sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um momento de poesia.

                                                                  Eletrocardiograma.

Não me canso de olhar o mar
de ver o verdejar
do verde que ainda há.
Não me canso de chorar aos prantos
nos cantos onde há beleza
de estar sozinho com a natureza.

Eu amo tanto a vida
que queria ser mil
mil vezes estar por aí
brotando em mil lugares
na pele de mil olhares
são tantas coisas pra se ver!

Queria estar plantando
uma flor na esquina
outra na Cochichina
queria estar salvando o amor
em El Salvador
salvando até mesmo a dor
dos que a plantam aqui.

Mas estou sozinho com os meus fantasmas
estou sem mover uma palha
impuro, de banho tomado,
culpado, culpando o do lado.

Deitado entre retratos de infância,
brinquedos e golpes de Estado.
E na ânsia de tanto esperar.
o coração me trair...
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Poeta: Ricardo do Carmo.
Do livro “Amor de Consumo”.

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