Coletênea de J.G. de Araujo Jorge.
OS CISNES.
A vida, manso lago azul, algumas
vezes, algumas vezes mar fremente,
tem sido para nós, constantemente,
um lago azul, sem ondas sem espumas.
Sobre ele, quando desfazendo as brumas
matinais, rompe um sol vermelho e quente,
nós dois vagamamos indolentemente
como dois cisnes de alvacentas plumas.
Um dia, um cisne morrerá por certo.
Quando chegar esse momento incerto
no lago, onde talvez a água se tisne,
-que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nade nunca ao lado de outro cisne.
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VHCarmo.
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