sexta-feira, 5 de março de 2010

A herança do FHC.

Nas festividades, em Belo Horizonte, pelos 100 anos de Tancredo Neves, o caviloso José Serra disse, em discurso ali proferido, que o PT e o governo atual se aproveitaram do legado deixado pelo governo do pernóstico FHC, apenas dando continuação ao que fora até então realizado. Ele mentiu. Este tem sido o discurso dos adeptos de sua candidatura, apoiada por Fernando Henrique.


Ao assumir o governo, o Presidente Lula encontrou aquilo que se convencionou chamar, com muita razão, a “herança maldita”. Vejamos alguns dados: a dívida externa decuplicara, a dívida interna de 30,5% passou a 60% do PIB em 8 anos; o dólar se aproximava de R$4,00; a inflação, se anualizada, se aproximaria dos 40%, (em dezembro de 2002 bateu 12%); o crédito não dava para cobrir as exportações; as transações correntes eram deficitárias; as reservas do Tesouro mal chegavam aos 17 bilhões de dólares; os salários dos funcionários públicos e das estatais estavam congelados; o salário mínimo atingiu o seu nível mais baixo da história bem como a renda média do trabalhador. Ao apagar das luzes do governo FHC, o FMI fez ao país o maior empréstimo feito, até então, a qualquer nação, cerca de R$ 30 bilhões de dólares para, literalmente, evitar a quebra total. Para autorizar o empréstimo o FMI teve que obter o aval do governo eleito de Lula que, no entanto, impôs como condição não aceitar a intromissão do FMI, daí por diante, nas decisões de ordem econômica do seu governo. Fica claro que Serra mentiu, pois ele teve ciência, à época, da situação do país e da herança que ficaria para o novo governo.

O chefe do FMI, então, Höst Kohler após, cerca de um ano da posse do Presidente Lula, retornando ao Brasil, ele que apostava que a equipe econômica patinaria feio e sequer saberia lidar com a crise, assim se manifestou: “Eu confesso que nossa equipe não acreditava que fosse dar certo – ele se abriu com toda franqueza - Nós resolvemos apoiá-lo até porque não havia outra coisa a fazer. Mais a equipe (do FMI) estava muito pessimista. Agora no entanto vejo que vocês estão vencendo a crise e que o caminho traçado vai dar certo. Tenho que admitir isto”. (Sobre formigas e cigarras. A Palocci – pg. 50).

                                                    O Serra mentiu!.

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