É de se indagar o que pretende uma agência internacional (S&P) ao classificar , sem nenhuma base, uma queda na classificação de risco do Brasil, na situação em que se encontra a economia brasileira.
Por traz disto evidenciam-se interesses inconfessáveis de natureza financeira. É também de notar-se que essa classificação externa aparece ao mesmo tempo em que internamente no país - em ano eleitoral - a mídia e a oposição promovem um terror (falso) sobre a nossa economia. Vaticinam uma crise da economia sem qualquer evidência na realidade. Dispensam-se, criminosamente, de prová-la.
Como afirma o ilustre economista da UNICAMP Gonzaga Belluzo, isto é um verdadeiro estelionato.
Olhem só a entrevista abaixo:
Deu no Estadão.
Que significado isso
tem? Isso é coisa de estelionatários', afirma Belluzzo.
Belluzzo
acredita que mercado deve ser pouco afetado por causa da baixa credibilidade
das agências de risco
25 de março de 2014 | 2h 06
p. Luiz Guilherme Gerbelli - O Estado de S.Paulo
O
ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Luiz Gonzaga
Belluzzo classificou de "estelionatária" a decisão da agência de
classificação de risco Standard & Poor's (S&P) de rebaixar a nota do
Brasil de BBB para BBB-. "O que vem a ser isso, essa decisão das agências?
Que significado isso tem? Isso é coisa de estelionatários. Eles, na verdade,
participaram de um estelionato na crise de 2008."
Na avaliação
de Belluzzo, haverá um "tremelique" no mercado, mas pouca coisa deve
mudar por causa da baixa credibilidade das agências.
A seguir,
trechos da entrevista concedida ao Estado.
Como
o sr. analisa a decisão da agência de rebaixar o Brasil?
Eu acho que as agências de risco não têm nenhuma credibilidade depois da crise
de 2008. Elas é que deveriam ser rebaixadas. Como se pode acreditar numa
agência de risco que deu nota AAA a um pacote de créditos sem que soubessem o
que tinha dentro? O que eles alegaram agora? Que piorou a situação de
endividamento da economia brasileira? Mas qual é a nota que elas (agências) dão
aos Estados Unidos e à França?
A
decisão foi injusta, então?
A dívida brasileira é de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), a dívida líquida
de 30%. O Brasil teve superávit todos os anos, caiu um pouco agora, para 1,9%
do PIB. Mas ainda assim somos um dos poucos países com superávit. O que vem a
ser isso, essa decisão das agências? Que significado tem? Isso é coisa de
estelionatários. Eles, na verdade, participaram de um estelionato na crise de
2008. É inacreditável ter que dar um opinião sobre uma coisa tão evidentemente
inexpressiva, todo mundo acredita na S&P, na Moody's, mas esse pessoal das
agências nem formação econômica decente tem.
Qual
o impacto que essa decisão pode trazer para o mercado?
Vai mudar muito pouca coisa. Eu acho que a reputação delas (das agências) não
justifica uma mudança muito importante. Vai ter, claro, uns tremeliques aí, mas
nada definitivo.
Onde
estarão esses sinais?
Talvez você tenha alguns tremeliques no mercado de ativos porque isso afeta um
pouco a expectativa dos agentes.
O
governo tentou melhorar a comunicação com o mercado. A tentativa foi em vão?
Me parece que essa decisão de rebaixar estava tomada há algum tempo, mas o
efeito vai ser muito passageiro. Como o Brasil continua com grau de
investimento, vai haver um pouco de turbulência e depois as coisas voltam ao
normal. Outra coisa: no Brasil, quando a inflação mostrou um pouco de ímpeto, o
BC imediatamente elevou a taxa de juros, mas enfim, não há o que fazer. Estamos
sob a observação desses estelionatários, vai se fazer o quê? Como uma pessoa
honesta pode acreditar nas avaliações deles ao longo dos anos 2000 até a crise?
Se você ler o relatório do Congresso americano, feito depois da crise, você vai
ver que as referências ao comportamento das agência eram casos de mandar para a
cadeia. Eles burlaram a confiança dos investidores, de todo o mundo.
______________________________ VHCarmo.