Reflexão necessária.
Verifica-se, de modo
claro, nessas eleições municipais o recuo das forças políticas e dos movimentos
organizados da sociedade, vítimas de ataques sistemáticos promovidos pela
direita fascista em conluio com a mídia monopolista.
Por outro lado, a
fragmentação da representação política com a multiplicação de pequenos partidos
populistas sem base ideológica, facilita
a emergência de fações de seitas religiosas
, via de regra racistas, machistas e reacionárias, guiadas por líderes
conservadores imunes à crítica da mídia conservadora.
Instalado o governo
ilegítimo por obra de um golpe que vulnerou a Democracia e o Estado de Direito
foi aberto o caminho para seguidas transgressões da institucionalidade e da
legalidade, resultando uma licença para as transgressões em nome de uma justiça fora e acima da lei, imposta por uma
facção e seus partidos.
A representação
política dos partidos de esquerda ligados aos movimentos sociais, às lideranças
sindicais e a sociedade organizada são alvo da incansável disseminação do ódio,
promovida pela mídia e da discriminação seletiva do aparelho policial, do
Ministério Público e da Justiça que se especializa por tentar destruir seus
líderes.
Neste quadro se pode
fazer uma ideia do significado da eleição municipal. O Município revelou de modo expressivo a
situação exposta. Nas grandes cidades a
disseminação do ódio ao PT, o principal partido ligado à classe operária, seus
sindicados e, em geral, aos movimentos sociais, veio a promover a eleição de representantes
de partidos sem tradição ideológica (resultantes da fragmentação) e o
afastamento de políticos ligados à esquerda e às reivindicações e conquistas populares. Em São
Paulo afasta-se Haddad em proveito de um milionário sem qualquer vivência
política e ligado ao neoliberalismo e a direita. No Rio surge um bispo de uma
das seitas religiosas, que se revela um traidor ao apoiar o golpe contra um
governo do qual participou.
Convém notar que
sobrevive em alguns municípios o PSOL que, mesmo sendo um partido que orbita na
esquerda política, representa uma parte da classe media e do funcionalismo
público, não tendo nenhuma conexão com os movimentos operários, de
trabalhadores em geral e da sociedade organizada. Contra ele as baterias do ódio da mídia se
calam. O apoio do PSOL às questões
correntes que se apresentam na luta política, principalmente na arena do
legislativo, se aproximam muito da posição dos partidos conservadores.
Em face do que se viu
nesse primeiro turno, as esquerdas autênticas, à semelhança do que ocorre hoje
nos países centrais estão sendo alijadas das lutas políticas com o
ressurgimento do fascismo, principalmente nos países mediterrâneos , na França
e na Alemanha, que se permitem operar fora da lei contra as populações pobres e
os imigrantes.
No nosso país
instalou-se, igualmente, o império da ilegalidade aplicável seletivamente
contra as representações políticas populares em favor de um neoliberalismo
entreguista que avança no processo de destruição das conquistas do nosso povo.
O nosso posicionamento
no segundo-turno das eleições, onde houver, deve nos levar a um detido exame político que envolve a todos e
cada um daqueles que a gente deve escolher com vista a preservação da sua
posição ideológica e a defesa dos nossos valores.
VHCarmo- 03.10.2016.
Ver a seguir abaixo complemento desta reflexão.