Caminho e sexo.
Caminho sobre escolhos
de uma estranha estrada
com canções de água.
Vejo a luz mitigada e exangue
num horizonte turvo
de estrelas pálidas.
Vivo.
Nem sabe a mulher
à beira do caminho estática,
sussurrando prece vaga
a desconhecidos deuses
quanto é incerto o caminhar.
Rumo sem qualquer sentido,
ferindo os pés
sangrando a bruta alma
nesse vale sem beleza.
Rouco grito,
sem sentido.
Velha mulher desnuda
de carnes flácidas
sorri à beira do caminho
riso com sabor de sexo sujo.
Não sei como parar e sigo andando.
Rio, 02.06.1998.
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