terça-feira, 24 de abril de 2012

Até onde vai o jornalismo "investigativo" da Revista Veja?

                      A CPI do Cachoeira, para ser verdadeira, deveria ser a CPI da mídia e dos jornalistas. Sobretudo a Revista Veja teria de explicar a ligação do seu redator–chefe em Brasília com o mega contraventor e criminoso Carlinhos Cachoeira. Foram mais de 200 ligações telefônicas gravadas pela PF; de patrão bandido para empregado jornalista; daquele que dá ordem e daquele que recebe: do Cachoeira para o Policarpo Jr., para, enfim, à Revista Veja editar e estampar no seu giro “udeno moralista”.

                       A produção de falsos escândalos, de vídeos armados e de vítimas criadas para nutrir as ações criminosas: tudo se desvenda agora e a Revista dos ítalo-argentinos Civita se esmera para mudar o foco da investigação.

                        O chamado “jornalismo investigativo” tem se caracterizado pela bandidagem e o recurso a ações criminosas. A atuação da Revista Veja ao repercutir as ações articuladas pelo Carlos Cachoeira, sem qualquer escrúpulo, se constitui um crime contra a liberdade de informação ao desacreditá-la com seus métodos para produção de notícias.

Transcrevo palavras do jornalista e mestre Leandro Fortes:

“A consideração a que quero chegar é fruto de minha observação profissional, sobretudo ao longo da última década, período em que a imprensa tornou-se, no Brasil, um bloco quase monolítico de oposição não somente ao governo federal, a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mas a tudo e a todos vinculados a agendas da esquerda progressista, aí incluídos, principalmente, os movimentos sociais, os grupos de apoio das minorias e os defensores das cotas raciais. Em todos esses casos, a velha mídia nacional age com atuação estrutural de um partido, empenhada em fazer um discurso conservador quase sempre descolado da realidade, escoltado por um discurso moralista disperso em núcleos de noticiários solidificados, aqui e ali, em matérias, reportagens e editoriais de indignação seletiva”.

Continuando:

"Contra a Comissão se levantaram os suspeitos de sempre, agora mais do que nunca, prontos a sacara da algibeira o argumento surrado e cafajeste dos atentados às liberdades de imprensa e expressão. A alcova de onde brota essa confusão deliberada entre dois conceitos distintos está prestes a tomar a função antes tão cara a certo patriotismo: o de ser o último refúgio dos canalhas”.

Foi Cachoeira que deu a Veja, a Policarpo Jr., a fita na qual o ex-diretor dos Correios recebe propina, O material foi produzido pela quadrilha do Cachoeira e serviu para criar o escândalo do mensalão”. (...) “Veremos como irão se comportar, desta feita, os arautos da moralidade da velha mídia, os mesmos que tinham no senador Demóstenes Torres o espelho de suas vontades”.

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VHCarmo.

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