domingo, 30 de junho de 2013

Entrevista do Prefeito Haddad


 
 
Deu na Folha hoje, dia 30.06.2013,

 Entrevista do Prefeito Haddad (PT) São Paulo.
                  uma importante afirmação dele quanto a honestidade com que um político  deve dirigir-se ao povo e a fidelidade às propostas feitas na campanha eleitoral.  Isto o tem distinguido  de outros políticos que manejam o verbo para esconder a verdade dos fatos.  Ele foi explícito a prefeitura de São Paulo está falida e foi assim que ele a encontrou. Não seria honesto com seus eleitores e com todos os paulistanos omitir esta situação.

Ao concordar com a redução da tarifas do transporte público, sob pressão das manifestações, foi claro  ao declarar  que, com essa medida. aumentariam as dificuldades  financeiras do governo municipal.   Por outro lado, se dispõe  procurar meios para superar as dificuldades em contato com as entidades ligadas à população, democraticamente.

 Em seis meses de intenso trabalho a atuação do prefeito tem sido sempre no sentido de solucionar as prementes necessidades das populações  mais pobres, inclusive organizando o trânsito público.

Olhem só:
Uma semana depois de anunciar que baixaria as tarifas de ônibus na cidade, o prefeito Fernando Haddad recebeu aFolha em seu gabinete para um balanço.
 
Leiam a íntegra abaixo:
 .
Prefeito Fernando Haddad em seu gabinete; em entrevista, ele afirmou que 'o PT não vai perder o bonde' 

Incia desmentindo ter-se escusado a dialogar e afirmou:

Fernando Haddad - Discordo. Os fatos não são esses. Nas duas primeiras manifestações aqui na Prefeitura, nós tínhamos uma comissão para receber aqueles jovens [do Movimento Passe Livre]. E eles disseram que não havia o que negociar. Era baixar ou baixar [a tarifa de ônibus]. Os jornalistas registraram a recusa [de diálogo]. E escreveram inclusive que eu não deveria negociar com vândalos. Fui criticado por abrir diálogo com aqueles que eram considerados vândalos. E que hoje são festejados pela mesma imprensa que os acusou.

E o que diria a eles?
Eu queria explicar que a tarifa estava defasada há dois anos e que toda a região metropolitana tinha feito o reajuste, em janeiro, para R$ 3,30. E que em SP ele seria menor do que a inflação. Mas só houve o pedido de diálogo [dos manifestantes] no dia em que eu e o governador Geraldo Alckmin estávamos em Paris, por causa da Expo 2020. O município e o Estado foram pegos no contrapé por atenderem ao pedido do governo federal para não dar o aumento antes, aguardando as desonerações. E ficaram isoladamente como aqueles que estavam aumentando.

Por que relutou tanto em baixar a tarifa?
Porque isso vai ter consequências de médio e longo prazo imprevisíveis. Não estamos falando só de 2013.

Será impossível um aumento em 2014?
Não vou nem discutir esse tema. Tenho que fechar as contas de 2013. Meu longo prazo é dezembro.

A prefeitura quebrou?
Você quer uma palavra [rindo]... A posição da prefeitura é de insolvente.

São R$ 200 milhões para cobrir a baixa da tarifa em 2013?
Que nós não tínhamos. Mas tem uma boa notícia: o sucesso do programa de parcelamento do governo estadual, que aumenta o repasse do ICMS para o município na ordem de R$ 276 milhões. A repactuação da dívida com a União, no Congresso, se tornou premente. SP é hoje a cidade mais debilitada do país em função da dívida e dos precatórios, questão em aberto [no STF], com repercussões desastrosas sobre as finanças municipais.

E para investir?
Temos cerca de R$ 3 bilhões. Que para SP não é nada. Precisaríamos de R$ 6 [bilhões] para chegar em um patamar mínimo. Por isso fiz questão de deixar claro as consequências desse gesto [de baixar a tarifa]. Em termos per capita, SP investe menos da metade do Rio. Os contratos de terceirização tiveram aumento vertiginoso, muito acima da inflação nos últimos três anos. Fizemos um enorme esforço e conseguimos economizar R$ 500 milhões. Para fechar a conta.

E quando decidiu baixar?
Foram três fatores. A decisão da prefeitura do Rio, que estava com uma mega manifestação prevista para o dia seguinte, a decisão do governo [de não votar novas desonerações] e relatos sobre a segurança pública [em SP]. Não havia resposta das forças de segurança em relação aos saques e depredações. Diante das circunstâncias e dos riscos para a população, eu tomei a decisão. Para mim, o mais importante é que não terei falseado para a população as consequências. Nunca faltei com a verdade nem soneguei informação. Eu vou para onde me convidarem, rádio, televisão. É claro que, quando você convoca manifestação, aparecem 50 mil. Quando fala "vamos discutir", 40 mil somem.

Sempre se discute desonerações. Mas pouco se fala das empresas. Elas lucram muito? São máfias, cartéis?
Se há uma coisa que eu não temo é a abertura de qualquer dado ou documento sobre isso. Nós cancelamos a licitação [para renovar os contratos com as companhias de ônibus, por 15 anos e
R$ 46 bilhões]. Entendemos que eles vão superar três, quatro administrações. Neste contexto, não podem ser feitos sem muita participação.

Mas iam ser feitos caso não houvesse passeatas.
Eles estavam em consulta pública. O contexto mudou. Ninguém pediu para... Ninguém participa dessas coisas. Fizemos reunião com milhares de pessoas nas 31 subprefeituras para discutir um programa de metas. Das 9.000 propostas que recebemos, três referem-se ao preço da passagem. Três! E nenhuma pedia o passe livre.

Essa é uma pauta de estudantes de classe média?
Do meu ponto de vista, uma pauta de todos é a da qualidade. Por isso que o edital [para a renovação dos contratos com as empresas] alterava regras como o pagamento por passageiro. Hoje, não importa se o ônibus carrega 50 ou 150 pessoas. E muitas vezes o empresário prefere pagar multa do que botar o ônibus para circular.

Mas o cancelamento só ocorreu depois das manifestações.
Mas é evidente que tenho que usar isso. Não posso desperdiçar a energia das ruas. Agora, assumi em janeiro, com contratos vencendo. Se não faço a licitação, sou acusado de forçar um contrato de emergência [sem concorrência] e favorecer empresário. Se faço, sou açodado. Você não escapa. Hoje vocês publicam notícia de que a CPI [da Câmara, que investigará o sistema de transporte] é governista. Ela não é governista nem deixa de ser. Todos os partidos têm o direito de participar. E ainda, desculpa, têm o disparate de dizer que são ínfimas as chances de [a CPI] me atingir. Como assim? Qual é a acusação?

A CPI vai ser transparente?
É problema da Câmara. A minha administração vai ser. Considero quase um desrespeito dizer "são ínfimas as chances..." Estamos chegando, abrindo números, discutindo com a sociedade. Do que estamos falando, afinal?

*Com a criação das faixas para ônibus, pode haver conflito com os usuários de carro. *
A faixa exclusiva é uma decisão política, é comprar briga [com carro]. Uma decisão difícil de ser tomada. Tanto é que ninguém tomou. Estou cumprindo exatamente o meu programa de governo. Porque agora também virou pecado cumprir compromisso de campanha.

E o pedágio urbano?
Não simpatizo. Operacionalmente, é complexo. A chance de injustiça é grande. O transporte como um todo financiar o transporte público me parece mais engenhoso. É até paradigmático, até como política pública tipo exportação. Padrão Fifa, como se diz.

O plano de implantação do bilhete único foi afetado?
Nós temos aí o desafio de fazer essa transição na ponta do dedo. Você gerou uma instabilidade em um sistema que é muito frágil, muito delicado. Tem insegurança.

Não há uma certa letargia do poder público, que foi chacoalhada pelas passeatas?
Sinceramente, a energia da rua é boa, se bem canalizada, bem utilizada. Mas a administração pública tem que cumprir o seu dever com ou sem passeata. Estávamos cumprindo sem, e vamos continuar cumprindo com. O corte do meio bilhão de reais em contratos não dependeu de passeata para ser feito.

O PT está perdendo o bonde dos movimentos sociais?
Não tem hipótese. O PT é a maior e mais eficiente máquina de organização popular já criada no país. Quem não quiser ver isso vai se surpreender. Em nenhum tempo houve isso. E isso não vai se perder. O PT é um patrimônio da democracia. Nasceu da base, do cortador de cana, do metalúrgico. Agora, outros movimentos surgirão.

A inflação pode estar levando as pessoas para as ruas?
A conjuntura pode afetar. O PT tem entre 25 e 30% de preferência partidária. Se nós somarmos com outras legendas, chega a 50% do eleitorado. Ou seja, tem um povo aí que talvez não esteja conseguindo fazer sua voz chegar nesses canais institucionais. Tem um povo apartidário na rua, e curiosamente é de esquerda e de direita.

O país não tem tradição de manifestações.
Em Caracas [Venezuela], em Buenos Aires [Argentina], Santa Cruz de La Sierra [Bolívia], em Quito [Equador] é normal ter manifestação. E aqui, não. Parece que agora você vai ter uma democracia de pessoas querendo se manifestar. Contra a intolerância, o preconceito, a Copa, as tarifas. Também nos países ricos o povo não sai da rua, até com pautas conservadoras, contra a união civil de pessoas do mesmo sexo. Não precisa estar em crise. A pergunta que cabia era: por que o Brasil é o único país do mundo que não se manifesta?

Talvez por isso tanto susto.
Tem uma disputa. E tem gente que, conhecendo o perfil conservador da sociedade brasileira, teme pelo pior.

E o senhor?
Não. As bandeiras conservadoras já vinham se expressando no Brasil, sobretudo nas eleições. E agora elas ganharam expressão fora do período eleitoral, o que é uma novidade. Nas manifestações das Diretas Já [em 1984] ou pelo impeachment [de Fernando Collor, em 1992], você tinha uma pauta homogênea e progressista.

E agora?
E eu diria que isso não está definido em relação, hoje, à agenda da rua. Se ela é progressista. Ou se revelará contradições e tensões que podem desaguar em retrocessos. É uma preocupação razoável de pensadores que têm distanciamento para analisar. O Brasil vai ser um país mais provinciano, mais atrasado, mais conservador, fechado? Ou é uma energia que vai ajudá-lo a se abrir mais? A sociedade abriu a discussão. E, quando isso ocorre, você não sabe o fim da história. Não tem segurança sobre o fim do processo.

E o ex-presidente Lula?
Lula é muito diferenciado. Ele se sente sempre estimulado por esse tipo de ebulição. Não se deixa acuar.
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VHCarmo.
 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Palavra do Lula ( A Folha não tem jeito).



                                 N O T A 


São fantasiosas, sem qualquer base real, as opiniões que me foram atribuídas pela Folha de S.Paulo, em matéria (de Catia Seabra ( ???) e Márcio Falcão – PHA) publicada hoje na página 4 do jornal. Não fiz qualquer crítica nem em público, nem em privado à atuação da presidenta Dilma Rousseff nos recentes episódios. Ao contrário, minha convicção é de que a companheira Dilma vem liderando o governo e o país com grande competência e firmeza, ouvindo a voz das ruas, construindo soluções e abrindo caminhos para que o Brasil avance, nossa democracia se fortaleça e o processo de inclusão social se consolide. 

Em particular, a presidenta mostrou extraordinária sensibilidade ao propor a convocação de um plebiscito sobre a reforma política. A iniciativa tem o mérito de romper o impasse nessa questão decisiva, que há décadas vem entrando e saindo da agenda nacional, sem lograr mudanças significativas. Ouvindo o povo, nosso sistema político poderá se renovar e aperfeiçoar. É o que se espera dele.

Luiz Inácio Lula da Silva

domingo, 23 de junho de 2013

A Presidenta falou com firmeza.....


Poucas pessoas, neste nosso País, têm como nossa Presidenta moral para expressar com firmeza e consistência sobre as Manifestações ( passeatas) de setores da população; e ela o fez de forma firme.

 Enquanto certos setores da mídia golpista tentam dirigir o movimento  apartidário contra governo a Presidente chama a todos à razão.

 O movimento encontra o país com índices positivos no emprego, na economia, na melhor distribuição da renda, na valorização do trabalho e na diminuição da pobreza e, sobretudo, dentro da normalidade democrática. Essas reivindicações amplas sugerem, enfaticamente,  uma desobstrução dos órgãos decisórios para promover medidas no sentido de contempla-las. Abrem, inclusive, oportunidade de o Congresso formalizá-las sob essa pressão legítima das ruas.

São impatrióticas, no entanto, não só a violência de uma minoria como a tentativa do uso do Movimento para alcançar ganhos partidários da oposições sem discurso e a desestabilização do regime democrático.

Este escriba deixa transcrito neste humilde  bloguinho, abaixo, o pronunciamento da Presidente Dilma como um registro que o dignifica.

Olhem só;

Minhas amigas e meus amigos.

Todos nós, brasileiras e brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção, as manifestações que ocorrem no país. Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.

Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder.

Como presidenta, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia.


O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.

Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.

O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma pequena minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.

Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.

Brasileiras e brasileiros,

As manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.

A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.

Sou a presidenta de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática.

Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão.

Esta mensagem exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar.

Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.

O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, de sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.

Brasileiras e brasileiros,

Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar.

Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes.

Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.

Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.

Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação, e vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.

Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.

Minhas amigas e meus amigos,

Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça.

Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.
Boa noite!
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vhcarmo.
 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Considerações pertinentes sobre as "Manifestações"...

O Blog do Cafezinho, mais uma vez, apresenta a opinião e as pertinentes reflexões do jornalista  Wanderley Guilherme dos Santos sobre as chamadas “Manifestações”; sua dispersão e a sua falta de unicidade bem como  a ausência de um canal de comunicação com as instituições políticas capazes de viabilizar uma proposta concreta passível de encaminhamento.   É um texto admirável do provecto jornalista.

 

Olhem só:

 

 

Odor fétido

Enviado por Miguel do Rosário on 20/06/2013 – 12:27  Um Cafezinho com Wanderley
Contrabandos autoritários em boa fé alheia.

Por Wanderley Guilherme dos Santos
É frenética a competição pela atribuição de sentido a manifestações deste junho que já não possuem sentido unívoco algum. Da tentativa de apropriação pela mídia conservadora, que obteve sucesso em pautar as demandas e insinuar o roteiro das caminhadas, às solenes reflexões sobre o aprofundamento da participação popular e o esgotamento da democracia representativa, nada faltou para obscurecer o já espinhoso desafio de compreender o sucesso e eventuais explosões de coletividades. Até mesmo a subserviente beatificação da juventude pelos velhotes assustados com o estigma de superados, caso não adotem o corte de cabelo à moicano, compareceu. Mas em seu tempo, a bem da verdade, nenhum deles foi preservado de cometer sandices pela juventude de que desfrutavam.
É razoável atribuir ao aumento nas tarifas dos transportes coletivos a força causal que pôs em movimento as primeiras manifestações. A repressão bruta, na cidade de São Paulo, à passeata de quinta-feira, 13 de junho, forneceu uma razão suficiente para a velocidade inédita com que manifestações semelhantes se disseminassem horizontalmente em várias capitais. Ao saírem às ruas, na segunda-feira, dia 17, o que as marchas conquistaram em adesão extensa perderam em unidade reivindicatória. Do mesmo modo, a causalidade que mobilizava o povaréu tornou-se múltipla e não automaticamente coerente. A lista de reivindicações avolumou-se, fragmentando os grupos de interesse e anunciando o óbvio: é impossível atender completa e instantaneamente a todas as deficiências do país. Insistir nisso é torcer por um impasse sem negociação crível. O clima ficou grávido de sinais disparatados, com a ausência de coordenação de legitimidade reconhecida. Paraíso para todos os oportunismos, charlatanices, além dos equívocos de boa fé.
Nada a ver com os “cara pintadas” do “Fora Collor”. À época, todos foram às ruas com o mesmo e único propósito: o impedimento do presidente . Princípio causal único do movimento, indicava o que era apropriado e o que não era apropriado fazer. Não havia sentido, para o objetivo comum, promover depredações, alienar aliados ou desrespeitar adversários. Muito menos aproveitar a audiência para fazer propaganda de algum interesse faccioso. Agora, a que vem a PEC 37, por exemplo, nas manifestações sobre aumento de passagens de coletivos? – Trata-se de um aprofundamento do processo decisório, dirão alguns de meus colegas. Sim, e por conta disso lá virá a mídia conservadora sugerir que as manifestações não parem, apenas substituam as bandeiras, quem sabe sabotar as próximas licitações ferroviárias, rodoviárias e aeroviárias fundamentais para o país? Ou, ainda melhor, alterar o sistema de partilha do pré-sal e revogar a exigência de participação da Petrobrás? As suaves apresentadoras do sistema golpista de comunicação passaram a perguntar ao repórter que cobria manifestação na cidade de Niterói se os protestos não iriam se dirigir à ponte Rio-Niterói, justo depois dos prefeitos do Rio e de Niterói revogarem o aumento nos transportes. Em qualquer democracia que se preze essa incitação à desordem não ficaria sem conseqüência.
Ao contrário de ser uma beleza de movimento sem líderes, o espontaneísmo infantil se revela um desastre na confissão de alguns de que não conseguem impedir a violência de sub-grupos. Nem por isso deixam de ser responsáveis por ela na medida em que continuarem recusando a adesão cooperativa das instituições com alvará de estabelecimento reconhecido, instituições capazes de assegurar a virtude pacífica das manifestações. É politicamente primitivo, nada vanguardista, impedir a associação de movimentos organizados e, inclusive, de partidos políticos, desde que submetidos ao objetivo central da manifestação. Em movimentos de boa fé democrática há a hora de desconfiar e a hora de convergir. Ou estão sub-repticiamente provocando o descrédito de legítimas instituições democráticas a pretexto de alargar a esfera de liberdade do espaço público?
Não são só os de boa fé e bem intencionados que se manifestam e pautam o “espontâneo” alheio. Reconheço o odor fétido dessa teoria de longe.
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VHCarmo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Outra reflexão; um mesmo argumento.


Na mesma linha da reflexão que este blogueiro postou ontem, ele tomou conhecimento hoje do texto abaixo publicado na Folha de São Paulo.  O jornalista Fernando Rodrigues vai mais longe e aponta  impossibilidade de satisfação das reivindicações sem a intermediação democrática dos órgãos políticos, ou seja, o parlamento em todos os seus níveis, quer se o considere mal ou bom, mas que  foi eleito pelo povo, segundo as regras constitucionais e legais vigentes.

Olhem só:

Deu na Folha. 

O rumo dos indignados.

BRASÍLIA - Recebi muitos comentários (alguns impublicáveis) por meio de redes sociais por ter afirmado ontem que os manifestantes de rua tendem a ficar "órfãos por algum tempo de um representante político". Até porque rejeitam todo o establishment partidário atual.

Uma das críticas mais recorrentes foi sobre minha incapacidade de compreender que os protestos são horizontais, sem líderes e fora das convenções. Para os ativistas, se um outro mundo é possível, outra mediação institucional também é.

A maioria dos ativistas rejeita os políticos e os partidos. Mas ainda não ficou claro como seria uma outra forma de representação fora do Congresso Nacional. Hoje, a Câmara e o Senado são as instâncias nas quais as demandas têm de ser resolvidas numa democracia representativa como a brasileira. A não ser que os manifestantes defendam o fechamento do Poder Legislativo. É isso?

Se o Congresso se mantiver aberto, com todos os seus (imensos) defeitos atuais, como serão encaminhadas as propostas que estão emergindo das passeatas? Iniciativa popular é uma possibilidade, mas dá muito trabalho. Além do mais, quem acaba votando são os deputados e os senadores agora tão repelidos.

Outra saída para os ativistas seria propor democracia direta. Os votos poderiam ser dados, quem sabe, por meio da internet. O Congresso seria dissolvido. Só que o Brasil teria de passar por uma revolução para alcançar esse estágio --os três Poderes são cláusulas pétreas da Constituição e nenhum pode ser eliminado com uma canetada.

Faço essa reflexão para dizer que os movimentos de rua sem capacidade de organização tendem a ser esvaziados pelos poderes constituídos na base de concessões objetivas. Alguns prefeitos e governadores já aceitam reduzir as tarifas de ônibus. Outros benefícios virão. Aí será testado o grau de indignação real de quem hoje ocupa as ruas do país.


Fernando Rodrigues 

§   

terça-feira, 18 de junho de 2013

Breve reflexão sobre as "Manifestações"...

             

Breve reflexão sobre as manifestações do MPL.

O movimento popular que a mídia convencionou chamar de “Manifestações”, talvez, pela primeira vez no Brasil, se caracteriza primacialmente pela motivação um tanto difusa vez que o mote principal não empolga de maneira geral a população. 

O transporte urbano nas nossas metrópoles não é dos melhores e podia ser bem melhor do que é, mesmo se considerado o tempo em que foi legado ao abandono pela autoridades.

Mas disto não se fala nas ruas, ou seja, da melhoria do trânsito coletivo urbano;  quer-se sem pagamento.

Nota-se que a elevação de preço (em 0,20 centavos), embora gritado e pichado, não é exatamente o que move os jovens manifestantes, em sua maioria de classe média, estudantes secundaristas e universitários.

Talvez, a massa pobre (o “lupem” sub-proletariado)  que não veio às ruas teria motivos de se manifestar contra a elevação do preço das passagens, mas não compareceu. Não vieram os partidos políticos.   Não vieram os sindicatos.   Não vieram as organizações sociais, nem a UNE que é legitima porta-voz dos estudantes.

  O movimento ou “manifestação”embora reúna muita gente  apresenta-se sem organização, ou seja, sem uma direção central política conhecida da massa para encaminhar os protestos e uma pretendida solução das reivindicações devidamente  estruturadas  em uma pauta com as autoridades constituídas.  

 Essa situação se apresenta anárquica o que  não só dificulta o diálogo, como propicia as ações dos extremistas que utilizam métodos violentos e predatórios, que, por outra parte, desencadeiam a violência policial.  Estes núcleos extremistas  dificultam o surgimento das lideranças, necessárias para o êxito do movimento que contaminam de forma irresponsável.

Após os primeiros choques e grandes desfiles nas ruas veio o chamamento pelas autoridades, propondo abrir um o diálogo com vistas a estudar e, de qualquer forma, em caminhar uma solução.

Vê-se, então, que a auto intitulada liderança não tem controle do processo da Manifestação; não só pela pouca idade e inexperiência do grupo, mas, e sobretudo, pela sua incapacidade de se comunicar com o movimento e falar em nome dele. 

 Por outro lado, caracterizou-se, até aqui, a dispersão dos motivos do protesto que a mídia tenta levar para a política, sempre tentando criar dificuldades para o governo.

 Não é de se estranhar, também,  que as casas legislativas foram objeto de invasões e protestos (inclusive vandalismo) tirando do foco o que seria  motivo principal da “manifestação”.  Cartazes contra a PEC 37, em Brasília, foram vistos sem qualquer relação com o MPL.

Coisa parecida aconteceu na Espanha com o movimento dos “Indignados” que repudiava, como aqui, qualquer partido político e qualquer comando institucionalizado.  Também na Grécia movimento idêntico dispensava publicamente aquelas instituições de classe.
 Reuniam-se nas ruas e nas praças daqueles países multidões de mais 10 mil pessoas em cada  protesto.      Conclusão: embora considerado o vulto inicial dos protestos eles se extinguiram lentamente, por falta de comando e encaminhamento do diálogo e soluções e  pela dispersão dos objetivos.
  O que aconteceu naqueles países é de todos conhecido prevaleceu a repressão.

Antes que o movimento “Manifestações” seja alvo de violência policial para conter as predações, urge trazer ao diálogo alguém, ou uma entidade,  que de fato saiba, em nome da maioria, combinar com as autoridades uma forma de entendimento total e/ou parcial das reivindicações postas nas ruas, sem violência.

A posição do Partido dos Trabalhadores, através da sua Executiva Municipal de São Paulo, ver abaixo , coloca a sua afirmação contra a violência policial, em favor da liberdade de manifestação e apela para que se evite nas manifestações usar a violência contra pessoas, contra os bens públicos e particulares.

Impõe encaminhar as energias dos jovens para a construção de uma democracia forte que resista aos impulso golpistas da mídia conservadora que não suporta um governo voltado para as populações mais pobres.  Esta é uma tarefa de todos.
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VHCarmo.













segunda-feira, 17 de junho de 2013

NOTA DA EXECUTIVA MUNICIPAL DE SÃO PAULO.

  Este  humilde bloguinho transcreve abaixo a judiciosa, como sempre, Nota do Diretório do PT Municipal de São Paulo, cidade fortemente afetada pelo abandono do transporte público que os governos anteriores legaram a nossa maior metrópele.   Falar em transportes públicos naquela cidade é falar em caos. Quem sofre mais pelo caos são os trabalhadores e os mais pobres.  A violência policial não resolve e depredação dos bens públicos não se justifica. A posição do PT vem em consonância de suas diretrizes e respeito à ordem democática.
 
Olhem só:

NOTA DA EXECUTIVA MUNICIPAL DO PT:

As recentes manifestações na cidade de São Paulo contra o aumento da tarifa de ônibus, trem e metrô para R$3,20, lideradas por vários movimentos sociais, dentre eles o MPL Movimento do Passe Livre, trazem para pauta do dia as péssimas condições de transporte e de descaso com a mobilidade urbana na cidade de São Paulo nos últimos anos.

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores vem, através de sua Executiva, trazer algumas considerações sobre os acontecimentos.

A defesa por um transporte público de qualidade para todos os paulistanos sempre foi uma bandeira do partido. Foram nas gestões petistas na cidade que tivermos os maiores avanços nesta área, tais como Bilhete Único (que permitiu a maior economia da historia para os usuários frequentes do sistema de ônibus), corredores de ônibus, integração com os Terminais, enfim uma efetiva prioridade para um sistema público eficiente e mais barato para o usuário.

O Partido dos Trabalhadores sempre defendeu a legitimidade dos movimentos populares na luta por melhorias, seja no transporte, saúde, habitação e demais serviços públicos, de forma pacífica, democrática, com total liberdade de expressão.

Os focos localizados de violência, praticados por parte de alguns manifestantes ocorridos nos últimos três dias na cidade de São Paulo não podem levar à criminalização da luta legítima por transporte público e de qualidade na cidade.

Repudiamos a ação truculenta e sem diálogo da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que tem sido a mesma nas greves de Professores do Estado, da saúde, dos movimentos populares em geral, sob o comando das gestões do PSDB no Estado.

O Governo Democrático e Popular liderado pelo prefeito Fernando Haddad já está apresentando para a população de São Paulo ações que constam em nosso Programa de Governo na área de transporte público, como Bilhete Único Mensal que começará a funcionar em novembro agora, que reduzirá custos com o transporte para muitos paulistanos; a construção de 150 km novos de corredores na cidade para ampliar a velocidade média dos ônibus; e também serão licitados 11 novos terminais, nas zonas Sul, Leste e mais um na zona Norte.

Teremos também a ampliação das ciclovias na cidade, fazendo com que o trabalhador possa deixar o carro em casa e se dirigir a um metrô ou terminal usando a bicicleta.

Pela primeira vez nos últimos anos o reajuste da tarifa foi muito abaixo da inflação, exigindo um enorme esforço orçamentário da prefeitura que levará a um subsidio recorde de mais de R$ 1,2 bi. O prefeito cumpriu o que prometeu na campanha: reajustes abaixo da inflação.

Sabemos bem, porque estamos nesta luta há décadas, que o transporte continua caro e pesa muito no bolso do trabalhador e das famílias.

É necessário discutir seriamente as formas de financiamento de uma tarifa menos onerosa para a população.

A presidente Dilma já deu o primeiro passo, desonerando o transporte público do pagamento do PIS-COFINS. Precisamos avançar mais. O Estado de São Paulo pode e deve desonerar o ICMS do diesel para o transporte público, permitindo abaixar ainda mais a tarifa. E registramos ainda que é necessária uma fonte permanente de subsidio à tarifa, oriunda daqueles que utilizam o transporte particular.

Dirigimos-nos a todos que lutam por transporte público de qualidade e com tarifas mais baixas para estabelecer uma pauta programática com objetivos de curto e médio prazo para ampliar esta luta.

A negociação de uma pauta de melhoria do transporte público e de tarifas menos impactantes aos usuários do sistema exige um desarmamento de espíritos e a busca do diálogo. Temos a certeza que o prefeito Haddad tem essa disposição. Da nossa parte buscaremos com todas as forças criar condições para esse diálogo entre todos que lutam por uma cidade mais justa.

São Paulo, 14 de junho de 2013.

Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores
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VHCarmo.

sábado, 15 de junho de 2013

"Algo mais" é um soneto no bloguinho.


Em "algo mais" neste bloguinho vai, para   a emoção da gente, o último soneto da série de cinco de Guilherme de Almeida;   do início ao fim de um caso de amor. Da felicidade do encontro à  dor da   despedida.

  Falar em soneto é muito falar de amor em todas as suas implicações sentimentais desde os espasmos da felicidade e da dor até aos devaneios provocados pela contemplação da natureza.

Olhem só:

N Ó S

( Guilherme de Almeida),

 

Fico - deixas-me velho.  Moça e bela,

partes, estes gerânios encarnados,

que na janela vivem debruçados,

vão morrer debruçados na janela.

 

E o piano, o teu canário tagarela,

a lâmpada, o divan, os cortinados:

"Que é feito dela?" indagarão coitados!

E os amigos dirão: "Que é feito dela?"

 

Parte! E  se, olhando atrás, da extrema curva

da estrada, vires esbatida e turva,

tremer  a alvura dos cabelos meus;

 

irás pensando, pelo teu caminho,

que essa pobre cabeça de velinho

é um lenço branco que te diz adeus.

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Guilherme de Andrade e Almeida - Campinas (1890). Chamado "Príncipe dos poetas brasileiros".