terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O PODER INCONTROLÁVEL DA MÍDIA...


A cada reportagem promovendo um novo escândalo, manipulando informações, fazendo ilações e deduções ao sabor de seus interesses, a mídia, no mundo inteiro, tem se revelado um poder que reclama uma regulação democrática. Impõe-se restaurar  a verdadeira liberdade de expressão que, aos poucos, vai sendo negada àqueles que divergem da mídia monopolista e que se tornam potencialmente vítimas da sua máquina infernal.

Já se esboçam no Reino Unido, nos EEUU e na Argentina uma reação contra o domínio perverso da  mídia que naqueles países de tradição liberal vem contaminando a comunicação e fazendo vítimas inocentes cujo pecado é se interpor aos seus desígnios.

No Brasil o poder monopolista da mídia se estende a todos setores, privilegiando sempre os seus interesses.   Como de fácil constatação o editorialismo da imprensa se filia politicamente a facções conservadoras e mesmo golpistas cujo discurso já não obedecem os limites legais.

 A mídia tem um torpe privilégio de transgredir a ética e produzir escândalos caluniosos que lhe permitem, em nosso país, a total ausência de regulação.

A ação deletéria da mídia, como assinalado acima, começa a ser combatida nos EEUU e no Reino Unido, após atingir um nível inimaginável de transgressão moral e ética para ingressar em ações criminosas.  O atrevimento do escroque Murdoch parece que deram os primeiros alertas e os parlamentos daqueles países (e na Argentina), encetaram o caminho da luta pela regulação por organismos independentes integrados por setores da sociedade.

Antes de transcrever trecho do texto "NO MUNDO DE MURDOCH", publicado na Revista Carta Capital desta semana, é necessário chamar a atenção para dificuldade que o nosso legislativo encontra para se manifestar contra as atividades criminosas da Revista Veja e seus Policarpos, contra as manchetes e matérias fabricadas pelos jornalões e TVs.    A qualquer tentativa de reação o parlamento, por seus conservadores, se apressam a defender falsamente a liberdade expressão, confundido esta com a liberdade de caluniar, de mentir, de omitir e de manipular sem escrúpulos.

A lei de meios se torna de necessidade premente para a preservação da liberdade de expressão e para democratização da comunicação em nosso país.  É uma luta difícil, mas imprescindível.  A opinião pública haverá de pressionar os legisladores, sob pena de ingressarmos no túnel escuro de um regime autoritário.

Mas, vamos ao texto do economista e sociólogo Luiz Gonzaga Belluzzo que enfoca o caráter internacional da luta contra as transgressões da mídia monopolizada.

Olhem só:

 "Murdoch e seus competidores abusaram da manipulação, da construção da notícia, da censura de opinião alheia e da intimidação sistemática das vítimas dos assassinatos morais. Mas o tyconn australiano não estava nem está só. Na Inglaterra e em outras partes do planeta, o poder que esconde seu nome não descansa em sua faina de produzir cadáveres. (...)   

O parlamento inglês mobiliza-se para atenuar os estragos e responder à exigências de 80% da população que concorda com os ofendidos. (...).

Quanto à regulação da comuncação social diz Belluzzo:

"... Um jornalista do "Guardian" sugeriu que essa forma de regulação (existente) poderia ser equiparada a um julgamento de crimes de estupro por um corpo de jurados composto de violadores contumazes.

É tragicamente curioso que os valores mais caros ao projeto da ilustração, as liberdades de expressão e de opinião, tenha se transformado em instrumentos destinados a conter e cercear o objetivo maior da revolução das luzes: o avanço da autonomia do indivíduo. Não bastasse, os ímpetos plebiscitários colocam em risco o sistema de garantia destinado a proteger o cidadãos das arbitrariedades do poder, público ou privado.

Sob a aparência da democracia plebiscitária e da justiça popular, perecem direitos individuais, fundamentos da cidadania moderna, tais como construídos ao longo da ascensão liberal-burguesa e consolidados pelas duas revoluções dos séculos XVII e XVIII".

As palavras sábias do articulista se aplicam integralmente à mídia atuante no Brasil, em todos os seus veículos. Ela espalha "cadáveres" que jazem caluniados sem reparação vitimados por denúncias irresponsáveis que se esgotam logo que atingem os  seus objetivos. De se indagar como se encontram, neste momento, as vítimas das calúnias passdas da mídia?  Quem lhes reparará,perante o público, a sua honra vulnerada?

REPITA-SE: embora a luta pela da Democratização da Comunicação  seja difícil dela não se pode desertar. Cumpre a cada um dos cidadãos brasileiros lutar pela sua liberdade pessoal e integridade frente essa máquina infernal atualmente  agindo sem limites.

VHCarmo.  

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário