A cada reportagem promovendo
um novo escândalo, manipulando informações, fazendo ilações e deduções ao sabor
de seus interesses, a mídia, no mundo inteiro, tem se revelado um poder que
reclama uma regulação democrática. Impõe-se restaurar a verdadeira liberdade de expressão que, aos
poucos, vai sendo negada àqueles que divergem da mídia monopolista e que se
tornam potencialmente vítimas da sua máquina infernal.
Já se esboçam no Reino
Unido, nos EEUU e na Argentina uma reação contra o domínio perverso da mídia que naqueles países de tradição liberal
vem contaminando a comunicação e fazendo vítimas inocentes cujo pecado é se
interpor aos seus desígnios.
No Brasil o poder
monopolista da mídia se estende a todos setores, privilegiando sempre os seus
interesses. Como de fácil constatação o
editorialismo da imprensa se filia politicamente a facções conservadoras e
mesmo golpistas cujo discurso já não obedecem os limites legais.
A mídia tem um torpe privilégio de transgredir
a ética e produzir escândalos caluniosos que lhe permitem, em nosso país, a
total ausência de regulação.
A ação deletéria da
mídia, como assinalado acima, começa a ser combatida nos EEUU e no Reino Unido,
após atingir um nível inimaginável de transgressão moral e ética para ingressar
em ações criminosas. O atrevimento do escroque
Murdoch parece que deram os primeiros alertas e os parlamentos daqueles países
(e na Argentina), encetaram o caminho da luta pela regulação por organismos
independentes integrados por setores da sociedade.
Antes de transcrever
trecho do texto "NO MUNDO DE MURDOCH", publicado na Revista Carta
Capital desta semana, é necessário chamar a atenção para dificuldade que o
nosso legislativo encontra para se manifestar contra as atividades criminosas
da Revista Veja e seus Policarpos, contra as manchetes e matérias fabricadas
pelos jornalões e TVs. A qualquer
tentativa de reação o parlamento, por seus conservadores, se apressam a
defender falsamente a liberdade expressão, confundido esta com a liberdade de
caluniar, de mentir, de omitir e de manipular sem escrúpulos.
A lei de meios se torna
de necessidade premente para a preservação da liberdade de expressão e para
democratização da comunicação em nosso país.
É uma luta difícil, mas imprescindível. A opinião pública haverá de pressionar os
legisladores, sob pena de ingressarmos no túnel escuro de um regime
autoritário.
Mas, vamos ao texto do
economista e sociólogo Luiz Gonzaga Belluzzo que enfoca o caráter internacional
da luta contra as transgressões da mídia monopolizada.
Olhem só:
"Murdoch e seus competidores abusaram da
manipulação, da construção da notícia, da censura de opinião alheia e da
intimidação sistemática das vítimas dos assassinatos morais. Mas o tyconn australiano não estava nem está só. Na
Inglaterra e em outras partes do planeta, o poder que esconde seu nome não
descansa em sua faina de produzir cadáveres. (...)
O
parlamento inglês mobiliza-se para atenuar os estragos e responder à exigências
de 80% da população que concorda com os ofendidos. (...).
Quanto à regulação da comuncação social diz
Belluzzo:
"...
Um jornalista do "Guardian" sugeriu que essa forma de regulação
(existente) poderia ser equiparada a um julgamento de crimes de estupro por um
corpo de jurados composto de violadores contumazes.
É
tragicamente curioso que os valores mais caros ao projeto da ilustração, as
liberdades de expressão e de opinião, tenha se transformado em instrumentos
destinados a conter e cercear o objetivo maior da revolução das luzes: o avanço
da autonomia do indivíduo. Não bastasse, os ímpetos plebiscitários colocam em risco
o sistema de garantia destinado a proteger o cidadãos das arbitrariedades do
poder, público ou privado.
Sob
a aparência da democracia plebiscitária e da justiça popular, perecem direitos
individuais, fundamentos da cidadania moderna, tais como construídos ao longo da
ascensão liberal-burguesa e consolidados pelas duas revoluções dos séculos XVII
e XVIII".
As palavras sábias do
articulista se aplicam integralmente à mídia atuante no Brasil, em todos os
seus veículos. Ela espalha "cadáveres"
que jazem caluniados sem reparação vitimados por denúncias irresponsáveis que
se esgotam logo que atingem os seus objetivos.
De se indagar como se encontram, neste momento, as vítimas das calúnias passdas da
mídia? Quem lhes reparará,perante o
público, a sua honra vulnerada?
REPITA-SE: embora a luta pela da
Democratização da Comunicação seja difícil
dela não se pode desertar. Cumpre a cada um dos cidadãos brasileiros lutar pela
sua liberdade pessoal e integridade frente essa máquina infernal atualmente agindo sem
limites.
VHCarmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário