quarta-feira, 30 de junho de 2010

Até os tucanos descubrirem um vice pro Caviloso...

                                    SÁ RITA   (Lebranças da infância)
                                                                     (conto)

                             “ Sá Rita ... Sá Rita ... velha mijona”...
Os meninos gritavam direcionando os gritos para o porão do velho casarão abandonado. A antiga construção de pedra e cal ficava entre a casa do único médico da vila, o Dr. Aristeu e a do prefeito, Seu Juca, no topo da Ladeira. A casa de 2 portas e 4 janelas cor de barro, servira no passado de abrigo aos mineradores que de toda parte vinham em busca do ouro de aluvião que aparecera nas vargens do vale da Vila do Capivara. Os homens saiam bem cedo aos magotes e voltavam à tarde com suas enxadas e bateias. Cantavam ao som da sanfona e ao rolar da cachaça, noite adentro. O ouro acabou: poucos enriqueceram e muitos voltaram desiludidos e pobres para onde vieram. A Vila se esvaziou, o casarão ficou abandonado. Servia, às vezes, para comemorações políticas dos partidos vencedores das eleições. Vinha o chope do Rio em barris de madeira, se bebia e comia a fartar-se. Os fogos espocavam. Depois o casarão continuava abandonado. Até hoje não se sabe ao certo como a Sá Rita chegou ao porão. Segundo alguns teria vindo com os mineradores, segundo outros tinha parte como o Demo e se instalara ali a cumprir uma pena. Teria vindo do outro mundo. Mundo este que jamais se sabia explicar onde era. A velha Sá Rita, que não era tão velha assim, devia ter por volta de uns 50 anos, então.
                     “Sá Rita ... Sá Rita ... velha mijona”,
gritavam os meninos quando ela saia do porão. Tinha sempre a cabeça enrolada em trapos vermelhos, usava uma blusa surrada e a saia de tecido de algodão larga que ia até o chão. Descalços os pés gastos, com unhas enormes era o pouco que se via. Mulata, olhos injetados de vermelho era uma figura que assustava. Por que mijona ? Simplesmente por que abria as pernas, alargava a saia e despejava sua mijada em plena rua. A molecada vibrava aos gritos:
                             e  Sá Rrita e ria aquele riso triste...
                                         Era o tempo em que ainda  floriam  árvores e caiam frutos sem interferência do homem, naquela terra distante. O tempo em que os dias eram curtos naquele vale do  Ribeirão Capivara, surgindo tarde no nascente por sobre as montanhas e se indo cedo no poente por traz delas. Era o tempo em que as crianças eram inocentes e sua maldade era aquela:
                          “Sá Rita ... Sá Rita ... velha mijona”.
                                          A velha era motivo de curiosidade de todos, até dos adultos. Para se chegar ao porão onde se abrigava tinha que se descer uma pequena ladeira, por entre as colunas de madeira de sustentação do casarão. Os curiosos iam de pé ante pé para não serem notados a ver o seu refúgio. Eram montes de trapos, um fogão de pedras e latas velhas, uma esteira de vime como cama. Sá Rita ia, toda manhã, buscar sua comida na casa de pobres de São Vicente no alto da Matriz. Nunca falava, só ria. Entregava a lata e ficava esperando que a devolvessem com a comida. Quando saia a buscar o sustento era hora dos moleques persegui-la pelo caminho:
                     “Sá Rita ... Sá Rita ... velha mijona...”
As pedras voavam os meninos se esgueiravam, ela ria. Às vezes alguns eram atingidos.
                                            Os adultos advertiam os meninos -- "não façam isto; coitada da velha'. O mistério da Sá Rita intrigava a todos. O prefeito Seu Juca tentou se aproximar dela, interroga-la. Tudo em vão ela apenas ria e era uma riso triste. Um rosto sulcado de rugas prematuras. Para ele, a bem da verdade, chegou a pronunciar alguns nomes soltos, sem nexo. Eram nomes de pessoas. O Dr. Aristeu, vizinho do casarão um dos poucos que lucrou com a mineração, se incomodava com a presença da velha tão perto de sua casa. A mulher dele, Da. Deolinda chegou a implorar ao prefeito que a retirasse dali. Este que era um homem bom e cristão se enchia de pena da velha e recusou o pedido.
                                          O tempo que então corria lento por entre as montanhas do vale do Capivara, tornara rotina a presença e a vida da Sá Rita que acabou fazendo parte daquele tempo escorrido e do cotidiano de todos. Só não cansava os moleques que perseguiam a pobre da velha:
                                             “ Sá Rita... Sá Rita ... velha mijona ...”
                                            O tempo, embora lento, passou. Um belo dia a velha não apareceu na casa dos pobres de São Vicente para apanhar a comida. Causou estranheza. No outro dia também. O Dr. Artur da janela dos fundos da casa dele via o refugio da velha e notou que ela em pleno dia continuava deitada. Chamou o prefeito e juntos foram até o porão, com todo o cuidado ver o que estava acontecendo. A velha deitada na esteira imunda gemia baixinho. O médico se acercou, dela, tocou-lhe as faces e constatou a febre. Ela já não ria. Era preciso remove-la para um lugar decente e trata-la. Levaram-na para o abrigo dos pobres. Já não andava foi carregada. Os moleques fizeram um silêncio respeitoso enquanto ela passava. Foi medicada. Estava com uma pneumonia dupla e enfraquecida. Não perdera totalmente a razão e no seu delírio de febre chamava por
- Adélia, minha filha!.. Joãozinho não me abandone. Clara, Clara o que eu te fiz?
                           Passaram-se mais uns dias  no  tempo arrastado da vila do Capivara, a velha Sá Rita morreu. Ia ser enterrada como indigente no velho cemitério do Mato Dentro. O prefeito, homem bom e cristão, quis dar-lhe enterro decente. Mandou fazer a urna funerária; pediu ao Padre Benedito para encomendar o corpo e mandar tocar os sinos de finados.
                          Na matriz o esquife foi colocado frente ao altar e o padre começou a cerimônia. De repente os moleques apareceram e, compungidos, entoaram:

                                 “Sá Rita ... Sá Rita a gente te ama”...

No esquife aberto para a encomenda, a Sá Rita, ao invés de atirar pedras, parecia sorrir.
              Os sinos dobraram por ela. Mas nunca se soube de onde ela veio e como parou na Vila do Capivara.

VHCarmo.:  do Livro Memórias da Vila do Capivara.





terça-feira, 29 de junho de 2010

Poesia urbana (de fins de semana).

       OS DEUSES URBANOS

Vivemos sob a proteção
de deuses calmos
feitos de camomila e cidreira
que explodem em felicidade nas sextas-feiras
quando o lúpulo da cerveja
se dissolve nas bocas.

São deuses antigos
de matrizes equivocadas
e filiais melancólicas,
ora internados na internet
com tanta gente para cuidar ao vivo.

Estamos bem acompanhados
são deuses compreensíveis
que aceitam nossos tíquetes
e nossas desculpas.

Ao mesmo tempo
anjos da guarda irresponsáveis
que perdem a hora
e nos deixam na mão.
Serafins descartáveis
cujas asas recapeadas
se despedaçam na rotina do ar.

Tudo para dizer
que vivemos sob a proteção
de deuses frágeis
feitos de esperança e poluição.

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Poeta: Ricardo do Carmo.
                                                             Do livro "Amor de consumo"

segunda-feira, 28 de junho de 2010

                          Olhem só o que disse o Demóstenes Torres, senador dos Democráticos, visivelmente irritado com os tucanos que não querem saber de um deles para ser vice na chapa do Caviloso.
                           A “saia justa”, está ficando cada vez mais justa. O Senador do Dem foi claro:
                                             “Igual ao Álvaro Dias, o Dem tem muitos”.

                             E emendou:
                                 “Mas ao indicar Álvaro, ele indicou alguém que é igual a uns 30 ou 40 que nós temos dentro do DEM”.
                                O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, também irritado, retrucou:
                               “O PSDB nunca propôs que o DEM indicasse o vice”.

                                    Para o DEM ficar bonzinho e aceitar o Álvaro, o PSDB ofereceu ao aliado da primeira hora, o lugar de vice do candidato ao Governo de Minas Gerais, Anastásia.
                                 O ex-presidente Itamar Franco, imaginem, candidato ao senado pelo outro aliado, o PPS ( nascido de dissidência do velho PCB), foi drástico:
                                     “Minas não pode ser moeda de troca”.

                                A gente vê, assim, como estes partidos estão longe do povo. São cúpulas sem nenhuma ligação com a realidade que o país atravessa.
                                       O que representa no país o obscuro Álvaro Dias ?

                                 O rancoroso FHC  já falou que não acredita mais na vitória do Serra; será que é por causa dessa escolha? Ou será porque ele está sendo evitado pela campanha do Caviloso?
  ___________________                             

                       As últimas notícias sobre a nossa economia são as melhores possíveis. Já se prevê que o incremento do PIB neste ano deve ir aos 7% e a criação de empregos, com carteira assinada, vai ultrapassar os 14 milhões anteriormente previstos. O nosso índice de desemprego, para alguns órgãos estatísticos mundiais, induz a considerar que o Brasil está preste a atingir o pleno emprego.
                                   Enquanto isto num rasgo de franqueza o Vice Presidente José Alencar declarou: “Dá pena a gente ver esta oposição”, declaração que irritou os tucanos e comparsas.

                                                                                            
VIVA A DIFERENÇA:                                                                      DILMA É A   TRANQUILA ESPERANÇA DA CONTINUIDADE DO GOVERNO LULA.
                                        A oposição mostra sua incompetência: anda a procura de um vice.

domingo, 27 de junho de 2010

RICO COMO UM BRASILEIRO!



Riche Comme un Brésilien

Você Está Pensando no que Eu Estou Pensando?
                                 A expressão “riche comme un Argentin” se tornou popular em Paris, ao final do século 18, e continuou a ser utilizada até o início dos anos 30. A frase era geralmente usada para descrever qualquer indivíduo abastado, sugerindo que essa pessoa seria rica como um argentino – o que era visto como um padrão deprosperidade e opulência, naquela época. Cem anos depois, a expressão definitivamente perdeu o seu sentido, porém acreditamos que ela exemplifique a enorme transformação na desigualdade da renda, na distribuição dessa renda e no consumo que está atualmente em curso no Brasil, onde o número de indivíduos que compõem as classes A, B e C cresceu em mais de 30% desde 2003, enquanto as classes D e E foram reduzidas pela metade.
                                Os brasileiros se tornaram mais ricos, com acesso a novos instrumentos de crédito,o que levou a mudanças em seus perfis de consumo, conforme indicado em recentes publicações do Banco Central, da FGV e de diversas outras organizações e especialistas. Mais importante ainda, isto está ocorrendo ao mesmo tempo em que os brasileiros estão galgando os degraus da escada econômica. Estes novos perfis de consumo foram exaustivamente analisados na longamente esperada pesquisa de orçamentos familiares (a assim chamada POF) divulgada nesta semana pelo instituto de estatística do governo, o IBGE. O POF representa a mais completa análise produzida neste campo no Brasil, e foi atualizada pela última vez em 2003.
                          Nossos analistas do setor de Consumo provavelmente irão se debruçar sobre as interessantes leituras do último POF, porém, em termos gerais, o relatório confirmou que a desigualdade da renda continuou a declinar no país.
                          Apesar do coeficiente GINI (coeficiente de distribuição da renda) permanecer  elevado, em 0,5431, a tendência é claramente favorável, particularmente na última década, que reverteu alguns dos danos de várias décadas de hiperinflação e de piora na distribuição de renda. Segundo as estatísticas do IBGE desta semana, o dispêndio mensal das famílias abastadas continua 9,6x mais elevado do que a média de dispêndio mensal das famílias menos favorecidas (em comparação com 10,1x no ano de 2003), o que sugere que o Brasil ainda tem um caminho bastante longo a percorrer, a despeito dos recentes avanços realizados nesse âmbito.
                  DILMA VAI ASSEGURAR A CONTINUAÇÃO. SERRA É O ATRASO E A VOLTA AO PASSADO.

Está pintando Dilma no primeiro turno!

                         Vejam amigos, como esses políticos do PSDB/Dem –Arruda se comportam quando se delineia a sua derrota na eleição presidencial.
                         Vejam essas declarações do presidente do DEM-Arruda, o filho do César Maia, deputado Rodrigo Maia:
                                  “Se não for o Aécio (Neves), o vice é nosso”.

                                   E a gora, quando o PSDB quer se livrar da saga de Brasília e foge do DEM para vice do Serra, ele diz::
                            “A eleição nós já perdemos; não podemos perder o
                              caráter. Tentaram nos isolar, mas não conseguiram apoio”.

                                   O estranhável nisso tudo é que, neste momento, quem está comandando a escolha do vice é o indefectível e maior corrupto e cassado, rei do mensalão, Roberto Jefferson, ele foi acionado pela campanha do Serra e hoje é o principal gerente da oposição. Quem diria!
                                   O Caviloso e o PSDB querem fugir do DEM, a qualquer custo, porém, a essa altura fica difícil, pois este partido foi o mais fiel escudeiro da política neoliberal dos tucanos.
                                    O estrago feito nas fileiras dos neoliberais com a sujeira havida em Brasília com o seu ex-candidato a vice-presidente (Arruda, o segundo careca ), está minando o discurso moralista dos tucanos.
                                  Os jornalões deste Domingo evitam comentar o que significa a escolha do vice para a oposição.
                               Ora, por mais que eles tentam minimizar, a falta de opções da oposição, fica clara. Nem o DEM, nem o PPS e nem o ridículo Roberto Jefferson podem esconder o que é grave: a oposição não tem um candidato natural para o posto. Os partidos aliados do PSDB não são confiáveis. Eles se digladiam.

                                 A subida da Dilma nas pesquisas coincide com a crise na campanha do Serra. Se os institutos de pesquisas fossem fiéis à verdade a diferença em favor da candidata estaria em cerca de 10 pontos percentuais. Esse é o clima que se sente por toda parte.

                                  Esta pintando vitória da DILMA no primeiro turno!.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mais razões da popularidade do Lula e de seu governo.

                                   Este escriba hoje, pela manhã, foi até a comunidade do Pavão/Pavãozinho, morro vizinho ao bairro de Ipanema. O que a gente viu lá é de entusiasmar: são obras de infraestrutura de saneamento por todo canto, bem como áreas de lazer e escolas.
                                   Estão ali trabalhando mais de trezentos homens, entre operários da construção civil, engenheiros, bombeiros, eletricistas e toda uma gama de técnicos. Os acessos para Copacabana foram remodelados e modernizados, com o trem do plano inclinado e a remoção da “bolsa do lixo” da Rua Raul Pompéia.
                                Notável é, particularmente, a obra de acesso da comunidade ao metrô da Estação Praça General Osório–Ipanema. Esta obra está em fase de conclusão – será inaugurado nos próximos dias – tem um elevador panorâmico numa torre de arquitetura bela e moderníssima, incrustada na encosta, toda em vidro e plásticos, dando acesso ao túnel do metrô, chegando, também, até à Rua Barão da Torre onde termina num grande shopping. A construção embelezou e revitalizou o local.
                                 As obras revitalizaram, também, os belos edifícios do final da Rua Barão da Torre que tinham se desvalorizado pela proximidade do morro e da violência. As obras do PAC diminuíram drasticamente a violência no local onde, afinal, reside o povo trabalhador.
_________________
                                  Ontem , dia 24/06.2010 foi um dia de festa para 594 famílias que residiam em áreas de risco e ficaram desabrigadas nas últimas chuvas que assolaram o Rio de Janeiro. Elas foram localizadas em apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida no Complexo do Alemão. Mais outros 384 estão sendo entregues pelo PAC. Essas obras fazem, todas, parte do PAC, que também inaugurou o Colégio Estadual Jornalista Tim Lopes para mais de 1000 alunos. Mais 22 blocos de 16 apartamentos cada, totalizando 352 unidades, estão sendo erguidos nos terrenos onde havia uma antiga fábrica da Coca-cola e estão para serem entregues ao povo; tudo no Complexo do Alemão, onde as obras do teleférico continuam aceleradas.

                     A gente, depois disto tudo, se pergunta: por que a mídia, em geral, e, em particular os jornalões não informam ao público sobre as obras do PAC como essas? O que se lê na imprensa são notícias mentirosas e pessimistas sobre o programa. Chegou-se a dizer que o Programa de Aceleração do Crescimento é uma colagem. É demais!
                        É claro que as obras do PAC não se restringem a estas; elas se espalham pelo Brasil todo, incluindo grandes obras, entre outras, Usinas hidroelétricas, Portos, Ferrovias, Siderúrgicas, Refinarias e a sempre escondida Transposição do Rio São Francisco.

Estão aí mais razões que explicam a excepcional popularidade do Presidente Lula e de seu governo.

A gente não pode entregar isto tudo aos neoliberais e à sua privataria. 

 A DILMA FOI ESCOLHIDA POR LULA PARA  CONTINUAR AS OBRAS DE SEU GOVERNO.  ELA ESTEVE COM ELE POR MAIS DE SETE ANOS.
VHCarmo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um texto ficcional (para refletir)..

                                             Um sentido para a vida.
                                                       (conto)

                                   A festa do aniversário de 85 anos do Seu Everton foi linda. Parecia até festa de criança, com balões coloridos, mesa farta de salgados e doces, bebidas e, a animar, as músicas antigas de sua preferência. Um dos filhos, o Germano, fora buscar, nos sebos, velhos discos-vinil de Orlando Silva, Francisco Alves, Aracy de Almeida e de tantos que o velho sabia até de cor as letras. Filhos, filhas, netos e bisnetos numa só algazarra festiva. Everton iluminava-se num sorriso complacente, um misto de alegria e tristeza; melhor dizendo, uma certa melancolia na expressão, por traz do riso.
                                   Cantaram-se os parabéns, trocaram-se efusivos abraços, sufocando o velho de “cabelos cor de prata”, parafraseando a canção popular. Repito: foi muito linda a festa.
                                   O velho Everton fora meu primeiro chefe no meu primeiro emprego no Rio de Janeiro, na velha Rua do Costa, nos idos dos anos 40 do século passado. A amizade e a consideração pessoal, transcendendo à autoridade de chefe, nos uniram durante grande parte de nossas vidas. Estava ali presente à festa de seus 85 anos. Ele me intimara a comparecer sob o risco brincalhão de “acabar nossa amizade”.
                   Terminada a festa, esvaziada a sala, apagada parte das luzes, a casa voltou à costumeira intimidade. Meu velho amigo pedira para eu não sair logo, queria me falar algo. Sentado na sua cadeira de balanço na penumbra das cortinas de um canto de janela, encetou um discurso que me calou de forma profunda. Diga-se, antes de narrá-lo, que o Everton fora sempre um homem cheio de vida, de muitos amigos, festeiro, carnavalesco e amante das belas mulheres. Apesar de estar bem para sua idade, me parecia portador de uma certa angústia como deixara transparecer no curso da festa. Mas vamos ao seu discurso.
                       Disse-me o velho, amigo:
                     “Sempre se saúda efusivamente a idade das pessoas, principalmente quando chegam aos 80 anos, sobrevivendo. Você viu quanta alegria se espalhou por esta sala, mas a rigor na mente de todos e de cada um há a certeza de que outras festas como esta, dentro em pouco, não mais se repetirão. Você há de me perguntar: como, se o amigo não tem certeza da morte, ou do fim ?. Digo-lhe: a única certeza que não tenho é da data; da proximidade, que é inexorável, não me posso livrar.

-Deixa disso Everton, espanta esta tristeza.

                     –“Não é bem tristeza que tenho; é a angústia que me dá a exata dimensão da morte que, para mim, se afigura como uma derrota. Tive longos dias de felicidade, alguma tristeza e agora esta certeza da aproximação do fim. Os dias me parecem cada vez mais longos na minha solidão e a falência física, de que tenho consciência, me atormenta. Às vezes penso que a morte será a verdade da vida, mas um recôndito desejo de viver me anima. Dos meus amigos, à volta, restam poucos; a grande maioria já se foi premiada, pois o viver lhes poupou a angústia da velhice. Amigo, a idade me significa perda e a consciência de não ter compreendido, apesar dos anos, o sentido da vida. Para terminar este desabafo que você, tão pacientemente, escutou, digo-lhe que hoje compreendo aqueles que, por cansaço,se despediram voluntariamente da vida, admirando-lhes a coragem que me falta.
                         Terminado o discurso amargo do velho amigo, me despedi dele emocionado e andei vagando pelas ruas noturnas de Copacabana, não conseguindo sequer formar um juízo de tudo o que ouvira, tarefa que deixo para aqueles que ora me lêem
                                    A madrugada fria me fez mergulhar também num sem sentido.

                                   Passados cinco anos e quatro festas de aniversário o velho amigo Everton se despediu da vida sem revelar o seu sentido.

VHCarmo.

A PESQUISA IBOPE DE ONTEM.

                       Na nova pesquisa do CNI/IBOPE, publicada ontem, há algo mais significativo do que os números propriamente ditos: é aquilo que eles revelam.  Há Estados, como o Amazonas, em que a Candidata do PT chega a 64% da preferência dos eleitores, índice que se iguala e é ultrapassado nos demais Estado do Norte e no Nordeste. No Rio de Janeiro, como se viu pelo próprio IBOPE, há uma vantagem de 18% , em Minas há uma vantagem menor - de 8% -, mas significativa por se tratar de Estado governado pelo PSDB.
                         Um dado também significativo revelado é que as pessoas jovens, entre 18 e 29 em todo os Estados e na sua imensa maioria, declara que vai votar na Dilma.   Os votos no Serra, segunda o IBOPE se situam na região Sul na camada mais rica da população.
                       Alguns analistas, mais lúcidos e menos ligados à campanha do Caviloso, ressaltam o fato de que esta pesquisa CNI foi feita após uma longa exposição do candidato. Ele esteve o tempo inteiro do programa do DEM-Arruda, dos tucanos e na suas inserções na TV; no lançamento festivo de sua candidatura, na sabatina da  Folha de São Paulo (armadilha de que Dilma habilmente se livrou) e, apesar de tudo, caiu nas pesquisas. Isto denota uma tendência, reforçada pelo péssimo desempenho do candidato e pelo o enorme prestígio do Lula que está embalando a campanha dela.
                         Justiça seja feita, o desempenho da Dilma é cada vez melhor e ela tem a vantagem de defender o governo Lula, se contrapondo ao desastroso governo do rancoroso FHC. Demais, ela é uma pessoa extremamente inteligente e, aos poucos, vai se comunicando melhor, de posse de um discurso construtivo.
                          O desespero que já se alastrava no meio dos tucanos, está recrudescendo, haja vista as declarações de inconformismo do presidente do Partido Senador Guerra que colocou suspeita na pesquisa IBOPE, tentando inverter os números apurados, em favor do Serra.

                           Outra questão é que o PSDB não consegue resolver é a designação de um candidato à vice. A esta altura já aparecem reclamações e defecções no velho DEM-Arruda, aliado da primeira hora dos tucanos  que se sente rejeitado. A insurreição dos Arrudas se iniciou em São Paulo e se alastra por outros Estados, principalmente em Santa Catarina. A esperança em relação ao PP, também se vai desvanecendo, pois em reunião de hoje seus próceres não definiram e se inclinam a apoiar a Dilma. Por sinal o PP pertence à base aliada do governo e tem até ministro. É uma tremenda saia justa a questão do vice!   Parece que estátodo mundo fugindo do pleito.
                          Fato estrannho: o Fernado Henrique Cardoso declarou a uma repóter da Folha que não acredita  mais na eleição do Serra.    Quem tem um amigo desses ...

                          O perigo agora é o desespero  da oposição que, como sempre e  com a preciosa ajuda da mídia comandada pela Podridão da Revista Veja, deve acelerar a baixaria e o jogo sujo das denúncias sem prova, mentiras, omissões e uma série de factoides.
                  A gente tem que estar previnido e não se deixar engnar.
                      
                 DILMA REPRESENTA O FUTURO E O SERRA O PASSADO NEOLIBERAL.

 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"A mentira tem pernas curtas...".

                                 Há um ditado nascido da sabedoria popular: “mentira tem pernas curtas”. O Candidato da oposição vem atacando a Bolívia, nosso país irmão, com o qual temos as melhores relações diplomáticas e comerciais e o faz de uma maneira deselegante, tendo merecido repúdio das autoridades bolivianas, inclusive do Ministro do Exterior daquele país, que desafiou o Caviloso a provar suas afirmações. Além de não provar, o candidato continuou fazendo afirmações ofensivas à Bolívia.
                                     Ainda agora, numa sabatina em São Paulo, veio com aquela história que “a Bolívia faz corpo mole” com o tráfico internacional de entorpecentes. Afirmara antes que aquele país é o maior fabricante e exportador de cocaína.
                                    A gente já lembrou aqui, neste espaço, que a Bolívia não é o maior produtor de cocaína, atribuição da Colômbia – como todos sabem – bem como aquele país, que não fabrica a pasta necessária à fabricação da droga, exporta mínima quantidade dela.
                                   A Polícia Federal contestou em nota que haja afrouxado a fiscalização - alegada pelo Caviloso - bem como informou que faz contatos freqüentes com a polícia boliviana, inclusive, proporcionando cursos a policiais daquele país.
                         “A mentira tem pernas curtas”. Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) registra um crescimento de apenas 1% dos cultivos de coca em 2009 e que a política da Bolívia para a redução da planta continua eficiente. Os Ministros do Exterior David Choquehuanca e o de Governo, Sacha Liorenti afirmaram que o pouco crescimento merece aplausos e deve ser valorizado em sua “real dimensão” porque mostra uma consciência dos camponeses perante a política antidroga do Governo. O Ministro do Exterior disse que o “resultado obedece a implementação de uma política da luta CONTRA O NARCOTRÁFICO e a revalorização da coca que os indígenas consideram “SAGRADA”.
                            O Caviloso deve saber, mas omite, que a cultura da coca na Bolívia não se destina prioritariamente à produção de droga, como ensina o Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC). O consumo indígena é cultural.
                              Não se pode descartar, porém, que a intenção oculta do Zé Serra é criar embaraços na relação Brasil-Bolívia, deixando de lado a real preocupação que é a aliança da Colômbia com os EEUU que enseja aos norteamaricanos estabelecer e manter bases militares na Amazônia colombiana; esta sim uma verdadeira preocupação dos paises da América do Sul. Aliás, sobre isto ele jamais se manifesta.

                               È de se indagar afinal: qual seria a política externa num eventual governo Serra ? Ele é contra o Mercosul; contra a Bolívia, contra o Irã. Jamais se pronuncia sobre o BRIC , o G 20. que o Brasil lidera e sobre os nossos irmãos africanos.  Um mistério!.
                              O Caviloso está preocupado, apenas, em criar “supostos dossiês”, para se proteger contra a possível publicação de suas falcatruas, de seu querido primo e da sua filha Verônica, no livro, sobre a “privataria” – no prelo - do jornalista Ribeiro Jr. .
                    Ao concluir este texto soube que o IBOPE desencantou: 40%  Dilma - 35% Serra!
                                                         Depois a gente comenta !

                                         ELEGER  DILMA RUSSEFF É  ESSENCIAL PARA A    CONTINUAÇÃO     DO GOVERNO POPULAR E    PATRIÓTICO DO LULA. 
vhcarmo.
                                  A gente tem afirmado neste espaço que a mídia se arroga o direito de atacar a honorabilidade das pessoas, sob o manto da “liberdade de imprensa” ou da “liberdade de expressão”.                 
                                Comentou-se, também aqui, que a extinção da lei de imprensa pelo Supremo Tribunal Federal, criou um vácuo legislativo perigoso, pois, indiretamente, remeteu os crimes cometidos pela imprensa e jornalistas ao Código Penal que, a toda evidência, visa à punição de crimes de menor potencial ofensivo, cujas penas reduzidas são compatíveis com sua restrita descrição normativa. Demais, restou, apenas, ao direito de resposta também extinto, princípio constitucional, pendente de regulamentação, portanto, sem culminação de pena.
 IMPORTANTE:                                      
                              O Juiz Alexander dos Santos Macedo teve que buscar outros caminhos para reparar sua honra ofendida pelo jornalista Luiz Garcia e o Jornal O Globo (Infoglobo comunicações Ltda). O ofendido buscou em juízo indenização pecuniária por danos morais, contra ele e seus familiares, e a obrigação do jornal publicar a decisão.
                          Vencida a batalha judicial – cuja contestação dos réus teve como fulcro principal (acreditem!) a ausência de uma lei de imprensa, o Autor teve acolhida a sua pretensão. Foi descartada aquela defesa dos Réus, vez que o Autor, habilmente, não buscou condenação criminal, mas apenas condenação cível. O pedido foi integralmente julgado procedente e a condenação, além, das penas pecuniárias, obrigou o jornal a publicar, na íntegra, a sentença.
Ontem, dia 22 de junho de 2010, fato inédito, o Jornal O Globo se viu obrigado a publicar na íntegra a sentença condenatória, ocupando parte das páginas 7 (encimada com o nome do Jornalista sabujo) e 12, sem qualquer chamada na página da frente.

                          A gente vai transcrever um pequeno trecho da sentença o que não dispensa a leitura integral da muito bem lançada decisão do Juiz Rogério de Oliveira Souza da 20a. Vara Cível do Rio de Janeiro –RJ:
                           “Os réus ( o jornalista e o jornal) passaram ao largo da simples crítica; além de criticarem (direito de qualquer pessoa) em sociedade, transpuseram os umbrais da licitude ao colocar o primeiro Autor como profissional do direito criminoso, ao lado e igual a outros juizes condenados e presos. A liberdade de imprensa encontra seu limite no direito do indivíduo em sua intimidade. Qualquer violação desta intimidade deve ser feita de maneira responsável. Qualquer ilação (por menor e mais insignificante que seja) decorrente de matéria jornalística voltada para a formação de opinião desvinculada da realidade dos fatos pertinentes a determinado indivíduo, não, pode prevalecer como liberdade despida de responsabilidade.... Intenções mal formuladas, influências sub-reptícias, condução sorrateira de opinião refogem do direto de informar;antes atendem a interesses menores, comprometidos , com determinado desfecho e situação concreta”. (Gn.).
                             Quantas pessoas amargaram a dor de ver seu nome enlameado por irresponsáveis jornais e jornalistas e, muitas vezes, arruinadas a sua reputação e carreira profissional. O país clama por uma lei que regule democraticamente a atividade da mídia.
                               Em nome de uma falsa afirmação de “liberdade de expressão” chegou-se no Brasil, -- exemplo único nos paises civilizados -- àquilo que a gente vem denominando: “a ditadura da liberdade de imprensa”., ausência de diploma legal específico.
_______________

                 Por fim, cabe ressaltar que a mídia, principalmente os jornalões, toma, de maneira acintosa, posição contrária ao governo e nessa missão a que se impõe, não respeita nada; se garante na impunidade criminal. O jornais e revistas, em sua maioria, mentem, omitem, deturpam fatos e notícias, sob o falso manto da imparcialidade. O Presidente Lula, em discurso recente, pediu que os jornalões, ao menos, digam qual a sua posição política, para que o leitor possa também procurar outras fontes.
                               Nessa campanha eleitoral verifica-se a clara preferência da mídia pela candidatura da oposição, operada por jornais, revistas e jornalistas que, no entanto, não se furtam de mentir, omitir, adulterar notícias e fatos (vejam os dossiês supostos).
                               A mistificação das pesquisas, operada pela Data Folha, órgão do jornal Folha de São Paulo, colocou a nu a falsa imparcialidade de que se arrogam. Demais, após a alardeada vantagem de 12 pontos de Serra, o instituto de pesquisa empacou no empate.
                              
       Lula é "o cara" e  Dilma é acara do Lula.  O Brasil tem que continuaar a avançar.                                  
 



terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma ficção (parece até real).

                                      
                                                            Magistratura.   (conto)                               
                                                      
               “Texto de ficção; alguma analogia com fato real será mera coincidência”.

                                          O rapaz era mesmo dotado de uma inteligência privilegiada. Era daqueles a quem se costuma atribuir um alto QI. Nicolas vivia no seio harmonioso de uma família de classe média de Cascadura; mulato, filho de uma mãe branca e de um pai negro. Estudioso além de inteligente. Os cursos fundamental e médio fizera com distinção no Colégio Artes e Instrução, antiga escola suburbana por onde passaram ilustres personagens da cidade do Rio de Janeiro. Na Universidade, na Faculdade Nacional de Direito, sobressaiu-se no estudo das letras jurídicas, francamente elogiado pelos mestres.
                                         Desde menino o Nicolas tinha uma verdadeira obsessão: haveria de ser juiz; dizia para quem quisesse ouvir – “eu vou ser Juiz”. O pai, Camilo, advertia o filho das dificuldades de ingresso na magistratura. Além da natural complexidade do concurso, pesava contra ele a cor, dizia o pai. Era mulato escuro com muita honra, mas, teria que enfrentar o preconceito contra os negros no concurso, ainda que disfarçado.
                                        No Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, como de resto nos demais tribunais, juizes negros são raros e, normalmente, não ascendem à segunda instância, não se tornam nem desembargadores, nem ministros nas instâncias superiores. Ao alerta do pai ele, enfaticamente, respondia
                        - “pai, eu vou enfrentar todas as dificuldades; eu quero ser juiz e vou ser, já me imagino vestindo a toga”.
                                      No primeiro concurso programado pelo Tribunal, após a sua formatura, o Nicolas se inscreveu. Estudou com afinco e, para assegurar-se contra algum risco, freqüentou um curso de atualização em matérias nas quais se julgava menos preparado.
                                    A prova escrita lhe pareceu fácil, tal o preparo que tinha. Conferido o gabarito, errara apenas uma questão cujo valor era meio ponto. A nota máxima era 10 e o Nicolas ficou com 9,5. Era esperar, então, a prova oral e o chamado teste de impressão pessoal. Eufórico Nicolas já se antevia presidindo uma audiência, prolatando uma sentença.
                                    O dia da prova oral, como soe ser sempre, enche-se o salão nobre do Tribunal de interessados e parentes para assistir as provas. A banca de desembargadores e procuradores estava, naquele dia, composta da mais fina flor dos operadores do direito.
                                  É bom que se diga que a prova oral tem sido a oportunidade em que se exerce o preconceito, não só o da cor, mas também da origem do candidato. Diz-se, maldosamente nos corredores do foro, que esses concursos são seletivos, ou seja, neles se selecionam os candidatos que vão perpetuar as castas que compõem os tribunais. Ao exame das listas dos magistrados que aparecem nas revistas dos Tribunais se podem verificar nomes familiares em profusão. Avô Ministro, filho Desembargador, neto juiz, por ai afora.
                                 Nicolas era tão brilhante que superou tudo isto; não foi possível embaraçá-lo, por mais difíceis que fossem as questões que lhe foram propostas pela banca. Diga-se de passagem: houve entre os assistentes uma certa estupefação. “O negro é bom, mesmo”, comentava-se em voz baixa, com admiração. Para a aprovação faltavam, apenas, os testes de impressão pessoal, sempre feitos numa espécie de clausura pelos magistrados examinadores e, sem platéia. Seria a última barreira a ultrapassar pelo rapaz.
                                  Ncolas não passou pelo teste; foi reprovado e, como sempre nesses casos, as razões não foram comunicadas ao examinando   Apenas um dos examinadores aproximou-se dos pais do Nicolas – que o esperavam lá fora da sala - e se disse constrangido pelo resultado; quase como que pedindo desculpas; foi só.
                                  Aquele  foi um dia de consternação para a família do rapaz; o pai e a mãe, que tanto temiam por aquele momento, de tudo fizeram para amenizar a profunda decepção que lhes invadiu. Durante dias inteiros Nicolas se manteve calado, num canto de seu quarto, com o olhar fixo em um ponto indefinível; algumas lágrimas, às vezes, rolavam de seus olhos.
                                 O mulato escuro nunca mais abriu um livro. Depois de algum tempo sumiu da casa dos pais. Camilo o procurou por todos os locais previsíveis em que pudesse estar; não o encontrou. Além da decepção os pais passaram a sofrer a ausência do filho querido. Como ele, os pais, num determinado momento, haviam achado possível o sonho de vê-lo de toga.
                             Alguns anos se passaram. Depois de uma batida policial no Morro de Manguinhos, os jornais anunciaram em manchete: – “Preso o traficante Nick”, e com o subtítulo: “o bandido mais perigoso e mais procurado das favelas do Rio de Janeiro”.
                Camilo ao ver na televisão aquele homem negro não  conteve o choro, abraçado à mãe, viram o filho algemado, ele,  o seu Noclas,   que sonhara um sonho impossível: o de ser juiz.

VHCarmo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Um ato falho ...

                                                    No comentário que a gente fez neste espaço sobre a declaração do Caviloso em relação àquilo que ele chamou de privatização de dinheiro público  pelo BNDES, além do absurdo da afirmação e do fato que ele parece não saber que o Banco é uma instituição de crédito de fomento da economia, desconhecimento imperdoável para quem quer ser presidente da República, a sua memória continua curta, pois um grave desvirtuamento das finalidades do BNDES se deu no governo do rancoroso FHC. ao qual ele pertenceu.
                     As privatizações, verdadeiras doações do patrimônio público, tiveram o financiamento do BNDES o que não se inscreve entre suas funções.
                    Na época, o que é mais grave, o governo entulhou a instituição de títulos (chamados moeda podre) comprados no mercado externo, através dos escroque Daniel Dantas e seus comparsas do Banco Oportunity,  em operações suspeitas,  por valores defasados em mais de 60% e transacionados com os adquirentes dos bens públicos e, afinal, comprados pelo BNDES que os adquiriu pelo valor de face. O Delegado Protógenes da PF, que investigou essa falcatrua, que deu enorme prejuízo ao país, em entrevista ao jornal “Caros Amigos”, instado a nomear as pessoas envolvidas na manobra fraudulenta, apontou não só o escroque Daniel Dantas e seus comparsas mas, em alto e bom som, indicou, entre outros, o próprio ex-presidente.

O Zé Serra cometeu um ato falho, pois foi o governo do qual ele foi Ministro que privatizou o dinheiro do povo.

                          Hoje, dia 21.06.2010, numa sabatina em São Paulo, ele afirmou com ênfase, que a hipótese de continuar as privatizações,em seu hipotético governo, não está afastada.
VHcarmo.

domingo, 20 de junho de 2010

SERRA NO RODA VIVA E A PRIVATARIA.

                                          Quanto mais o Caviloso fala, mais diz coisas sem nenhuma base na realidade. Há um consenso hoje, no Brasil e em todo mundo, que o nosso país caminha para ser a quinta economia mundial, e que neste ano de 2010 a gente vai ter um crescimento do PIB em torno de 6 a 7%.
                     Vejam só, o a besteira que ele disse: “Governo Lula faz privatização do dinheiro público”.
                     O problema é que ele não conseguiu explicar o que disse. São essas coisas que o Caviloso diz talvez até sem pensar, ou se pensando, é como dizia o saudoso Chacrinha: “ não veio para esclarecer,  veio pra confundir”.
                             O Serra vai acabar cansando a sua galera de tanto dizer besteira. Ele, que a mídia anda dizendo que é “preparado”, abusa da inteligência da gente. Ele confunde financiamento do BNDES com privatização.
                               O BNDES fundado por Getúlio Vargas, o mesmo inesquecível presidente que ele quer esquecer, é um banco de FOMENTO de caráter eminentemente social, e que, financiando grandes projetos prioritários para economia brasileira, tem sido sempre um banco lucrativo. Ele não consegue entender que financiar desenvolvimento dá lucro. Não é atoa que ele é , hoje, a esperança dos neoliberais para retomar o governo.
                             Para o Caviloso financiar a infraestrutura é privatização. Será que ele está falando sério? Será que ele, com esse discurso, quer enganar e manter a sua galera ? Seria de pouca imaginação. Nem todo mundo vai numa conversa dessa.
                             O Serra se especializou por dizer coisas que não são absolutamente verídicas. Ao final de suas declarações saiu-se com esta: “Se a economia tiver crescendo sustentadamente é a melhor maneira de entrar capital produtivo. O que entra no Brasil hoje é dinheiro para especular”.
                              Ora, se a economia está , como os números indicam, em pleno crescimento é óbvio que o dinheiro para especular não está “entrando”, como ele diz.        O Serra vive fora da realidade, pois, ele não sabe ou quer fingir que não sabe, que o Brasil emergiu rapidamente da recente grave crise do mundo capitalista, justamente porque não embarcou no capital especulativo. Até as pessoas mais humildes e menos cultas entenderam, mas o Serra  parece que não. Ou, se ele  entendeu, ao declarar a barbaridade acima, não é o homem PREPARADO da mídia.  A mídia que se cuide o Caviloso está abusando da nossa paciência e vai acabar ridicularizando a balela dos jornalões.
                                         O Brasil deve emplacar um incremento do PIB, em 2010 em torno de 6,5 a 7%, apesar da ignorância do Serra.
                                     Por estas e por outras é imperativo votar na DILMA que é a garantia da continuação da caminhada para o futuro, retomada pelo Presidente Lula.
VHCarmo.

sábado, 19 de junho de 2010

ELE SABE FAZER ?

                                   No programa do PSDB, inteiramente ocupado pelo Caviloso Zé Serra, ele disse entre outras coisas que ele vai promover o emprego, e diminuir a “gastança” do governo e a carga tributária.                Ele disse: “eu sei como fazer’”.
                               O candidato acha que a gente tem memória curta, ou é imbecil. No governo em que ele foi Ministro do Planejamento e da Saúde, no qual ele “sabia fazer” não fez. Registrou-se, então, o maior desemprego da história, o menor salário mínimo, um feroz congelamento de salários, o esvaziamento das empresas públicas, demissão em massa de funcionários públicos, o menor consumo das famílias. Em resumo: o país quebrou três vezes e terminou gerido pelo FMI.
                                  O Caviloso, não tem aquilo que o povo chama de “se manquol”.  Ele acha que o povo não sabe que o governo Lula já criou mais de 12 milhões de empregos (úmero recorde) e até o fim de seu governo deve chegar, segundo cálculos de sua equipe, a 14 milhões, registra, afinal, o menor índice de desemprego do país.  O discurso do Caviloso é daquele que não tem argumentos válidos; ele tenta enganar os desavisados.
                                Na questão da gastança do Governo, o Zé bonitinho da Revista Veja, mais uma vez, pretende enganar a moçada. No último ano do FHC, 2002, o governo federal gastava 4,8% do PIB com o pagamento de pessoal. Em março de 2010, depois daquilo que ele chama “gastança”, o dito “aparelhamento” e outras besteiras, a folha do pessoal dos servidores consome os mesmos 4,8%. Acontece que o Estado Mínimo foi revitalizado, foram admitidos por concurso milhares de funcionários para substituir a nefanda terceirização, principalmente na Saúde e na Segurança Pública. Nesta última foi criada a Força Nacional e praticamente ressuscitada a Polícia Federal que, sem quadros, nada fiscalizava. Os salários dos Servidores, congelados por oito anos, vêm sendo reajustados.
                                     É incrível que o Caviloso, que foi Ministro do Planejamento, não sabe ou omite, que tudo isso foi possível em virtude do avanço da economia e dos programas de distribuição de renda do governo. Estes programas que em 2002 eram  de 6,4 do PIB , em março de 2010 saltaram para 9,1% que representa algo como 29,6 bilhões de reais.   Os programas, como todo mundo sabe (menos o Caviloso) resgataramr 28 milhões da pobreza e promoveram mais de 10 milhoes para engrossar a classe média.
                                                 Se ele sabia fazer, por que não fez ?

                                          A terceira afirmação do Serra é também mentirosa; entre 1998 e 2002, período do segundo mandato do rancoroso FHC, marcado por forte retração da economia, do desemprego da doação do patrimônio público, a carga tributária da União subiu 3,32%. Em sete anos do Governo Lula a quantidade de impostos arrecadados pela União subiu 1,02%, sem vender ou doar empresas públicas.
                                     Na sua série de afirmações inverídicas, ele chega a dizer que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo. Os seus comparsas da mídia exibem luminosos em São Paulo para enganar o povo.
                                   A carga tributária atual está em torno de 34% do PIB e não é a maior do mundo, é menor do que a média do governo do Rancoroso FHC.     O que o Caviloso chama , de modo irresponsável, de “loucura sem paralelo”, é simplesmente, o índice vigente em grande parte dos paises civilizados como Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e muitos outros, muito menor do adotado pelas nações nórdicas (como Suécia e Dinamarca) de forte estrutura de bem estar social.
                                   
                               RESUMO: as imagens fabricadas, as afirmações sem fundamento- como as acima analisadas - demonstram que uma comparação dos governos FHC e Lula, que o Caviloso procura evitar, se torna inevitável até pelas afirmações do tipo que ele fez no programa do PSDB. Não dá para enganar, a não ser àqueles que querem se deixar enganar.
                ESTE É O HOMEM QUE A MÍDIA QUER PROMOVER COMO COMPETENTE!

                  DILMA CONHECE O BRASIL E FOI O BRAÇO DIREITO DO LULA.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Olha só como funciona...

                                          A gente vai analisar como a oposição, com o auxílio da mídia, planta para o público os chamados dossiês.
                                          Primeiramente é necessário compreender que esse recurso tem sido usado quando a situação do candidato da oposição vai ficando difícil, não só por causa das pesquisas como também  pela ambiência no meio do povo e a pouca penetração do candidato. Na iminência da derrota um dos recursos têm sido os dossiês, para tentar reverter a situação.
                                        Para que se entenda a esperteza desse “factoide” é preciso notar que fazer dossiês, sobre qualquer assunto, mesmo sobre procedimentos políticos,  não é, em si mesmo, nada de errado muito menos crime.
                                        Dossiê é uma coletânea ou compilação documental de notícias e fatos que teriam ocorrido, podendo também conter anúncio de ações atribuídas a determinada pessoa.          Se nessa coletânea não se comete uma calúnia ou outro crime, o dossiê é apenas um ato administrativo que qualquer interessado pode confeccionar. De certa forma quando a imprensa desfila nas suas páginas a trajetória de um personagem qualquer, tornando publica a sua vida e suas ações ela faz um dossiê sobre ela.
                                      No caso presente desde logo há de se estranhar que os dossiês plantados na mídia pela oposição não apresentam existência material.     Nunca foram vistos as notícias, os fatos e as ações que o integram.           Diz-se, apenas, que há um ”suposto dossiê” contra tucanos, ou especificamente contra Serra. - usam de modo sibilino a palavra suposto.
                                    Plantada a notícia sobre o dossiê,  geralmente pela Revista Veja e os jornalões, jamais se cogita do conteúdo, ou seja, das notícias e fatos que  o integrariam.   Ora, a inexistência material do dossiê, como é de claro entendimento, não pode conferir ao mesmo a intenção atribuída (contra quem quer que seja),  posto que ele poderia, em tese, conter notícia e fatos verdadeiros, ou não existir.
                                   Habilmente se desloca a discussão para o “suposto”, ou seja, a intenção. A coisa passa a ser uma espécie de fetiche. Tudo que se veicula, daí em diante, é que haveria a intenção de produzir um dossiê contra.   Para isto é fácil manipular um escroque - que os há e muitos nesse meio – para alimentar a suposição.
                                  A essa altura o publico é induzido a não questionar a existência do noticiado dossiê. O que fica sendo martelado na mídia é que haveria “um suposto dossiê”, com duas finalidades evidentes: uma a de omitir a sua inexistência material para não discuti-la; outra para tentar impedir a criação de um autêntico e real dossiê sobre as falcatruas que a mídia esconde. É exemplo: os fatos tenebrosos investigados e revelados pelo jornalista Amaury Ribeiro Junior, sobre o Caviloso, sua filha, seu primo querido e o escroque Daniel Dantas (já trazidos a este blog).
                                   O povão e até mesmo a classe média já perceberam essa “jogada suja” dos tucanos/Dem-Arruda. Agora é esperar que novas mentiras venham por aí. A atuação da mídia é imprevisível.

                     Obs. (à parte): o Serra ontem na TV foi lamentável! O que faz a falta de discurso!.

A Dilma já mostra a sua cara para o mundo; é a “herdeira de Lula”, com afirmou o Jornal Le Monde.

VHCarmo.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ainda a Saúde -

                    A proximidade das eleições leva os Tucanos/Dem-Arruda a esconder suas convicções ideológicas. Eles confiam no esquecimento do povão e se mostram bonzinhos, capazes de, até, afirmar que não são neoliberais e se proclamam amantes da democracia e do povão. O Zé Serra, o bonitinho da Veja, então se mostra um cara de pau. Já disse que o Presidente Lula, a quem agora, no desespero, começou a atacar: "está acima do bem e do mal".
                      Ele, o Caviloso, esteve participando do governo FHC, primeiro como Ministro do Planejamento e depois da Saúde, quando se perpetrou o maior crime contra o país, com a privatização criminosa das empresas públicas. Com ele estavam o Jereissat, o Malan, o escroque Daniel Dantas e outros que, por sinal, se enriqueceram.
                       Falou-se aqui neste espaço sobre a Saúde em São Paulo, agora a gente vai conhecer trechos de um pronunciamento do médico Dr. Cid Carvalhaes:
                     “As OSs sem um funcionário público e sem controle público – diz o médico que é presidente dos Sindicato dos Médicos – “apesar do dinheiro público que flui para elas, podem contratar serviços, pessoal e usar bens municipais sem licitações ou concursos públicos. Basta assinatura dos convênios (...) o convênio transfere para a iniciativa privada importante seguimento do patrimônio público, sem controle do Tribunal de Contas (...) A alegação de que as OSs não tem fins lucrativos é desculpa para pagar polpudos salários a diretores cargos em comissão criados por interesses administrativos e dos apaniguados, levantando a hipótese de benefícios eleitoreiros”.
                         No texto de ontem a gente já viu como essas empresas “sem fins lucrativos” enriqueceram. É relevante notar que a farsa das OSs, gera desemprego e faz parte da ideologia neoliberal do Estado Mínimo, em favor das minorias.
                                A gente tem que ficar atenta e não se deixar enganar, pois o que se discute nesta eleição não é somente um problema pessoal, ou seja, não é Dilma ou Serra.        O Caviloso representa a interupção do processo de avanço democrático e social, dinamizado pelo governo Lula. Aquilo que o sociólogo Emir Sader diz: "estamos entre o passado e o futuro".     Ele, o Serra, é o passado recente do neoliberismo  do governo FHC  e Dilma o futuro e a continuação do governo Lula.
VHCarmo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

TÓPICOS

                              1)       "Nós esperamos que os nossos adversários estejam dispostos a fazer uma campanha de nível elevado para discutir programas e que não faça jogo rasteiro, inventando dossiês todo dia. Nós já estamos calejados, já sabemos como eles funcionam...
                                     “Tanto que somos (defensores da liberdade imprensa) que a imprensa muitas vezes cansa de falar mal de mim e eu acho que isto faz parte da democracia. Agora quando se trata de campanha é preciso que a imprensa seja neutra, ou, no mínimo, diga que tem candidato, para a gente saber quem é quem. Você Dilma vai pegar um país que eu gostaria de ter pego . Eu sabia que se eu não desse certo eu estava lascado, porque eles iam dizer que nunca mais um metalúrgico poderia ser presidente da República porque não tinha competência para isto. Eu tinha necessidade de provar todo o santo dia que eu era capaz de fazer as coisas”.
                                        Essas palavras foram pronunciadas pelo presidente Lula no lançamento, em Brasília, da candidata dos partidos PT/PMDB/PCDB/PSB/PDT e outros pequenos. Por menos atento que a gente seja salta aos olhos a parcialidade dos jornalões e o fato que querem fazer crer que são neutros.
                                       O Brasil é um caso raro no mundo civilizado em que não há um órgão importante da imprensa que defenda o Governo contra os ataques dos jornalões. Todos são de oposição.

                                      2)  “Hoje somos continuidade de todo esse processo. Getúlio foi responsável pela construção do Brasil moderno. Tentaram decretar o fim da “era Vargas”, com o círculo de privatizações e reformas neoliberais. Muitos dizem que deveríamos virar a página do getulismo. “Não se vira a página de quem criou a Petrobrás, o BNDES, o salário mínimo e a proteção dos trabalhadores”.
                                        “Vamos defender a democracia dos seus maiores inimigos: a mentira, a manipulação e a falsidade”.

                               Essas palavras foram pronunciadas pela candidata na mesma oportunidade.

                                Para aqueles que gostam de lembrar: o FHC, no seu discurso de posse pregou com ênfase aquilo que procurou fazer em todo o seu governo por um fim na “era Vargas”. Buscando o que pregava, o seu governo privatizou nada menos do que 100 bilhões de ativos de empresas públicas, muitas criadas por Vargas (exemplos de: Vale, CSN, Bancos Públicos). O que é mais grave sem que os cofres da nação tenham herdado senão uma enorme dívida de 50 bilhões de dólares e  tutela do FMI, extinta pelo governo Lula.

                             3)     O candidato da oposição vem aparecendo na TV e fala sobre a saúde, dizendo que ele sabe como fazer.             Mas não foi isto que fez em São Paulo. A farsa das OSs na Saúde de São Paulo, além de representar a terceirização do setor e a demissão de milhares de servidores, entregou a administração do SUS às ditas Organizações Sociais o que não passa de uma sofisticada operação, muito mais lesiva e pior que o malogrado PAS (Plano de Assistência a Saúde), terceirização e privatização da gestão do SUS considerada inconstitucional.    Sob a alegação de que as empresas beneficiadas seriam ”não lucrativas”, todas elas enriqueceram depois de serem contratadas.    É exemplar o caso da SPDM que, com um faturamento de 510,4 milhões de dólares, subiu para o quinto lugar entre as empresas prestadoras de serviço, ficando atrás, apenas, da Visanet, Redecard, Copasa e a Casa da Moeda.
                               A área da Saúde no governo do Caviloso em São Paulo foi alvo das políticas mais drásticas de privatização, sacrificando, como sempre, os mais pobres.
                             O Caviloso jamais traiu a sua ideologia neoliberal. Ele, na sua campanha, procura esconder o rancoroso Fernando Henrique Cardoso - que não apareceu nem no lançamento da sua candidatura - tudo para tentar enganar os eleitores. Mas justiça seja feita, ele em nenhuma oportunidade diz que pensa diferente.

Dilma é a candidata escolhida por Lula para continuar o governo mais bem avaliado da história do País.
VHCarmo.