para o sistema financeiro, que “aumentou as tarifas bancárias em resposta aos novos controles de Wall Street, ampliando a irritação popular contra ele”. E o presidente do FED, Bernanke, com aquela figura de Papai Noel arrependido, limitou-se a afirmar que “as pessoas estão descontentes com o estado da economia. Elas reprovam – e não sem razão – o setor financeiro pela situação em que nos encontramos e estão descontentes com a resposta das autoridades”. Que autoridades? Obama, Geithner e Bernanke!
                    Quando se trata de entender o verdadeiro papel do trabalho, os economistas do mainstream saem muito mal na foto: tratam-no apenas como um fator de produção, sujeito às leis da oferta e da procura. Por definição, não há desemprego involuntário. Como disse um economista que viria a ser premiado com o Nobel, o desemprego em massa é apenas uma manifestação de “vagabundagem da classe trabalhadora”.
                                Nesse tom, comovido, o velho Karl agradece o incentivo…

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VHCarmo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"HITLER GANHOU A GUERRA" ?

                                 Duas notícias veiculadas hoje produzem naqueles que não se deixam cegar pela paixão uma profunda decepção, uma angústia, uma certa desilusão: ‘Kadaffi é assassinado' após destruírem a Líbia. ‘Os USA vão deixar o Iraque' depois de destruí-lo.
                                 Duas guerra injustas e bárbaras em pleno século XXI. Duas guerras sem a menor razão de ser e cujo desfecho deixa arrasados dois paises de povos teoricamente pobres. Tudo em prol de uma gigantesca ganância pelas riquezas desses paises e interesses geopolíticos.
                                O triste e macabro espetáculo televisivo da morte de Kadaffi e, a já passada, figura patética de Sadam Hussein enforcado, são a marca do império, este sim império do mal, encarnado pelos EEUU e seus acólitos: a Europa e a ONU (esta que deveria ser a guardiã da paz).
                               O dia de hoje é de luto no coração daqueles que amam a humanidade sem condicionamentos ideológicos. Pois que o pretexto que o império propaga é a defesa do povo civil, do mesmo povo que ele bombardeia, lança à miséria, mata e escraviza.
                               Até quando os paises pobres ficarão a mercê da violência desse núcleo de poder que pouca diferença tem do núcleo nazi-fascista que produziu a tragédia da segunda-guerra mundial?     
                              As agressões que perpetram não estão sujeitas à qualquer razão moral e humana e só se estancam em confronto com aqueles que podem ameaçá-los com poder bélico atômico.
                          Esses agressores são portadores da anticultura e destruidores dos monumentos, museus e tradições vindas do início da civilização humana  daqueles povos agredidos, deixando atrás de sua agressão a destruição e a satisfação de se apossarem de seu espólio e da riqueza de seu solo.
                                O Afeganistão continua sendo violado pela agressão, privado de decidir, por seu povo, o seu destino. Hoje, naquele país, essas potências lutam contra as forças que elas mesmas criaram; e continuam a matar o povo em nome de sua defesa e de ideais falasamente de mocráticos.
                                É de se indagar com perplexidade: esta é a democracia que essas potências querem impor ao mundo? Essa e a forma de defender as populações civis desarmadas? A anticultura? A violência sem fim?
                                  Quantos paises no mundo podem se assegurar em paz contra uma agressão insólita desse núcleo decadente do poder capitalista em crise?
                                  Desola a gente ver que muitos basbaques aqui, influenciados pela mídia comprometida, se congratulam nesta hora com a morte e a violência.
                                   Afinal, a segunda-guerra mundial parece não ter terminado e o nazi-fascismo aparece estar caminhando para efetiva vitória final.

VHCarmo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Momentos de poesia...

Fernando Pessoa.

(Poema em linha retaexcerto)



Toda gente que conheço e fala comigo

Nunca teve um ato, nunca sofreu enxovalho

Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida ...



Quem dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há nesse largo mundo que me confessa que uma vez foi vil ?

Ó príncipes, meus irmãos.

Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?


Então sou eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado ,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!

Eu que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu que tenho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
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VHCarmo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mais uma vez a VEJA ( e o crime)...

                                     A Revista Veja não respeita a dignidade e a honra das pessoas. Continua a mesma.  Ao veicular matéria que poderia comprometer o Ministro do Esporte, haveria de proceder a uma séria investigação jornalística sobre o assunto. Mas não, sem qualquer prova que poderia e deveria colher para sustentar as acusações, principalmente vinda de onde vieram e tendo ampla possibilidade de examinar os fatos, a publicação  se baseia, apenas, no depoimento único de um “bandido” João Dias (palavras do Ministro) que está sendo processado civil e criminalmente por desvio de dinheiro público oriundo do Ministério do Esporte e que está intimado a devolvê-lo desde 2008. (processo no TCU ).
                                    Indaga-se: por que a Revista não contatou, previamente, o Ministro e o Ministério nem o PCdoB ? A fonte era e é no mínimo suspeita. A gente transcreve abaixo as Notas do Ministério e do PCdoB à Imprensa, que revelam a irresponsabilidade da Revista Veja que é repetitiva em ações antiéticas e criminosas, haja vista a recente contra José Dirceu em Brasília que até hoje não foi por ela  explicada.
                                   Mais uma vez - diga-se a bem da verdade - se verifica uma tentativa da Revista Veja de atingir o Governo Federal e tentar desestabilizá-lo. Os mafiosos CIVITAS não desistem.

Vejamos:
15/10/2011 às 14h17 - NOTA À IMPRENSA: Ministro do Esporte aciona Polícia Federal.
                          
                                 O ministro do Esporte, Orlando Silva, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue denúncias feitas pelo Sr. João Dias em entrevista à revista Veja. Orlando Silva espera com isso não deixar dúvidas sobre a falta absoluta de fundamentação das acusações feitas contra ele pelo entrevistado. “Tenho a certeza de que ficará claro de que tudo o que ele diz são calúnias”, diz o ministro do Esporte.
                             João Dias, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte, para atendimento a crianças e jovens, dentro do Programa Segundo Tempo. Como não houve cumprimento do objeto, não só o Ministério determinou a suspensão dos repasses, como o ministro Orlando Silva determinou em junho de 2010 a instauração de Tomada de Contas Especial, enviando todo o processo ao TCU. O ministério exige a devolução de R$ 3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje. (Nota do blog: isto a Revista não explica).
                              A avaliação do ministro do Esporte é de que foi esse o motivo para João Dias fazer agora acusações de desvios de verbas do Segundo Tempo por um suposto esquema de corrupção no Ministério. Orlando Silva afirma com veemência ser caluniosa a afirmação de João Dias de que houve entrega de dinheiro nas dependências do Ministério e pretende tomar medidas legais. João Dias já é réu em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, em decorrência das irregularidades na execução dos convênios denunciadas pelo Ministério do Esporte.
                     Em nenhum momento, o Ministério “amenizou” qualquer comunicado a Polícia Militar, como dá a entender o Sr. João Dias em entrevista a revista. Apenas considerou o rito do devido processo legal, que estabelece o direito de defesa do acusado. O comunicado final ao Batalhão da PM explicitou exatamente o que foi a medida tomada pelo Ministério do Esporte - a instauração de Tomada de Contas do TCU e pedido de devolução de recursos e demais medidas reparatórias cabíveis contra a ONG e o Sr. João Dias.
                                O Programa Segundo Tempo, que atende a mais de um milhão de crianças e jovens em todo o Brasil, é permanentemente auditado pelos órgãos de controle e qualquer denúncia consistente de irregularidade é apurada. O ministro Orlando Silva, desde que assumiu o Ministério, determinou o aperfeiçoamento constante do projeto, tanto do seu alcance como da forma de celebração dos convênios para sua execução. Em setembro passado, houve uma chamada pública, e a seleção final apenas contemplou entes públicos.

                             O PCdoB se defende em nota.
                              A reportagem lança uma acusação caluniosa ao PCdoB de desvio de dinheiro público para caixa dois de campanha. E qual prova apresenta? Nenhuma. Não há na reportagem absolutamente nada para sustentar tão grave acusação. A revista se apóia tão somente nas palavras de João Dias que, em suas declarações, não apresenta nenhuma prova concreta. E mais. Ele é um indivíduo sem idoneidade. Ano passado foi preso, acusado por corrupção, é um soldado investigado pela própria polícia militar. Além disso, é réu em processo do Ministério Público Federal.
                               Um esclarecimento: a reportagem repete, por várias vezes, que João Dias “é militante do PCdoB”. Não procede. Na verdade teve um vínculo efêmero com a nossa seção do Distrito Federal. Soldado da polícia militar se filiou para se candidatar em 2006 e, imediatamente, depois da eleição, conforme a legislação estipula, foi desligado de nosso Partido. Eu pergunto: é correto – com base apenas nas palavras de uma pessoa com uma trajetória como essa, com folha corrida na polícia – uma revista lançar um ataque contra a honorabilidade de um Partido como o PCdoB, com 90 anos de atuação no país? Claro que não, é uma ignomínia que não tem nada de jornalismo. Pelo contrário, é algo que afronta o direito do povo de ter uma comunicação de qualidade, com um jornalismo baseado na verdade.
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Observação:  por motivos como estes é que se torna urgente uma regulação democrática  da mídia e a  regulamentação do princípio constitucional do Direito de Resposta.    Qualquer cidadão pode ser vítiima da VEJA ( e da mídia em geral) quedando-se sem defesa.

VHCarmo.

domingo, 16 de outubro de 2011

Momentos de poesia....

SUAVE CAMINHO
Mário Pederneiras.

Assim... Ambos assim, no mesmo passo,
iremos percorrendo a mesma estrada,
tu - no meu braço trêmulo amparada
eu - amparado no teu lindo braço.

Ligados neste arrimo, embora escasso,
venceremos as urzes da jornada..
E tu - te sentirás menos cansada,
e eu -menos sentirei o meu cansaço.

Assim ligados pelos bens supremos,
que para mim o teu caminho trouxe,
placidamente pela Vida iremos,

calcando  mágoas, afastando espinhos,
como se as escarpa desta Vida fosse
o mais suave de todos os caminhos. 


Soneto extraído da coletânea "Os mais belos sonetos que amor inspirou", organizada por J.G. de Araújo Jorge.
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VHCarmo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Corrupção - todos podem ajudar no combate....

