quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dois tópicos: 1. Diamantina - 2. G 20 e o Brasil.

                              Esse escriba esteve ausente deste espaço em viagem a Diamantina (MG), a passeio.  A sensação que se tem naquela bela cidade mineira é tão envolvente e especial que a faz merecer ser revisitada para uma estadia mais demorada que, certamente, ele terá que fazer.
                              Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade de Diamantina é uma  importante parte viva da historia de nosso país, plasmada não só na sua ambiência arquitetônica - do belo casario colonial - em contraste com o áspero solo pedregoso do Vale do Rio Jequitinhonha no setentrião de Minas Gerais, como nas marcas vivas do passado que se respiram no ar em suas ruas, becos e ladeiras.
                             Lá tudo evoca a história de antigos mineradores cujos nomes não registra, como daqueles tropeiros que ali chegaram a escavacar o Tijuco e fazer assomar o brilho dos diamantes que foram enfeitar os reis e rainhas da Europa distante e brilhar no colo da Xica da Silva, a mulata que dominou o senhor do fisco da coroa portuguesa, que, em 1734, veio interromper a aventura livre dos tropeiros com o severo Centro Político Administrativo do Distrito de Diamantina e o monopólio do “Contrato e o Contratador”, de 1739.
                             Arte irradiada das ruas, janelas e interiores das igrejas coloniais, ricos de barroco e rococó, a cidade é, em si mesma e a um só tempo, palco e platéia de privilegiados.
                              Diamantina não parou no tempo, pois transitam por suas velhas artérias o sangue novo de gente que freqüenta sua universidade e escolas, produzindo ciência e levando alegria nas suas vacâncias de fim de semana e dias santos, povoando os bares intimistas, cercados pelas vetustas paredes de onde porejam a tradição.  Desfile, também, de gerações daqueles que mourejam e não abandonam a sua terra boa e generosa.
                              É cidade de 1838, mas foi antes Arraial do Tijuco no longínquo 1734.
                              Uma estátua interrompe em  doce harmonia – em contraste absolutamente novo – a velha praça do Foro; é a imagem do criador de Brasília, o nosso eterno JK, cuja casa simples onde nasceu pontua ladeira acima entre casario colonial.
                               Declarar amor à primeira vista e a todas as vistas a Diamantina é, antes de tudo, ver no velho Arraial do Tijuco, o Brasil em sua essência histórica e atual, espancando os vaticínios pessimistas, apontando para seu inelutável destino de grandeza que estamos buscando.

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2.                           O texto abaixo transcrito leva à reflexão e, mais uma vez, revela a preocupação do Presidente Lula com o Brasil, sem subserviência e falando com a autoridade que a grandeza e a independência que o país conseguiu em seu governo.
                     Assim como os americanos gostam de pensar neles, precisamos pensar e defender os interesses do Brasil”, disse Lula.
                                 O   presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quinta-feira (11), em entrevista coletiva em Seul, Coreia do Sul, que “o dado concreto é que o dólar não pode continuar sendo a única moeda referência, se ele é feito por um único país”. “Não é mais o ouro que é o padrão, é o dólar. Então, é preciso que tenha outras possibilidades de referência, até porque países que têm altas reservas como a China, como o Brasil, nós ficamos dependendo da política de um país de valorizar ou não as nossas reservas. Então, essa é uma discussão que tem de ser feita. Podem os Estados Unidos não gostarem? Pois nós temos que fazer essa discussão. Temos que fazer, porque nós temos que pensar... da mesma forma que os americanos gostam de pensar neles, nós precisamos pensar no Brasil e defender os interesses do Brasil, do comércio brasileiro e da moeda brasileira”, declarou.
                                 O presidente Lula defendeu alternativas ao dólar como moeda de referência global e lembrou que os países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) já estão debatendo o assunto. “Desde o ano passado, estamos chamando o BRIC para substituir o dólar nas transações. É um trabalho de convencimento”, comentou.
                                 Na sexta-feira (12), em discurso na reunião de cúpula do G-20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo), Lula criticou os governantes que tomam decisões unilaterais sem antes pensar na repercussão de suas ações nos demais países. Ele se referiu à decisão do Federal Reserve (Banco Central norte-americano) de despejar US$ 600 bilhões na economia através da compra de títulos públicos. A medida já está provocando uma desvalorização do dólar, prejudicando as exportações do Brasil e de outros países.
                              “Não existe nenhuma possibilidade de nós não compreendermos que não existem mais decisões unilaterais na economia mundial se a gente não levar em conta as repercussões nas outras economias”, afirmou. “Qualquer decisão que a gente irá tomar terá efeitos imediatos nos países vizinhos. Agora, imagine potencias econômicas como a União Europeia, os Estados Unidos e a China. Não há medidas unilaterais sem levar em conta a repercussão no restante do mundo”, acrescentou.
                                Na véspera (quinta-feira), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, havia defendido a derrama de dólares anunciada pelo Fed. “A melhor contribuição ao crescimento mundial que os EUA podem dar é uma economia sólida”, argumentou. A decisão do Fed e a defesa de Obama foram recebidas com duras críticas por vários países, que consideram a medida como uma manobra para desvalorizar artificialmente o dólar e beneficiar as exportações americanas.
                                  A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, também presente ao encontro, afirmou que os EUA está, com dólar fraco, “fazendo ajuste à custa das outras economias”. “Há uma questão que eu acho que é grave para o mundo inteiro, que é o problema da política do dólar fraco. Faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias”, denunciou Dilma Rousseff.
                                As críticas ao governo americano pelo desencadeamento da guerra cambial não demoveram Obama de defender no G20 a inundação de dólares pelo FED. O G-20, apesar de todas as ponderações, acabou apenas aconselhando os países a se absterem de promover as chamadas “desvalorizações competitivas”, nome encontrado para designar a inundação de dólares pelos EUA. O documento aprovado também reconheceu o direito dos países emergentes, como o Brasil, de adotar políticas emergenciais para mitigar os efeitos de desvalorizações nas moedas dos demais países.
                                  O presidente Lula disse que a manobra americana para facilitar suas exportações em detrimento dos outros países pode levar o mundo à falência. “Ora, se os países mais ricos não estão consumindo a contento e todos querem lastrear a sua economia nas exportações, o mundo vai à falência porque é preciso ter alguém para comprar. Se todo mundo só quiser vender, como é que vai ficar o Ceará? Alguém precisa comprar”, ponderou.
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                                  O patriotismo do  Presidente Lula tem sido uma constante, sempre posto na defesa do nosso país.
VHCarmo.

Um comentário:

  1. Caro e Ilustre Jornalista Victor. Você se excedeu ao louvar as belezas de Diamantina. Belo e educativo artigo, demonstrando sua alta capacidade jornalística, há muito reconhecida,mas só agora largamente desenvolvida graças ao seu blogspot Continue explorando esta vitoriosa seara.Estaremos sempre apostos como "ledor" cativo.

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