quinta-feira, 19 de abril de 2012

Repsol..no que dá a privatização!


                   A renacionalização da das ações da YPF, ato de soberania da Argentina,  coloca a nu, as consequências  desastrosas das  privatizações da época de Carlos Menen, ao comando das ideias neoliberais que dominaram o mundo, principalmente, a América do Sul, em obediência  ao comando do chamado "Consenso de Washington".   Lá com Menen, como cá, com FHC, talvez lá mais do que aqui, as empresas públicas foram privatizadas, inclusive os serviços públicos.  Claro está que os adquirentes  não tinham, e não têm, qualquer outro interesse senão auferir lucros, com um mínimo de despesas e investimentos.  Os lucros são remetidos regularmente para suas matrizes fora do país, no caso de empresas estrangeiras.   As empresas alienadas para grupos internos, sem compromisso social, minimizaram seus investimentos, maximizaram seus lucros, gerando desemprego estrutural.
                    O caso da Repsol  é  exemplar, detendo 57% das ações da YPF, adquiridas nos suspeitos leilões de privatização, a empresa cuidou de produzir lucro com um mínimo de investimento.  Com o aumento do consumo de petróleo e gás e a queda do investimento e da exploração, a Argentina que fora auto-suficiente, passou gradativamente de exportadora a grande importadora de petróleo e gás.  A Repsol cessou a abertura de novos poços e "sentou-se" sobre as imensas reservas, principalmente do gás  de xisto, uma grande riqueza do subsolo argentino.  A oferta chegou a cair 12%, enquanto o consumo de petróleo  e gás aumentou, respectivamente, e 38%  e 25%. Somente em 2010 a empresa lucrou 1,4 bilhão de euros  e a produção recuou 5,5%.
                     É deveras estranho que uma parte da mídia conservadora da Argentina, encabeçada pelo diário Clarin e a maioria dos jornalões e revistas no Brasil, se colocam em posição contrária à reestatização, veiculam opiniões de "especialistas"  e apóiam a Espanha, vaticinando consequências ameaçadoras para  os argentinos e para o nosso país, tentando intrigar o Brasil com a Argentina, passando, estranhamente, a defender a Petrobrás  à qual sempre atacaram.   Durma-se com um barulho desses. 

                     Impõe-se,  com esse caso da Repsol, recuar aos tempos em que o Brasil entrou no mesmo caminho trilhado por Menen.   O livro do Amaury Ribeiro Jr. ( Privataria Tucana) revela o que foram aqueles tristes tempos.  Além da deslavada corrupção e manobras espúrias dos leilões, com lavagem de dinheiro e outros crimes, o país perdeu várias empresas estratégicas, viu serem alienados os bancos públicos estaduais ( que ora fazem tanta falta), entregarem-se valiosas subsidiárias da Petrobrás e anulou-se o seu monopólio.  A resistência democrática impediu a alienação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (embora esvaziados)  e manteve a Petrobrás que já  se pretendia, transformando-a em Petroex, também alienar.  Brasil e Argetina lideram o Mercosul e a presidenta Cristina Kirchner já enviou emissário ao Brasil  para informar a decisão e "tranqulizar" os  falsamente apreensivos. 
                   Imagine-se o que seria do nosso país se a Privataria Tucana continuasse e atingisse o que , afinal, pretendia?  Adeus auto-suficiência energética; adeus Pré-sal; adeus benditas intervenções dos bancos públicos na regulação do sistema financeiro, além das consequências contrárias à nossa soberania.   O Brasil teria se curvado a um destino de  subalternidade (que era e é a confnessada ideologia tucana), renunciando sua vocação natural de grande potência econômica e social.
VHCarmo.





Um comentário:

  1. Quem sabe o Brasil tenha que reestatizar; não seria nada demais.

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