quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Para confrontar e refletir.

                                       A gente vai transcrever aqui o pronunciamento do Presidente Lula lido no Foro de São Paulo que ora se realiza na cidade de Buenos Aires, na Argentina.  Este Foro foi criado por convocação do Partido dos Trabalhadores - PT em julho de 1990, como espaço para a discussão e troca de informações entre os partidos progressistas da América Latina, cujas resoluções foram sempre tomadas por consenso. O Foro está composto por 42 partidos de nações latino-americanas.
                                       As palavras do nosso chefe de Estado se revestem, neste momento de campanhas eleitorais no Brasil, de enorme significado, pois apontam para a consolidação da democracia no continente e no Caribe e, sobretudo, chamam a atenção para os antecedentes neoliberais sustentados por governos cujos membros hoje, na oposição, não renegam  a sua ideologia que produziu estagnação econômica, miséria e tanto sofrimento aos seus povos.
                                         A oposição no Brasil que patrocina o Caviloso José Serra não nega – de nenhuma forma – a sua ideologia neoliberal e a sua política de alienação não só do patrimônio da nação como de sua soberania. Outros não foram os pronunciamentos do candidato e de seu Índio, atacando os nossos irmãos vizinhos e sua política voltada para a soberania, como, no caso, contra a Bolívia, Venezuela, Equador ...  Tudo isto envolto com a propagação do "medo".
                                          O pronunciamento do Presidente também deixa evidente, numa leitura comparativa, o pouco preparo do candidato da oposição no trato das questões diplomáticas que, desde logo,  ele  acena com o abandono da independência e do prestígio conquistados pelo governo Lula, favorável que é com o alinhamento automático às potências externas, principalmente aos EEUU.        
                                             Quem de sã consciência acredita que o Caviloso e seu Índio – depois do que afirmaram sem rodeios - vão prosseguir sustentando a política externa e independente e influente do nosso atual governo ?

Segue o pronunciamento:

Queridas Companheiras e Companheiros

Há 20 anos, 42 partidos e movimentos progressistas da América Latina e do Caribe reuniram-se em São Paulo - convidados pelo Partido dos Trabalhadores - para um Encontro sem precedentes na recente história política de nosso Continente.
Nascia o que um anos depois, no México, seria chamado de Foro de São Paulo.
Vivíamos tempos difíceis no início dos anos noventa.
Em muitos países ainda persistiam fortes marcas das ditaduras que se haviam abatido nas décadas anteriores sobre nossos povos. Esses resquícios autoritários impediam a constituição de democracias vigorosas e dificultavam a luta dos trabalhadores.
Pairava sobre nosso Continente a hegemonia do ideário do Consenso de Washington.
Primazia do mercado, enfraquecimento do Estado, desregulamentação das relações de trabalho, sacrifício da noção de desenvolvimento e de políticas sociais em nome de uma suposta estabilidade, buscada a qualquer preço, com enormes sacrifícios para os trabalhadores do campo e das cidades.
A predominância dessas idéias conservadoras era reforçada pela profunda crise das referências tradicionais das esquerdas - as comunistas e os socialdemocratas. Suas políticas não permitiam explicar a realidade mundial, mas, sobretudo, mobilizar as grandes massas.
A reunião de São Paulo e tantas outras que se seguiram nestes 20 anos tiveram como mérito fundamental criar um espaço democrático de conhecimento e de discussão das esquerdas. Esse espaço não existia, muitas vezes, nem mesmo em nossos países.

Não criamos uma nova Internacional.

Conhecíamos a história das internacionais e sabíamos que era mais importante termos um Foro no qual pudéssemos intercambiar experiências, discutir acordos, mas também desacordos.
As transformações pelas quais passaram a América Latina e o Caribe nestas duas décadas têm muito a ver com os debates que realizamos.
Hoje, nossa região vive uma situação radicalmente diferente daquela de vinte anos atrás. Muitos dos que nos encontramos no passado nas reuniões do Foro de São Paulo como forças de oposição, hoje somos Governo e estamos desenvolvendo importantes mudanças em nossos países e na região como um todo.
Experiências como a UNASUL e a Comunidade da América Latina e do Caribe são herdeiras dos debates que levamos no Foro. Elas abrem o caminho para uma verdadeira integração de nossos países fundadas sobretudo nos valores da democracia, do progresso econômico e social e da solidariedade.
Uns poucos tentam caracterizar o Foro de São Paulo como uma organização autoritária. É o velho discurso de uma direita que foi apeada do poder pela vontade popular. Não se conformam com a democracia de que se dizem falsamente partidários.
A contribuição de meu partido e outros partidos progressistas do Brasil para esta nova realidade do Continente é de todos conhecida.
Nosso Governo retomou o crescimento, depois de décadas de estagnação.
Crescemos distribuindo renda. Incluímos 30 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza. Criamos 14 milhões e meio de empregos formais e aumentamos substancialmente o salário real dos trabalhadores e a renda dos trabalhadores do campo. Mantivemos a inflação sob controle. Reduzimos nossa vulnerabilidade internacional. Não mais dependemos do Fundo Monetário Internacional. E pudemos fazer esta grande transformação com expansão da democracia, aumento da participação popular e fortalecimento de nossa soberania nacional.

O Brasil mudou e vai continuar mudando nos próximos anos.

Mudou junto com seus países irmãos do Continente.

Mudou como está mudando a Argentina que agora acolhe mais este encontro do Foro de São Paulo.
Recebam, queridos amigos, o abraço do seu irmão e companheiro

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília, 15 de agosto de 2010.

PARA PRESERVAR AS CONQUISTAS DA POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE E INFLUENTE DO BRASIL É IMPERATIVO VOTAR EM DILMA ROUSSEF A CONTINUADORA DO GOVERNO DO  PRESIDENTE LULA.
VHCarmo.


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