segunda-feira, 30 de maio de 2011

Para refletir seriamente...

              O texto que este escriba transcreve aí abaixo é uma análise impressionante do que ocorre na economia e, principalmente com o mundo financeiro, nos EEUU.
                Ao enfrentar a crise econômica que se delineou desde 2007 como grave, o governo  B. Obama, ao gerí-la, enveredou pelo caminho que tem se mostrado danoso para economia, produzindo desemprego, pobreza e estagflação.
                 O Presidente que se apresentou como esperança ao povo, não conseguiu emplacar sequer uma das suas promessas eleitorais. Nem mesmo a questão da saúde pública, pois esta ainda sofre contestação e se tornou pouco efetiva em suas intenções iniciais. Continuou a política de guerra hegemônica.
                  O governo Obama aderiu e levou avante os axiomas da direita fundamentalista que bloqueia qualquer medida de proteção social, naquele país onde o indivalismo puritano gera pobreza. Nem é atôa que a maior potência econômica do planeta tem cerca de 40% de seu povo abaixo da linha da pobreza.
                  A dívida interna dos US  supera o seu PIB e a sua imensa  dívida  externa sustenta o consumismo de uma parte da população e de sua elite, exportando inflação, mediante, inclusive,  a desvalorização artificial de sua moeda.
                   A crise gerada pela a alavacagem irreponsável dos bancos mereceu  o clásisco socorro do Tesouro  americano a esses mesmo bancos que no dizer dos próceres de  Wall Street ""são grandes demais para falir".      
                     Conclusão os grandes bancos voltaram à ciranda financeira, de antes da crise,  carreando enormes  lucros inflados e, provavelmente, vão gerar outra grande bolha e outra crise cíclica ao  atuar sem qualquer regulação.  
                     O articulista é o ilustre economista Paulo Rabelo de Castro que   vai fundo na questão, chmando a atenção para o Petróleo, em particular.  É bom ler e refletir:
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                              Crise com Petróleo e Estagflação norte-americana

                             Nunca vi algo tão impressionante em termos de obtenção de lucros a jato, quanto pela posição dos grandes bancos, sobretudo americanos, nos atuais mercados futuros de commodities. Nestes, onde se opera com pequenas margens bancando pesadas apostas, é possível alavancar resultados espetaculares, com pouco capital relativamente ao tamanho da jogada. Mas, sempre com uma condição: é preciso admitir a possibilidade de perdas do mesmo tamanho que os ganhos esperados!
                            Nesses mercados, com ênfase no petróleo, é que os principais bancos machucados pela crise de 2008 têm feito sua recuperação de resultados. Nos EUA, o primeiro trimestre de 2011 trouxe cerca de US$29 bilhões de lucro para os bancos, projetando um resultado anual formidável. Mas este lucro não vem da atividade regular de emprestar, estagnada desde a crise. Por isso, o resultado coletivo está concentrado nas mãos de apenas 1% dos 7.574 bancos daquele país. Bancos com ativos acima de US$10 bilhões são responsáveis por quase 25 dos US$29 bilhões auferidos no trimestre. A maioria dos demais, pequenos e médios, ainda dança no precipício da insolvência. Neste ano, 43 já quebraram, embora esta estatística mostre uma recuperação (!) em vista dos 157 falidos do ano passado.
                              McKinnon complementa com um vaticínio: estagflação, lembra-se deste termo? A inflação em alta nos EUA e a necessidade de imediatos e dramáticos cortes fiscais trarão de volta uma cena bem parecida com a vivida durante a estagflação nos anos 70. Para nós, que temos estado do lado vencedor nessa baita espiral especulativa, o recado final do professor de Stanford é, no mínimo, uma advertência séria: a política monetária frouxa dos americanos, que desestabilizou todos os seus parceiros comerciais, sobretudo na América do Sul endividada dos anos 70, no bojo da crise do petróleo, pode acontecer de novo. Se não estiver já acontecendo.

Paulo Rabello de Castro é economista, vice-presidente do Instituto Atlântico chairman da SR Rating e sócio

VHCarmo.

sábado, 28 de maio de 2011

ESFRIARAM O CAVILOSO...


           A  10ª. Convensão do PSDB tratou de colocar o Serra no seu devido lugar, ou seja, negando-lhe  qualquer posto de influência e importância no partido, dando-lhe por prêmio de consolação a chefia de um Conselho Político que ainda vai ser criado cujos objetivos não estão bem determinados.
                       Fala-se na possibilidade do Caviloso gerir a futura união do partido com o DEM em extinção e o PPS, hoje o partido mais à direita do espectro político. Sua missão seria terminar, de vez, com a pretensão socialdemocrata, levando o partido para a direita assumida.   Foi negado ao Serra o rendoso Instituto Teotônio Vilela que ele  tanto ambicionava por motivo óbvios. O orçamento é alto.
       O rancoroso FHC já disse e repetiu que o Serra perdeu o lugar na fila, hoje lá está o Aécio Neves que, segundo palavras textuais do ex-presidente, tem o estilo dele, FHC. Ele será o futuro candidato de sua preferência.  Aliás Aécio e seu grupo saíram vitoriosos da convenção.
        Mesmo marginalizado, Serra  não se furta de causar embaraço aos seus pares. As suas declarações ao final do conclave contra o Governo, Dilma e Lula, foram meras alegações sem qualquer fundamento, discretamente ignoradas pelos próceres tucanos com indisfarçável mal estar.
.           Serra afirmou que Lula deixou uma “herança maldita” para Dilma, de inflação e falta de infraestrutura. Disse também que o ex-presidente “governa cada vez mais”, em referência à participação do petista em negociações com membros da base aliada no Congresso, desejosos de mais acesso ao Palácio do Planalto. Prosseguiu:  “Em muito pouco tempo de governo, aquilo que se considerava de pior está acontecendo. Precisamos saber disso”
                A falta de assunto ou a pouca informação do Caviloso  evitaria o ridículo de suas afirmações. 
                Esta semana terminou com as melhores notícias no campo econômico.  A inflação que a oposição torcia disparar: decresceu e está sob controle, dentro da meta.  O superávit primário acumulado no primeiro quadrimestre  pelo governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) atingiu 41,47 bilhões de reais, resultado 68% superior ao mesmo período de 2010 e equivalente a mais da metade da meta para o ano;enquanto isto o deficit em conta corrente caiu de 5,7 bilhões de dólares em  março para 3,5 em abril, uma redução influenciada pelo salto de 45,2% na balança comercial positiva em 5.032 bilhões no ano. 6,4% foi taxa desemprego registrada em abril, a menor para o mês desde 2002. O investimento estrangeiro direto, ou seja, capital produtivo (IED) somou 5,5bilhões em abril, elevou ingresso de recursos  no ano para quase 23 bilhões de dólares, mantidos nesse nível apontam para 60 bilhões esperados no fim deste ano pelo Ministério da Fazenda.
             Ao falar  em  infraestrutura o Serra e FHC  chegam ser irresponsáveis, pois todas as grandes obras prosseguem em ritmo acelerado sem que delas não foi retirado  recursos. Seria tedioso falar em todas as obras em curso, são portos, aeroportos,  estradas, transposição do rio São Francisco, refinarias, estradas de ferro, petróleo, hidroelétricas, saneamento e tantas outras.  Aliás tanto mais necessária devido, esta sim, a herança maldita deixada pelos governos tucanos do FHC.   Não é a toa que os níveis de emprego batem recordes consecutivos.
                          Mas, afinal, ficou claro na sua Convenção que o PSDB está em crise e com a perspectiva concreta de perder  militantes (parlamentares, governadores e prefeitos), pois não consegue formular um discurso em sintonia com o Brasil que vai se projetando internacionalmente e resgatando a sua população da pobreza, construindo um país mais próspero e com justiça social.
                       Se algo de  positivo aconteceu na Convenção do PSDB  foi o fato de ter sido afastado  de seu núcleo o caviloso Serra.

VHCarmo.                                                                                                                                                                                                                                 





quinta-feira, 26 de maio de 2011

E o sigilo do Palocci, como fica ?

                                Esse caso Palocci tem um aspecto pouco noticiado e inteiramente ignorado (ou escamoteado?) pela mídia e pela oposição ao governo.
                                É recente a grita e a tentativa de produzir comoção feitas em relação à suposta quebra de sigilos de figurões da oposição.          Apelou-se, então,  para a moralidade das relações políticas e o resguardo das ações protegidas pela lei que teriam vindo a público. Não importava, à época, a gravidade dos fatos, sonegados ao conhecimento público; o importante era a quebra do sigilo que as veicularam.
                                As relações dos políticos com o escroque Daniel Dantas e sua irmã, nem sequer eram examinadas. A mídia saiu em campo bradando contra a quebra do sigilo.
                                Emblemático foi o caso do “caseiro” que teve um depósito de R$ 40 mil em sua magra conta, às vésperas de seu depoimento no parlamento, visando claramente comprometer o então o Ministro Palocci.    A ênfase foi a quebra do sigilo, a motivação do depósito mal explicada.
                              O depósito na conta do "caseiro"  cuja origem era uma "prenda"  de  seu pai biológico que ele mal  conhecia, e até então jamais lhe dera algo. Isto não importava; o crime era a quebra de sigilo do pobre homem que virou herói da mídia.         Afinal o ministro foi absolvido por falta de prova no STF.
                               Quem não se lembra, também,  da caça às bruxas na Receita Federal para incriminar funcionários pela quebra de sigilo de figuras eminentes da oposição!?. A coisa só amainou quando e veio à tona o nome da grande responsável por quebras de sigilo que era, nada mais nada menos, do que a filha Verônica do candidato Serra.  Aliás, as relações espúrias e os crimes, foram encobertos pela busca da quebra do sigilo. Era como senão houvessem.
                             Agora, no caso Palocci, algo de que a mídia e a oposição não cogitam é de quem violou o sigilo do Ministro. A oposição e a mídia, neste caso, pretendem  a investigação de fatos que possam incriminá-lo, pouco importando a quebra de seu sigilo. É a inversão de propósito para manter o ataque ao governo.
                         É de lembrar, por fim,  que, até aqui, os órgãos fiscalizadores da regularidade da empresa de Palocci não o acusam de nada. O princípio basilar do direito fica esquecido, ou seja, a prova cabe a quem acusa.
VHCarmo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Caso Palocci e um pouco de poesia...

                             Antes de transcrever abaixo o lindo soneto do romântico Raul de Leoni, vão aí algumas palavras sobre o ataque ao Ministro Palloci.
                           É claro que se trata de uma tentativa de desestabilizar o governo, dentro da estratégia da oposição e da mídia.
                          É também claro que a gente vive num país capitalista que propicia o enriquecimento mais fácil das camadas ligadas às elites, aos donos das cadeias do mercado financeiro, aos grandes industriais e aos políticos influentes. É da regra do jogo e dela se beneficiaram sempre as classes dominantes e os políticos ligados ao sistema, no poder ou fora dele.
                          Quando cumpre atacar o governo a oposição e a mídia, ora sem discurso propositivo, fingem desconhecer a regra do jogo da qual são defensores programáticos.
                           Há, também, um princípio constitucional da “presunção de inocência”, antes do transito em julgado de condenação, princípio que serve habilmente ao uso dos eternos lesadores do patrimônio público e ignorado quando serve à defesa daqueles que pretendem atacar.
                           Um escroque internacional como Daniel Dantas, ligado a tantas e quantas figuras políticas e do judiciário, sempre foi poupado pela mídia que tudo faz para invalidar até os procedimentos investigatórios contra ele.
                          O Ministro Palocci – a quem logo acusam de irregularidades -ganhou dinheiro usando os meios normais que lhe propiciaram o sistema que a própria oposição e a mídia defendem. No caso do Ministro além de fazer o que é da normalidade capitalista, foram obedecidas essas mesmas regras , tantas vezes lesadas, ou seja, foram recolhidos os impostos sobre os ganhos declarados à receita.
                           Teria havido irregularidade ? cumpre a quem acusa provar; o acusado nega. A oposição e a mídia , quando se trata de político do PT, subvertem a norma: é culpado sem prova e sem julgamento.



                           Um momento de poesia.
 
                                        HISTÓRIA ANTIGA
                                                                    Raul de Leoni.


No meu grande otimismo de inocente,

eu nunca soube por que foi...um dia,

ela me olhou indiferentemente,

perguntei-lhe porque era...Não sabia...



Desde então, transformou-se de repente,

a nossa intimidade correntia

em saudações de simples cortesia,

e a vida foi andando para frente...



Nunca mais nos falamos ... vai distante...

mas, quando a vejo, há sempre um vago instante

em que seu mudo olhar no meu repousa..



Eu sinto, sem no entanto compreendê-la,

que ela tenta dizer-me qualquer coisa,

mas que é tarde demais para dizê-la.


VHCarmo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ligeirinha é um conto (para quem ainda não leu).

                                          A gordinha de Olaria.

                                                 (conto)
                                   Foi em Olaria, subúrbio do Rio de Janeiro, no verão do ano de 1955. Eu e minha família morávamos numa casa e na casa vizinha, do lado direito, viviam Da. Lindalva que era viúva, o filho Pancrácio e sua mulher Chiquita. A Chiquita era gorda, dessas que as pessoas chamam de gordinha ou por carinho ou para não ofender. Tinha as ancas largas e uma bunda grande, se bem que bem feita. Digo bem feita por que há bundas grandes e pequenas que não são bem feitas e não conferem atrativo. A dela não. Era daquelas que os velhos paravam para olhar para trás quando por ela cruzavam na rua. Tinha o rosto rechonchudo e muito branco, cabelos negros. Os olhos da cor de caramelo tinha um jeito esquivo como uma Capitu de subúrbio.
                                    Até que ela tinha uma boa voz, mais para contralto. Gostava de cantar. Naquele dia, porém, cantava sem parar e a mesma modinha, forçando o estribilho:
Teu mal é comentar o passado  
Ninguém precisa saber o que houve entre nós dois ...
O Peixe é pro fundo das redes,
segredo é pra quatro paredes.....
O peixe é pro fundo das redes...

                                           Ia do quarto para sala da velha casa de subúrbio. Da sala para a varanda e daí soltava mais forte a voz, marcando as notas e as palavras. Às vezes subia o tom, parecendo querer chamar a atenção da vizinhança. A velha sogra, dona Lindalva, coitada, atarefada na costura mal podia se levantar da máquina e, embora achasse estranha aquela cantoria, imaginava que sua nora estivesse muito alegre. Com a morte de seu marido, dona Lindalva tinha na costura o seu ganha pão a completar a precária pensão da previdência social que o finado lhe deixara, após mais de 40 anos de trabalho.
                                       O dia era Sábado. Naquele tempo em que o Sábado era dia útil e todo mundo trabalhava. Até o Pancrácio, que não era muito afeito, foi trabalhar, pois era o dia do pagamento. Faltar por faltar, faltaria outro dia.  E assim foi por toda a manhã. A Chiquita e a velha almoçaram quase sem se falar. A nora, depois do almoço, foi lavar a louça e arrumar a cozinha como era de hábito, mas sempre cantando e sempre a mesma música, repisando o verso

Segredo é pra quatro paredes...

                             Lá por volta das cinco da tarde a Chiquita se meteu no quarto de casal, onde dormia com o Pancrácio, seu companheiro de mais de dez anos, embora não fossem casados. Sem parar de cantar, foi arrumando vestidos e peças íntimas e pequenas coisas de uso diário numa bolsa de lona dessas fechadas com fecho na parte superior. Depois tomou banho, esbanjou sabonete importado, com cheiro de maçãs e saiu do banheiro toda perfumada com um perfume que o companheiro lhe dera pelo Natal, quando recebeu, embora com atraso, sua gratificação do ano anterior.

Teu mal é comentar o passado....
                            cantava, caprichando na voz de contralto, espichando as sílabas.
                           
                                Anoitecia quando a Chiquita parou de cantar, tomou nas mãos a bolsa com suas coisas e de pé ante pé para não chamar atenção da velha, debruçada sobre a máquina de costura, atravessou a sala empurrou de leve a porta e ganhou a rua, deixando apenas o perfume forte de lavanda. Não cantava mais. O silêncio, no entanto, parecia repetir:

Segredo é pra quatro paredes ...

                                 O Pancrácio não era homem de chegar cedo em casa. Ainda mais num Sábado – e era verão. Foi direto ao boteco costumeiro. Bebericou com o amigo de fé, o Orozimbo, e com outros nem tanto: o Zózimo, o Antônio Nariz de Ferro, o Cheiroso, um espanhol que vivia a beira do alcoolismo e tinha cadeira cativa no estabelecimento. Comentou sobre suas fugas extraconjugais e sobre as mulheres (ah! as mulheres). Aquela tarde noite ele estava particularmente alegre. Ria por tudo. Abraçava a todos com efusão e chegou, pasmem, a jurar seu amor pela Chiquita quando lhe exaltavam a coragem com que se atirava às aventuras extraconjugais.
                   –Nada como o calor da minha gordinha. É aconchegante. Dizia em voz alta.

                               Na sua empolgação passava em revista as mundanas, as verdadeiras paixões, as fugas do trabalho para o motel. Muitas das aventuras eram verdadeiras outras: nem tanto.

                             O Orozimbo acompanhava sempre com atenção as prosas do Pancrácio, com paciência e até o incentivava a contar sempre mais. Os outros já não tinham tanta paciência. O dono do Botequim, o Justino era, como quase todo o dono de botequim suburbano, um tipo pálido, filho de um português que viera para o Brasil nos anos 30 e manejara durante muitos anos um “burro sem rabo” com o qual amealhara o suficiente para comprar o sobrado em cuja loja térrea instalou o boteco para o filho e morava encima.
                           Pancrácio era meio boêmio, não um boêmio integral. Cerceava-lhe a vocação boêmia a sua fragilidade digestiva. Queixava-se da vesícula, da boca amarga e lá se ia para casa tomar seu chá de boldo mais cedo do que os verdadeiros boêmios que varavam a noite. Ia em busca da sua gordinha, mortificado pelos exageros com que fantasiava as suas modestas aventuras extraconjugais. Era franzino, narigudo, meio pálido e tinha olhos de cor indefinida puxado para escuros.
                           Naquele Sábado, já eram dez e meia da noite quando empurrou de leve a porta da sala, pois naquele tempo não se trancava a porta senão quando chegasse o último morador. Era um saudoso tempo em que só se tinha notícia de ladrões de galinha que pulavam o muro do quintal. Entrou, procurando não fazer barulho para não acordar nem a velha que, pobre, trabalhara o dia inteiro sem parar, nem a sua gordinha.        Pensou: - a Chiquita podia não estar num bom dia (ou noite) e iniciar uma interminável discussão. Melhor era não acordá-la. - Amanhã, Domingo, tudo não passará de um diálogo. Ele era mestre em improvisar mentiras sem maldade e até daquelas que despertavam algum interesse. Por outro lado, ele confiava no amor da mulher e na sua fidelidade, coisa que apregoava de peito aberto, não só no boteco, mas em toda parte a para todos que tinha intimidade. E quem sabe, pela manhã, fariam até amor.
                                  Quando a Chiquita saiu teve antes o cuidado de colocar dois travesseiros, ao comprido, debaixo das cobertas da cama, imitando um corpo.
                                  O Pancrácio tirou os sapatos na sala e, de pé ante pé, penetrou no quarto escuro, tirou sem barulho as calças e jogou-as sobre a cadeira que ficava no seu lado da cama. Deitou-se de cuecas e com a mesma camisa que vestia, tudo sem ruído. Embora estranhasse que a Chiquita não estivesse roncando. Depressa pegou no sono.
                                   Manhã seguinte, Domingo, a velha Lindalva que respeitava os dias santos de guarda, acordou cedo para ir à Missa e estranhou que a Chiquita que sempre lhe fazia companhia, ainda estivesse dormindo. O Pancrácio acordava mais tarde e aos Domingos a certeza de não precisar justificar a sempre desejada falta ao trabalho parece que lhe prolongava o sono e os sonhos.
                                  O Pancrácio acordou com o barulho da porta feito por sua mãe que voltava da Missa. Levantou-se e nem se deu conta de que a Chiquita não estivesse na cama. Certamente entrara com a mãe, pensou.          Saiu do quarto ainda sonolento e viu a velha Lindalva, botando a mesa do café.

