terça-feira, 4 de outubro de 2016

Refleção necessária.....

 Reflexão necessária.

Verifica-se, de modo claro, nessas eleições municipais o recuo das forças políticas e dos movimentos organizados da sociedade, vítimas de ataques sistemáticos promovidos pela direita fascista em conluio com a mídia monopolista.
Por outro lado, a fragmentação da representação política com a multiplicação de pequenos partidos populistas sem base ideológica, facilita  a emergência de fações de  seitas  religiosas , via de regra racistas, machistas e reacionárias, guiadas por líderes conservadores imunes à crítica da mídia conservadora.
Instalado o governo ilegítimo por obra de um golpe que vulnerou a Democracia e o Estado de Direito foi aberto o caminho para seguidas transgressões da institucionalidade e da legalidade, resultando uma licença para as transgressões em nome de uma  justiça fora e acima da lei, imposta por uma facção e seus partidos. 
A representação política dos partidos de esquerda ligados aos movimentos sociais, às lideranças sindicais e a sociedade organizada são alvo da incansável disseminação do ódio, promovida pela mídia e da discriminação seletiva do aparelho policial, do Ministério Público e da Justiça que se especializa por tentar destruir seus líderes.
Neste quadro se pode fazer uma ideia do significado da eleição municipal.  O Município revelou de modo expressivo a situação exposta.  Nas grandes cidades a disseminação do ódio ao PT, o principal partido ligado à classe operária, seus sindicados e, em geral, aos movimentos sociais, veio a promover a eleição de representantes de partidos sem tradição ideológica (resultantes da fragmentação) e o afastamento de políticos ligados à esquerda e às reivindicações e conquistas populares.   Em São Paulo afasta-se Haddad em proveito de um milionário sem qualquer vivência política e ligado ao neoliberalismo e a direita. No Rio surge um bispo de uma das seitas religiosas, que se revela um traidor ao apoiar o golpe contra um governo do qual participou.
Convém notar que sobrevive em alguns municípios o PSOL que, mesmo sendo um partido que orbita na esquerda política, representa uma parte da classe media e do funcionalismo público, não tendo nenhuma conexão com os movimentos operários, de trabalhadores em geral e da sociedade organizada.  Contra ele as baterias do ódio da mídia se calam.  O apoio do PSOL às questões correntes que se apresentam na luta política, principalmente na arena do legislativo, se aproximam muito da posição dos partidos conservadores.
Em face do que se viu nesse primeiro turno, as esquerdas autênticas, à semelhança do que ocorre hoje nos países centrais estão sendo alijadas das lutas políticas com o ressurgimento do fascismo, principalmente nos países mediterrâneos , na França e na Alemanha, que se permitem operar fora da lei contra as populações pobres e os imigrantes.
No nosso país instalou-se, igualmente, o império da ilegalidade aplicável seletivamente contra as representações políticas populares em favor de um neoliberalismo entreguista que avança no processo de destruição das conquistas do nosso povo.
O nosso posicionamento no segundo-turno das eleições, onde houver, deve nos levar a um  detido exame político que envolve a todos e cada um daqueles que a gente deve escolher com vista a preservação da sua posição ideológica e a defesa dos nossos valores.

VHCarmo- 03.10.2016.

Ver a seguir abaixo complemento desta reflexão.

Reflexão necessária complemento....

Reflexão necessária (complementar).
Vindo a público  números mais amplos e, por ouro lado, mais detalhados da eleição, sugere um aspecto não abordado na reflexão anterior e de vital importância.  
A ocorrência inédita, em seus números, da incidência do “não voto” ou “voto não”, torna claro que o ataque à esquerda e particularmente ao Partido dos Trabalhadores se inseriu no ataque geral à política e aos políticos.  Este aspecto torna mais grave e mais sério o problema.
Os votos em branco, nulos e a abstenção foram os maiores da história dos nossos pleitos eleitorais. Nas grandes cidades este contingente assumiu grandes e graves proporções.   Em Belo Horizonte, apenas para exemplificar, tais votos superaram 40% do total. Em São Paulo este número ultrapassa, em votos válidos, os conferidos ao vencedor do pleito.
Na grande metrópole brasileira, cujo eleitorado é maior do que em muitos países, elegeu-se um candidato que fez questão de dizer-se que não é político.  Ainda ontem, um dia após o pleito, entrevistado na TV ressaltou, por mais de uma vez, que não é político e jurou que não disputará uma reeleição.
Isto torna absolutamente claro o fato sumamente grave do qual não só o PT e a esquerda foram as vítimas da mídia e da armação golpista, a democracia também foi atingida no seu precioso conteúdo que é a política, única via de acesso ao poder pela representação estabelecida na Constituição Federal (Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido).
Notório restou saber, no entanto e em face dos números agora conhecidos, que a vitória proclamada pelos partidos à direita têm por base importante a diminuição consistente do eleitorado que votou negativamente pela ausência, pela anulação e pela a abstenção.
Impõe por fim resumir, além da legitimação do governo, a tarefa a se impor não só à esquerda mais a todos os cidadãos de boa-fé é lutar pela reinstalação nas mentes da necessidade inadiável de recompor a representação política através de uma reforma radical, para escoimar essas manobras que vulneram o Estado Democrático de Direito em benefício dos inimigos declarados da nação e do seu povo, aí incluída a mídia golpista. 

VHCarmo. (04.10.2016).

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Efeitos da Ilegalidade do Governo Provsório..


                   A ilegalidade do governo provisório.
                                         ( seus efeitos)

Inicio esta reflexão transcrevendo as palavras do Professor Luis Felipe Miguel, doutor em Ciências s Sociais              e Professor Titular do Instituto de Ciências Políticas e Sociais  da Universidade de Brasília (UNB):

“O Golpe de 2016 marca uma fratura irremediável no experimento democrático iniciado no Brasil em 1985. Ainda que com limitações, a ordem balizada pela Constituição de 1988 garantia a vigência das instituições mínimas da democracia iliberal: o voto popular como meio  necessário para obtenção do poder político e o império da lei. A derrubada da Presidente Dilma, mediante um  processo ilegal, sinalizou que tais institutos deixaram de operar e, por consequência, o sistema político em vigor no país não pode mais receber o título de “democracia” – mesmo na compreensão menos exigente da palavra”.(in Por que gritamos Golpe – Editora Boi Tempo).

O governo provisório opera, em ilegalidade. A rigor as normas que apressadamente toma iniciativa de ativar, por decreto e mesmo pela iniciativa legislativa, estão tisnadas de ilegalidade, falta-lhe a representação que seria conferida pelo voto popular.

Mesmo tendo o vice-presidente composto a chapa vitoriosa encabeçada por Dilma no pleito eleitoral, a ela, somente, cabia governar e a interinidade de Temer não lhe confere poder para alterar a plataforma (o programa) com que  Dilma –  ele como vice - se apresentou ao eleitorado, programa  que lhe  conferiu a maioria dos votos.

Restaurada a vigência democrática, as alterações das leis e direitos  garantidores do patrimônio nacional, das conquistas dos trabalhadores e das classes mais pobres implantadas na ilegitimidade do governo Temer terão que ser revistas.   Mesmo tendo sido apreciadas pelo legislativo, por terem sido de iniciativa do poder ilegítimo levam o selo da ilegalidade ao faltar-lhes a origem popular de seu ordenamento.

Vivemos um simulacro legislativo em face da ilegalidade do governo do Traíra.  


VHCarmo.

sábado, 16 de julho de 2016

REFLEXÃO NECESSÁRIA SOBRE O GOLPE FASCISTA.


 O processo de impedimento da nossa Presidente eleita se reveste de um procedimento nitidamente de inspiração fascista, habilmente conduzido pelas elites conservadoras e atrasadas do nosso país, em conjunto com o Parlamento, o Ministério Público e a Justiça.  A condução deste processo tem como  seu paradigma o ocorrido na  Alemanha na  ascensão de Hitler, face mais  acabada do fascismo, ideologia nascida na velha Itália de  Mussoline.
Os nazistas violaram a lei a cada passo do processo. Em primeiro lugar contrariaram o espírito em que as leis haviam sido aprovadas”.(A Chegada do Terceiro Reich –pg.542- Richard J. Evans)

A lenta,  mas permanente demolição da institucionalidade básica do regime democrático, mediante a  desobediência sistemática  e tolerada, de seus princípios garantidores da defesa e da presunção de inocência com sua correspondente deturpação, se manifestam como uma aparente legalidade permissiva de sua continuidade.  Persegue-se  a extinção do regime democrático em sua plenitude.

É exemplar que hoje toleramos, ou nos impõem, um juízo universal, em Curitiba, exercida pelo Juízo Moro de primeira estância, mediante a violação expressa do Juízo Natural estabelecido na lei penal cujo principio basilar é julgar-se o crime na jurisdição do criminoso, ou do local em que foi cometido.  Não importa tenha ou não o crime a ser investigado e/ou julgado tenha sido cometido em qualquer parte do Brasil, ou de haver ou não conexão  de causas, ou sequer confusão delas, todos os Juízos se excluem HOJE quando se tratam de determinados crimes políticos selecionados para a facilitação da condução do golpe antidemocrático; levam-se  todos ao Juízo Moro em Curitiba.

Permite-se a esse Juízo, universalizado à margem da lei,  investigar prender e julgar crimes nitidamente selecionados (e comete-los), e também  garantir a exclusão dos aliados do golpe em marcha.  A  prisão preventiva perde naquele Juízo o seu caráter temporário e condicional para servir como pressão  para conduzir o investigado à delação que favoreça ao Juízo que assume, também, o papel investigatório e de acusador, somando-se ao Ministério Público, a prolongar a ilegalidade.  O Juiz se transveste em julgador e procura inibir a defesa.

O que é mais grave, ainda, é o cometimento de delitos pelo próprio Juiz Moro, consistentes na violação da Lei das Delações: ou seja, da  privacidade pessoal do Delator, da delação, e da sua divulgação  imediata pela grande mídia, plenamente promovida por ele. Nestes casos sempre de trechos seletivos de forma a implicar os seus alvos preferidos para facilitar a ação golpista, em marcha, em prol de sua opção política manifestada, perante essa mesma mídia.

Crime mais que caracterizado e cometido pelo Juízo curitibano foi o grampo e sua divulgação na grande mídia, consentida por ele, de diálogos da Presidente da República, crime previsto na lei de Segurança Nacional.  A confissão do delito pelo próprio Magistrado não deixou dúvida quando ele mesmo a confirmou perante o STF. ao pedir um estranho perdão.
Ora, crime não se perdoa se julga com as garantias legais; garantias que, por sinal, o confessor não oferece aos seus réus.

“Os nazistas não violaram apenas o Espírito da Constituição, mas ( como Moro), também a transgrediram em sentido técnico e legal”. “As autoridades alemães estavam, na verdade (como aqui), cientes da natureza ilegal e da violência nazista mesmo depois da tomada do poder.” provisório. ( ib idem)

Vivemos, pois, na ilegalidade, em face a um Juiz criminoso que acumula a função de acusador e político partidário,  impossibilitando a defesa possível dos acusados. 

A ruptura da legalidade traz com ela um rosário de consequências danosas de várias naturezas, principalmente a insegurança jurídica,   o arbítrio e, de toda a forma,  a destruição do Estado de Direito, a instalação da ditadura fascista e o empobrecimento   cultural e material da nação.
 Há que lutar pela Democracia:
                             FORA O TRAÍRA TEMER.
VHCarmo. -16.07.2016.



domingo, 12 de junho de 2016

A DESIGUALDADE (Reflexão)

A desigualdade tem aumentado em todo mundo. A raiz está na queda da incidência da tributação dos mais ricos , do patrimônio particular e das sucessões.  Piketty foca os EEUU, mas a onda do neoliberalismo  começa a ser contestada até pelo FMI como fator maior na gestação  da desigualdade. Este texto do grande pensador  é esclarecedor. Olhem só: 

POR 
–  Crescimento, nos EUA, do candidato que quer redistribuir riqueza terá repercussão global: ele mostra que é possível reagir à aristocracia financeira
Por Thomas Piketty | Tradução: Inês Castilho
Como podemos interpretar o incrível sucesso do candidato “socialista” Bernie Sanders nas primárias dos EUA? O senador de Vermont está agora à frente de Hillary Clinton entre eleitores de tendência democrata com menos de 50 anos de idade, e é apenas graças à geração mais velha que Clinton consegue manter-se à frente nas pesquisas.
Sanders pode não vencer a competição, por estar enfrentando a máquina dos Clinton, assim como o conservadorismo da velha mídia. Mas já foi demonstrado que um outro Sanders – possivelmente mais jovem e menos branco – poderia num futuro próximo vencer as eleições presidenciais e mudar a fisionomia do país. Em vários aspectos, estamos testemunhando o fim do ciclo político-ideológico iniciado com a vitória de Ronald Reagan nas eleições de 1980.
Vamos dar uma olhada pra trás, por um instante. Dos anos 1930 aos 1970, os Estados Unidos estiveram na vanguarda de uma série de ambiciosas políticas com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais. Em parte para evitar qualquer semelhança com a Velha Europa, vista então como extremamente desigual e contrária ao espírito democrático norte-americano, o país inventou no entre-guerras uma tributação altamente progressiva sobre a renda e o patrimônio, e instituiu níveis de progressividade nunca utilizados no outro lado do Atlântico. De 1930 a 1980 – durante meio século – o percentual para a tributação da renda mais alta dos EUA (acima de 1 milhão de dólares anuais) era em média de 82%. Chegou a 91% entre os anos 1940 e 1960 (de Roosevelt a Kennedy); e era ainda de 70% quando da eleição de Reagan, em 1980.
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Essa política não afetou, de forma alguma, o forte crescimento da economia norte-americana do pós-guerra. Certamente, porque não faz muito sentido pagar a super gestores 10 milhões de dólares, quando US$ 1 milhão dá conta. Os impostos sobre patrimônio eram igualmente progressivos. As alíquotas chegaram a 70% a 80% sobre as maiores fortunas durante décadas (elas quase nunca excederam 30% a 40%, na Alemanha ou na França) e reduziram enormemente a concentração do capital norte-americano, sem a destruição e as guerras que a Europa teve de enfrentar.
A restauração de um capitalismo mítico
Nos anos 1930, muito antes dos países da Europa, os EUA instituíram um salário mínimo federal. No fim dos anos 1960 valia 10 dólares a hora (no valor do dólar em 2016), de longe o mais alto naqueles tempos.
Tudo isso foi obtido quase sem desemprego, pois tanto o nível de produtividade quanto o sistema educacional possibilitavam. Esse é também o período em que os EUA finalmente colocam um fim na antidemocrática discriminação racial legal ainda em vigor no Sul, e lançam novas políticas sociais.
Toda essa mudança detonou uma oposição musculosa, particularmente entre as elites financeiras e os setores reacionários do eleitorado branco. Humilhados no Vietnã, os EUA dos anos 1970 estavam mais preocupados com o fato de que os derrotados da Segunda Guerra Mundial (liderados pela Alemanha e pelo Japão) ganhavam terreno em alta velocidade. Os EUA sofreram inclusive com crise do petróleo, a inflação e a sub-indexação das tabelas dos impostos. Surfando nas ondas de todas essas frustrações, Reagan foi eleito em 1980 com um programa cujo objetivo era restaurar o capitalismo mítico existente no passado.
O ápice deste novo programa foi a reforma fiscal de 1986, que pôs fim a meio século de um sistema de impostos progressivos e reduziu a 28% a alíquota sobre as rendas mais altas.
Os democratas nunca desafiaram de fato essa escolha, nos anos dos governos Clinton (1992-2000) e Obama (2008-2016), que estabilizaram a alíquota de impostos em cerca de 40% (duas vezes mais baixa do que o nível médio no período 1930-1980). Isso detonou uma explosão de desigualdade, ao lado de salários incrivelmente altos para aqueles que podiam consegui-los, e uma estagnação da renda para a maioria dos norte-americanos. Tudo isso foi acompanhado de baixo crescimento (num nível ainda pouco mais alto que o da Europa, lembremos, pois o Velho Mundo encontrava-se atolado em outros problemas).
Uma possível agenda progressista
Reagan decidiu também congelar o valor do salário mínimo federal, que desde 1980 foi sendo lenta, porém seguramente corroído pela inflação (pouco mais de 7 dólares por hora em 2016, contra perto de 11 dólares em 1969). Também nesse caso, esse novo regime político-ideológico foi apenas mitigado nos anos Clinton e Obama.
O sucesso de Sanders, hoje, mostra que a maioria dos norte-americanos está cansada do aumento da desigualdade e dessas falsas mudanças políticas, e pretende reviver tanto uma agenda progressista quanto a tradição norte-americana de igualitarismo. Hillary Clinton, que posicionou-se à esquerda de Barack Obama em 2008, em questões como seguro de saúde, aparece agora como defensora do status quo, como apenas mais uma herdeira do regime politico de Reagan-Clinton-Obama.
Sanders deixa claro que deseja restaurar a progressividade dos impostos e aumentar o salário mínimo (para 15 dólares por hora). A isso acrescenta assistência de saúde e educação universitária gratuitas, num país onde a desigualdade no acesso à educação alcançou níveis sem precedentes, e destacando assim o abismo permanente que separa as vidas da maioria dos norte-americanos dos tranquilizadores discursos meritocráticos pronunciados pelos vencedores do sistema.
Enquanto isso, o Partido Republicano afunda-se num discurso hiper-nacionalista, anti-imigrante e anti-Islã (ainda que o Islã não seja uma grande força religiosa no país) e o enaltecimento sem limites da fortuna acumulada pelos brancos ultra-ricos. Os juízes nomeados sob Reagan e Bush derrubaram qualquer limitação legal da influência do dinheiro privado na política, o que dificulta muito a tarefa de candidatos como Sanders.
Contudo, outras formas de mobilização política e crowdfunding podem prevalecer e empurrar os Estados Unidos para um novo ciclo político. Estamos longe das tétricas profecias sobre o fim da história.

domingo, 29 de maio de 2016

SOBRE AS ORIGENS DA CRISE E O NOSSO PAÍS ...(Reflexão necessária)


É significativo o título do livro, recentemente reeditado com novas e preciosas análises, do notável economista norte americano  Joseph E. Stiglitz:  “O Mundo em queda Livre”.  Após a recessão americana iniciada em 2008, com a explosão da bolha financeira e falência dos bancos até aqui, a crise não foi debelada, sustenta o autor.

A preservação das diretrizes do sistema financeiro e a salvação dos bancos, para continuar operando, de pouco valeram. A crise sistêmica persiste e, dada a importância da economia americana, permanece atingindo  toda a periferia, embora de modo diferente. 

A Europa, com a crise geral, viu agravada a crise do Euro, ou seja, a instabilidade instalada, principalmente, nos países mediterrâneos e nos do Leste, de economias mais vulneráveis.

 A impossibilidade daqueles países, de economia mais fraca no quadro europeu, de gerir o curso da moeda (valoriza-la o desvaloriza-la), além de diminuir gravemente a sua soberania, impediu uma gestão orçamental responsável e eficiente, produzindo,  por sua vez,  a severa diminuição da ação regulatória do Estado para a finanças.   Note-se que o Orçamento dos países da União Europeia segue (ou deve seguir) as regras rígidas estabelecidas pela Troica e o Banco Central Europeu, verdadeiros gestores e controladores da moeda comum, fato que torna esses países sempre devedores, em graves crises orçamentais.

De que forma um país como o Brasil é atingido pela crise?  A sua inserção no mundo dos negócios e a oscilação dos preços das comódes principal artigo de nossa exportação, atingindo preços bem abaixo da média, implicou na queda do saldo da nossa balança do comércio exterior. Fator negativo acrescido pela diminuição do volume exportado e afetando a capacidade de importar.    Assinale-se que já houve uma reação, nos dois últimos trimestres, uma ligeira recuperação de preços e o aumento do volume exportado ensejaram  substanciais saldos positivos. Estes fatos positivos foram acompanhados pelo forte ingresso de investimentos diretos cujo destino brasileiro é o terceiro do mundo o que demonstra a importância da nossa economia.

A crise do capitalismo, como assinala J. Stiglitz, que teve o seu fulcro inicial nos EEUU, espera que a recuperação do Império possa debelá-la, pelo menos, nos seus aspectos mais graves.     Isto, porém, não vem acontecendo e o poderoso país vem registrando números alarmantes da progressão da pobreza de seu povo e não conseguindo estabelecer a regulação do setor financeiro.     Os bancos lá socorridos pelo Estado, continuam agindo da mesma forma que os levou à falência, sem que as agências reguladoras passem a atuar e denunciar.

A crise que atinge o Brasil, respeitada a inserção de cada um na economia mundial, atinge também  praticamente  todos países até mesmo aqueles cujo regimes políticos se diferenciam.

A crise mundial vinha sendo administrada no Brasil pelo Governo Dilma, sem maiores sacrifícios da população.   No seu segundo mandato, no entanto, a mídia promoveu com os partidos políticos da oposição e  o  Congresso um bloqueio legislativo das medidas visando ao crescimento e até promovendo as chamadas “pautas bombas”, impedindo a continuação de uma gestão eficiente da crise em claro benefício do setor financeiro e com seguida ruptura da legalidade e dos princípios constitucionais. A Câmara, diga-se, era administrada por um dos maiores autores de crimes financeiros contra o país

Lá nos EEUU como aqui, o setor financeiro se rebelou contra qualquer regulação e os órgãos internacionais ligados à regulação atuam politicamente em favor do sistema financeiro mundial e, visando auxiliar o movimento golpista, esses órgãos “reguladores” passaram a rebaixar a nota do Brasil, sem que houvesse modificações consistentes na gestão econômico/financeira, por fim  se juntaram ao movimento.

O Brasil continuava, até o afastamento da Presidenta,  com todos os pressupostos econômicos mantidos. Com uma nutrida reserva no Tesouro, sem crise cambial, longe do FMI, do qual é credor; inflação em queda, mantendo em vigor todos os seus programas sociais.    Vê-se, pois,  que a crise embora séria, estava aqui no Brasil sobre controle.

Com o desenvolvimento do Golpe, e a instalação desse governo provisório os seus promotores mostraram sua cara e sua mente destruidora.

As divergências internas dos dirigentes golpistas surgiram, movidas naturalmente pela cobrança de participação no butim, afloraram bem cedo mediante delações e grampos que vieram a público.           Colocaram o rei nu.  A miséria humana se revelou na sua mais trágica versão

Traidores traindo outros traidores, cobrando-se, mutuamente, medidas prometidas para protege-los contra a Justiça;  especialmente trouxeram ao público a imagem do chefe do governo  provisório, do Traidor Temer, que a todo momento – através dessas delações e grampos -  mostra  a sua cara: além de traidor; é um corrupto reincidente.  Revelaram-se, enfim, os principais criminosos golpistas, cobrando dos parceiros no governo provisório, a salvação  prometida com o afastamento da Presidenta que articularam. Onte, à noite, foi visto o Ministro do STF Gilmar Mendes, entrando na casa do Traidor.   Para quê será?

Esperar a volta da Presidente e promove-la pela luta constante,  por todos os meios e modos, é o dever de todos nós.

Não há dúvida: os grampos e as delações divulgados e as divergências que se instalaram entre os golpistas fazem reascender a esperança que o Senado caia na real e  impeça um erro histórico, em prejuízo do país e de suas instituições democráticas. Vamos ver!

____________________________ VHCarmo.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

OS GRAMPOS E O STF...

                          OS GRAMPOS E O STF.

Os grampos do Sérgio Machado de seus diálogos com os companheiros do crime -  Romero Jucá, Renan Calheiros, Sarney e outros - revelam o absurdo da política que se desenvolve nos bastidores para protege-los contra a ação da Justiça e a reparação dos graves assaltos que perpetraram  contra os bens públicos. O remédio salvador dos bandidos é o Golpe  com a remoção da Presidenta e da Justiça!

Há, inegavelmente, um complô.  Pretende-se sacrificar no altar de sua corrupção os princípios da legalidade e até a normalidade do processo em curso, suplantado pela continuidade perigosa da violação de  procedimentos penais legais.

Envolvem-se, como se viu seguidamente, Instituições Públicas que, até aqui, nos pareciam sérias e confiáveis. Os enormes grampos de longos diálogos tiveram o condão de tornar explícita a destruição da última barreira, que parecia estar localizada no Supremo Tribunal Federal.  Aquela “veneranda” Corte que deveria ser a guardiã da Constituição, integrou-se, traiçoeiramente, na produção do Golpe, confabulando com os golpistas.

Os grampos revelam, com detalhes, as diligências desenvolvidas junto aos Ministros do Supremo. Estranhamente mencionam uma reserva de elogio (chamam-no sério) ao Ministro Teori Zavaski que foi, no entanto, autor do acobertamento dos crimes do Eduardo Cunha, que eram de seu conhecimento prévio desde dezembro de 2015, apenas considerados - com a sua defenestração tardia - depois de desfechado o Golpe, movido pela vingança.   Claro criminoso desvio de finalidade do bandido Cunha, também, até aqui, ignorado pelo Tribunal.

A avalanche de grampos e revelações mostram de modo irrecusável a origem criminosa do processo de impedimento que, além de não se fundamentar no pressuposto legal, é destinado a encobrir os crimes dos articuladores  que os confessam entre  eles em claro som dos grampos, quando procuram articular meios e modos de se safarem da Justiça.  Uma condição comum para tal fim, e nisso são unânimes, é a remoção da Presidenta e o fim daquilo que  chamam de  “sangria” da Lava Jato.
                       
                           A que ponto chegamos! Meu Deus!

O Brasil não merece isto, principalmente após termos sido os campeões da diminuição da desigualdade no mundo; de termos resgatado milhões da pobreza e elevado os níveis de vida da classe média e, sobretudo, termo-nos tornado uma potência econômica (6ª. do planeta), servindo de exemplo bem sucedido neste mundo conturbado pela crise do capitalismo, iniciada em 2007.
                               Contudo, vamos à luta!.

Os bandidos chefiados pelo Traidor Temer ( o bandido maior), mais cedo ou mais tarde, serão vencidos.


VHCarmo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

IMINENTE A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÕNIO DO PAÍS.


              Temer e a iminente  destruição do  patrimônio do país.

O que significa a adesão ao neoliberalismo, ou seja, ao retorno de um governo como o do "sociólogo" Fernando Henrique Cardoso, que Temer e seu bando tentam implantar?
Em princípio é a adoção a um sistema financeiro patrocinado pelos EEUU e especialmente direcionado a gerir a economia, como um todo, nos países destinados por eles a ser eternamente o seu quintal.  A filiação à Alca é o primeiro passo que direciona esses países a se colocarem sob as diretrizes da dominação econômica do Império.
As praticas induzidas pelo sistema financeiro que produziram na matriz americana a crise em que o mundo capitalista está mergulhado, teve origem nas praticas neoliberais e na formação de bolhas financeiras surgidas com a emissão de papéis sem lastro (subprime), negociadas entre bancos, que conduziram ao debacle que se alastrou pela Europa.
Os bancos – que seriam grandes de mais para falir – faliram realmente e têm sido mantidos (ressuscitados) com recursos provindos dos impostos, onerando os contribuintes.  Bancos faliram não só na matriz americana como na Europa, tornando os recursos orçamentais dependentes, cada vez mais, das dívidas contraídas ao Capital.  Todos os Estados centrais do capitalismo são estados devedores e alguns com valores superiores ao seu PIB, como os EEU.
O Brasil não seguiu este caminho: influenciou os países do Mercosul e, mesmo sendo atingido pela crise mundial, não enfrenta um descontrole cambial e se manteve num nível normal de  endividamento interno no orçamento (sempre em torno de 30 a 40% do PIB).  Por outro lado, a ação dos Bancos públicos aqui, concorrendo com os bancos privados no mercado com o financiamentos às empresas e ao público em geral e controlados com a regulação do sistema financeiro, com relevância para o empréstimo compulsório, permitiu o funcionamento regular do sistema bancário.  Nossos bancos privados não faliram e não se sustentam dos recursos orçamentais, ou seja, daqueles provenientes dos impostos e  produzem seus lucros. Os bancos públicos continuam saudáveis (registrando grandes lucros) e cumprindo financiamentos em áreas prioritárias da infraestrutura material e social do país.  A crise orçamental é mundial.
Outros aspectos relevantes: o país se livrou da tutela do FMI, de triste memória, regularizou a sua dívida externa corrente colocando-a dentro de seus prazos, mantém crédito com o Fundo de 18 bilhões de dólares e acumula no Tesouro cerca de US$ 380 bilhões de Reserva, propiciando o controle absoluto do cambio, podendo usar a nossa soberania para controla-lo, valorizando ou desvalorizando no interesse do país.

Tudo isto está em perigo!  
Além de serem  composto  de bandidos que se pretendem salvar da Justiça - vide as palavras do Senador/ministro Romero  Jucá - destruindo a institucionalidade da nação, o Bando que acompanha o Traidor Temer, e ele mesmo, patrocina  a política neoliberal/entreguista, em benefício dos EEUU.   Em poucos dias já operam nesse sentido, concertando ações visando a demolir os programas sociais e abolir direitos consagrados das populações mais pobres.

O papel deletério da mídia conservadora: mediante os sinais da desgraceira que se desenha no horizonte do país, a mídia entreguista  de tudo faz para dourar a pílula e salvar aquela parte da classe média que acreditou nela e sustentou o golpe, até aqui.       Cumpre à gente, a nós todos e de todas as maneiras com o devido respeito, mostrar àquela parte como foi enganada  para que, assim,  se incorpore às manifestações contra o Golpe e os golpistas que usurparam o poder popular. 
Vamos bater panelas (cheias e/ou vazias) e protestar  contra a demolição do nosso Estado de Direito e para a sua restauração com a derrubada do golpe.

Fora temer!       Fora bando de corruptos!             

VHCarmo.

 

domingo, 22 de maio de 2016

UMA GUINADA Á DIREITA...


                    Uma guinada à Direita no Itamaraty.

A desqualificação do nosso país e de sua soberania está posta.  A escalação de José Serra para Ministro do Exterior deste governo ilegítimo é altamente significativa. Ele representa o caminho mais curto para a derrocada de nossa política externa independente e do nosso projeto de nação. 
José “Cerra” foi, no governo FHC, um lesa pátria e o gestor principal da alienação de nossas empresas públicas estratégicas e o mentor da política de subserviência aos interesses norte-americanos.
 Na interinidade do governo do Traidor Temer, Serra já inicia, mediante medidas esquivas, o caminho mais rápido para a  submissão do nosso país à política externa dos EEUU para a América Latina, ou seja,  voltar  a ser parte do quintal do império.

 Nestes poucos dias do governo usurpador do Traidor Temer Serra já remove embaixadores em lugares chaves da nossa política externa e nomeia gente maleável à sua nefasta política de submissão.  Já declarou sua intenção de retirar o Brasil do Mercosul, dos Brics e das políticas para a África.  Ele tem pressa.  O pre-sal para Chevon é sua meta imediata, seu projeto tramita no Congresso.
A meta dos usurpadores é desestruturar, o mais rápido possível, todas as inciativas e participações do nosso país promovidas  pelos governos populares de Lula e Dilma que mantiveram uma política externa independente e se portaram dignamente frente aos poderosos do mundo, granjeando respeito pessoal  e  para o nosso país, que sem favor, alçou-se à sexta economia mundial, sendo figura de proa em todos os organismos internacionais (ONU. G20.OEA, Mercosul, Unasul, Brics....).
Transcrevo, abaixo, texto do grande e patriota embaixador Celso Amorim que alerta para a deletéria ação dos usurpadores, chefiados pelo Traidor Temer, na política externa do país:


Uma imagem vale mais que cem palavras, diz o provérbio chinês; e uma ação vale por cem imagens, poder-se-ia complementar. E, no entanto, na diplomacia, as palavras podem ter grande peso.

A combinação das palavras com as ações em matéria de política externa, que se ouviram ou viram até aqui, inspira preocupação.

É até compreensível que o novo chanceler do governo interino defenda o processo que o guindou ao cargo, amplamente criticado no mundo, ainda que uma grande parte da população brasileira considere tal processo ilegítimo.

E não estamos falando apenas dos militantes do PT e do PC do B, mas de artistas e intelectuais, que, de maneira intuitiva, interpretam a alma do povo. Certamente, a imagem da equipe do filme "Aquarius", estampada pela Folha em sua primeira página da edição de quarta-feira (18), contrasta, inclusive por sua diversidade, com as figuras cinzentas que aparecem na cerimônia de posse do presidente interino.

 Por um momento, ao vê-las, com os áulicos de ontem e de sempre, fui transportado aos eventos palacianos do tempo do governo militar, quando não se viam mulheres, negros ou jovens.

O que assistimos no Itamaraty guarda semelhança com esse quadro mais amplo.

Em suas primeiras ações, o novo chanceler disse a que veio: com palavras incomumente duras, que fazem lembrar os comunicados do tempo da ditadura, como a acusação de que governos de países da nossa região estariam empenhados em "propagar falsidades", as notas divulgadas (aliás, estranhamente atribuídas ao Ministério das Relações Exteriores e não ao governo brasileiro, como de praxe, com o intuito provável de enfatizar a autoria) atacam governos de países amigos do Brasil, ameaçam veladamente o corte da cooperação técnica a uma pequena nação pobre da América Central e acusam o secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), um ex-presidente colombiano, eleito pela unanimidade dos membros que constituem a organização, de extrapolar suas funções.

Um misto de prepotência e de arrogância pode ser lido nas entrelinhas, como se o Brasil fosse diferente e melhor do que nossos irmãos latino-americanos.

Talvez, por prudência (ou temor do sócio maior dessa entidade), as notas evitaram palavras equivalentes sobre a OEA (Organização dos Estados Americanos), a despeito das expressões críticas do seu secretário-geral e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Até o momento, eximiu-se de manifestar-se sobre as preocupações expressadas pela pequena, mas altiva Costa Rica, insuspeita de bolivarianismo.

Mas o que mais preocupa é o afã em diferenciar-se de governos anteriores, acusados de ação partidária, como se esta só existisse na esquerda do espectro político. Quando o partido é de direita, e as opções seguem a cartilha do neoliberalismo, não haveria partidarismo. Tratar-se-ia de políticas de Estado.

Há muito que "especialistas", cujos discursos são ecoados pela grande mídia, acusam de "partidária" a política externa dos governos Lula e Dilma, esquecendo-se que muitas de suas iniciativas foram objeto de respeito e admiração pelo mundo afora, como a própria Unasul —aparentemente desprezada pelos ocupantes atuais do poder— os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul; sem os quais não teria havido a primeira reforma real, ainda que modesta, do sistema de cotas do FMI e do Banco Mundial) e o G-20 da OMC (Organização Mundial do Comércio), que mudou de forma definitiva o padrão das negociações em nível global.

Ao mesmo tempo, busca-se derreter o Mercosul, retirando-lhe seu "coração", a União Aduaneira (para tomar emprestado uma metáfora do presidente Tabaré Vasquez).

Em matéria comercial, o afã em aderir a mega-acordos regionais do tipo do TPP (a Parceria Transpacífico ) denota total ignorância das cláusulas, que cerceiam possibilidades de políticas soberanas (no campo industrial, ambiental e de saúde, entre outros).

Chega a ser espantoso que alguém que se bateu, com coragem e firmeza, pelo direito de usar licenças compulsórias para garantir a produção de genéricos, não esteja informado da existência de cláusulas, intituladas enganosamente de Trips plus (na verdade, do nosso ponto de vista, seriam Trips minus), que, de forma mais ou menos disfarçada, reduzem a latitude para o uso de tais medidas, no momento em que comissões de alto nível criadas pelo secretário-geral da ONU alertam para o risco de debilitar a Declaração de Doha sobre Propriedade Intelectual e Saúde, consagrada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, aprovada pelos chefes de Estado na 20ª Assembleia Geral da ONU.

A África, de onde provém metade da população brasileira e onde os negócios do Brasil cresceram exponencialmente —sem falar na importância estratégica do continente africano para a segurança do Atlântico Sul- ficará em segundo plano, sob a ótica de um pragmatismo imediatista. Sobre os Brics, o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), as relações com os árabes, uma menção en passant. Esqueça-se a multipolaridade, viva a hegemonia unipolar do pós-Guerra Fria. Nada de atitudes independentes.

A Declaração de Teerã, por meio da qual o Brasil, com a Turquia (e a pedido reiterado do presidente Barack Obama, diga-se de passagem) mostrou que uma solução negociada era possível, completou seis anos, no dia 17 de maio. Na época, foi exaltada por especialistas das mais variadas partes do mundo, inclusive nos Estados Unidos. Porém causou horror aos defensores do bom-mocismo medíocre em nosso país.

Mas as elites não terão mais nada a temer. Nenhuma atitude desassombrada desse tipo voltará a ser tomada. O Brasil voltará ao cantinho pequeno de onde nunca deveria ter saído.

CELSO AMORIM, diplomata de carreira, foi ministro das Relações Exteriores (governos Itamar e Lula) e da Defesa (governo Dilma)

 

sábado, 21 de maio de 2016

DESENCADEADA A ONDA FASCISTA....


DESENCADEADA A ONDA FASCISTA

“A chegada do Terceiro Reich”, primeiro livro da trilogia escrita pelo historiador Richard J. Evans, um dos mais importantes historiadores da história alemã, narra as manobras e a conquista do poder pelos nazistas em 1933 e seus passos em direção à implantação da ditadura  violenta que abalou não só  a Alemanha, mas todo o mundo, levando-o à sangrenta Segunda Guerra Mundial com a nefasta e conhecida consequência.
Na preparação da tomada do poder,  Hitler contou com o apoio da mídia e da classe média alemã que foi para as ruas, sob o comando de políticos fascistas e marginais até armados (as SS, AS, Gestapo), viabilizando a queda da República Democrática  de Weimar e a tomada do poder ditatorial pelo Füer.
 Foi, então, desencadeada a caça as bruxas, ou seja, aos trabalhadores, aos intelectuais (com foco nos da esquerda). A grande maioria dos líderes operários e das organizações sociais foram levados  aos Campos de Concentração e com julgamentos relâmpagos pela Justiça cooptada e sem qualquer garantia, eram condenados à morte e assassinados (geralmente fuzilados).

NO QUE SE PARECE O GOVERNO PROVISÓRIO DO TRAIDOR TEMER?
É incrível a semelhança das manobras (métodos) para a chegada de Hitler, ao poder, com  a “chegada” do Traidor brasileiro, ressalvado aqui o grotesco da semelhança. No entanto, uma não se afasta da outra no seu desígnio de destruição de um Estado de Direito Democrático.    Eduardo Cunha, agente de Temer (o seu Goelbs), não chegou a incendiar um Reichstag, mas produziu o triste espetáculo da desmoralização da nossa Câmara dos Deputado, naquela tenebrosa noite de 17 de abril, em proveito do Golpe.  De lembrar que Eduardo Cunha já, dedes 16 de dezembro de 2015, tinha  no STF,  um pedido de seu afastamento, estranhamente só deferido após desencadeada a sua ação criminosa.  
Na Alemanha, a classe média envenenada pelo ódio, assistiu a extinção de todos os partidos da esquerda e a liquidação progressiva do partido liberal (PSD) de centro.
O que pregam os golpistas brasileiros sob o comando do Traidor Temer?   A extinção do Partido dos Trabalhadores e  dos demais partidos populares, mediante  a atual e persistente disseminação do ódio.  O PSDB (se fiel à sua proposta ideológica originária da qual ora se distanciou) entraria também na lista dos partidos a serem extintos, ainda como na Alemanha, mediante liquidação progressiva do PSD. Veremos (se for o caso).  O futuro dirá.
Uma das características igualmente muito semelhante entre a “chegada”  hitlerista e a ‘‘CHEGADA” dos golpistas brasileiros é sua ação programática, em todos os níveis, ao promover a lenta  corrosão da legalidade e da constitucionalidade democráticas com  a cobertura da mídia monopolizada, dominada pelos seus interesses e lhe facilitando o caminho do Golpe.  Tal ação, também conduzida pela mídia golpista,  tem visado à aceitação passiva pela sociedade, dessas seguidas violações, cometidas até pelos agentes do poder Judiciário em todos os seus níveis, mais das vezes de forma seletiva.
Por fim, como lá na Alemanha, chegado ao poder os nossos golpistas iniciam rapidamente o desmonte do Estado Democrático, tentando impossibilitar uma reação política e  popular.    O Traidor e seu bando se extremam: estão, mediante “medidas provisórias”, destruindo garantias legais e constitucionais, extinguindo entidades e Ministérios ligados aos movimentos sociais e, com o patrocínio da mídia, tentando viabilizar a sua intenção nunca desmentida  de extinguir, ou levar à extinção lenta, todas as conquistas do povo e os programas sociais e assistenciais. Estão visando desde logo o esvaziamento da  CLT, a extinção do sistema de valorização legal do salário mínimo e a sua desvinculação das aposentadorias.  Isto não escondem, proclamam!.
De refletir (finalmente):
Há atualmente no mundo um impressionante e preocupante avanço do fascismo, inclusive na culta Europa, em que governos de direita acessam ao poder e implementam medidas restritivas dos  direitos democráticos e das conquistas sociais. As forças conservadoras guiadas pelo capital financeiro e apoiadas pelas mídias avançam para a periferia da América do Sul e Caribe, visando à ampliação da dominação do Império, sob o comando do EEUU. e articulação de golpes parlamentares.     O Brasil é alvo atual e os bandidos agrupados pelo Traidor Temer, se encarregam do serviço sujo da subserviência.

Há diferenças:
O povão, aqui, guiado por suas lideranças vem, de modo crescente, protestando em todo o país, mediante manifestações que envolvem os trabalhadores, a  sociedade e seus organismos, parte cada vez maior da classe média que começa a perceber seus enganos, intelectuais, artistas; o povão em geral.  Afinal, temos tradição de luta como demonstrado contra a Ditadura Militar. Vamos à luta!

VHCarmo.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O GRAVE DANO DO GOLPE ( e a Crise).



                         REFLEXÃO NECESSÁRIA

                   (O dano ao Brasil provocado pelo Golpe)  

Na construção do golpe branco, tipo paraguaio, a oposição em conluio com a mídia, os conservadores da Casa Grande e os  fascistas, sempre de plantão, se serviram e se servem  da Crise.    Não da crise mundial do capitalismo que, desde 2007/2008, assola os países. Usam dolosamente a Crise, como se fora gerada no Brasil, sem explica-la, apesar da farta literatura a respeito dela.   Descreveram-na, e continuam a faze-lo, entre muitos notáveis analistas, Joseph E. Stiglitz, Picketti, Wolfgang Streek.
Certamente - a mídia golpista - omitiu e omite, propositadamente, a realidade: para alimentar o Golpe.
Olhem só:
A Bolha financeira iniciada nos EEUU foi alimentada pela desordem da  econômica geral do capitalismo  e, incrivelmente, gerida pelas agências de monitoramento (pretensamente Reguladoras), tais como a  Goldman Sachs (da subprime), a do Lehman Brodhers e outras menos conhecidas do público.  Às vésperas do desastre, todas galardoavam os agentes financeiros, os  bancos e os  países centrais do capitalismo com a nota máxima, ou seja,  AAA.    Estas desmoralizadas agências em cooperação com os golpistas chefiados pelo Traidor Temer, passaram a desclassificar a economia brasileira.

Nada mais falso.
Apesar da Crise mundial, todos pressupostos básicos da nossa economia permaneciam sólidos, até a chegada dos golpistas. Se havia dificuldades orçamentárias, comuns nas crises pela contração da renda e a acumulação do capital, com o aumento da desigualdade, o Brasil não apresentava – ao contrário do propagado - nenhum quadro de grave recessão. O Orçamento se manteve íntegro inclusive monitorado pelo Congresso. E o país foi reconhecido pela ONU como o que mais reduziu a desigualdade  do seu povo.
Será que vamos continuar assim com o Traidor  Temer e seu bando? 
Assim estávamos (até a chegada deles)  Vejamos: o país não tem dívida com o FMI e sim: tem  crédito de US 18 bilhões (a dívida é fator característico de países em crise - como no nosso passado (do FHC) que nos  submeteu humilhantemente ao rigor do Fundo); o Brasil não enfrenta crise cambial; ostenta reservas no Tesouro, entre as maiores do mundo, cerca de  US$ 380 bilhões; não há aqui desabastecimento (que é característico das crises), vem, nos último quadrimestre, diminuindo os índices inflacionários; tem cobertura energética, com energia elétrica limpa em torno de 80% contando com 5 novas hidrelétricas construídas e autossuficiência do consumo de petróleo ( e exporta o excedente); 3 novos portos inaugurados; aeroportos reformados e modernizados;  o desemprego,  que deve ser considerado por sua expressão percentual, oscila entre 8 e 9%., referindo-se a carteiras assinadas   ( contra uma média de 23 a 25%, em países centrais do capitalismo em crise).   Os golpistas proclamam, para agravar o discurso, um número aleatório de pessoas desempregadas, sem qualquer base indicativa ou de pesquisa confiável.
Estamos em face de um grave perigo.
Os golpistas, chefiados pelo Traidor Temer, embora em governança provisória já iniciaram o desmonte da nossa  economia.   Como é da sistemática dos neoliberais/entreguistas, com a cobertura midiática, eles operam em duas frentes.  Internamente já indicam procedimentos no sentido  claro, ou sub-reptício, para pôr fim aos programas sociais, a retirar recursos da saúde (ameaças ao SUS e o Mais Médicos) e afundar a Educação e Cultura (vide o pronunciamento do tacanho Ministro nos jornais), acabar, mediantes manobras  (das quais são exímios) o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida (  declararam que vão intervir); e cessar a modernização da infraestrutura .   Deve vir mais desgraça por aí.
Externamente, dada a natureza ilegal e inconstitucional do GOLPE, os órgãos representativos dos países democráticos (ONU e OEA, Mercosul e outros), vêm  manifestando o seu repúdio.  Alguns países já retiraram seus embaixadores, outros ameaçam cortar as relações diplomáticas e a maioria deplora que o Brasil tenha ingressado na ilegalidade de um governo promovido por um Golpe de Estado parlamentar sem base constitucional. Corremos o  perigo de ficarmos fora dos BRICs e do Mercosul e voltarmos à submissão dos EEUU.
 A intenção fica clara com o titular nomeado para a pasta do Exterior:  é, simplesmente “Padim pade Cerra”, o maior entreguista da praça. Foi ele o regente das criminosas entregas de nossas empresas estratégicas no governo FHC e é o autor de um projeto, no Senado, para entregar o Pre-sal.     Este é o EMBAIXADOR do Traidor Temer, especializado na matéria de venda do patrimônio público. Sua nomeação representa um enxovalhamento da tradição do Itamraty.

E agora, o que devemos fazer?
Protestar, por todos os meios ao nosso alcance ( na rua, no seio da família e juntamente com os amigos), manifestando a nossa inconformidade. Até mesmo aos Senadores. Quem sabe alguns deles se sensibilizem e aquilatem o mal que estão perpetrando contra o Brasil e seu povo e mesmo contra a sua história pessoal?    Precisamos de poucos para virar este jogo sujo.

FORA TRAIDOR TEMER!

VHCarmo,