Duas questões no
contexto do caso Cachoeira/Demóstenes (ou vice-versa), se evidenciam. A primeira
é a que se refere à mídia. Evidenciou-se pelo que veio a público até agora o
comprometimento da Revista Veja que, a pretexto de produzir um jornalismo
investigativo se aliou ao crime organizado, tornando-se o seu veículo, indispensável,
para alcançar os desígnios de ambos.
As ações criminosas o grupo Demóstenes/Cachoeira
não teriam sido eficazes se não fora o vínculo promovido pela Revista, usando o serviço/sujo do jornalista Policarpo Jr. , aliás, fartamente elogiado pelo
grupo criminoso nos seus mais de 200 telefonemas. A Revista tornou a ação efetiva.
Demais disto, se fora de fato, investigativa a ação jornalística da Veja é de se indagar por que a revista não
denunciou os crimes do Cachoeira e Demóstenes
cujo conhecimento agora não pode negar?.
Para o Senador a Revista projetava a
imagem do grande moralista, daquele que cobrava no Senado castigo aos corruptos
e invectivava até contra a própria instituição que dizia estar contaminada
pelos corruptos.
Quando gente se refere
à mídia em geral e não somente à revista do ítalo-argentino Roberto Civita é devido a
"solidariedade" e defesa manifestadas pelos jornalões e,
especialmente, pelo jornal O Globo e seus sistema. Como a defesa se mostra difícil face a evidência
da atuação criminosa da VEJA, o discurso
chega a ser ridículo, como fez ver o jornalista Mino Carta em editorial da
Carta Capital desse semana.
Como são fracos e inverossímeis
seus argumentos Veja apela para o ataque, visando atemorizar os divergentes. Como sempre o alvo principal de seu ódio é o
PT. Absurdamente, o Globo afirma que o
partido é que agita a questão (pelos radicais), e que o nosso Civita não é Murdoch. Ora, não foi o Partido dos Trabalhadores que desvendou o conluio entre a Veja (Policarpo Jr),
Demóstenes e Cachoeira; quem trouxe tudo ao público foi a Polícia Federal e,
particularmente, o Delegado, Raul Alexandre Marques Souza, encarregado da operação ao depor na CPIM. Assim age
a mídia solidária.
Pode também ocorrer uma manobra preventiva do jornalão e seu
sistema, pois vislumbra-se algo com a sua participação na repercussão
sistemática que promovia das denúncias
criminosas vindas do complexo Veja/Demóstenes/Cachoeira.
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A segunda questão, já foi abordada aqui, é do Procurador-Geral. Ele apressou-se a usar em sua defesa os
mesmos argumentos da mídia. Foi muito pouco imaginativo: atribui a sua grave
omissão de sentar-se, com sua mulher, sobre as investigações da operação Vegas, atribuindo tudo aos parlamentares e aos "radicais do PT" , misturando o
original argumento de que eles estão "morrendo de medo do mensalão".
Estranhamente foi esta a alegação da Revista Veja, sendo até capa de uma sua
edição. A repetição se tornou evidente.
Ora, quem na CPI insiste
em seu depoimento é um senador do PSOL -Randolfo Rodrigues , acompanhado da maioria dos membros da Comissão.
Olhem só isto:
"É preciso listar
três evidências que desmontam o raciocínio de Gurgel, que teme de ser acusado de
prevaricação:
1) Não foi Gurgel, mas Antônio de Souza,
procurador-geral à época, quem apresentou a denúncia contra os réus do mensalão.
Primeiro ponto para mostrar que a personificação não cabe nesse caso.
2) A denúncia foi acolhida pelo STF, onde o
processo agora tramita. Não ha nenhum risco à continuidade da ação penal e seu
julgamento.
3) Caso se veja impedido de fazer a
sustentação oral pelo Ministério Público no julgamento do mensalão, há vários
subprocuradores capaz de conduzi-la de forma brilhante.
Portanto , Gurgel tenta
se confundir com a instituição de maneira tosca e ciente do apoio da mídia,
interessadas em misturar os casos"
(CPI - Cynara Menezes - Carta Capital desta semana).
Não ha necessidade de acrescentar
mais nada, apenas que se configura um estranho conluio entre uma parte da mídia
e "o protelador geral".
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VHCarmo.
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