                                     Ninguém, em sã consciência, é a favor da corrupção e deixa de dar importância ao seu combate. Há um direito sagrado num país democrático consistente em protestar e arregimentar-se, livremente, em favor ou contra, determinados fatos ou atos que afetem o exercício pleno da cidadania. Isto não se discute.
                                   No nosso país, com o virtual monopólio dos meios de comunicação em mãos de poucos e poderosos grupos, a gente tem que se acautelar, pois, esses mesmos grupos, usando a sua máquina poderosa, tendem a conduzir qualquer manifestação coletiva no sentido de seus desígnios e interesses, veiculando-as, dando repercussão, as escondendo e as omitindo em alguns casos.
                                   O que está em pauta e parece valorizado pela mídia, atualmente, são as manifestações contra a corrupção havidas em algumas cidades do país. Primeiramente diga-se, a gente assiste uma inusitada cobertura midiática e a supervalorização numérica dos chamados protestos. A variação no número de pessoas nos eventos é aumentada pelos Jornalões e Revistas, sem respeito à veracidade.
                                    Esse movimento carece nitidamente de organicidade e tem se apresentado sem uma mensagem clara e sem um direcionamento determinado. Protesta-se, de maneira genérica contra a corrupção sem localizar pessoas e instituições apenas apontando, também genericamente, os políticos.  Aí mora o perigo.
                                      Desse movimento aproveita-se a mídia para implementar uma ação  oposicionista, contra o governo, tendente a preencher a falta de algo concreto.
                                      A nossa história política está recheada de exemplos que tornam os protestos desse tipo como movimentos acolhidos pela oposição e a mídia para desestabilizar governos que não lhes convém. Nada constroem ou propõe construir.
                                    De lembrar a triste história da Vassoura de Jânio Quadros que deu no que deu e do Caçador de Marajás (Collor) cuja eleição e o governo foram amplamente apoiados pela Rede Globo e a mídia em geral, abrindo as portas ao neoliberalismo, obrigando a mesma mídia, no fim, a mudar de direção para conservar o falso discurso moralista sem, porém, deixar de sustentar as idéias neoliberais.
                                   A inversão perigosa que se deixa filtrar nessas manifestações minoritárias consiste em colocar a corrupção como sendo o fulcro principal de uma ação governamental, quando se sabe que o desvio humano deve ser combatido com o rigor da lei e da correta punição prevista por ela. Os órgãos fiscalizadores dos poderes do Estado: a CGU, a Polícia Federal, o Ministério Público, os controles internos do Poder Legislativo e a Justiça (CNJ), são instituições encarregadas do combate à corrupção que deve se realizar como ação normal desses poderes na prática política e na prática da democracia.
                                   O apelo genérico  dessas manifestações contra a corrupção resulta sem qualquer efeito prático fora dos interesse midiáticos e são solenemente ignorados por aqueles que efetivamente atentam contra o patrimônio público.
                                  Estão ao alcance de todo o cidadão os meios de promover a responsabilidade do político corrupto - e  de qualquer individuo -  perante a Justiça e direcionar a manifestação pública a que adere para fazê-lo, dando nomes aos bois e de forma efetiva.
                                  Não é admissível, porém, servir-se da boa-fé de alguns para veicular um discurso moralista sem apontar efetivamente os autores dos fatos ilícitos e exigir punição. Os corruptos e corruptores apóiam movimentos desse tipo que jamais os atingem e, pelo contrário, lhes servem, muitas vezes,  para assegurarem-se do poder do Estado e de sua impunidade.
                                     Os políticos, em geral, são levados aos cargos que ocupam, como representantes do povo, até pelo voto daqueles que saem às ruas para protestar.  O  bom e corrreto exercíco do voto pode promover a diminuição da corrupção a níveis toleráveis.    Todos nós podemos ajudar nisso: é votar bem!...

VHCarmo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Momentos de poesia.....

                                            Este escriba postou aqui neste humilde bloguinho um poema de Carlos Drumond de Andrade sobre a "bunda", versos que não desmerecem o grande poeta, apesar da delicadeza do tema.   Sobre o mesmo tema e também com inequívoco brilho vai transcrito abaixo  o belo poema do jovem poeta Ricardo do Carmo, extraído de seu belíssimo  livro  de poemas "Amor de Consumo".

FIXAÇÃO POR BUNDA.

A bunda dela
cabe tão bela
na tela
que a gente
entra pelo cano
só para tê-la
por engano.

É tanta bunda!
Bunda light
diet bunda
disque bunda
0800 bunda.

Bunda histórica
bunda artísitca
bunda a prazo
bunda à vista.

Bunda, bunda, bunda,
essa fixação por bunda
é que faz dela Raimunda,
(vaga-bunda).

E a mulher
é muito mais que uma bunda,
é uma barafunda
feita dos mesmos sentimentos
que fazem de nós homens,
às vezes, umas bestas quadradas.

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VHCarmo.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

'SEM MEDO DE SER FELIZ" - Reflexão ...

                                 A severa crise que assola os USA e a Europa vem provocando na nossa mídia um novo posicionamento em relação ao Brasil e, particularmente, à nossa economia. Não há duvida de que os efeitos dessa crise assumem caráter mundial posto que há inequívoca inter-relação entre o que lá acontece e o resto do mundo, particularmente com os paises emergentes como o Brasil. O que, porém, tem se visto nos Jornalões e Revistas é um novo discurso em que se procura difundir a inevitabilidade de algo que nos levará também a um processo de crise, tudo com cores tenebrosas.
                                  Embora não haja nenhum sinal que aponte para essa direção, a mídia acena para um futuro, no mínimo, preocupante e o faz usando, sempre, os “especialistas” de plantão, aqueles que o jornalista Paulo Henrique Amorim apelida de urubólogos, como a inefável Miriam Leitão de O Globo.
                                  O Ministro Mantega, em pronunciamento feito ontem, (dia 10/09), coloca as coisas no devido lugar ao afirmar que todos os índices de nossa economia estão sobre controle e positivos; por outro lado o presidente do Banco Central acena para um crescimento de, no mínimo, de 4,5% do PIB no ano em curso, com inflação declinando  para o centro da meta.     
                                     Esse é o panorama geral da nossa economia que aponta para o desenvolvimento sustentável e uma economia de inclusão social, de geração de empregos e implantação de nova infraestrtura para sustentar esse crescimento.
                                    Nosso país acumula problemas, de passado longínquo,  nas áreas da educação e da saúde.       Não há dúvida.        O Brasil tem um secular atraso na educação até em comparação com os nossos vizinhos de colonização hispânica. De lembrar que a nossa primeira universidade foi implanta no século dezenove,  quando na América Espanhola já havia ensino superior no fim do século XVI. A razoável inclusão de nossos meninos e meninas no ensino fundamental é coisa do século XX, fato que gerou um grande analfabetismo residual.     Paralelamente, na saúde, no passado, caminhando a passos lentos,  ela só foi incluída como um direito de todos e dever do Estado na Constituição de 1988.
                                                Ora, a situação descrita para ser superada, tanto numa como na outra área, envolve uma enorme complexidade, porém tem havido um inédito enfrentamento dessas questões nos governos do Partido dos Trabalhadores com a extensão da rede pública do ensino básico e profissional, a criação de várias universidades e “campus’ no interior; o acesso universitário ampliado com o PROUNI e o processo de inclusão com o ENEM. Da imobilidade histórica passou-se à execução programática de um processo de avanço.
                                            A saúde é talvez mais grave, pois a competência maior se distribui aos Estados e Municípios em cumprimento da norma constitucional. Os gastos com a saúde são cada vez maiores e envolvem desde o socorro imediato nos postos de saúde até aos hospitais de alta tecnologia. Há, sem dúvida, necessidade de prover de recursos os três entes federados, havendo uma notável e conhecida  resistência política à criação de fontes de financiamento da saúde. Em que pese a tudo isto, temos melhorado no setor com medidas inovadoras e com o aumento da vigilância sobre o desperdício.
                                              Esse escriba colocou como título dessa reflexão a legenda “SEM MEDO DE SER FELIZ” e explica o porquê. Em que pese às dificuldades inerentes à remoção do atraso acumulado historicamente na infra-estrutura do nosso país (sob todos os aspectos), vivemos hoje uma fase de sua construção, reconstrução e modernização que é, realmente, inédita em nossa história que se tem chamado de “um novo processo civilizatório”.
                                      Nesses últimos quase nove anos de governo do PT e seus aliados, o Brasil tem resgatado milhões da pobreza (cerca de 30 milhões), aumentado de forma consistente o nível de renda médio do trabalhador e levado o país sustentar uma nova e importante presença nos foros internacionais. É relevante que esse processo não foi interrompido, apesar das crises externas.
                                     As nossas estradas abandonadas por mais de 10 anos vêm sendo restauradas, restauração que alcança cerca de 90% delas. Abertura de outras estradas tem propiciado o progresso de regiões antes inacessíveis. As fontes energéticas limpas, para sustentar o crescimento estão sendo buscadas através da construção - em andamento e conclusão - das grandes hidroelétricas amazônicas que prossegue, apesar da resistência de setores atrasados da sociedade apoiados pela mídia. As estradas de ferro então paralisadas, essenciais ao escoamento da nossa produção voltaram a ser construídas como a Norte-sul, que já vai chegando a São Paulo e as Transnordestina e a Leste-oeste, todas empregando milhares de trabalhadores. Portos, aeroportos, refinarias se multiplicam pelo país e a água do São Francisco vai a caminho adiiantado  da eliminação da seca no nordeste. A Petrobrás e o pré-sal são uma garantia futura. Nenhuma dessas obras, inclusive os programas sociais para a eliminação da pobreza extrema, cessaram em virtude das recentes  crises  externas, repita-se.
                                    Finalmente, é deveras entusiasmante observar o que se está construindo em matéria de infra-estrutura no Rio de Janeiro (capital e Estado). Há um enorme canteiro de obras na nossa CIDADE OLÍMPICA, principalmente: a construção da linha 4 do Metrô para a Barra da Tijuca, as Trans-carioca e Trans-oeste, vias vitais para o trânsito das pessoas pela cidadee a sua integração. Constroem-se aqui 2 refinarias e remodelam-se os portos do Estado e os Aeroportos e a Petrobrás continua crescer na costa fluminense. A cidade do Rio de Janeiro tem sido sede de  seguidos eventos que reúnem multidões, sem qualquer atropelo e estão por vir outros mega eventos  como Rio+20 em 2012,cúpula munidal do meio-ambiente.
                                    Apesar disso tudo, no entanto, o discurso do pessimismo amargo da mídia prossegue: agora com a alegação que nada vai ficar pronto para as olimpíadas. Os Jornalões, as Revistas e as TVs. estabeleceram, assim, um marco para o fracasso do país e enchem de munição os pessimistas: tudo vai dar errado para a  Copa e as Olimpíadas...!

                            É urgente renovar e viver " SEM MEDO DE SER FELIZ".

VHCarmo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Momentos de poesia...

POEMA DE NATAL.
Vinícios de Morais.

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os  nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar  a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois, para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos imensamente.
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VHCarmo. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Como se portará a classe média que atingiu 51%...

                                       Torna-se atual a discussão sobre o papel da classe média brasileira, hoje atingindo cerca de 51% da população que, como fato inédito, também conduz à reflexão sobre qual será, particularmente,  a sua influência na conformação do poder político daqui para frente.
                                      O ex-presidente Fernando Henrique em recente pronunciamento enfatiza a necessidade de sua corrente política centrar sua atenção sobre essa classe média à qual atribui papel predominante na luta pelo poder. O “príncipe dos sociólogos” chega a pregar o abandono do povo pobre ao qual confessa terem seus “comandados” perdido a influência.
                                       Em princípio os fatos não têm servido à argumentação do “mestre” pois os ganhos sociais e econômicos da classe média, a tem levado a apoiar as diretrizes do governo e ao abandono das suas teses neoliberais de triste memória.
                                       Este escriba se estende numa pequena análise que aí vai para a costumeira generosidade daqueles que prestigiam este humilde bloguinho.

                                     A CLASSE MÉDIA NO BRASIL ATUAL.

                                   Recuando aos primórdios da independência quando se romperam os laços coloniais, transferindo a gestão da política interna e da sua organização econômica, da colônia para as elites nativas, constata-se a ausência das camadas do povo no processo, bem como a sua quase nula participação na modificação consequente das relações sociais e econômicas herdadas.             Por sua escassa participação a organização interna da sociedade pouco se modificou em função da ruptura do estatuto colonial. As elites nativas, neste particular, cuidaram manter a mesma organização social herdada: com a escravidão e “a marginalização permanente da enorme massa de homens livres”.
                                 A interação histórica do povo (homens livres) com a política e a organização social vai tomar forma mais consistente com a evolução da economia e das relações de produção da ex-colônia, inclusive, com a influência da hegemonia externa transferida, então, para o império inglês.
                                  Com o impacto da evolução do país, então independente, apesar da força daquela influência externa, vai se formando gradativamente uma camada ligada aos interesses do povo livre, constituindo-se, no Brasil, em embrião daquilo que hoje é conhecido como sua classe média.
                                 Desde então esses estamentos portadores de interesses conflitantes com os das elites, vão se agrupando, porém sem homogeneidade, em torno de ideários que buscavam a transformação social e política sem, contudo, sistematizar o seu discurso.
                              Essa embrionária formação de grupos sociais e políticos, após o advento da República, não se organizaram, ainda, de forma a influenciar as decisões políticas e econômicas, permanecendo à margem na solução dos impasses surgidos das crises provocados pela evolução capitalista que se resolveram, sempre, a favor dessas mesmas elites, retardando a evolução econômica e social do país.
                                A chamada classe média atual sedimentada na evolução recente do Brasil, após os anos 30 do século vinte, tanto social como economicamente, adquiriu  um caráter próprio que a distingue da classe média clássica que, em outros paises, tiveram origens diferentes.
                                Na Europa a classe média se formou como pequena burguesia, resultante da revolução burguesa e libertária contra o absolutismo monáquico.    Nos USA pelo próprio caráter da formação histórica do país como nação, por transferência de povos da Europa tangidos pelas lutas religiosas, que se organizando no território como transplantados, formaram a base da sociedade e da economia americanas.
                                 A ação das camadas médias da população brasileira, caracterizada como classe média, tem como sua principal característica a ausência de ideologia própria, por força de sua formação histórica acima analisada.              Poder-se-ia dizer, no entanto, que, por isso mesmo, o caráter da chamada classe média brasileira seria o da sua indefinição ideológica, em virtude de seus interesses difusos. Essa observação tem conduzido certos autores (sociólogos) a negar, até, o seu caráter de classe social por lhe atribuírem essa falta de discurso e prática coletivos.
                                 Na evolução política que se desenrola em nosso país, essa classe média tem se portado de forma oscilante, ora se colocando a favor de teses conservadoras e mesmo da direita, ora integrando políticas progressistas, por vezes se dividindo entre as duas opções. Jamais teve uma atuação  e uma participação política uniforme.
                                 O que se põe atualmente em discussão é se, com o advento do crescimento dessa classe média no país, ela se tornará mais conservadora, ou seja, se colocará a nu o conservadorismo que muitos pensadores afirmam  como sendo de sua  verdadeira natureza sociológica.
                                A análise do recente posicionamento da classe média, no país, não autoriza a hipótese conservadora, posto que ela vem agindo como parte importante e indispensável na promoção política dos núcleos dirigentes, de seus objetivos e movimentos recentes, inequivocamente, de natureza progressista.             Pelo menos nos últimos 9 anos e três pleitos eleitorais, a classe média contribuiu, decisivamente, para o avanço das teses progressistas, da democracia e do repúdio ao ideário neoliberal.
Essa constatação tem base na realidade  e se confirma nas pesquisas sociais sobre a sua atuação como classe.
                                As definições pretensamente científicas que  rotulam a classe média como linha auxiliar da direita perdem, portanto,  significado frente à realidade da sua atuação no nosso contexto político atual.
                              Afinal, o que autoriza a pensar-se que a nossa classe média encarnará, em virtude seu maior peso atual, o papel de resistência ao avanço social e econômico do país ? Somente o futuro dirá , mas o passado não o autoriza.

VHCarmo.