terça-feira, 23 de outubro de 2012

NO VALE TUDO, ÁS FAVAS AS PROVAS....

       Qualquer pessoa, como eleitor,  que tenha um mínimo de participação na vida política do país, percebe que a resistência do conservadorismo a mudanças é muito exarcerbada.  Temos um histórico de governos autoritários e, mesmo, de ditaduras violentas, todas voltadas à reprimir  o avanço das conquistas sociais e a sustentar as oligarquias.  No passado as intervenções militares eram solicitadas, à porta das casernas, pelos políticos conservadores.  Embora essas oligarquias e sua sustentação política se dessem por partidos e lideres corruptos, o seu apelo ao "moralismo" sempre foi a pedra de toque para conter os avanços sociais. Governos voltados para os mais pobres e para os legítimos interesses da pátria foram derubados, embora originários de politicos com origem nos setores dominantes da sociedade.  Getúlio caiu por força de uma campanha moralista da UDN, suicidando-se. JK resisitu a duras penas por não se aliar totalmente ao conservadorismo. João Golart  foi derrubado quando propugnava por reformas democráticas e o país foi lançado na Ditadura Militar de triste memória.
        O governo Lula, ao fazer uma inflexão à esquerda, abandonando o neoliberalismo conservador e entreguista   de FHC, teve voltado contra ele as baterias das classes dominantes e dos partidos da direita. Exímio negociador e portador de um carísma extraordinário marcou sua tragetória com o avanço das políticas públicas e com a distribuição de renda inciou com êxito  o resgate da pobreza que a Presidente Dilma dá continuidade.  Paralelamente elevou o Brasil a posição de destaque no mundo e se tornou ídolo indiscutível de seu povo.  Nem por isso foi poupado.
         A direita, as oligarquias e a mídia sempre se colocaram contra os governos do Partido dos rabalhadores, usando métodos reprováveis e até criminosos (vide Cachoeiras, Deemótenes, Policarpo Jr. VEJA - GLOBO) .  Uma das suas técnicas remonta ao "moralismo udenista" e consiste,  em satanizar os líderes populares, mediante campanhas midiáticas do denuncísmo.
          José Dirceu que se destacara no PT e na luta pela Democracia  foi alvo de todas as calúnias e injustiças, tendo sido cassado de seu mandato popular e denunciado como criminoso, embora não se tenha produzido contra ele qualquer prova de seus propagados crimes.  Até pessoas de boa-fé passaram a acoimá-lo de bandido sem, no entanto, justificar o seu ódio.
         O Supremo Tribunal Federal, desprezando a mínima observância à lei penal e à Constituição, pautado pela pressão da mídia, enveredou pelo perigoso caminho de inovar interpretações e ilações para condena-lo politicamente.    
 O Julgamento de Exceção foi politicamente direcionado contra o Partido  dos Trabalhadores.

Olhem só:   é necessário ouvir Zé Dirceu!.

Este blogueiro faz questão de reproduzir a sua nota de hoje (23.10.2012), no seu blog para testemunho de sua inconformidade.


NUNCA FIZ PARTE NEM CHEFIEI QUADRILHA

Publicado em 22-Out-2012

Mais uma vez, a decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal de me condenar, agora por formação de quadrilha, mostra total desconsideração às provas contidas nos autos e que atestam minha inocência. Nunca fiz parte nem chefiei quadrilha.

Assim como ocorreu há duas semanas, repete-se a condenação com base em indícios, uma vez que apenas o corréu Roberto Jefferson sustenta a acusação contra mim em juízo. Todas as suspeitas lançadas à época da CPI dos Correios foram rebatidas de maneira robusta pela defesa, que fez registrar no processo centenas de depoimentos que desmentem as ilações de Jefferson.
Como mostra minha defesa, as reuniões na Casa Civil com representantes de bancos e empresários são compatíveis com a função de ministro e em momento algum, como atestam os testemunhos, foram o fórum para discutir empréstimos. Todos os depoimentos confirmam a legalidade dos encontros e também são uníssonos em comprovar que, até fevereiro de 2004, eu acumulava a função de ministro da articulação política. Portanto, por dever do ofício, me reunia com as lideranças parlamentares e partidárias para discutir exclusivamente temas de importância do governo tanto na Câmara quanto no Senado, além da relação com os estados e municípios.
Sem provas, o que o Ministério Público fez e a maioria do Supremo acatou foi recorrer às atribuições do cargo para me acusar e me condenar como mentor do esquema financeiro. Fui condenado por ser ministro.
Fica provado ainda que nunca tive qualquer relação com o senhor Marcos Valério. As quebras de meus sigilos fiscal, bancário e telefônico apontam que não há qualquer relação com o publicitário.

Teorias e decisões que se curvam à sede por condenações, sem garantir a presunção da inocência ou a análise mais rigorosa das provas produzidas pela defesa, violam o Estado Democrático de Direito.
O que está em jogo são as liberdades e garantias individuais. Temo que as premissas usadas neste julgamento, criando uma nova jurisprudência na Suprema Corte brasileira, sirvam de norte para a condenação de outros réus inocentes país afora. A minha geração, que lutou pela democracia e foi vítima dos tribunais de exceção, especialmente após o Ato Institucional número 5, sabe o valor da luta travada para se erguer os pilares da nossa atual democracia. Condenar sem provas não cabe em uma democracia soberana.

Vou continuar minha luta para provar minha inocência, mas sobretudo para assegurar que garantias tão valiosas ao Estado Democrático de Direito não se percam em nosso país. Os autos falam por si. Qualquer consulta às suas milhares de páginas, hoje ou amanhã, irá comprovar a inocência que me foi negada neste julgamento.
São Paulo, 22 de outubro de 2012.
José Dirceu   __________________________ VHCarmo.

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