“A minha terra é a mais humilde e a mais querida”.
Já foi o singelo “Curato de Santa Rita de Cássia da Meia Pataca”, depois foi a “Vila do Capivara”, a beira do Ribeirão que lhe deu nome. No início do século IXX foi local da aguada das tropas com homens e mulas que, subindo pela Serra do Mar, vindas dos Campos dos Goitacás demandavam os Campos dos Cataguás, refúgio dos Purís.
Depois foi Palma que ainda é, nem se sabe bem porque, mas caiu-lhe bem esse nome. Pode até não ser a imagem de uma planta. Dizem que lá não havia sequer uma palmeira. Quem sabe sugira uma palma da mão aberta, servindo amor, ternura e bravura!?. Na velha Espanha sabe-se dessa Palma, seu apêndice ao mundo.
Este escriba jamais, em sua longa vida, se esqueceu da infância e da adolescência vividas em Palma e a invoca, pequenina cidade, ternamente, como: a minha terra! propriedade, enraizada no seu peito, ninguém dele a arrebata.
Os versinhos que aí vão, extraídos de emoção e saudade, foram escritos em 1988.
Olhem só:
PALMA.
Palma da mão
Palmatória da mestra
Das noites de festa
No alto da Igreja.
Palma sem alma
Das antigas fazendas
de escravos cercada.
Palma com alma
das noites na rua
Dos versos pra lua
Madrugadas de bares
De ladeiras e cantares.
Mão em palma
Prazer da puberdade
Vivendo a liberdade
Da alma sem trauma.
Da mãe e do pai
Que a lembrança nunca se esvai.
Palma violentada
De sicários cercada
Na noite
Da morte arrastada.
Palma de minha saudade
Nunca saciada.
Dos bandos ciganos
Dos doces filósofos
Das tardes encantadas
Mentiras: de casas assombradas
De almas penadas.
Palma,
Oh minha terra!
quando a vejo
sonho e desejo:
no seu solo deitar
no meu sono eternal,
jamais acordar.
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VHCarmo
Junho de 1988.
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