O Brasil clama por uma oposição política que leve essa missão essencial à Democracia, à seriedade e ao compromisso com o país. É urgente que o que restou de dignidade na oposição se componha para um trabalho comum, impedindo o prosseguimento nesse caminho intolerável apontado pelo discurso preconceituoso e discriminatório anotado pelo José Serra na noite de 31 de outubro, após a sua derrota nas eleições presidenciais. Como bem afirmado pelo jornalista Maurício Dias na Revista Carta Capital:
“É um caso raro, único talvez em que um perdedor de uma eleição democrática declarou guerra ao vencedor. Oposição é oposição; guerra é guerra”.
De seu funesto discurso se destaca o trecho belicoso, lembrado também pelo jornalista:
“E para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós estamos apenas começando uma luta de verdade em defesa da pátria, da liberdade, da democracia”.
O candidato derrotado emergiu da campanha cheio de ódio e passou a invectivar a tudo e a todos, isolando-se no núcleo mais atrasado e reacionário do tucanato paulista. No seu discurso Serra atacou, indiretamente, até o senador eleito Aécio Neves uma das reservas de comedimento do PSDB.
Ao que parece o candidato derrotado foi contaminado pelo clima de sua campanha, envolvida nas baixarias que o levaram à derrota. Os discursos odiosos e preconceituosos, que também foi o tom imprimido na sua campanha, extravasou os limites do razoável, chegando a veicular um vezo de preconceito regional e racista, estranho às nossas tradições históricas de respeito às origens da nossa população.
Ao propagar o ódio contra os nordestinos, de fato, a campanha de Serra enveredou pelo perigoso terreno do separatismo, ao arrepio até do povo paulista que jamais alimentou essa idéia tresloucada de sua hegemonia.
Cumpre indagar: qual seria o inimigo que o Serra diz que vai enfrentar? Quem, ou quais setores, conspiram contra a Democracia e a Liberdade? Ficou no ar. Suas atitudes e discursos incitam ações contra a Democracia e a Liberdade, isto sim.
Em declaração, mais uma vez, infeliz; com a agravante de ser proferida no exterior ( em Biarritz - sul da França), mesmo passados 4 dias, o Caviloso, continuou destilando ódio e pôs-se a atacar o governo brasileiro e o Presidente Lula em Seminário sobre as relações entre a América Latina e a União Européia.
Demais disto, desprezando um mínimo de credibilidade que poderia despertar, fez afirmação inverídicas e insultuosas. Disse, entre outras coisas e em flagrante contradição com os números: que o governo Lula está desendustrializando o Brasil, quando, se sabe, que das maiores parcelas do incremento do PIB desse ano ( de 7,5% ou mais) será devido à indústria (que integra cerca de l2,5% de seu crescimento).
Não conseguindo disfarçar a sua natureza discriminatória e subserviente em relação à política externa, o Serra declarou esse absurdo de que “o país se uniu a ditaduras como o Irã”.
O seu discurso foi mal aceito pela platéia e alguém gritou no recinto “por que não te calas?”.
O que se espera afinal nessa hora de transição? É uma reação consciente das elites políticas para pôr cobro a essa situação constrangedora de uma oposição na contramão do país que passou, perigosamente, ao terreno minado do racismo e do separatismo.
Espera-se que a oposição se livre da tutela ilegítima da mídia que, indubitavelmente, a levou a esse caminho impatriótico que, por sua vez, foi uma das razões da sua derrota ampla nas eleições. Bom notar que tanto o PSDB como o DEM reduziram a sua participação no Congresso, fator relevante para a atuação partidária.
VHCarmo.
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