– Mãe, indagou, a Chiquita não foi a missa com a senhora?
                              Lindalva estranhou:
Ué , exclamou, pensei que ela estivesse dormindo.
                               Pancrácio vasculhou a casa toda: nada da Chiquita. Telefonou para Daninha, irmã dela, também não sabia do seu paradeiro. Tentou localizá-la na casa de amigos: nada. Saiu, meio sem rumo, pelas ruas do bairro. Foi até a igreja. A missa acabara e viu apenas o sacristão a apagar as velas. Ia voltando atarantado para casa quando um moleque engraxate que estava sempre por ali dele se acercou:
-- Seu Pancrácio, o Justino do botequim pediu para o senhor ir lá.
                              Um raio de esperança cruzou a sua mente. Apressou-se. Teve ímpeto de correr, mas susteve a ansiedade. Chegando, foi logo perguntando ao Justino o que era.
                     - - Tenho aqui uma cartinha que alguém deixou para você.  E entregou ao Pancrácio um envelope branco, fechado, sem endereçamento.
                            Abriu com sofreguidão. Era da Chiquita o bilhete: o perfume era o seu.. Leu com o coração aos pulos:
                            “Meu querido companheiro de tantos anos, não tenho nada contra você mas minha vida estava ficando muita chata. Fui em busca de alguma emoção. Me queira bem... Seu mal “foi comentar o passado, ninguém precisa saber o que houve entre nos dois; o peixe é pro fundo das redes; segredo é pra quatro paredes”.
Obrigada por alguns momentos bons que tivemos e que foram tão raros.
Chiquita”.

No fim da carta, bem no fim do papel um PS:

                              “Pancrácio v. tinha razão: a gordinha é mesmo muito gostosa. O calor dela é aconchegante. Do amigo: Orozimbo”.
                            Terminada a leitura, o Pancrácio, lívido, pediu ao Justino um copo d’água, levou-o a boca, sorveu um gole e desmaiou, caindo no colo do Gostoso com a carta na mão. O espanhol, que àquela hora já estava bêbado, rolou com ele da cadeira e os dois foram ao chão. Devidamente socorridos, os amigos levaram o Pancrácio para casa.
                                A Chiquita e o Orozimbo sumiram no mundo. Nunca mais foram vistos.
                                 O Pancrácio mudou-se de Olaria com a velha Lindalva e não deixou o endereço. A carta que se soltou das mãos do infeliz, ficou com o Justino que adorava contar a história do Pancrácio e mostrar o escrito para comprovar a sua maledicência.

                               Muitos anos se passaram, um belo dia cruzei com o Pancrácio no centro da cidade, na Avenida Rio Branco. Achei-o já envelhecido. Semblante tristonho. Cumprimentou-me formalmente. Informou que Dona Lindalva havia falecido. Despedimo-nos. Quando eu já ia em frente, o Pancrácio voltou. Encarou-me. Tinha os olhos úmidos. Falou, quase sussurando:

– Ah amigo, o que doeu mais foi o PS.

E perdeu-se no torvelinho da grande avenida.

VHCarmo -
(Do livro Complexo do Alemão e outros contos)

terça-feira, 17 de maio de 2011

GILMAR MENDES afinal contestado- Pedido seu impeachment.

                    DO BLOG  CONVERSA AFIADA - do Jornalista Paulo Henrique Amorim.

                             No dia 12 de maio, quinta-feira, às 13h11 o advogado capixaba Alberto de Oliveira Piovesan, inscrito na OAB-ES sob o número 2909, protocolou na presidência do Senado o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, aqui neste blog chamado de Gilmar Dantas (*).

                            Quem recebeu o documento de Piovesan foi a funcionária Vivânia que tem a matrícula número 9067 do Senado.
                             No mesmo dia, com o protocolo de número 2011.1803804-01 Piovesan entregou a mesma petição à Ordem dos Advogados do Brasil.
                          Este ansioso blogueiro conversou por telefone com Piovesan no início da noite desta segunda-feira e fez duas perguntas:

Por que tomou esta atitude ?

                         Piovesan respondeu que a atitude nasceu de seu sentimento de brasilidade. Porque considera dever cívico de um cidadão combater desmandos.

O Sr. é membro de algum partido político ou tem alguma filiação política ?
Sou apolítico.

Clique aqui para ler a íntegra da petição (ver no site Conversa Afiada do PHA). .

Leia a seguir a reportagem que o Novo Jornal fez sobre o pedido de impeachment de Gilmar Dantas (*).

                   Pedido o “impeachment” de Gilmar Mendes


            Advogado protocola no Senado Federal pedido de “impeachment” do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
             Acompanhado de um robusto relatório, o pedido de “impeachment”, do Ministro do STF, Gilmar Mendes, foi apresentado pelo advogado Alberto de Oliveira Piovesan, no ultimo dia 12 de Maio na Presidência do Senado Federal, em Brasília.
              Embora em torno do pedido tenha-se determinado “sigilo”, o assunto caiu como uma bomba na Casa legislativa, já debilitada perante a opinião pública nacional, devido os diversos escândalos envolvendo seus membros. Sem dizer que grande parte dos senadores encontra-se processados perante o Supremo Tribunal Federal.
               Na petição, o comportamento do Ministro Gilmar Mendes é duramente questionado. Principalmente sua relação com o advogado Sergio Bermudês. Seu escritório de Advocacia, além de empregar a esposa de Gilmar Mendes, teria patrocinado diversas viagens do Ministro ao exterior.
                  A documentação, as provas e as testemunhas arroladas são de auto teor explosivo.
                     São testemunhas:

Deputado Federal Protogenes Queiroz
Desembargador Federal Fausto De Sancts
Jornalista Luiz Maklouf Carvalho- Revista Piauí.
Jornalista Moacyr Lopes Junior- Folha de São Paulo.
Jornalista Catia Seabra- Folha de São Paulo.
Jornalista Felipe Seligman- Folha de São Paulo.
Agente da Polícia Federal Jose Ricardo Neves.
Advogado Dalmo de Abreu Dallari-USP.

                                 Nos termos da lei nº 1079, de 10 de Abril de 1950, depois de protocolado o pedido de “impeachment”, o presidente do Senado, deveria criar uma comissão processante. Formada por senadores que emitiram parecer sobre o pedido que seria submetido à aprovação do Plenário. Se aceito o pedido, abre-se o procedimento de “impeachment”. A assessoria de imprensa da Presidência do Senado informou à reportagem de Novojornal, nesta segunda-feira (16), que o pedido foi encaminhado no mesmo dia, 12/05 para Assessoria Jurídica da Casa que deverá assessorar a presidência na tramitação da matéria.

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 Gilmar Mendes enchovalha a história do STF.

VHCarmo.

sábado, 14 de maio de 2011

Bin Laden e as Torres Gêmeas.

                                         Nesse momento em que, nos EEUU, se “festeja” a morte do terrível terrorista Bin Laden, é de se lembrar que a maior obra que se lhe atribui, ou seja, a derrubada das Torres Gêmeas de Nova Iorque, jamais foi assumida por ele.
                                        No magnífico livro “Hitler Ganó la Guerra” (Editora Planeta – Buenos Aires–2007), o economista argentino Walter Graziano, que vive nos USA, alinha 30 decisivos argumentos que, no mínimo, tornam obscura a autoria da derrubada das torres. A gente faz a seguir um resumo, escusando trazer aqueles menos relevantes.
                                         Embora um pouco extenso, o texto  reproduzido é muito elucidativo quanto à forma como agem a CIA e os USA em questões desse tipo.  Segue:                                       
                                 
                                       A velocidade cruzeiro de um Boeing é de cerca de 900 k/h.; para colidir com um bloco de apenas 5 pisos como o Pentágono ou num espaço reduzido, como o das Torres Gêmeas, seria necessário contar com piloto profissional de vasta experiência. De outra forma, a possibilidade de errá-los por centenas de metros é muito alta. Ora, Maohamed Atta, Marwanal Alshhit e Haani Hanjour não tinham condições de pilotar senão pequenas aeronaves.
                                     A história oficial conta que 19  indivíduos saudistas entraram nos 4 aviões seqüestrados com “corta-papél” e facas de plásticos, armas com as quais teriam rendido toda a tripulação e assumido o comando das aeronaves e as guiado contra os alvos para produzir o máximo de destruição.
                                   Durante muito tempo não apareceu qualquer filme ou vídeo sobre o ataque ao Pentágono, apesar de ser estabelecimento militar cercado de câmeras por todos os lados. Nos filmes posteriormente liberados não aparece o tipo de objeto que teria impactado o edifício.
                                  O objeto que colidiu contra o Pentágono o fez de forma horizontal. Se fosse o do vôo 77 da American Airlines, ele teria feito um giro de 270 graus e uma descida de 7.000 pés, voando a 500 milhas por hora. Teria que ser um vôo rasante, esquivando-se das linhas de alta tensão existentes na zona. A distância entre muitas dessas linhas é menor do que a envergadura de um Boeing. A lista de mortos no Pentágono, conforme publicou a CNN, revela que o ataque foi dirigido especificamente contra as áreas Comunicações e Projetos.
                                   Para derrubar as Tôrres Gêmeas por impacto de aviões, teria sido necessário derreter a estrutura interna de aço, tal como foi sugerido oficialmente. Para isto o aço teria de ser submetido a 550 graus centígrados. O combustível dos aviões não superam 360, quando aquecidos.
                                  A Torre Sul foi impactada 18 minutos após a Torre Norte. A Sul caiu primeiro, embora atingida em um ângulo. A Norte foi atingida no centro. Uma grande quantidade do combustível do avião se esparramou pela Torre Sul e se consumiu rapidamente na explosão que foi vista, não se explicando como sua estrutura tenha ruído primeiro.
                                   O tipo de queda que sofreram ambas as torres só é usual em demolições controladas. Não se explica como os pisos acima do impacto dos aviões não caíram em bloco, ou então em forma fragmentada.
                                    Para as Torres caírem era necessário que a construção interna de aço se derretesse. No entanto,visualmente se observa como os incêndios produzidos pelos impactos se apagam lentamente, porque a temperatura devia estar se reduzindo no momento das demolições.
                                Testemunho de bombeiros e sobreviventes que informaram ter escutado detonações nos pisos inferiores ao local do impacto, foi rapidamente suprimido dos meios de comunicação.
                                 Estranhamente a empresa que chegou primeiro ao local foi a Controlled Demolition Inc. que imediatamente vendeu a pequenas empresas os restos dos acervos das estruturas das torres, empresas que, por sua vez, os exportaram para a China e Corea o que impediu a realização de perícias forenses que poderiam detectar explosivos, restos dos aviões e o estado real da estrutura das torres.
Vários espectadores, recordam haver visto, na transmissão original explosões nas torres em sua planta baixa.
                                As Torres Gêmeas foram construídas de molde a suportar impacto de aviões Boeing 757 e 767.
                                 No dia 4 de dezembro de 2001  George W. Buch, num estranho ato falho, registrado pela Casa Branca, entrevistado, afirmou ter visto pela TV ( que não transmitiu no ato) o impacto inicial na torre. Em 5 de março de 2002, tornou a afirmar ter visto o primeiro impacto pela televisão pendurada na parede de uma escola, onde se encontrava: “Sim eu estava sentado em Flórida ...”. Por duas vezes então, o Presidente referiu ter visto o primeiro ataque as torre que só veio a público muito depois, filmado por um fotógrafo amador.
                             Entre os dias 6 e 7 de setembro Wall Street registrou uma estranha alta das ações das empresas American Airlines e United Airlines. No caso da primeira negociaram-se nada menos do que 4.744 contratos de venda ao contrário dos usuais 300 contratos diários.
                            Estranhamente, as Torres que foram construídas pelos irmãos Rockfeller foram arrendadas por 99 anos por cerca de 3 bilhões de dólares, somente sete semanas antes dos atentados, por um empresário: seu nome: Larry Silverstein, que estaria reclamando 7 bilhões de dólares de uma seguradora suíça.
                           No seu sítio "Réseau Voltaire" na Internet em texto entitulado “A terrível impostura”o jornalista Thierry Meyssan, lembra que pelo buraco produzido no Pentágono jamais penetraria um Boeing.
                           Nas fotos tomadas na área do Pentágono, na ocasião do impacto, não aparecem rastros da fuselagem do avião, de corpos e nem de qualquer equipagem. Meyssan lembra, ainda em seu site, que os 17 terroristas imolados no ataque continuam vivos na Arábia Saudita.
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                         O escritor Walter Graziano se estende muito em outros aspectos, porém todos levam a uma certeza: a autoria dos ataques é discutível e, analisadas todas as circunstâncias, torna improvável a versão do governo norteamericano.
                          Bom lembrar que os ataques motivaram, de modo imediato, a guerra contra o Afeganistão.
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                           Nota: esse escriba pede desculpa àqueles que o honram com a sua visita pelos erros de digitação, muitas vezes ocasionados pela pressa. Vai melhorar!.
 
VHCarmo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ligerinha de 13 de maio de 2011.


                Com se extraviou o último texto que enivei ao blog e como esse escriba etá sem tempo de escrever outro, surgiu a oporunidade de transcrever o importante artigo escrito pelo presitigiado sociólogo Marcos Coimbra que ao comentar o Dilema Tucano..., chama a atenção pela séria dificuldade da oposição de implementar um discurso propositivo, capaz de arregimentar a população, abandonando o recurso midiático de fabricar escândalos e criar factóides, recursos que já se comprovaram ineficientes, inclusive desacreditando àqueles que pretendem beneficiar.
                               Vai  aí o instigante artigo do sociólogo e jornalista Marcos Coimbra:
                           
               O Dilema Tucano Outra Vez.

                             Marcada para o próximo dia 28, a convenção nacional do PSDB vai acontecer em um momento especialmente importante para o partido. Talvez mais que em qualquer outra, nela ele se defrontará com escolhas decisivas para seu futuro.

                              Por extensão, para o futuro das forças políticas e sociais que fazem oposição ao PT e ao governo. Em função de vicissitudes de nossas eleições desde os anos 1990, o PSDB se tornou o principal e, para muitos efeitos, o único contraponto real ao petismo. Na vitória e na derrota.

                              Nada sugere que o quadro será diferente em 2014. Pelo que se pode antever, deve voltar a sair do PSDB o candidato oposicionista, pois das outras legendas (as que sobreviverem até lá) dificilmente algum nome emergirá.
                               (Se tivéssemos que apostar, o mais provável é que se repita um cenário parecido com o do ano passado: oposições unidas, em torno de um tucano, contra mais de uma candidatura egressa do governismo. Não foi isso que ocorreu com Serra versus Dilma e Marina?).
                              A convenção peessedebista é relevante, portanto, para o jogo político nacional e não somente para o partido. O que lá for deliberado tem consequências para todo o sistema político.
                             Com sua atávica predileção por ficar em cima do muro, as lideranças do PSDB conseguiram evitar uma confrontação que agora parece inevitável.
                            Na verdade, o que fizeram foi apenas circunscrevê-la, não deixando que se explicitasse e se tornasse uma guerra aberta.
                            Mas até as pedras da rua sabem que o PSDB está dividido entre duas correntes, o serrismo e o aecismo. Pelo menos nas questões nacionais, pois, nas regionais, há outras.
                            A mais relevante é liderada por Alckmin, mas seu horizonte é diferente. Enquanto Serra e Aécio só têm a presidência da República pela frente, ele pode voltar a disputar o governo de São Paulo (o que, se for bem-sucedido, vai fazer com que atinja a marca impressionante de permanecer no Palácio dos Bandeirantes por 14 anos, pulverizando o recorde de Ademar de Barros, de 11, contado o período como interventor).
                          Como também sabem as pedras da rua, Alckmin e Serra não se entendem, pelo menos desde quando o segundo sucedeu o primeiro e não o poupou de críticas a (quase) tudo que fizera.
                          Começou ali o pior período da carreira de Alckmin, que se acentuou quando, na eleição para prefeito da capital em 2008, Serra fez de tudo para eleger Kassab, pensando em ter o DEM a seu lado na eleição presidencial de 2010. Derrotado, só restou ao atual governador aceitar um posto subalterno no governo Serra.
                           Quem achou que essa era uma jogada de mestre de Serra vê agora que o efeito foi nulo, para dizer o mínimo. Hoje, Alckmin administra com seus aliados de primeira hora e deixou o serrismo ao relento.
                              Com boa imagem e apoio popular (pelo menos neste início de mandato), ele terá uma decisão complicada em 2014: se larga o estado (e corre o risco de ver o serrismo de volta) para disputar uma eleição difícil contra Dilma (talvez Lula) ou tenta continuar no governo. Faz sentido que opte por não sair de São Paulo.
                             Já Aécio e Serra não poderão evitar a disputa presidencial. Serra não terá nada nas mãos (pois é pouco provável que concorra à prefeitura de São Paulo) e o fato de Aécio ser senador só aumenta a possibilidade de que venha a ser candidato a presidente (pois também é pouco provável que queira voltar ao plano estadual ou encerrar sua carreira no Senado).
                              Nenhum dos dois parece disposto a ceder ao outro a vez. E nada indica que estarão mais propensos a isso adiante.
                              O PSDB pode deixar a decisão para a frente, como é sua tendência. Pode re-encenar o “colégio de ilustres”, convocando os caciques (FHC, Serra, Aécio, Tasso, mais um ou outro) para fingir que estão de acordo. Pode deixar que as pesquisas de opinião voltem a comandar a escolha quando tiver que sair de cima do muro.
                               A pergunta é qual identidade pretende assumir agora e nos próximos anos. Se quiser ficar com a que tem, basta não fazer nada e deixar que a convenção do dia 28 se esvazie. Se achar que perder três vezes é um sinal de que as coisas não vão bem e que precisa mudar, é bom que se prepare para o enfrentamento.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi  e colunista da Revista Carta Capital.
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                             O TREZE DE MAIO

                      O dia de hoje lembra a Abolição formal da escravatura negra no Brasil e leva á reflexão de que sem a inclusão dos afrodescendentes, maioria pobre, o país terá enorme obstáculos  para chegar a potência mundial como todos desejamos. 
                       O que nos enche de esperança, no entanto,  são as medidas que vêm sendo implementadas no sentido da sua  integração.  Ademais, graças aos negros, componente importante na formação do nosso povo, estamos construíndo nos trópicos uma  maravilhosa civilização sem precedentes na história da humanidade, na qual se extinguirá a característica física de uma só raça.   Seremos verdadeiramente um POVO NOVO como lembrou o antropólogo  Darcy Ribeiro, pontificando negros, brancos, índios e amarelos ( todos seres humanos em toda a sua dimensão). 

VHCarmo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ligeirinha volta à política..

                                    No momento que a impressa anuncia  recordes históricos  para a criação d o emprego formal no país, sendo no ano de 2010  de 2,8 milhões e nos oito anos do governo Lula mais 28 milhões; quando o salário médio do trabalhador supera R$ 1.350,00; quando o governo Dilma prossegue crescendo na confiança dos brasileiros, imprimindo o seu modo de governar, a oposição, mesmo com o valioso patrocínio da mídia, patina e se auto destrói, dividindo-se, sem encontrar um discurso com o qual deva se arrimar para encontrar um rumo, essencial à sua sobrevivência.
                                   O PSDB principal partido oposicionista tem como núcleo principal o Estado de São Paulo e como outro pólo o Estado de Minas. Em São Paulo instalou-se uma cisão entre Serra e Alkimin, acabando por gerar desistências de parlamentares em favor do PDS de Kassab que, por sua vez, não parece servir ao caviloso Serra. No outro pólo Aécio Neves tenta juntar os cacos e imprimir uma diretiva própria.  Aproxima-se a convenção partidária e a coisa parece ainda não delineada.
                           Sobre este assunto vale ler o que escreve o sociólogo Marcos Coimbra, colunista da Revista Carta Capital, num  belo texto publicado na imprensa. Veja-se:
                                        

                                      O Dilema Tucano Outra Vez

                                 Marcada para o próximo dia 28, a convenção nacional do PSDB vai acontecer em um momento especialmente importante para o partido. Talvez mais que em qualquer outra, nela ele se defrontará com escolhas decisivas para seu futuro.
Por extensão, para o futuro das forças políticas e sociais que fazem oposição ao PT e ao governo. Em função de vicissitudes de nossas eleições desde os anos 1990, o PSDB se tornou o principal e, para muitos efeitos, o único contraponto real ao petismo. Na vitória e na derrota.

Nada sugere que o quadro será diferente em 2014. Pelo que se pode antever, deve voltar a sair do PSDB o candidato oposicionista, pois das outras legendas (as que sobreviverem até lá) dificilmente algum nome emergirá.

(Se tivéssemos que apostar, o mais provável é que se repita um cenário parecido com o do ano passado: oposições unidas, em torno de um tucano, contra mais de uma candidatura egressa do governismo. Não foi isso que ocorreu com Serra versus Dilma e Marina?).

A convenção peessedebista é relevante, portanto, para o jogo político nacional e não somente para o partido. O que lá for deliberado tem consequências para todo o sistema político.

Com sua atávica predileção por ficar em cima do muro, as lideranças do PSDB conseguiram evitar uma confrontação que agora parece inevitável.

Na verdade, o que fizeram foi apenas circunscrevê-la, não deixando que se explicitasse e se tornasse uma guerra aberta.

Mas até as pedras da rua sabem que o PSDB está dividido entre duas correntes, o serrismo e o aecismo. Pelo menos nas questões nacionais, pois, nas regionais, há outras.

A mais relevante é liderada por Alckmin, mas seu horizonte é diferente. Enquanto Serra e Aécio só têm a presidência da República pela frente, ele pode voltar a disputar o governo de São Paulo (o que, se for bem-sucedido, vai fazer com que atinja a marca impressionante de permanecer no Palácio dos Bandeirantes por 14 anos, pulverizando o recorde de Ademar de Barros, de 11, contado o período como interventor).

Como também sabem as pedras da rua, Alckmin e Serra não se entendem, pelo menos desde quando o segundo sucedeu o primeiro e não o poupou de críticas a (quase) tudo que fizera.

Começou ali o pior período da carreira de Alckmin, que se acentuou quando, na eleição para prefeito da capital em 2008, Serra fez de tudo para eleger Kassab, pensando em ter o DEM a seu lado na eleição presidencial de 2010. Derrotado, só restou ao atual governador aceitar um posto subalterno no governo Serra.

Quem achou que essa era uma jogada de mestre de Serra vê agora que o efeito foi nulo, para dizer o mínimo. Hoje, Alckmin administra com seus aliados de primeira hora e deixou o serrismo ao relento.

Com boa imagem e apoio popular (pelo menos neste início de mandato), ele terá uma decisão complicada em 2014: se larga o estado (e corre o risco de ver o serrismo de volta) para disputar uma eleição difícil contra Dilma (talvez Lula) ou tenta continuar no governo. Faz sentido que opte por não sair de São Paulo.

Já Aécio e Serra não poderão evitar a disputa presidencial. Serra não terá nada nas mãos (pois é pouco provável que concorra à prefeitura de São Paulo) e o fato de Aécio ser senador só aumenta a possibilidade de que venha a ser candidato a presidente (pois também é pouco provável que queira voltar ao plano estadual ou encerrar sua carreira no Senado).

Nenhum dos dois parece disposto a ceder ao outro a vez. E nada indica que estarão mais propensos a isso adiante.

O PSDB pode deixar a decisão para a frente, como é sua tendência. Pode re-encenar o “colégio de ilustres”, convocando os caciques (FHC, Serra, Aécio, Tasso, mais um ou outro) para fingir que estão de acordo. Pode deixar que as pesquisas de opinião voltem a comandar a escolha quando tiver que sair de cima do muro.

A pergunta é qual identidade pretende assumir agora e nos próximos anos. Se quiser ficar com a que tem, basta não fazer nada e deixar que a convenção do dia 28 se esvazie. Se achar que perder três vezes é um sinal de que as coisas não vão bem e que precisa mudar, é bom que se prepare para o enfrentamento.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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VHCarmo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Um ponto no Arpoador (conto).

         Texto ficional, como este que aí vai abaixo,  vale para manter viva em todos nós o quanto é importante a liberdade e a Democracia. Quando a gente desfruta delas nem percebe o quanto valem. O Brasil passou cerca de 25 anos numa noite tenebrosa  em que todo o povo vivia sem segurança num clima de medo, suprimidas todas as garantias individuais e políticas.  É inegável que dentro dos quarteis havia homens sensiveis que, sem meios, se submetiam àquela situação. Os setores nacionalistas das forças armadas também foram vítimas do regime e afastados.   Por outro lado,  milhares de  irmãos brasileiros foram exilados, torturados e mortos!
           O destaque negativo daquele triste período foi o apoio da mídia ao regime ditarial. Esta mesma mídia que hoje se diz defensora da liberdadev de expressão.  O Jornal  "O Globo" no dia 7 de abril de 1964, relacinou em extensa lista, indicando (dedurando) aos golpistas, as pessoas que deviam ser invesitagadas e presas. Eram sobretudo intelectuais, artistas e líderes sidnicais.  O jornal Folha de São Paulo patrocinou juntamente com o Exército e o governo paulista de então a criação da Operação Bandeirantes (OBAN), provendo-a de meios inclusive de veículos. A operação dedicou-se à tortura e morte de pessoas (ditas inimigas) por torturadores treinados pela CIA. Em resumo: a  a mídia em geral, com destaque para os jornais e as televisões engajaram-se na repressão e apoiaram de maneira irrestrita o golpe e a ditadura que se seguiu  e que foram patrocinados  pelos EEUU.
                                                                            
                            Um ponto no Arpoador.


                                               (CONTO)

                   (Texto ficcional: qualquer semelhança com fatos reais é plausível).

                                      Os bancos de cimento, postos frente à Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, concentram uma grande turma de idosos, pelas manhãs, quando o sol vai escorrer suas luzes nas pedras e nas espumas das ondas que ali se esbarroam. Há naquele recanto, onde duas correntes do mar se encontram, um estuário de lembranças e afirmação de vida.
                                    Aos poucos, antes que o dia se adiante, as conversas convergem em temas os mais variados e confidenciais de façanhas e fracassos e até de intimidades familiares que abrem o livro do passado de cada um. Há ali uma intercomunicação que torna aqueles idosos amigos fraternos, cujo ponto de encontro, longe de salas íntimas, se dá em frente àquele belo mar do Arpoador.
                                 Um freqüentador assíduo do local, exímio no mover das pedras do jogo de damas, desenhado nos tampos das mesas, figura esguia a assomar rugas no rosto branco e flacidez nos braços e pernas longas, é conhecido como Nandinho. Dentre todos, é a figura mais intrigante entre aqueles velhos. Há nele, em todas as suas expressões, algo que denota uma certa tristeza, um alheamento que, muitas vezes o leva a perder o jogo por distração, movendo mal as pedras decisivas.
                                  Levado por uma curiosidade, devo confessar, um tanto mórbida, fui tentando, muitas vezes naquelas manhãs, abrir o seu livro de intimidades. Movia-me, também, o desejo de integrá-lo naquelas confidências tão reconfortantes que fazem tão bem a mim e a todos aqueles idosos. Não foi tarefa fácil.
                                 Numa daquelas manhãs em que a direta luminosidade solar se ocultava pelas volumosas nuvens escuras caminhantes pelo céu, ficamos a sós. A iminência de chuvas afastara  outros frequentadores. Nandinho me convidou caminhar em direção a Copacabana. Fomos; por uma parte do caminho silenciosos, mas notei que ele queria falar algo.           Ao penetrar no Posto 6, deixei-o falar:

                    – "Cara, eu fui milico. Um simples sargento, engajado após o serviço militar obrigatório, em 1959. Idas e vindas, da tropa passei aos setores burocráticos, especializando-me em organização de documentos, compilações em arquivos e me tornei um exímio datilógrafo. Quando do golpe de estado de 1964 que os militares chamavam de revolução eu servia no setor de segurança do Primeiro Exército. Em julho de 1969, empresários paulistas, militares do escalão superior do Segundo Exército e da Polícia Civil de São Paulo com a presença do governador Abreu Sodré, assistência de agentes americanos e de órgãos da imprensa paulista, em destaque a Folha de São Paulo, fundaram um órgão para repressão dos movimentos contrários ao sistema então vigente, órgão foi batizado de Operação Bandeirantes (OBAN).
                       -“Aquele esquema, meu amigo, durou relativamente pouco, causado, provavelmente, pelo justiciamento de um empresário estrangeiro dirigente e financiador do órgão, assassinado em plena rua na capital de São Paulo e a fuga, para o exterior, de diretores da Folha. A Operação Bandeirantes com atuação preferencial naquele estado e no Mato Grosso, se viu superada por um órgão mais amplo o CODI-DOI – mais popularizado como DOI-CODI, que sistematizou a repressão em nível nacional. Este último órgão foi montado em todas as regiões militares em seus exércitos, supervisionado pelo então denominado Sistema de Segurança Interna, diretamente ligado à Presidência do país".

                                   O Nandinho ia falando e íamos caminhando. Num dado momento- como o sol rompera as nuvens negras, afastando a chuva - convidou-me sentar com ele num banco em frente à praia, bem ao lado forte histórico de Copacabana; sentamos e ele continuou a falar:
- "Acontece, amigo, que o meu Setor foi incorporado ao DOI, do 1º. Exército, passei a secretariar e datilografar os depoimentos de presos, no quartel da Rua Barão de Mesquita,425. Ali começou o meu drama. A minha sala era vizinha aos núcleos de torturas de presos para extração de depoimentos para facilitar entrega de outros “inimigos” procurados e para descobrir marcação de pontos de encontro.
              " A turma atuante era altamente especializada na aplicação de torturas, vinha de treinamento propiciado pela CIA. Funcionavam: o Pau-de-arara, os choques elétricos nas extremidades e orifícios dos corpos dos torturados, a cadeira do Dragão, o mergulho de cabeça nos tanques de água gelada - chamado afogamento - o emparedamento do preso, em pé, sem movimentos até o desmaio; as geladeiras e o corriqueiro esbofeteamento do torturado algemado, para minar sua autoestima. Era tudo assistido por médicos militares para evitar a morte inesperada do preso sem proveito investigatório".
                      O Nandinho continuava a falar:

      -" Amigo, eu era obrigado a assistir a tudo aquilo. Homens, e às vezes mulheres, exangues e sem força, falavam coisas desconexas, nomes avulsos que dificultava até a transcrição datilográfica que, muitas vezes, era induzida pelos interrogadores, levando a muitas diligências sem sucesso. O pior, no entanto, era ouvir os gritos lancinantes dos torturados e o traslado pela minha frente de cadáveres daqueles que não resistiam à ferocidade de seus torturadores".

                        “Pois bem – me disse o Nandinho já então visivelmente emocionado – “eu não resisti: a tortura me parecia, então, esgotar-se em si mesma e sem sentido. No interrogatório de uma presa, mulher jovem - em minha frente - o seu rosto estava totalmente desfigurado, suas vestes mal cobrindo os seus seios desnudos, mechas de algodão ensopadas de sangue sobre ferimentos. Ali mesmo junto à maquina de escrever tive uma espécie de vertigem, entrei a vomitar e desmaiei. Acordei, ensopado de vômito, dentro de uma ambulância que me levou ao hospital militar".
                          "- Ao me restabelecer fui exonerado das funções que exercia, mas obrigado a permanecer internado na galeria dos alienados. Ali fiquei, junto aos malucos,  por alguns meses sem contato com meus familiares. Após, fui submetido a interrogatórios intensivos. Coisas, sem sentido aparente, até sobre a minha vida particular, foram indagadas; inclusive sobre as minhas relações pessoais. Afinal, fui solto e avisado que seria vigiado e, se revelasse algo do que sabia, estaria sujeito a graves consequências. Eram ameaças claras sob as quais passei a viver”.
                          -“Cara, além de perseguido pelos gritos lancinantes dos torturados, aquelas imagens terríveis não se apartavam de mim. Quase não dormia e confesso a você que, até hoje passado tanto tempo, durmo a poder de remédios. Fui afastado para a reserva remunerada. Sempre vigiado, perdi amigos e parentes. Somente a restauração da democracia me proporcionou um pouco de paz que ora desfruto aqui com vocês".
                         -“Agora, amigo, você pode entender porque não me abro lá no Arpoador. Não consigo fazer de outro modo; o jogo de damas, ao menos, amortece as minhas lembranças".
                           Ao terminar a sua narrativa, o Nandinho chorava convulsivamente com o rosto entre as mãos.

Victor H. Carmo – Janeiro de 2010.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Justifica-se o assassinato de Bin Laden?

                                   O assassinato do Bin Laden  pelas tropas de elite  norteamericanas comporta “uma outra maneira de ver as coisas” no dizer do Jornalista Marcos Garcia Jannsen. Não há uma palavra sequer a ser acrescentada ao seu texto abaixo transcrito.
                              
     Outra maneira de ver as coisas.....
                        
                         Bin Laden perdeu. E ninguém ganhou.
                         Deixe-me ver se entendi bem.
                        O mundo festeja a morte de um bárbaro terrorista assassino que foi assassinado no Paquistão por uma tropa militar de elite das forças especiais dos Estados Unidos. Escondido em uma mansão onde não havia telefone nem internet, desarmado como admitiu a Casa Branca, o cérebro do atentado do 11 de setembro, onde morreram 2.700 pessoas, já não comandava mais sua organização.           
                    Valia-se de um emissário para transmitir recados. A identidade do emissário foi descoberta mediante a tortura de um dos presos mantidos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba. E foi o monitoramento do emissário que permitiu a localização do esconderijo de Bin Laden. A tropa que invadiu o esconderijo recebeu a ordem de matá-lo. E de em seguida jogar seu corpo no mar.
                    O governo paquistanês não foi consultado sobre a invasão do seu território por tropa de outro país. Só depois ficou sabendo.
                   Em resumo: celebra-se a tortura (crime), o assassinato de um terrorista inativo (crime) e a operação militar bem-sucedida que implicou na violação da soberania de um país (crime também). É o mesmo que afirmar: em certos casos (e não serão poucos), a tortura se justifica. O assassinato se justifica. A invasão pontual de outro país se justifica.
                   Repelimos a violência quando ela nos atinge. Aceitamos a violência contra quem detestamos. Dancemos nas ruas! Às favas os escrúpulos, os fundamentos do modelo ocidental de democracia e os valores básicos e consensuais de todas as religiões. Um ex-operador da CIA, a agência americana de espionagem, disse hoje no The New York Times que a manifestação de júbilo dos seus concidadãos com a morte de Bin Laden avaliza os métodos usados pela CIA em defesa dos interesses do país. Um general brasileiro aposentado, que na época da ditadura de 64 tolerou ou estimulou a tortura e a morte de opositores do regime, seria capaz de dizer algo parecido. O mundo não se tornará menos ou mais seguro com a morte de Bin Laden. A essa altura, a importância dele era apenas simbólica. Com sua morte não se fez justiça como proclamou o presidente Barack Obama. (Na aparência, pelo menos, George Bush Jr. fez ao capturar, julgar e enforcar o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein.)
                       Em sociedades ditas civilizadas, justiça se faz de outra maneira. Consagra-se a doutrina israelense que justifica o assassinato seletivo de inimigos do Estado. Foi um ato de vingança. Que Bin Laden fez por merecer. Mas nós não merecíamos que por causa dele fossem rasgados os tratados internacionais que tipificam como crimes a tortura, o assassinato e a violação de territórios por tropas estrangeiras. Bin Laden perdeu. E ninguém ganhou.
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VHCarmo.