Quando se desenha um quadro crítico em relação à campanha do Zé Serra que procura desesperadamente um foco, para deter a sua queda evidente nas pesquisas eleitorais, a mídia que faz a sua campanha, principalmente, a Folha de São Paulo (até em editorial) começa a cobrar a apresentação de programa da oposição para o país, enquanto o candidato vacila.
Até agora, ao contrário da candidata do governo, que vai fundo nas questões de interesse do país, particularmente do povão, da classe média e dos trabalhadores, discutindo em suas aparições em todos os foros os caminhos para o crescimento econômico com justiça social e eliminação da pobreza, o Caviloso fala em generalidades absolutamente desligadas da realidade. É exemplo o seu último pronunciamento no nordeste onde afirmou que vai ressuscitar a SUDENE, órgão que o governo do seu patrono FHC extinguiu, não antes de propiciar o enriquecimento das oligarquias do nordeste com financiamentos jamais pagos e obras, mais das vezes nem começadas ou que restaram abandonadas.
No seu discurso quando faltam proposições sobram ataques sem fundamento, arranjos, dossiês que nunca vêm a público usando inclusive dados e fatos sem qualquer base. Outro exemplo foram as infelizes declarações contra a Bolívia. Aliás, o candidato da oposição frustra a expectativa até de seu público que, naturalmente, esperava mais de sua atuação, pois ele vinha sendo vendido pela mídia como “o mais preparado”.
A relação do candidato da oposição com o núcleo da mídia que o apóia, se reveste de contradições internas. Valendo-se, de seu prestígio, exige e consegue afastar dos jornalões quaisquer jornalistas que ensaiem contrariá-lo ou até aqueles que procuram fazer uma análise mais isenta de seus ataques e pronunciamentos.
A oscilação do discurso e a falta de propostas concretas para um possível governo, chega a proporcionar alguns fatos embaraçosos para o candidato da oposição. Na terra do Padre Cícero, Juazeiro do Norte, onde foi a pretexto de fazer uma peregrinação, acolitado pelo Senador Tasso Jereissat, o Serra tentou passar-se como candidatado do governo Lula, apresentado pelo Guru, vagamente , como sendo “o Ministro”. Houve evidente malestar, pois alguém denunciou a trama.
A essa altura do processo eleitoral a gente é levada a analisar como a direita se coloca nessa tarefa de eleger Serra e restaurar o neoliberalismo. O eminente sociólogo Emir Sader, em entrevista recente, se referindo à direita analisa:
"Eles têm o poder econômico e o poder da mídia. Há uma margem de gente que vota no Serra e outra no Lula. Precisamos nos atentar para outro fato: em São Paulo e rumo ao Sul do país existe um antipetismo que precisamos entender e desarticular. E antipetismo é voto para tucano. Há, evidentemente, outros votos que não deciframos. Por exemplo, uma margem de pessoas que não sabem a diferença entre votar em um candidato do Lula e em um candidato tucano. Simplesmente, não sabem.
Portanto, a derrota será um desespero para a direita. Posso até pensar que caso isso aconteça, a imprensa começará a avaliar algumas coisas, mas até agora isso não aconteceu. De qualquer forma, eles estão em uma situação limite".
Vislumbra-se no horizonte político o velho recurso da mídia quando pinta o desespero. Os jornalões e, especialmente a podridão da Revista VEJA, devem desencadear uma série de escândalos e denúncias falsos ou desencravar velhos fatos e denúncias já resolvidos para agitar o ambiente e promover a sua “sujeira”e “baixaria” costumeiras.Julgam que por aí vão promover seu candidatado. O “moralismo” tipo udenista persiste, visando preferentemente a parte da classe média preconceituosa.
Com as recentes pesquisas já se pode ter a sensação de que a candidata do governo Lula tem amplas possibilidades de ganhar a eleição até em primeiro turno. Segundo fontes da Vox Populi, no Estado do Rio, Dilma abriu 15 pontos sobre o Caviloso.
Lula é o cara e a Dilma é a cara do Lula.
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