quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um pouco de poesia ...

Caminho e sexo.

Caminho sobre escolhos
de uma estranha estrada
com canções de água.

Vejo a luz mitigada e exangue
num horizonte turvo
de estrelas pálidas.

Vivo.
Nem sabe a mulher
à beira do caminho estática,
sussurrando prece vaga
a desconhecidos deuses
quanto é incerto o caminhar.

Rumo sem qualquer sentido,
ferindo os pés
sangrando a bruta alma
nesse vale sem beleza.

Rouco grito,
sem sentido.

Velha mulher desnuda
de carnes flácidas
sorri à beira do  caminho
   riso com sabor de sexo sujo.

Não sei como parar e sigo andando.

Rio, 02.06.1998.

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