Até
aonde vão a vaidade e a prepotência de
um homem quando exacerbadas pela mídia!?
Travestido
de Sultão (ver abaixo), Celso de Mello, despiu-se da toga vestiu uma farda e nos tornou, a
todos, eunucos. Farda que em realidade, justiça
seja feita, cumpre atualmente com
dignidade a sua destinação constitucional.
O
Ministro não se contentou em pairar soberano sobre a Constituição da República e sobre os
votos de 4 (quatro) de seus pares, travestido em oráculo da opinião partidária e conservadora,
partiu para ameaças ao Legislativo. Não
admite contradita; nem outra interpretação senão a sua. Não prezou sequer a inviolabilidade e a
imunidade do Presidente da Câmara que ao se pronunciar o fez como representante
eleito do povo e prestigiou a Constituição.
Poucas
vezes se viu de uma voz desarmada transmitir tanta e ousadas ameaças aos pobres
mortais cuja única força é lei e a Constituição, ora em perigo.
Celso
de Mello, imita o mal exemplo daquele que sustentou ser o Supremo Tribunal Federal a própria
Constituição (ver postagem anterior)..
Aonde vamos parar se o mal exemplo dos “Mellos” e “Barbosas” continuarem a ditar suas regras no STF?
O
texto, abaixo transcrito, do brilhante jornalista Saul Leblon publicado ontem na Carta
Maior é, sem dúvida, um grito de alerta para tentarmos todos salvar a
Democracia posta em perigo pelo poder incontrastável dos Ministros do Supremo, de
suas ameaças e pela virtual implantação - em curso - de uma Ditadura Judiciária. .
Olhem só:
17/12/2012
STF: um sultão num país de eunucos?
A Suprema Corte, como o próprio
nome indica, existe para ser a instância máxima a dirimir as pendências
constitucionais de uma Nação.
Sobretudo, foi concebida para erguer linhas de passagem que superem
interpretações divergentes em torno da Carta Magna, evitando-se crises
institucionais, antecipando-se a elas, ademais de calafetar hiatos decorrentes
de elisões constituintes.
Assim entendido, o Supremo é a extensão permanente do poder constituinte que o
originou.
Mas não acima de qualquer circunstância.
Sobretudo, não como um usurpador do equilíbrio de poderes no qual se assenta a
estabilidade da democracia.
Esse, infelizmente, foi e tem sido o conceito autoritário e oportunista de
suprema instância evocado pela coalizão conservadora que capturou o STF.
Serve-se dele abertamente para impor uma revanche à esquerda que a derrotou
sucessivamente nas urnas presidenciais desde 2002.
Como lembrou recentemente o professor Alfredo Bosi, a prerrogativa da instância
suprema pressupõe a plena autonomia em relação ao dinheiro, à burocracia
viciosa e à endogamia dos favores espúrios.
O monopólio da última palavra cobra das togas a necessária temperança nas
decisões que revalidem esse apanágio.
O papel de reserva constitucional da sociedade --que não pode ser mobilizada a
todo instante para escrutinar suas pendências; mas deveria sê-lo com maior
frequência-- está indissociavelmente atrelado à validação dessa equidistância
acomodatícia que se renova a cada sentença.
Não se trata de uma terceirização absoluta da soberania popular.
A esta sim, cabe entre outras prerrogativas aquela suprema de se refundar
enquanto sujeito histórico. E convocar uma nova assembleia constituinte, capaz
de redordenar o pacto social, cuja istitucionalidade caberá a uma suprema
instância preservar e aperfeiçoar.
O mandato das togas reafirma-se nesse exercício do discernimento histórico e jurídico,
chamado a recosturar permanentemente a argamassa que ordena as fricções
institucionais inerentes aos interesses conflitantes da sociedade.
Nada mais distante disso do que a soberba egocêntrica e o autoritarismo
arestoso que marcariam os quatro meses e meio de julgamento da Ação Penal 470,
concluído a caráter nesta 2ª feira.
Ilustrativo da escalada tangida a holofotes, o voto do ministro Celso de Mello
não poupou a própria biografia jurídica na sofreguidão de atender ao script
condenatório prevalecente.
A decisão de afrontar o poder Legislativo impondo-lhe uma genuflexão humilhante
diante de cassações de mandatos soberanos, nivelou a Suprema Corte à
exacerbação midiática que logrou fazer da Ação 470 o cavalo de Tróia da
campanha eleitoral conservadora de 2014.
Perde toda a Nação quando uma Corte Suprema deixa de ser referência para ser
referido.
Ao tomar partido, o STF tornou-se um foco irradiador de impasses; uma usina de
sobressaltos constitucionais.
Trocou a equidistância das togas pelo turbante de um sultão e pretende fazer do
país uma democracia de eunucos.
Ressente-se a sociedade brasileira, perigosamente, de uma Corte Suprema que ao
contrário de conflagrar a democracia a pacifique, ao contrário de
despretigia-la a engrandeça, ao contrário de tumultua-la a estabilize.
Cabe a quem de direito ocupar o vácuo com uma liderança de serenidade e desassombro, capaz de reconduzir a democracia e o desenvolvimento brasileiro
aos trilhos pactuados nas urnas nos últimos 10 anos. Não se trata de um fecho exclamativo, mas de uma agenda de providências e de coragem a ser acionada. E
logo.
Postado por Saul Leblon.
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