A gente volta à poesia e,
mais uma vez, ao soneto: "Vinho da uva da vida, que se pisa/ a um só
tempo, a taça em que se bebe/e o frasco em que a beleza se eterniza"(J.
G. Araujo Jorge).
De novo uma mulher: outra
vez o amor - e desta vez realizado - em toda a delicadeza feminina. Lilinha Fernandes (Maria das Dores Fernandes
Ribeiro da Silva), nasceu no Rio de Janeiro em 1891 e aqui viveu.
CONVICÇÃO
Sempre
vivemos como namorados
que
desconhecem a desesperança,
por
isso sei que somos invejados
pelos
casais de nossa vizinhança.
Juntos,
os nossos dedos enlaçados,
falam
por nós numa linguagem mansa...
Nas
horas em que estamos separados
um,
de pensar no outro, não se cansa.
Tanto
nos une o amor e delícia
nossas
almas; e ao teu, prende o meu peito,
numa
corrente feita de carinho,
que
havemos de morrer no mesmo dia,
pois
não creio que a morte tenha jeito
de
deixar um de nós aqui sozinho.
_____________________________________
VHCarmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário