quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DIA DA PÁTRIA..

                            Reflexão sobre as raízes do conservadorismo das elites brasileiras; o dia da pátria e o orgulho de ser brasileiro.
                            Neste dia, 7 de setembro, é bom a gente fazer uma retrospectiva da nossa história, como país, para encarar este momento em que comemoramos a nossa independência.
                            O caminho histórico do país, iniciado  com sua Independência, tem sido complexo e, apesar de conservar aspectos gerais do colonialismo na sua evolução a partir do descobrimento, nos três últimos séculos, encerra características muito especiais, advindas, especificamente, da colonização portuguesa. A nossa colonização teve características especiais, repita-se,  que a distinguiram até mesmo de outras colônias portuguesa na África e na Ásia.
                           O projeto exploratório de Portugal no Brasil foi, de início puramente extrativista – verdadeiro saqueio – que passou depois ao cultivo de plantas tropicais e em particular a cana de açúcar, cujo processamento em engenhos exigiu a mão de obra escrava com a transferência para o país continente de grandes contingentes de negros da África, que serviram, também, na mineração que se estendeu ao território interior. Tudo voltado ao mercado externo.
                           A presença dos nativos, índios em estado primitivo ainda na idade da pedra, inabilitados ao trabalho e encontrados, espalhados pelo território  teve pouca influência na formação étnica da população. As incursões ao interior das Bandeiras e a relativa importância racial dos bandeirantes no cruzamento com as índias, não desfigurou a matriz miscigenada inicial de europeus brancos e negros que afinal prevaleceu.
                         A independência encontrou o país em formação, iniciada com a vinda da família real portuguesa, em 1808, que transferiu para o Rio de Janeiro a sede do imenso império português.
                           A liberação do jugo colonial, com a independência, implicou em relativa autonomia sendo substituída a dominação externa explícita e de pólo político interior pela presença externa da Inglaterra então potência colonial e motora da primeira fase mundial da industrialização.
                              A classe dominante nativa, após a independência, continuou sendo agente da cultura e economia externo/conservadoras/exportadora e manteve a sociedade civil nascente fora da gestão do país. Surtos de liberação foram violentamente eliminados, após a independência.
                                  Os primeiros estudiosos do período que se seguiu à independência, principalmente escritores e historiadores do segundo império, sustentam teorias nitidamente colonialistas, a justificar o predomínio de classe, assentadas nos interesses externos e no patrimonialismo interno dos grandes proprietários de terra e senhores de engenho escravocratas ( a Casa Grande & a Senzala).
                                     A República proclamada à revelia do povo e como corolário da queda do império, pouco alterou o quadro, eis que, não foi aproveitada, após a abolição da escravatura, a mão de obra negra, substituída pela desordenada onda imigratória que resultou na marginalização dos negros e mestiços e do povo pobre, chaga histórica de difícil cicatrização até nossos dias.
                                 A imigração, após a proclamação da República, introduziu núcleos distintos vindos, então, da Europa, fora de Portugal, e da Ásia, principalmente para os Estados do Sul e Sudeste que, no entanto, não formaram núcleos raciais e econômicos dignos de nota.
                                   Após o império e a República Velha, a classe dominante, aliada às forças militares (criadas ao fim do Império) , apoiou a interrupção da democracia nascente, patrocinando golpes de Estado e alienando a riqueza dos país e/ou dela se apropriando, fazendo aumentar o nível da pobreza geral do povo.
                                  Este pequeno retrospecto enseja analisar as raízes do nosso conservadorismo e a tendência que prevalece até nossos dias da ideologia de vezo colonialista. A elite brasileira branca, passado tanto tempo da independência, resiste a implementar e apoiar um processo de autonomia nacional e inclusão social.  
                               A recente  adesão à política neoliberal por nossas elites induzida pelas potências hegemônicas do capitalismo, tem, inelutavelmente, o caráter neocolonialista e aligienista.
                             Nos momentos decisivos de impasses históricos, a classe dominante convidada a  assumir e implementar políticas de autonomia do país, assumindo a sua direção, têm optado por impedir a inclusão das classes mais pobres abortando projetos de liberação. Foi assim na independência, na República e, especialmente, na crise de 1963/1964, quando optou pela ditadura militar, rejeitando as “reformas de base”, propostas e então necessárias ao desenvolvimento do país e, paradoxalmente, em seu favor como  classe dominante.  
                     Resume-se: a ideologia neocolonial (inclusive no recente surto neoliberal)  das elites brasileiras está entranhada no nosso processo histórico e a sua resistência tem dificultado o avanço do Brasil como país soberano e tolhido o exercício pleno da democracia, como fator de integração de seu povo.
                       A atuação das elites na quadra histórica em que vivemos atrualmente não desmente o seu passado. A resistência que vem sendo oposta aos governos voltados para o país e seu povo é difícil de ser superada, principalmente porque elas detém o controle dos meios de comunicação e os partidarisa em seu favor.
                       Os governos do Partido dos Trabalhadores, retomando a política autônoma e desenvolvimentista de Getúlio Vargas – cuja memória aquelas forças tentam suprimir -- têm promovido a gradativa integração do povo brasileiro à economia do país, por força de seus programas sociais e pelas obras da infraestrutura. Para tanto, porém, trava um combate sistêmico contra as tentativas de golpe de Estado e medidas que visam a impedir a sua atuação plena.  Por outro lado e apesar de tudo, pode-se constatar que, atualmente, a resistência das elites não tem conseguido frear totalmente o avanço das conquistas do país, nem no plano interno, nem internacionalmente onde o Brasil começa aparecer como figurante importante. A luta pela remoção dessa resistência tem sido a motivação principal dos governos do Partido dos Trabalhadores, de seus militantes e simpatizantes o que lhe tem valido crescer como opção política dos setores progressistas da nação.
                      É inquestionável o êxito das opções políticas do partido e de sua direção. O PT, ao contrário dos demais partidos, nasceu de baixo para cima; do povo para a sua estruturação em busca do poder político para usá-lo, enfim, em benéfico do país.
                       Neste momento em que a imprensa neoliberal e desonesta usa até de meios criminosos para atacar o governo federal e impedir a governança, direcionando seus fogos contra o Partido dos Trabalhadores, torna-se vital a defesa desse que é hoje o maior partido popular do Brasil que elegeu Lula e Dilma e tem o apoio majoritário do povo.
                          No dia da pátria, que hoje celebramos com todos os brasileiros de boa-fé, ressalta o orgulho e a satisfação de ver nossa pátria numa situação invejável, caminhando para o pleno emprego e promovendo a gradativa e segura erradicação da pobreza.
               É hora de dar vivas ao Brasil.


_____________________________________
VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário