terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

LULA discursa - Trinta e cinco anos do PT.

Com algum atraso este modesto blogueiro vai transcrever abaixo para permaneça aqui o discurso que o grande ex-Presidente Lula proferiu em 10 de fevereiro na comemoração do  trigésimo quinto  aniversário do Partido dos Trabalhadores.  Como sempre ele vai ao âmago das questões que foram postas no passado e agora ao PT.  Mensagem, como sempre, de  um lutador e Estadista que tem sido também o grande orgulho de nosso país por sua atuação em face do mundo.  
 
Olhem só:
 
Abaixo, a íntegra do discurso, publicada no site do Instituto Lula:
Companheiros e companheiras,
No dia 10 de fevereiro de 1980, algumas centenas de brasileiros e de brasileiras começaram a escrever uma das mais belas páginas da história política do nosso País.
Naquele dia, companheiros vindos de todas as regiões, trabalhadores da cidade e do campo, intelectuais, estudantes, religiosos, militantes de esquerda, militantes sociais, nos reunimos para debater e aprovar o Manifesto de Fundação do Partido dos Trabalhadores.
Era um tempo em que lutávamos por Democracia, enfrentando uma repressão que recaía de forma especialmente dura sobre os trabalhadores e nossos aliados. Um tempo em que estávamos conquistando, na prática e no aprendizado das lutas cotidianas, o direito de livre organização sindical e política da classe trabalhadora.
Nesse ambiente de lutas, com os pés firmes no chão e grandes sonhos na cabeça, nasceu o PT.
Quero recordar as primeiras palavras do nosso Manifesto de 1980:
“O Partido dos Trabalhadores surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la.
A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá. (…)
As grandes maiorias que constroem a riqueza da nação querem falar por si próprias. Não esperam mais que a conquista de seus interesses econômicos, sociais e políticos venha das elites dominantes. (…)
O PT nasce da decisão dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode resolver os seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados.”
É importante recordar essas palavras, 35 anos e muitas lutas depois, para fixar duas características essenciais do nosso partido:
O PT nasceu para mudar.
O PT nasceu para ser diferente.
É isso que explica a nossa trajetória desde a fundação, por um punhado de idealistas comprometidos com as causas populares, até os dias de hoje, quando estamos governando este País que se tornou uma das maiores democracias e uma das maiores economias do mundo.
Quantos partidos políticos chegaram aos 35 anos de existência com uma história de lutas e conquistas tão rica como a do Partido dos Trabalhadores?
E quantos partidos no Brasil, tendo conquistado o governo, conseguiram transformar de maneira tão intensa a realidade social, econômica e política em nosso País? Certamente, nenhum como o PT.
Podemos falar com muito orgulho do nosso partido, porque fizemos e continuamos fazendo História neste País.
Companheiros e companheiras,
É muito comum hoje em dia as pessoas falarem em “nova política”, como se estivessem anunciando a invenção da roda.
Por isso, quero lembrar outra passagem do nosso Manifesto de fundação:
“O PT quer atuar não apenas nos momentos das eleições, mas, principalmente, no dia-a-dia de todos os trabalhadores, pois só assim será possível construir uma nova forma de democracia, cujas raízes estejam nas organizações de base da sociedade e cujas decisões sejam tomadas pelas maiorias.”
Quem foi capaz de construir um partido de baixo para cima, organizando núcleos nas fábricas, nos bairros e nas escolas, sabe muito bem o que foi fazer uma nova política nesse País.
Desde a primeira prefeitura que elegemos, o PT introduziu uma nova forma de governar, com a participação direta da população nas decisões.
O PT criou o Orçamento Participativo e abriu novos caminhos para a Democracia, por meio dos conselhos e das conferências para debater e efetivar políticas públicas.
A sociedade apropriou-se dessas práticas, aprendeu e cresceu com elas, qualificando sua relação com o poder público em todos os níveis.
Nova política foi combinar a atuação dos nossos deputados e vereadores com a presença nas ruas, nas greves e nas lutas populares.
O PT participou da organização de movimentos sociais autônomos, que dinamizaram a Democracia e o processo político em nosso País.
Estivemos na linha de frente do movimento pelas Diretas-Já e pela plena redemocratização do País. Levamos à Assembleia Constituinte as propostas mais avançadas do campo popular e democrático.
Elegemos prefeitos em grandes cidades, elegemos governadores, aprendemos a construir alianças, ampliando o diálogo com os diversos setores da sociedade.
Disputamos três eleições presidenciais antes de alcançar a primeira vitória, acumulando ensinamentos e ampliando nossa articulação social em cada processo eleitoral.
Foi a prática coerente dessa nova política, nas instituições e nas ruas, que consolidou o caminho para a vitória eleitoral de 2002, quando o País escolheu o PT para liderar as mudanças.
Nova política foi acabar com a fome neste País.
Foi garantir uma renda básica, um patamar de dignidade e cidadania para cada brasileiro, por meio do Bolsa Família e do Brasil Sem Miséria.
Estes poucos, mas significativos, exemplos honram a memória daqueles que viram na criação do PT a oportunidade histórica do povo brasileiro para tomar o destino em suas mãos.
Companheiros da qualidade de Sérgio Buarque de Holanda, Apolônio de Carvalho, Mário Pedrosa, Lélia Abramo, Henfil, Helena Grecco, Luiz Gushiken, Marcelo Déda e tantos outros que sonharam conosco desde o início da jornada.
O PT é motivo de orgulho para cada militante, das primeiras e das novas gerações.
Cada um de nós pode andar de cabeça erguida e afirmar: nós contribuímos para mudar este País.
Participamos diretamente da maior transformação política, social e econômica da história do Brasil.
Caminhamos junto com o povo brasileiro para uma nova era de desenvolvimento e inclusão social.
A história do PT é nosso maior patrimônio, e essa história ninguém pode nos tirar.
Companheiros e companheiras,
Há pouco mais de 12 anos o PT começou a enfrentar seu maior desafio – que era também seu destino de partido nascido para mudar.
Governar o Brasil, com as complexidades de um país historicamente marcado pela desigualdade, foi a missão que a sociedade nos confiou, em um voto carregado de esperança.
A direção a seguir estava apontada, mais uma vez, em nosso Manifesto fundador, onde ele diz:
“O PT pretende chegar ao governo e à direção do Estado para realizar uma política democrática, do ponto de vista dos trabalhadores, tanto no plano econômico quanto no plano social.”
Seguimos essa orientação desde o primeiro dia de governo. Houve medidas duras, para corrigir os muitos problemas que herdamos. Houve medidas amargas, quando foi necessário para garantir os avanços. Foi preciso reavaliar expectativas para lidar corretamente com a realidade do País e as responsabilidades de governo.
Mas nunca deixou de haver diálogo democrático com todos os setores. Nunca um governo se abriu tanto às propostas e reivindicações da sociedade.
E nunca – jamais – traímos o compromisso com as camadas mais amplas da população, as que sempre foram relegadas no curso da História.
Nesses 12 anos o povo brasileiro participou conosco do mais amplo processo de inclusão social desse País, no mais duradouro período de crescimento econômico com estabilidade.
Nós temos de nos orgulhar de um governo que tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, que criou mais de 21 milhões de empregos com carteira assinada, que conseguiu incluir mais de 40 milhões na classe média.
Temos de nos orgulhar de um governo em que o salário mínimo cresceu 74% em termos reais, em que a renda das famílias mais pobres cresceu mais de 60%.
De um governo que herdou um desemprego de 12,5% e reduziu esse índice a 4,8% em 2014, o menor desemprego de todos os tempos.
Temos de nos orgulhar de um governo em que o país dobrou a produção agrícola, garantiu comida farta na mesa do trabalhador e tornou-se um dos maiores exportadores mundiais de alimentos.
Um governo que abriu as portas da universidade para os filhos dos trabalhadores, para os negros, para os que jamais tiveram essa oportunidade.
Esses 12 anos de grandes mudanças marcarão para sempre a história do Brasil.
Mas não podemos nos acomodar. Temos de compreender que foram os primeiros passos de uma jornada que vai nos levar muito longe; que é preciso avançar para consolidar as conquistas.
Companheiros e companheiras,
O PT acaba de conquistar o quarto mandato consecutivo na Presidência da República.
Foi talvez a mais difícil campanha eleitoral que já enfrentamos. Certamente, a mais suja; aquela em que nossos adversários utilizaram as piores armas para tentar nos derrotar. Tentaram fraudar a vontade política da maioria, usando todos os seus recursos de comunicação para manipular, distorcer, falsear e até inventar episódios contra nosso partido, nosso governo e nossa candidata.
A quarta derrota eleitoral consecutiva despertou os mais baixos instintos dos nossos adversários.
Tiveram a ousadia de pedir recontagem dos votos, como se o Brasil ainda fosse aquela república das eleições a bico de pena.
Tentaram impugnar a prestação de contas da campanha e barrar a diplomação da presidenta.
Tentaram criar um ambiente de inconformismo com o resultado que se recusam a aceitar democraticamente.
Vencemos; o Brasil venceu mais uma vez, mas a luta não acabou.
Nossos adversários não podem dizer qual é o seu projeto; porque é antinacional, contrário ao desenvolvimento, é um projeto que exclui milhões de pessoas do processo econômico e social.
Eles só podem atacar o PT e o nosso governo com as armas da irracionalidade e do ódio.
Não têm, nunca tiveram, autoridade para falar em nome da ética, mas é nesse campo que tentam desesperadamente nos atingir. Eles, que jamais investigaram a fundo uma denúncia de corrupção. Eles, que varriam escândalos para debaixo do tapete. Eles, que alienaram o patrimônio da Nação “no limite da irresponsabilidade”.
Foi o governo do PT que acabou com a impunidade que eles cultivaram por tanto tempo. Nenhum outro governo fez mais para combater a corrupção nesse País, conforme a presidenta Dilma deixou claro na campanha eleitoral.
Mas vejam o que está ocorrendo em torno da Petrobrás. Desde o início da campanha eleitoral, nossos adversários manipulam uma investigação institucional, com o objetivo de criminalizar o PT.
Esta investigação, como todas as outras iniciadas em nosso governo, deve ser levada até o fim, esclarecendo os fatos, apontando os responsáveis e levando seja quem fora a julgamento. É isso que a sociedade espera e é isso que vem ocorrendo nos governos do PT – ao contrário do que ocorria no tempo deles.
Mas estamos assistindo a repetição de um filme com final conhecido. Pessoas são acusadas, por meio da imprensa, com base em vazamentos seletivos de uma investigação à qual somente alguns têm acesso. Não há contraditório, não há direito de defesa. E quando o caso chegar às instâncias finais da Justiça, o pré-julgamento já foi feito pela imprensa, os condenados já foram escolhidos e bastará apenas executar a sentença.
Nossos adversários não se incomodam que essa campanha já tenha causado enormes prejuízos à Petrobrás e ao País. O que eles querem é paralisar o governo e desgastar o PT, a qualquer custo.
Mais uma vez eles falharam na tentativa de voltar ao poder pelo voto. Ao que tudo indica, não querem mais esperar outra derrota: partem claramente para a desestabilização, investem na crise, apostam no caos. Na falta de votos, buscam atalhos para o poder, manipulando a opinião pública e constrangendo as instituições.
Eles vão prestar contas à História sobre a maneira antidemocrática como vêm agindo.
Cabe ao PT denunciar essas manobras com firmeza. Repelir a mentira, esclarecer a sociedade, agir de acordo com a gravidade da situação.
A verdade é que foi o governo deles que tentou destruir a Petrobrás. E foi o nosso governo que a resgatou, retomou os investimentos que levaram à descoberta do Pré-Sal e fizeram da Petrobrás a maior produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto.
A verdade – e isso está nos autos da investigação, mas não está nos jornais nem na TV – é que havia corrupção nos contratos que a Petrobrás assinou com empresas estrangeiras no tempo deles. E isso nunca foi investigado.
A verdade é que, apesar de todo o alarido, não há nenhuma prova contra o PT nesse processo, nenhuma doação ilegal, nenhum desvio para o partido. Nada!
E se algo de concreto vier a ser encontrado, se alguém tiver traído a nossa confiança, que seja julgado e punido, dentro da lei, porque o PT, ao contrário dos nossos adversários, não compactua com a impunidade.
Companheiros e companheiras,
O resultado eleitoral nos obriga também a uma reflexão sincera sobre as dificuldades do PT para manter sua sintonia histórica com os anseios da sociedade brasileira. Não é possível ignorar esse desgaste.
Não e verdade que o PT tenha se transformado num partido pior do que os outros, mais fisiológico ou mais sujeito aos desvios.
O verdadeiro problema do PT é que ele se tornou um partido igual aos outros.
Deixou de ser um partido das bases para se tornar um partido de gabinetes.
A estrutura à disposição de um deputado é maior do que a de um diretório estadual do partido.
A estrutura dos cargos de governo, também.
Ao longo do tempo, isso alterou a vida interna do partido. Há muito mais preocupação em vencer eleições, em manter e reproduzir mandatos, do que em vitalizar o partido.
As direções, tanto as regionais quanto a nacional, ficaram prisioneiras dessa lógica. Tornaram-se burocráticas, pouco representativas da nossa base social, ou então apresentam uma representação meramente artificial de setores sociais.
Militantes e dirigentes tornam-se profissionais da política e dos governos.
Falando francamente: muitos de nós estão mais preocupados em manter – e se manter – nessas estruturas de poder do que em fazer a militância partidária que estava na origem do PT.
Essa é a origem de vícios como a militância paga, a disputa por cargos em gabinetes, o investimento de grandes recursos em campanhas eleitorais, enfim: vícios que nós sempre criticamos na política tradicional.
É nesse ambiente que alguns, individualmente, cometem desvios que nos envergonham diante da sociedade e perante a história do PT.
É dessa forma que o exercício do poder, ao invés de fortalecer, acaba fragilizando um partido.
Não é fenômeno é inédito. Aconteceu historicamente com grandes partidos populares ao redor do mundo. Mas penso que esse processo chegou ao limite no PT.
Não podemos esquecer que o PT, como já disse, nasceu para ser diferente.
Resgatar esse espírito é o nosso grande desafio nesse momento.
Não se trata de propor, ingenuamente, a volta a um passado que não existe mais. O País mudou nesses 35 anos. Mudou graças ao PT, não aos que nos criticam de fora. Mudou porque cumprimos os objetivos que levaram à criação do partido.
Hoje o País é outro, a realidade da classe trabalhadora é outra, a juventude é outra, as reivindicações e interesses da população estão em um novo patamar, assim como as demandas para a ampliação de direitos e da Democracia.
O PT precisa responder a essa nova realidade. Articular as demandas dos milhões de brasileiros que conquistaram emprego digno, que têm novas oportunidades, que aprenderam a usar a renda e o crédito para realizar sonhos antigos – e que têm, portanto, sonhos novos.
Precisa ouvir e dialogar com toda uma geração de brasileiros que ainda era criança quando o povo nos levou à Presidência da República. Uma geração que não conhece a nossa história e não vai conhecê-la se não tivermos a inciativa de contar a eles como era este País nos tempos da ditadura, como era este País no governo neoliberal dos nossos adversários.
Precisamos dialogar com as novas demandas democráticas, no plano dos direitos das pessoas, demandas que acompanham a evolução da sociedade e que não eram tão claras há 35 anos.
É necessário ter muita clareza das mudanças que ocorreram, para elaborar um novo pacto político com a sociedade brasileira, um pacto que atenda às exigências de hoje e que aponte para o futuro.
Não há respostas fáceis para essa questão. Temos de buscá-las em nossas raízes, porque se chegamos até aqui foi pelo que fizemos desde o começo da caminhada.
Não há dirigente ou liderança individual capaz de apontar o caminho. Não em um partido democrático de massas, como o PT sempre se propôs a ser.
O PT não é o seu presidente, não é sua direção, não é tal ou qual liderança. O PT são dois milhões de filiados, centenas de milhares de militantes. São os setores da sociedade que se consideram representados pelo partido, participam do debate político e têm sido decisivos nos embates eleitorais.
É aí que vamos encontrar a energia renovadora, para recriar o sonho original do PT.
Creio que esse é o debate que devemos fazer agora, quando iniciamos o processo de renovação da direção partidária.
Temos a oportunidade histórica de elaborar um novo Manifesto do PT, capaz de traduzir nossos compromissos para os dias de hoje e para os próximos 35 anos.
Isso exige humildade e coragem de cada um. Humildade para reconhecer o que é preciso mudar, e coragem para continuar mudando.
Temos a história ao nosso lado e o futuro diante de nós. O PT precisa estar, mais uma vez, à altura de suas origens, porta-voz da esperança, da democracia, da ética e da igualdade.
Muito obrigado.
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VHCarmo.
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domingo, 15 de fevereiro de 2015

"A GENTE NÃO TEM CARA DE PANACA" - Reflexão.


                                R E F L E X Ã O

Há momentos em que temos que dar uma pausa para pensar.  O passado que não é só daqueles que o viveram, mas de todos, pois é o cimento que sustenta a razão e que constrói, a duras penas, o presente, ou seja, a possibilidade de estar aberto a todos os ventos bons e maus, à Democracia.

O direito de pensar em nosso país foi reinstaurado com sacrifício de uma geração e agora querem nos usurpar, uma usurpação atual, querem pensar por nós; querem que odiemos quem odeiam, querem que assumamos seus ódios.   Esta é a mídia golpista.

Pregam contra o país, a troco de nada; nada nos oferecem senão o seu caminho, mesquinho, elitista; pregam a ressureição da Senzala.  Usam um engodo; enganam, pretendem, isto sim,  uma sociedade eliminada dos pobres, dos negros e das gentes, das crianças pretas que vão aos parques, às escolas, às praias; dos jovens que vão as Universidades.  Dizem que eles incomodam e enfeiam a  cidade, inundam suas praias, reduzem os preços de suas casas, lotam os transportes públicos. Se sentem perdedores de uma riqueza mesquinha que nunca desfrutaram totalmente, só por migalhas que caem da mesa dos ricos.

São pregadores de golpes de Estado, promotores de miséria em favor da riqueza de outrem.  O passado, não tão distante, não lhes parece pesar. A classe média ignorante foi das maiores vítimas da Ditadura Militar.

Mistificam de tal forma que a muitos enganam. Inocentes úteis que se juntam a setores ignorantes da classe média e passam a sustentar, paradoxalmente, um discurso contra o seu próprio interesse.  O Partido dos Trabalhadores é o alvo principal de um ódio sem razão, induzido. 

Chegam a apoiar a ruptura da legalidade com uma incitação ao golpe o que, no passado, os roubaram, e aos seus pais, a liberdade de pensar e construir sua vida.

Lembremos, nesta hora, as palavras musicadas do  saudoso Gonzaguinha:

“A gente não tem cara de panaca; a gente não tem cara de babaca; a gente quer ter a liberdade; a gente quer ter opinião; a gente quer ter uma Nação”.  

 Não se exige de ninguém uma grande sensibilidade, se a tem por mais tênue, olha para o aspecto atual do nosso povo; olha pela condição dos nossos irmãos negros (como este escriba) e compare com o passado. Moças e rapazes sadios e belos.   Não há mais pedintes nas ruas, nem desdentados.

Esta Nação é hoje a 6ª. Economia do Planeta e somos 200 milhões, sem fome, com pleno emprego e valorização constante dos salários e integração em curso. “A gente não tem cara de panaca’’...

NÃO SE DEIXEM ENGANAR. -  PT 35 anos de glória.

“A PETROBRÁS SOMOS NÓS”

VHCarmo.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A PRAGA DO PESSIMÍSMO....(REFLEXÃO)


 A PRAGA DO PESSIMÍSMO

Por menos informado que seja o cidadão, em qualquer lugar do planeta tem conhecimento da grave crise em que vive o Capitalismo, principalmente nos países centrais.  A velha e civilizada Europa é o centro da crise que se expressa, sobretudo, com o grave empobrecimento das classes  média e operária, particularmente os assalariados.

De 2007 até aqui não se apontaram caminhos eficientes para a superação da crise que apresenta uma face diferente das anteriores crises cíclicas do Capitalismo.

A elevada concentração da renda e a reprodução monetária através de artifícios financeiros levou à formação de bolhas tendentes a esvaziar o mecanismo de enriquecimento dos detentores do Capital inclusive dos Bancos.  O remédio para a salvação do sistema gerador de desigualdades residiu na intervenção  dos Estados (governos) injetando recursos públicos e fiscais para cobrir  os prejuízos por eles mesmos causados.   

Instituiu-se, então, como padrão de salvação a chamada austeridade consistente em diminuir drasticamente os salários e os investimentos sociais, gerar altos índices de desemprego e manter a riqueza concentrada nos agentes do Capitalismo financeiro gerador da crise.

O fenômeno, como afirmado, ocorreu no centro dos países ditos desenvolvidos (Europa e EEUU), irradiando-se pelo restante do mundo que se interliga inclusive pelo comércio internacional e pelos interesses geopolíticos de cada um.

O pensador alemão Wolfgang Streeck, da famosa escola de Frankfurt definiu as medidas buscadas para a solução – a chamada Austeridade - como simples compra do tempo (Tempo Comprado – Editora Actual - Lisboa), para vislumbre de uma solução do impasse que vem minando o crescimento global.

O que teria tudo isso a ver com o momento que se vive no Brasil e o pessimismo que vem sendo disseminado pela mídia conservadora?

Não há menor dúvida que sendo o nosso país um dos mais importantes do mundo capitalista, a sua inserção na economia mundial tem aspectos altamente relevantes na condução da sua política externa espaço onde se conflitam interesses de cada um dos Estados.

 A manutenção de uma política interna de proteção social e de crescimento impõe uma regulação ativa da ação dos agentes do Capital em face mesmo daqueles conflitos e pela forma com que se deva promover particularmente o nosso crescimento.

Até aqui o nosso país tem se saído bem nesse confronto internacional de crise, preservando a valorização do trabalho com o quase pleno emprego, ativando os programas sociais de eliminação da pobreza e da elevação de grande contingente da população para a classe “C”.   Por outro lado, o governo vem também investindo fortemente na infraestrutura, na educação e saúde. Este é o quadro presente que se reveste de singular relevância quando se opera em meio a essa severa crise mundial.

Ao contrário do que a mídia teima em afirmar, a base de nosso crescimento não reside no comércio exterior, por sua natureza  sujeito a volatilidade, mas preferentemente  no nosso enorme mercado interno gerador de grande demanda.   Levando-se, ainda em conta, que o governo reserva instrumentos de intervenção no câmbio e mantem elevado nível de reservas cambiais no Tesouro também mantém a inflação nos limites da meta legal, usando medidas a seu alcance.

Onde as razões do pessimismo?   Têm, inegavelmente, motivações políticas.  A recente derrota eleitoral da oposição fez aumentar ainda mais os ataques midiáticos. A disseminação do pessimismo se faz de maneira irracional, tentando indicar medidas  conservadoras na gestão da economia com o favorecimento do Capital sem regulação que é, por sua natureza, antidemocrático e concentrador da riqueza, tudo com vistas a bloquear o poder regulatório do governo. 

No quadro geral da crise que assola os países capitalistas importantes, o Brasil tem alcançado um crescimento apreciável.   No exercício de 2013 o PIB do país (2,5%), foi o terceiro maior entre as maiores economias, levando-se em conta índices negativos e próximos à 'zero', excepcionado o PIB da China que, porém, baixou mais de 3%  ( de 10 para -7%).   Prevê-se para 2014, no Brasil algo perto de 2%.

Como se vê, razões há para se estar confiante na superação de eventuais dificuldades oriundas da crise do capitalismo, pois as medidas tomadas até aqui foram corretas, mantendo a estabilidade econômica, os investimentos na infraestrutura e sobretudo os programas sociais. É inconsistente o argumento de que o governo tenha gerido mal a economia.

Nota-se, por fim, o crescimento dos movimentos contra a Austeridade na Europa e os países procurando, através da adoção de novo ideário político, a superação da crise principalmente  pela a ativação do emprego e do salário aviltado e procurando regular, mediante intervenção, o Capital concentrador e motor da desigualdade.  São movimentos vitoriosos na Grécia e na Espanha.

É necessário  combater a praga do pessimismo! O Brasil é maior do que seus inimigos midiáticos.

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Vhcarmo.