domingo, 14 de agosto de 2011

E agora ? a violência chega à Inglaterra!

                      Em texto anterior (aí em baixo)  esse humilde  bloguinho chamava a atenção para o fato de minimizar-se a atuação dos partidos políticos conservadores de direita e extrema direita na evolução perigosa da crise que se instalou nos USA e na Europa.
                      No número desta semana da Revista Carta Capital, o brilhante analista Antônio Luiz A. C. Costa, entre outros aspectos da crise, releva a atuação – quase irracional – dos governos para tentar reencaminhar as economias combalidas ao seu leito de normalidade.
                        O rebaixamento da dívida dos titulos dos  EEUU anunciada pela Standard & Poor’s, obrigou o governo americano vir a público  tentar desqualificá-la, justificando, com certa razão, que, apesar da crise, o potencial econômico do país está longe de estar vulnerável. “Tem lógica: ao menos em um horizonte de dez anos; o risco de insolvência dos EUA é político e não financeiro e, se acontecer, provavelmente será temporário”. (A. L.Costa).
                         Apesar disso, é deveras preocupante hoje que , tanto os EUU como a Europa, não têm os mesmos recursos usados em 2008 para socorrer os bancos e o “mercado”. Aí reside a irresponsabilidade dos agentes políticos que esticam as cordas.      O acordo celebrado no Senado dos USA  (depois de aprovado na Câmara) revestiu-se de um caráter emergencial e provisório, em vista da proximidade das eleições. Apesar do seu caráter provisório foi celebrado de acordo com os interesses imediatos dos Republicanos (e seu Tea Party) cujos governos anteriores foram, no entanto,  os causadores da grave crise; crise, jogada no colo de Obama a quem ora acossam.  Pobre e fraco  governante.
                        Na velha Europa a coisa se agrava ainda mais, posto que lá as posições neoliberais são extraordinariamente fortes e os remédios que se ministram às economias em crise são altamente restritivos, visando claramente diminuir o estoque já definhado dos chamados Estados de Bem Estar Social.      Portugal, Grécia e Irlanda, falidos, recebem injeções para reanimar suas finanças, mas lhes são exigidas medidas internas que atingem, sem qualquer piedade, o seu já sacrificado povo.   A Espanha, embora resista, já implementa as medidas restritivas exigidas pelo FMI e pela cúpula da UE, enfrentando os protestos da sua gente.  A Iitália, tão orgulhosa de sua condição, pede compeensão aos seu povo para suportar o encolhimento de seus recursos  de políticas sociais.
                       Esse escriba transcreve palavras  do articulista da C.Capital, por pertinentes:
                       “Cobrar dos paises europeus que emendem suas constituições para proibir déficits orçamentários e deixem seus gastos a mercê de um corpo de supervisores não eleitos,  como fez o Ministro da Economia Alemão, Philipp Rösler é, ainda pior. Esvazia a Democracia e tira dos Estados a capacidade de fazer política anticíclica e justificar sua existência ante massas que se indignam e se revoltam de Atenas a Londres, por falta de emprego ou esperança em um futuro melhor”.
                          Um surto neoliberal, com laivos fascistas, podem vir na esteira da crise, como houve no passado.       Esse é um real perigo e a repressão aos protestos criam um clima altamente propício para justificar medidas antidemocráticas.
                           Em que pese à imprensa mundial tentar desmistificar o verdadeiro caráter da revolta que se espalha pela Inglaterra, falando de apenas de  “tumultos”, o que ali se dá é uma verdadeira insurgência contra o desemprego crônico e a pobreza que se alastra, como de resto em toda Europa, atingindo na Inglaterra, majoritariamente, a população jovem entre 18 e 25 anos que está nas ruas, saqueando e incendiando.                A morte de um rapaz pela já conhecida violência policial inglesa foi, apenas, uma centelha que desencadeou o fogo da revolta.   Ao invés de implementar medidas para melhorar a situação dessa camada do povo inglês, o governo promove a violência através da repressão policial  impiedosa, buscando refinar seus métodos, convocando especialista americano em violência para digigi-la.     
                                   A diferença está em que,  aí, nem  a ONU, nem os EEU e nem a própria Inglaterra se comovem com o massacre dos civis.
                               A gente se pergunta qual é  a perspectiva que se mostra possível para a solução dessa crise que tem características inéditas na história do capitalismo, ou seja, que sendo cíclicas é das mais agudas do sistema até aqui?.

                                                A pergunta fica no ar.

VHCarmo.

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