segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Momentos de poesia...(correção).

Drama de consciência.

Se eu pudesse fugir

ao paladar amargo desse destino

que devora meus dias

pela borda da nossa história,

talvez nã precisasse

varrer a varanda depois do crime.

Mas é que eu não sei ficar de fora

vendo sangue derramar na panela.

Eu não sei contemplar cardápio

e pedir língua de homem assada.

Nem esconder as lágrimas

atrás dos óculos

na hora triste do velório.

E se vocês pensam que sou perfeito

eu digo: não!

Eu também quebro pratos ao lavar a louça

e às vezes esqueço de regar as plantas.

Mas o que eu não admito em ninguém

é ficar sentado em cima do esqueleto

de algum sorriso humano.
_____________________________________________________________

Poema do jóvem poeta Ricardo do Carmo
do seu último livro: "Amor de consumo".

 Obs. Repetido aqui para retificar erros de grafia, em respeito ao poeta. .
VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário