É Domingo, dia de sol e céu azul. Frente ao mar esverdeado de Copacabana, balançando leve e escorrendo manso desde a longínqua cadeia de montanhas que sombreiam as praias oceânicas ao fundo da vista e a histórica barra da Bahia de Guanabara com seus fortes fundadores; estamos na Varanda aberta ao mar, estamos juntos e juntos discutíamos o país, o nosso povo e a nós mesmos.
Aos nossos pés e aos nossos olhos passa um mar de gente, massa humana característica da raça brasileira, sem cor definida mas com todas as cores que a humanidade engendrou. O que os caracteriza é ser o nosso “povão”.
Aquela gente que na beira-mar desfila é o retrato móvel de um povo heroico cuja luta maior, desde seus antepassados, é de brava resistência à tentativa de sua liquidação e de seu País pela cruel, colonizada e ignorante classe dominante que pretende desqualificá-la como demiurgo do nosso progresso.
Aquela gente que ali passa tem sido vencedora, mesmo quando os estamentos médios de nossa sociedade não a consigam entender. Nem mesmo quando a barca da salvação evangélica e das difusas crenças, que a tentam conduzir e alienar em favor do projeto elitista, não a conseguem remover da sua resistência, ainda que em última instância.
Aquela gente que ali na beira-mar desfila levou ao poder os líderes mais populares e mais reconhecidos de nosso país aos quais se creditam os maiores avanços e progresso de nossa gente. Esteve com Getúlio Vargas aquele que lhe deu um país industrial e lhe legou a CLT entre tantas conquistas; esteve com Juscelino que, apesar de sua origem, foi um sonhador e realizador em prol do país e que restou incompreendido; esteve com Jango aquele que também sonhou com suas reformas de base e como os anteriores pagaram com o sonho a vida e o exílio.
Por fim:
Aquela gente que ali passa a beira-mar elegeu Luiz Ignácio Lula da Silva, o nosso Lula e por duas vezes, ele que a tirou do mapa da fome, lhe transformou em agentes do progresso através de sua promoção ao consumo e a redenção de sua geração, propiciando o caminho de sua participação cívica. È aquela gente que - com o partido dos trabalhadores - levou este país à sexta-economia do mundo e dela brotará a última e real resistência à ditadura policial/legislativa e judiciária que a classe dominante implantou, pelo golpe de Estado, em nosso País.
O passado demonstrou que, a longo prazo, aquela gente não se deixa enganar. As pesquisas sérias apontam para o seu líder que os levará, de novo, a ser agente do progresso do Brasil. Se o sacrificarem servirá, como Getúlio, de inspiração para suas lutas e surgirá de seu meio um novo apóstolo.
Domingo, 19 de fevereiro de 2017.
Victor Hugo do Carmo. (peço fazer chegar este texto ao Rafael).