terça-feira, 14 de agosto de 2012

UM MOMENTO DE POESIA (é algo mais)...


A gente volta à poesia e, mais uma vez, ao soneto:  "Vinho da uva da vida, que se pisa/ a um só tempo, a taça em que se bebe/e o frasco em que a beleza se eterniza"(J. G. Araujo Jorge).
De novo uma mulher: outra vez o amor - e desta vez realizado - em toda a delicadeza feminina.  Lilinha Fernandes (Maria das Dores Fernandes Ribeiro da Silva), nasceu no Rio de Janeiro em 1891 e aqui viveu.

CONVICÇÃO

Sempre vivemos como namorados
que desconhecem a desesperança,
por isso sei que somos invejados
pelos casais de nossa vizinhança.

Juntos, os nossos dedos enlaçados,
falam por nós numa linguagem mansa...
Nas horas em que estamos separados
um, de pensar no outro, não se cansa.

Tanto nos une o amor e delícia
nossas almas; e ao teu, prende o meu peito,
numa corrente feita de carinho,

que havemos de morrer no mesmo dia,
pois não creio que a morte tenha jeito
de deixar um de nós aqui sozinho.

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       VHCarmo.                 

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