terça-feira, 24 de agosto de 2010

A oscilação da mídia na campanha eleitoral e a liberdade de expressão.

                            A gente tem focalizado aqui neste espaço a parcialidade da mídia em matéria política. Comentou-se, também, sobre a defesa que, paradoxalmente, ela faz da liberdade de expressão. Acontece que a grande imprensa e os detentores dos meios de comunicação - grupos poderosos - ao adotarem posições políticas comprometidas com determinados interesses e fins, impedem o exercício pleno da liberdade que alardeiam mas não respeitam, embora afirmem sempre neutralidade. 
                             Quando se trata, sobretudo, de matéria política, não se abre espaço para divergências. É sintomática que se fazem, na mídia, cobertura editorial e de propagação de notícias sempre condicionadas ao seu interesse de grupo, muitas vezes com graves violações éticas e até criminosas.
                             Os jornalistas profissionais vinculados à grande mídia, ficam sem meios de expressar suas opiniões se elas divergirem da posição político-ideológica da empresa ou do grupo a que servem.
                            Ora, evidencia-se, aí, a hipocrisia desses mesmos grupos quando usando o seu enorme poder econômico e influência, em nome da liberdade de expressão, se recusam a democratizá-la; melhor dizendo,  se recusam a torná-la acessível aos profissionais do jornalismo.
                              É, de certa forma alarmante, aquilo que os jornalistas que assinam nas colunas nos nossos jornalões e Revistas, com raríssimas exceções, são, como diz Mino Carta, verdadeiros sabujos de seus patrões a quem parece que juram fidelidade incondiconal.
                              No 34o. Congresso Nacional de Jornalismo, realizado em Porto Alegre , entre 18 e 22 deste mês, foi editada “A Carta de Porto Alegre” e o assunto que a gente aqui aborda foi um dos temas discutidos. Firmou-se, lá, a necessidade de dar continuidade à Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), “como instância democrática e plural de discussão e deliberação de políticas públicas para o setor”, vale dizer :a procura de meios para liberar o verdadeiro exercício da liberdade de expressão para os jornalistas.
                     
 Vale ler este trecho:

“‘Em seu 34º Congresso Nacional, os jornalistas brasileiros afirmam a necessidade de dar consequência às decisões da 1ª Confecom e destacam como prioridade a criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância deliberativa, a criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ) e do Código de Ética do Jornalismo e a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa para o país.
Não por acaso, no mesmo período de realização do 34º Congresso dos Jornalistas, a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) reuniu-se no Rio de Janeiro para defender seus interesses empresariais, antagônicos aos da grande maioria do povo brasileiro. Falsamente, a ANJ afirma defender a liberdade de expressão e de imprensa, mas aponta para uma autorregulamentação do setor, sob o controle do patronato, em contraposição às propostas de regulação e regulamentação, por lei, defendidas pelos trabalhadores.
                                  Como se vê, o que pretendem os barões da mídia é manter o controle daquilo que eles chamam de liberdade de expressão, mediante a autorregulamentação, sob sua gestão negocial.
                              Nessa campanha eleitoral ocorre uma situação singular que envolve os meios de comunicação, à mídia em geral e os jornalistas, principalmente aos colunistas.
                              Explica-se: a subida da Candidata Dilma Roussef nas pesquisas com a clara possibilidade de vir a ser eleita no primeiro turno, ensejou uma mudança significativa da mídia, principalmente nos jornalões que mudaram o tom, passando a criticar a organização da campanha Serrista e vislumbrar uma oposição antecipada a um hipotético governo Dilma, sem abandonar suas costumeiras manobras sujas.           Os jornalistas – principalmente aqueles que assinam colunas periódicas – estão fazendo uma rápida adaptação de seus textos para acompanhar as editorias. São verdadeiras ginásticas de argumentação, para se ajustarem à nova posição dos patrões. É triste o que acontece.
                                 O 34º. Congresso Nacional de Jornalismo em sua Carta de PortoAlegre lamenta, não só a falta de regulamentação da profissão que sujeita os jornalistas aos humores e a exploração por parte do patronato bem como a ausência de uma lei de imprensa fato que o permite as transgressões conhecidas à liberdade de expressão.

SÓ UM GOVERNO DEMOCRÁTICO ENSEJA A VERDADEIRA LIBERDADE DE EXPRESSÃO,  MEDIANTE  A CRIAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA DO  JORNALISMO E DE UMA NOVA LEI DE IMPRENSA DEMOCRÁTICA.

                  ESTÁ CHEGANDO A HORA:  MAIS UMA PESQUISA COM 18 PONTOS DE VANTAGEM PARA DILMA.(Sensus).                               
VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário