sábado, 19 de setembro de 2015

REFLEXÃO NECESSÁRIA -7 - A Farsa do PSDB.

                              REFLEXÃO NECESSÁRIA – 7.
                                                  A farsa do PSDB
 
Ao assistir na TV a propaganda eleitoral do PSDB a gente é agredida com a mais deslavada mentira e a mais cínica proposta  política.

Há simplesmente um total falseamento da verdade e uma demonstração, repita-se, de cinismo,  ao propor-se como um caminho para o Brasil.    Além de atacar o Partidos dos Trabalhadores  e o governo sem nenhum escrúpulo  e amor à verdade, se propõe  como sua alternativa.

O PSDB - seus próceres parecem que se esquecem -  esteve por oito anos no governo, pois bem, é de se indagar qual foi a herança que deixou?   Seus políticos julgam que o povo esquece e se deixará contaminar pelo ódio. Vajamos:
 Ao terminar o governo do FHC , o Brasil tinha regredido para a 13ª. Economia do mundo; tinha quebrado três vezes,  sendo que da última quebra, nem o FMI o socorreu, tendo FHC de forma humilhante aceitado o socorro do governo americano. A dívida interna estava totalmente dolarizada.
 Iniciou-se  o mandato de Lula com uma imensa dívida externa pendurada no FMI e o Tesouro vazio. O país e o seu povo restaram mais pobres. O desemprego disparou e a inflação chegava as 12% aa. Frequentávamos, então, o Mapa da Fome(ONU)
O que governo tucano  custou?: a alienação do nosso patrimônio.   A alienação criminosa das nossas empresas públicas, entre elas a nossa maior  siderúrgica, a Siderúrgica Nacional; a segunda maior mineradora mundial, a Vale do Rio  Doce e o seu colossal acervo estratégico; os Bancos Públicos estaduais e centenas de empresas menores.  Alienações financiadas por nosso próprio país, aceitando títulos podres por valor de face nunca resgatados. Salvaram-se da alienação a Petrobrás  e o Banco do Brasil pela grita dos patriotas contra o processo que já se iniciava.
No período do falastrão e entreguista FHC acabou-se a nossa indústria naval que era a mais desenvolvida da América Latina.  Os nossos portos restaram sucateados;  não foi feito um novo porto sequer, nem um metro de estradas de ferro; nem um centímetro de estradas de rodagens e as existentes  restaram sucateadas e intransitáveis.  Sucateou-se a nossa infraestrutura existente e nenhum investimento se fez nela. Não foi feita uma hidroelétrica sequer e nenhuma linha de transmissão de energia.  Extinguiu-se, em favor das empresas estrangeiras, a navegação de cabotagem que era estatal e o monopólio da Petrobras.
Com que acenam os tucanos?  com ódio.  Associam-se ao que há de mais podre no país, ou seja,  esta figura tétrica de Eduardo Cunha – o homem do desvio de cinco milhões de dólares – e  Gilmar Mendes aquele que  enlameia a nossa Corte Suprema.   Com gente deste jaez vem o PSDB  atirar aos rosto do nosso povo um falso discurso ético, ostentando, também,  como modelos   a desfaçatez do FHC e  a figura menor, inexpressiva, aética, politica e criminosa de Aécio Neves que o povo de Minas Gerais repudiou..
O que nos propõe, afinal, o PSDB com essas figuras:
perdida a eleição quer chegar ao poder pelo criminoso  caminho do golpe contra a Democracia.

VHCarmo.

    

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

BRASIL A PÁTRIA DE TODOS ...



O nosso bloguinho não podia, neste dia sete de setembro em que se comemora a independência de nossa maravilhosa pátria, deixar de produzir o pequeno texto abaixo, para ficar aí a marcar o caráter principal deste modesto bloguinho: o amor ao Brasil.

                                O Brasil é um grande e exitoso país.

As comemorações do 193º. Aniversário da Independência, neste sete de setembro, colocam em evidência a complexidade do momento político que o país atravessa.

Seria de esperar-se – como seria natural – vir à tona a exaltação da nossa inegável exitosa história, forjada, como disse Darcy Ribeiro, “aos trancos e barrancos” e nem por isso sendo menos admirável.

Nossa história como nação, realmente, se inicia em 1808 com a vinda da Rainha Dona Maria e seu filho e regente Dão João VI para o Brasil;  a Corte Portuguesa.

Em pouco mais de 200 anos, a nação brasileira registra uma evolução civilizatória rápida e contínua. Apesar da mancha triste da escravidão e a sua abolição mal engendrada,  se vai desvencilhando da  “Casa Grande” e aumentando a afirmação da “Senzala”, ora transformada em povo que vem ocupando o seu lugar na história.

A história mundial não registra  outra evolução tão exitosa de uma nação colonial de simples exploração extrativa e sem fixação de transplante de populações organizada, como se deu nos EEU, e o irrelevante contributo racial indígena.  Não há paralelo histórico.

A base imigratória inicial é basicamente de exploração com base geral na mão de obra escrava e a contínua entrada de fluxos históricos imigratórios, ao influxo das guerras e insurgências nas nações sub colonizadas,  na  África e nos centros europeus, mas sem grupos homogêneos que não formaram aqui quistos raciais regionais  e religiosos. Em pouco tempo tornaram-se brasileiros.

A imigração que se tornou a base da nossa sociedade resultou, afinal, absorvida pela conjugação das diversas  origens, formando o chamado “povo novo” de que fala Darcy.

O Brasil desmentiu a profecia dos colonizadores que proclamavam a impossibilidade do desenvolvimento e do progresso de um “pais de mestiços” nos trópicos cujo clima induziria à “preguiça” dos indivíduos.

São pouco mais de 200 anos, como considerado, e já despontamos como uma das dez maiores economias do mundo capitalista, egressa, desde os anos 30 do século XX de sua base agrícola, para tornar-se industrial e, por outra parte, modernizando o setor agropecuário, tornando-se o maior exportador de alimentos para o mundo, provendo seu povo com uma pujante agricultura familiar.

Pois bem, nesses últimos meses  e neste sete de setembro, lamentavelmente, as correntes conservadoras voltaram a atacar com respaldo midiático, repetindo as incursões anteriores contra o progresso e  contra os governos populares que chegaram ao comando país.

 Alimentam projetos de ruptura da legalidade e de alteração da disciplina Constitucional; para  recuperarem  o poder pregam abertamente o golpe e alimentam o discurso da intervenção militar, embora derrotados numa eleição limpa realizada apenas há  pouco mais de oito meses.

Nas festividades do dia da pátria era de se esperar a exaltação dos nossos êxitos como nação, mas o que proclamam as mídias golpistas é o pessimismo, o ódio,  a mentira e a omissão dos êxitos da nossa história.  Omitem a origem das dificuldades presentes, de natureza transitória, que estamos atravessando, como se fora gerada pelo governo a derrubar e se tornam o porta-voz de uma oposição sem discurso e incapaz de acenar com um programa  para o país.
O grande inimigo do Brasil é a mídia que quer promover o retrocesso, e extinguir os programas sociais que resgataram milhões da fome e da pobreza.

Mas, a festa da independência é muito mais do povo mestiço, do “povo novo” do Brasil  que se vai afirmando do norte ao sul do país, gritando pela legalidade e pela Democracia e
“Fora  a mídia golpista”.

VHCarmo.

 

 

 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

EDEMILSON - O Negão e CAMILA (uma lição na ficção).



Este conto, que aí vai, é uma ficção, ligada no entanto, à uma realidade de nosso tempo e mostra o caminho das Camilas que, por força de seu exemplo e programas de integração dos negros, é capaz de remover preconceitos e apontar para  um país mais justo e igualitário.
                          
                            EDEMILSON –  o Negão.

                                   ( Conto) 

Edemilson, seu nome de paraibano de Campina Grande, era o chamado Negão. Vigia de uma fabriqueta em Madureira, morava na Comunidade do Alemão, antiga favela da Vila Cruzeiro. Ao nome que teimava esconder, para dizer-se Milton, era mais conhecido como Negão mesmo. Era feio. Não é que todo negro grande e de cara amassada, nariz achatado seja feio, ele não fora privilegiado pela natureza, pois além do mais tinha olhos embaçados, nem negros nem cinzas, com seus brancos avermelhados, beiços caídos e dentes enormes.

Essa coisa de ser belo e feio, de fato, é relativa. Na nossa cultura mestiça ainda é a tipologia branca que se considera bonita. Sublima-se a beleza loira e os olhos claros. A beleza negra se confunde, mais das vezes, com a sensualidade da raça.

 O Negão era feio e normal; a feiura nele não guiava seu caráter. Na fabriqueta de Madureira vagava pela noite e tinha no negrume das madrugadas apenas o Fidélis, o outro vigia, pois eram dois, sendo que Fidélis era branco, melhor dizendo na linguagem popular, era moreno. Se davam bem e se cruzavam por aquelas madrugadas trocando resmungos e saiam juntos pela manhã quando se viam à luz do sol.  Pouco sabiam da vida, um do outro.

 Com a família o Negão tinha um singular cuidado, seu pequeno salário, retirado um quanto medido para seus gastos pessoais, era entregue à mulher. Casara-se ainda jovem com Zefa, paraibana como ele. A mulher, aos 40 anos, ainda ostentava um certo  frescor juvenil e não direi que era uma ‘miss’, não era.  Mas era uma mulata clara bem bonita, com um porte nobre, olhos castanhos insinuantes. Muita gente se admirava que o Negão tenha conquistado a Zefa.   Um lugar comum, mas que o narrador não pode deixar de dizer, eles se amavam e eram solidários.  Zefa era um exemplo de dedicação ao Negão, ajudando-o no sustento da família como diarista de faxina em duas casas da Zona Sul, sobrando tempo para cuidar do seu modesto barraco de alvenaria.

O Negão, além da Zefa, tinha a Camila, a filha a quem ambos dedicavam uma afeição não só maternal e paternal, era mais do que isto, ambicionavam para ela uma vida melhor do que levavam. A menina era dócil e estudiosa. Já que se falou em beleza diga-se que puxou mais à mãe cuja semelhança física todos proclamavam.  Interessada, logo que completou o ensino médio na Escola Chile, no Complexo do Alemão, lançou-se aos livros a preparar-se para os exames do Enem. A mãe comprava e trazia os livros e ela estudava até pelas madrugadas.

Nos exames, no Enem, apesar da grande concorrência, Camila somou pontos para ingresso na Escola Federal de Medicina, ser médica era seu sonho pelo qual lutou.

Quando este narrador refere esses fatos, Camila já concluíra o curso e passou à sua Residência Clínica. Uma particularidade da moça o leitor deve saber: ela gostava de cantar e tocava sofrivelmente o violão. Nas horas vagas se divertia com os colegas sobre os quais foi adquirindo um natural liderança, sem afetação, na vida escolar.  Dera-lhe a natureza o dom da comunicação. Discursava bem o que facilitava a sua natural liderança. Camila era isto e foi escolhida para oradora da turma, quase que por unanimidade.

Estava marcada a data da consagração da festa de formatura; era para um sábado, de dezembro de 2013.

O Negão e a Zefa já se haviam preparado para festa, com ajuda da Camila; vestido novinho da Zefa  e o Negão de calça engomada e. camisa com  colarinho e gravata. A mulher e a filha até acharam o Negão legal; a feiura dera lugar a um estado de felicidade muito próximo da beleza.  

Camila subiu ao palco do Teatro, aplaudida pelos colegas e pela plateia. Vestido de azul claro cingindo-lhe o corpo elegante, o rosto moreno escuro, iluminado pelos olhos da mãe e uma expressão séria natural do pai.

Tomou a palavra:   - “ Meus pais estão ali na fila da frente; pela primeira vez ocupam um lugar tão destacado.  Os tempos são  outros.   Eu mesma, sua filha, me torno singular, pois, normalmente estaria nesta tribuna um herdeiro ou herdeira de  outros pais, de outra origem.  Quebramos um tabu.  A quebra deste tabu custou a luta do nosso povo.   Aos filhos dos negros destinavam-se quase exclusivamente lugares subalternos na escala social;  nos empregos mal remunerados; na exclusão do convívio social e sobretudo na vedação  à carreira universitária.  Eu sou uma exceção que se está consolidando; ou seja,  meus irmãos negros, como eu, estão chegando á Universidade é algo alvissareiro.     Assusta-me, porém, um movimento contrário,  uma pregação regressista que se espalha através de uma mídia conservadora, detentora de invulgar poder que substitui, perigosamente, a oposição legal e constitucional.

“Mas venho dizer a todos: colegas formandos, professores e pais aqui presentes que a profissão que abracei me proporciona a aproximação não só dos negros, mas dos pobres do meu país.  Desta tribuna faço publico que – com o sacrifício da separação do meu Negão e da minha Zefa, - estarei nos próximos dias indo para um município longínquo do Nordeste para filiar-me ao Mais Médicos”.

A plateia aplaudiu de pé.  O Negão e a Zefa - na primeira fila - se abraçaram debulhados em lágrimas e sua Camila continuou o discurso de Oradora da  Turma de Medicina de 2014.

Ao fim, Camila, com os colegas médicos e, empunhando o seu violão, foram cantar sua alegria no bar da praça em frente.

                 Rio,  Fevereiro de 2015.

                                VHCarmo.