Voltar ao soneto é quase um imperativo
deste humilde blogueiro, cuja alma
forjada nos embates da vida a procura de um lugar ao sol, não o desligou do
cunho sentimental e emotivo dessa forma imortal de versejar. De onde vem o
soneto senão e, quase sempre, do amor ou
de sua ausência numa dialética contida ? Este que ai vai, olhem só, de uma mulher, instrumentaliza a paixão: o amor exarcerbado expressado
até no título.
QUE
INSÔNIA
Corina
Rebuá
Como
faz frio neste quarto agora!
A
chuva bate em cheio na vidraça.
E
o relógio da igreja, de hora em hora
soa.
Há passos na rua...E a ronda passa...
Não
consigo dormir. Como demora
esta
vigília que me torna lassa!
Se
abro um livro, não leio. E lá por forachove. Há passos na rua... E a ronda passa...
Dormes?
Não creio. Eu sei que estás velando,
porque
eu pressinto que, de quando em quando,
vem
o teu corpo fluídico e me enlaça.
O
relógio da igreja está batendo.
São
quatro horas. Que insônia! Está chovendo,
Ouço
passos na rua... E a ronda passa...
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Corina
Rebuá - nasceu em 1900 e viveu no Rio de Janeiro -RJ.
_____________________________________________VHCarmo.
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