Há uma íntima ligação entre o ressurgimento do carnaval de rua, principalmente no Rio de Janeiro, e o crescimento da nossa economia e a inclusão social que se vem mantendo.
É notável a resposta popular à melhoria das suas condições de vida. Na capital fluminense, e porque não dizê-lo, em todo o país o carnaval de rua tinha, praticamente, se extinguido. No Rio onde era mais tradicional, com raízes na grande população negra, e ao surgimento do samba, em passado recente já não se viam mais os desfiles dos blocos populares.
O carnaval durante muito tempo passou a se circunscrever aos desfiles de escola de samba e aos bailes reclusos nos clubes para privilegiados. Era o reflexo da situação de penúria em que se debatiam os mais pobres que são, sem dúvida, os promotores dos blocos.
É entusiasmante ver agora o ressurgimento do carnaval de rua. Neste carnaval é incalculável o número de blocos, em vários bairros, desde a mais elitista Ipanema/Leblon aos longínquos subúrbios, o povão está na rua. Até os tradicionais desfiles matinais de blocos voltaram às ruas. Milhares de jovens mal raia o dia, assomam às ruas fantasiados (outra coisa que voltou foi a fantasia), para curtir os blocos onde reinam a alegria, as alegorias, o bom humor e as inevitáveis charges tão características do povo carioca.
É gratificante, emocionante mesmo, ver o espetáculo da alegria do povão e o consumo inevitável das benesses de uma nova onda de fartura.
A ocupação deste espaço hoje é bem exígua, pois está na hora de a gente ir desfilar num bloco lá nas Laranjeiras. Não se pode chegar atrasado... “au revoir”...
VHCarmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário