Drama de consciência.
Se eu pudesse fugir
ao paladar amargo desse destino
que devora meus dias
pela borda da nossa história,
talvez nã precisasse
varrer a varanda depois do crime.
Mas é que eu não sei ficar de fora
vendo sangue derramar na panela.
Eu não sei contemplar cardápio
e pedir língua de homem assada.
Nem esconder as lágrimas
atrás dos óculos
na hora triste do velório.
E se vocês pensam que sou perfeito
eu digo: não!
Eu também quebro pratos ao lavar a louça
e às vezes esqueço de regar as plantas.
Mas o que eu não admito em ninguém
é ficar sentado em cima do esqueleto
de algum sorriso humano.
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Poema do jóvem poeta Ricardo do Carmo
do seu último livro: "Amor de consumo".
Obs. Repetido aqui para retificar erros de grafia, em respeito ao poeta. .
VHCarmo.
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