quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Corrupção - todos podem ajudar no combate....

                                     Ninguém, em sã consciência, é a favor da corrupção e deixa de dar importância ao seu combate. Há um direito sagrado num país democrático consistente em protestar e arregimentar-se, livremente, em favor ou contra, determinados fatos ou atos que afetem o exercício pleno da cidadania. Isto não se discute.
                                   No nosso país, com o virtual monopólio dos meios de comunicação em mãos de poucos e poderosos grupos, a gente tem que se acautelar, pois, esses mesmos grupos, usando a sua máquina poderosa, tendem a conduzir qualquer manifestação coletiva no sentido de seus desígnios e interesses, veiculando-as, dando repercussão, as escondendo e as omitindo em alguns casos.
                                   O que está em pauta e parece valorizado pela mídia, atualmente, são as manifestações contra a corrupção havidas em algumas cidades do país. Primeiramente diga-se, a gente assiste uma inusitada cobertura midiática e a supervalorização numérica dos chamados protestos. A variação no número de pessoas nos eventos é aumentada pelos Jornalões e Revistas, sem respeito à veracidade.
                                    Esse movimento carece nitidamente de organicidade e tem se apresentado sem uma mensagem clara e sem um direcionamento determinado. Protesta-se, de maneira genérica contra a corrupção sem localizar pessoas e instituições apenas apontando, também genericamente, os políticos.  Aí mora o perigo.
                                      Desse movimento aproveita-se a mídia para implementar uma ação  oposicionista, contra o governo, tendente a preencher a falta de algo concreto.
                                      A nossa história política está recheada de exemplos que tornam os protestos desse tipo como movimentos acolhidos pela oposição e a mídia para desestabilizar governos que não lhes convém. Nada constroem ou propõe construir.
                                    De lembrar a triste história da Vassoura de Jânio Quadros que deu no que deu e do Caçador de Marajás (Collor) cuja eleição e o governo foram amplamente apoiados pela Rede Globo e a mídia em geral, abrindo as portas ao neoliberalismo, obrigando a mesma mídia, no fim, a mudar de direção para conservar o falso discurso moralista sem, porém, deixar de sustentar as idéias neoliberais.
                                   A inversão perigosa que se deixa filtrar nessas manifestações minoritárias consiste em colocar a corrupção como sendo o fulcro principal de uma ação governamental, quando se sabe que o desvio humano deve ser combatido com o rigor da lei e da correta punição prevista por ela. Os órgãos fiscalizadores dos poderes do Estado: a CGU, a Polícia Federal, o Ministério Público, os controles internos do Poder Legislativo e a Justiça (CNJ), são instituições encarregadas do combate à corrupção que deve se realizar como ação normal desses poderes na prática política e na prática da democracia.
                                   O apelo genérico  dessas manifestações contra a corrupção resulta sem qualquer efeito prático fora dos interesse midiáticos e são solenemente ignorados por aqueles que efetivamente atentam contra o patrimônio público.
                                  Estão ao alcance de todo o cidadão os meios de promover a responsabilidade do político corrupto - e  de qualquer individuo -  perante a Justiça e direcionar a manifestação pública a que adere para fazê-lo, dando nomes aos bois e de forma efetiva.
                                  Não é admissível, porém, servir-se da boa-fé de alguns para veicular um discurso moralista sem apontar efetivamente os autores dos fatos ilícitos e exigir punição. Os corruptos e corruptores apóiam movimentos desse tipo que jamais os atingem e, pelo contrário, lhes servem, muitas vezes,  para assegurarem-se do poder do Estado e de sua impunidade.
                                     Os políticos, em geral, são levados aos cargos que ocupam, como representantes do povo, até pelo voto daqueles que saem às ruas para protestar.  O  bom e corrreto exercíco do voto pode promover a diminuição da corrupção a níveis toleráveis.    Todos nós podemos ajudar nisso: é votar bem!...

VHCarmo.

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