quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A crise externa é sobretudo política... REFLEXÃO.

                     A gravidade da crise que assola os EEUU e a Europa está sendo noticiada por nossa imprensa em geral, sem a necessária clareza. Coloca-se em segundo plano a atuação dos agentes políticos nesta que é uma crise eminentemente política.
                      É necessário notar que a atuação das forças políticas através de seus partidos conservadores, tanto nos Estados Unidos como na Europa, tem sido decisiva no curso e prolongamento da crise e pela pouca visibilidade para uma solução que esteja à vista em curto e médio prazos.
                     Embora suas conseqüências financeiras se revelem catastróficas, as origens da crise externa atual, foram até aqui, omitidas ou pouco esclarecidas para o grande público. Omite-se que ela se deu por força do ideário político prevalecente, sobretudo pelo advento de um novo surto do neoliberalismo, após a crise de 2007/2008, em virtude do qual o sistema financeiro e o mercado prosseguiram sem regulação, distanciando-se perigosamente da produção e financiando o consumo irresponsável, tanto nos USA como na Europa, mantida pela elevada dívida externa.  Paralelamente vem ocorrendo o desemprego crescente e o empobrecimento de grandes camadas de sua população. No caso da Europa isto foi agravado pelo problema da imigração de contingentes de fugitivos das guerra e revoltas no Oriente Médio e na África.
                      A situação é mais grave na periferia da zona do Euro, onde, na euforia financeira da liquidez, os paises gastaram o que não tinham e inundaram o mercado de títulos da dívida que, gradativamente, foram perdendo valor e lotando os cofres dos bancos e das financeiras, superando em muito o PIB de cada um daqueles paises.. Na hora da verdade a crise estourou, pois o consumo irresponsável financiado pela ciranda irresponsável, fora induzido por aquelas mesmas financeiras e bancos que se tornaram detentores dos títulos apodrecidos.
                           Neste momento em que os partidos políticos se lançam em busca de uma solução para a grave crise, os conservadores da direita e da extrema direita conseguem imprimir diretivas que se desviam, mais uma vez, de medidas concretas de reativação do investimento produtivo para realimentar os bancos e os órgãos financeiros, tanto nos EEU como na Europa.       A solução se distancia no horizonte próximo.
                          O perigo que se avizinha é a contaminação do agravamento da crise nos paises centrais da economia europeia (Alemanha e França) que estão tomando medidas na mesma direção, ou seja, injetando,  mais uma vez,  recursos públicos no sistema financeiro, recomprando, em parte através do Banco Central Europeu, os títulos desvalorizados dos paises periféricos falidos, salvando os chamados “investidores”, sem implementar medidas concretas de reativação econômica, colocando em perigo a própria zona do Euro.
                           As perspectivas de solução ficam – reafirme-se – cada vez mais nebulosas.
                          Exige-se dos analistas um enorme esforço teórico para tentar desvendar para onde caminha a economia desses paises e , por via de conseqüência, a economia mundial. Há uma perplexidade  geral e perturbadora.

                             O Brasil  vem tratando  de construir um cinturão de proteção de sua economia, cujos fundamentos estão sólidos. O nosso mercado interno com a contínua inclusão social (segundo a Fundação Getúlio Vargas do início de 2003 até maio deste ano, 48, 7 milhões de pessoas entraram nas classes A, B e C), as reservas internacionais, o emprego em alta e o endividamento sob controle, nos dá uma certa tranquilidade. Os maciços investimentos do Governo e da iniciativa privada na infraestrutura, encabeçados pelo PAC. apontam para uma continuidade essencial ao enfrentamento da crise externa.
                            Fatores positivos que estão a serviço da defesa do país ante a crise externa, foram explicitados em publicação do dia 08 corrente pela Assessoria do Governo onde se assinala a evolução positiva da nossa economia e, em particular, a inclusão social assinalada acima e a diminuição acentuada das camadas mais pobres. Registra o documento que reduziu-se o grau de desigualdade no país naquele período e a taxa de crescimento da renda dos 10% entre os mais pobres foi quatro vezes maior do que entre os 10% mais ricos.
                         Aqui como lá, a dificuldade a superar se encontra na posição dos partidos da oposição neoliberal direitista, eterna manipuladora de golpes de estado no Brasil e a mídia sua fiel coadjuvante. Para a contenção dessas forças retrógradas tem-se, hoje, a adesão ao crescimento das populações em mobilização ascendente, como se viu acima, o emprego e também a veiculação da informação através da internet e outros meios acessíveis, fora do controle dos grupos midiáticos oligopólicos.
                           O programa Brasil Maior lançado pelo governo aponta na direção certa, tomando medidas que visam à proteção e à ativação da economia, particularmente da indústria nacional, e a continuidade do desenvolvimento, rejeitando as medidas restritivas que, certamente, nos levariam à crise.

VHCarmo.



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