terça-feira, 8 de maio de 2012

Eo procurador-geral como fica?

                                 
                    É deveras estranho que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, queira passar a todos nós atestado de ignorantes. Não há necessidade que se conheça um mínimo da ciência do Direito para entender a situação delicada em que ele se meteu, após ter-se omitido quando teve conhecimento das ações criminosas do Senador Demóstenes  e de seu comparsa  Carlinhos Cachoeira, através da investigação feita pela Polícia Federal  na Operação Vega.
                       Por dever do cargo o Procurador jamais poderia ter sentado sobre os documentos que ora se revelam contundentes e, assim, acumpliciar-se com Demóstenes e, indiretamente, com Cachoeira.
                     Ao recusar o convite para depor na CPI o encachoeirado procurador comete mais um deslize. Este escriba reproduz aqui, por ser precioso, o comentário do jornalista Maurício Dias, sobre a recusa do procurador:

"Gorjeio de Gurgel" - Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, rejeitou o convite para falar como convidado na CPI do Cachoeira. Alegou que ao comparecer como testemunha, ficaria impedido , posteriormente, de atuar como titular da ação penal.... A manifestação do procurador sobre o crime em investigação não gera suspeição para futuro oferecimento de denúncia. E ainda que Gurgel tivesse testemunhado alguns dos crimes na pauta da CPI, bastaria a designação de um sub-procurador para substituí-lo no processo". (Carta Capital -n. 696).
                   Não se deve esquecer do detalhe: o Dr. Gurgel teve conhecimento dos fatos em 2009. O conhecimento o obrigava, então,  como agente da Justiça  a agir. A sua omissão teve como consequência a continuação da ação do grupo mafioso por mais quase quatro anos.       Aí  deu-se o agravante da sua desídia; se foi apenas isto que oorreu.  
                   É de se indagar: o que teria levado o representante do Ministério Público a omitir-se de seu dever profissional?.
                     A se levar a sério a sua desculpa para não aceitar o convite da CPI, caberia a ele pedir seu afastamento do processo como "autor de uma futura ação penal" por incorrer em  suspeição, pois ele não pode negar seu anterior conhecimento dos atos criminosos em foco, embora não os tenha presenciado.
                     Não há dúvida pois que,  com a recusa ao convite, cumpriria a ele mesmo julgar-se também suspeito.
                     A atuação do procurador-geral tem sido de extrema parcialidade, pois ele tem revelado um rigor excessivo quando se envolvem fatos e pessoas que possam eventualmente criar dificuldades para o governo e se mostra de extrema generosidade com a oposição e seus desvios, inclusive deixando-se pautar pela mídia (leia-se VEJA e Jornalões). 

                Por fim impõe lembrar que o cargo de procurador-geral  não o coloca acima da lei; fato que ele finge ignorar.
__________________________________________

VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário