segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os 'ambientalistas" sabem onde fica a Amazônia?

                                  Se há um economista acima de qualquer suspeita de ser esquerdista e mesmo  petista ou governista, este é Delfim Netto.   Louve-se, porém, a sua honestidade intelectual e o patriotismo, revelados em seus escritos publicados semanalmente nas Revistas especializadas.  Louve-se ainda a linguagem inteligível em que se expressa, fugindo do economês pedante que, muitas vezes, oculta a falta de saber de alguns ditos “especialistas”.
                                  O grande economista Celso Furtado afirmava que a parte realmente importante da ciência econômica é a “macro economia” e sua expressão teórica que é a política econômica. Esta parte da economia, via de regra, tem como veículo uma linguagem simples ao alcance do homem comum.   Não é coisa de iniciados.                 
                           Naturalmente, as demais pertinências da ciência econômica se confundem com a matemática, a estatística, a pesquisa envolvendo números e quantidades bem como projeções que estão sempre sujeitas, ao final, de uma confirmação ou negação factuais.  É exemplar a abrupta incidência das crises cíclicas das economias capitalistas, mal detectadas com antecedência e mesmo previamente descartadas pelos ilustres “especialistas”  sempre de plantão. Elas chegam e  só ai eles tentam tardiamente entender  as suas causas determinates.
                              Dito isto, a gente volta ao economista conservador Delfim Netto que, como ninguém, tem-se expressado melhor sobre a atual construção da economia do nosso país que ele vem acompanhando com indisfarçável entusiasmo, sem contudo deixar de expressar críticas construtivas em alguns pontos, mas se mostrando até cáustico em relação aos “especialistas” que teimam a pregar políticas econômicas restritivas e a redução do ritmo do crescimento e do emprego.
                                Delfim Netto tem chamado a atenção para um ponto importante neste momento de crescimento econômico do país que é a questão da infraestrutura que tem sido motivo de preocupação. Ele simplesmente lembra que esta é uma questão interligada com esse mesmo crescimento, ou seja, a melhoria da infraestrutura vai sendo construída, à medida do incremento da demanda, induzida pelo aumento da renda disponível e pelo investimento. Estes últimos fatores promovem, concomitantemente, a modernização das bases estruturais para sua sustentação, gerando o crescimento em base estável.
                             A questão energética tem sido a preocupação do economista, pois embora não haja ainda uma perspectiva de gargalo no fornecimento nos próximos anos, o país tem demandas e  metas futuras que tornam imperativa a construção das usinas hidroelétricas amazônicas, onde estão nossos maiores recursos hídricos; onde portanto se produz energia limpa.
                             Os ”especialistas e ambientalistas” do contra, sempre de plantão, procuram obstar e retardar a construção das usinas na região amazônica, sob falsos pretextos de danos ao meio ambiente e aos habitantes.
                               Vejamos que diz Delfim, com extrema propriedade e simplicidade, em relação à Usina de Belo Monte, que se tentou inviabilizar:

“Viu-se que (como sói acontecer) uma boa parte das alegações contrárias à execução desse importante projeto não se justificava, à luz dos evidentes benefícios que ele produzirá para as populações e o desenvolvimento econômico e social de toda aquela imensa região. A demora ( da licença) foi absurda , mas o debate era necessário, como deve ser num sistema Republicano.

“Da mesma forma que em Jirau e Santo Antônio, sobre o Rio Madeira, na extremidade oriental da Amazônia brasileira em que as obras estão gerando empregos diretos para mais de 30 mil trabalhadores e indiretos para populações superiores a 100 mil habitantes, em Rondônia, Mato Grosso e Acre, o início das obras no Xingu vai resgatar para o trabalho um contingente semelhante de brasileiros em Altamira e em dezenas de pequenos outros municípios esquecidos da grande floresta”.

“Houve uma mudança importante, decisiva que começou no governo Lula e segue com a Presidenta Dilma na forma de cuidar do desenvolvimento da matriz energética brasileira, quebrando o tabu que impedia a utilização do formidável potencial hídrico da Amazônia para produção de eletricidade limpa. O Brasil está dando ao mundo uma demonstração de que pode aproveitá-lo sem permitir os danos ambientais que tanto preocupam as ONGs fajutas que se intitulam “verdadeiros amigos da floresta”. A grande maioria jamais fez sequer um sobrevôo da região”.
                        Finalmente o economista, em tom jocoso, sugere à imprensa que tanta campanha vem fazendo contra a construção da usina:
                                “Já o jornal brasileiro – D. Netto se refere à Folha de São Paulo – certamente, vai procurar reencontrar o simples oleiro na cidade de Altamira que há seis meses não produzia um simples tijolo. Sua única esperança de sobrevivência estava na instalação do canteiro de obras em Belo Monte, cuja licença finalmente foi concedida pelo Ibama na quarta-feira 26 de janeiro. Ele e aproximadamente 35 mil trabalhadores amazônicos vão ter a oportunidade sonhada há tanto tempo de participar da construção da terceira maior hidroelétrica do planeta...”

                        Não há necessidade de acrescentar mais nada. Os “especialistas” tão ligados aos interesses externos e à transversal “onda verde” e, como afirma Delfim Netto: nem sabem, ao certo, onde fica a Amazônia.

(D. Netto – O oleiro e a faxineira – Carta Captal –n. 635).

VHCarmo.

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