sábado, 11 de agosto de 2012

REFLEXÃO SOBRE A ELEIÇÃO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO E O PSOL.



As eleições municipais no quadro geral de nossa política encerram certas especificidades essenciais para compreensão da posição partidária na oportunidade de definir o voto. Há, inicialmente, que distinguir as campanhas eleitorais nos grandes municípios mais populosos e nos pequenos.   Embora as questões ligadas à administração se assemelhem na aplicação dos recursos e propostas, nas cidades mais populosas se verifica, além disso, uma disputa ideológica com reflexos e consequências nacionais.
É comum e não causam estranheza as coligações em pequenos municípios reunindo forças políticas opostas no cenário federal. É do jogo e responde a posições partidárias ligadas a questões municipais que colocam em segundo plano as divergências politico-ideológicas em favor das questões locais. A disputa aí se coloca  mais ao nível  do habitante da cidade e de suas necessidades locais, dada a proximidade de seus mandatários.
Não é o que acontece nos grandes centros urbanos. Embora de caráter municipal é inescusável a sua repercussão na política federal. O discurso de cada partido em disputa não se atém a questões puramente administrativas  de aplicação de recursos e obras, o apelo ideológico, que em geral a mídia tenta pautar, se torna essencial à discussão.   Verifica-se, assim nessas eleições nesses populosos municípios, paralelamente à questão de propostas administrativas, um forte apelo a posições ideológicas.  É uma constatação empírica.   O voto de cada cidadão nos grandes centros é fortemente influenciado pela  ideologia e posições políticas do candidato e de seu partido. 
No Rio de Janeiro, confrontam-se os partidos da aliança de centro/esquerda capitaneados pelo PMDB e o PT, no poder, que se colocam no plano federal como base aliada do governo e, de outro lado, os partidos da direita comandados pelo PSDB, PPS,DEM e PSOL.
É possível estranhar-se,  nesta reflexão, a inclusão do PSOL na direita, pois é mesmo tido e se proclama como um partido de  esquerda, às vezes de extrema esquerda.   Acontece que suas posições, tanto no Estado, no Município e na esfera Federal, estão sempre alinhadas à direita e é pautado, igualmente, pela mídia, adotando o surrado discurso  udeno/moralista. A votação do PSOL no Congresso é, também, sistematicamente comandada pela direita e a ela alinhada.
A campanha encetada nas ruas pelos poucos adeptos da candidatura  do PSOL à prefeitura do Rio é dirigida só e exclusivamente a ataques à centro/esquerda (no poder) embora esta  se apóie - como se vê das pesquisas - na preferência do povo, em geral, apontando para uma vitória no primeiro turno.
O PSOL não traz à discussão propostas para a solução dos problemas do Município do Rio. Em seus santinhos, proclames, propaganda e no seu discurso em praça pública o que se vê são ataques sistemáticos contra o governo federal, usando os mesmos e surrados argumentos dos partidos da direita, sempre em consonância ao que há de mais reacionário em nossa imprensa.
De lembrar-se, em prol desta reflexão, que no segundo turno da última eleição presidencial, o PSOL simplesmente liberou seus filiados, sob  o argumento de que votar em  Dilma ou em  Serra era a mesma coisa.
Não se nega ao PSOL o direito de atuar como o faz, porém proclamar-se um  partido de esquerda é uma grande mistificação visando, naturalmente, àqueles que inadvertidamente acreditem em seu discurso,
Por fim, é de se ressaltar a estranheza que causa o fato de a imprensa golpista, que ataca sistematicamente o Partido dos Trabalhadores e seus candidatos,  demonstrar, no mínimo, uma suave tolerância com o PSOL e seus candidatos.   Lembrar, também, a velha lição marxista: "nada mais parecido com a direita do que a extrema esquerda".
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VHCarmo.

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