domingo, 16 de setembro de 2012

UM MOMENTO DE POESIA (á algo mais).


     Voltar ao soneto é quase um imperativo deste  humilde blogueiro, cuja alma forjada nos embates da vida a procura de um lugar ao sol, não o desligou do cunho sentimental e emotivo dessa forma imortal de versejar. De onde vem o soneto senão e, quase sempre, do amor  ou de sua ausência numa dialética contida ?  Este que ai vai, olhem só, de uma mulher,  instrumentaliza a paixão: o amor exarcerbado expressado até no título.

QUE INSÔNIA

Corina Rebuá

Como faz frio neste quarto agora!
A chuva bate em cheio na vidraça.
E o relógio da igreja, de hora em  hora
soa. Há passos na rua...E a ronda passa...


Não consigo dormir. Como demora
esta vigília que me torna lassa!
                                   Se abro um livro, não leio. E lá por fora
                     
                     chove. Há passos na rua... E a ronda passa...


Dormes? Não creio. Eu sei que estás velando, 
  porque eu pressinto que, de quando em quando,
                              vem o teu corpo fluídico e me enlaça.
 

O relógio da igreja está batendo.
São quatro horas. Que insônia! Está chovendo,
Ouço passos na rua... E a ronda passa...

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Corina Rebuá - nasceu em 1900 e viveu no Rio de Janeiro -RJ.
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VHCarmo.

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