quinta-feira, 14 de março de 2013

EDUARDO CAMPOS ( e o Canto de Sereia).


                                           O CANTO DE SEREIA!
Pinçada na Revista Carta Maior pelo famoso blog “Conversa Afiada” do jornalista Paulo Henrique Amorim, a gente transcreve, abaixo, o texto de Saul Leblon, que deixa claramente consignado um alerta ao Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que pode, por sua juventude e açodamento, ser induzido a cair numa esparrela armada pela mídia e setores da Direita.   
A Direita neoliberal pretende, usando de todas as formas possíveis, voltar ao poder. Tem usado com o auxílio da mídia - até com uma certa sabedoria mas sem escrúpulos -   a vaidade humana e a ansiedade de postulantes à presidência da República para abrir o seu caminho: até aqui sem sucesso.
A mais recente tentativa foi o lançamento da então Senadora Marina Silva de longa militância petista.  Antes, a Direita midiática havia usado uma outra senadora por Alagoas que, afinal, veio a ser uma simples e quase desconhecida  vereadora em Maceió.
Marina Silva, foi usada pela Direita através da sigla do Partido Verde, partido transversal – que  na afirmação de U. Bobbio vai, em sua militância internacional,  de um ao outro extremo ideológico -  e tornou-se ao fim do pleito eleitoral, um verdadeiro “bagaço de laranja” chupada e jogado fora,  sem partido.
Seu sonho de grandeza a afastou gradativamente de seus antigos seguidores e companheiros que ela agora tenta reunir em um novo partido sob a sua direção.  Parece que o seu desejo é ser um  símbolo; ser a dona de uma "rede".      
De Senadora e Ministra, que foi, passou a criadora de uma estranha “Rede”, sigla de uma “nova ideologia (que ela afirma não  ser  nem de esquerda, nem de direita, nem de  centro)”.
Como tudo indica e bem lembra o jornalista Saul Leblon, qual seria o destino da promissora carreira do neto do saudoso Governador Miguel Arraes caso ele ouvisse o canto de sereia da mídia, dos jornalões e das Revistas que, até bem pouco, o ignoravam e até o combatiam?   
É de se indagar ainda: o Governador Eduardo Campos vai acreditar que a mídia conservadora e golpista pretende mesmo leva-lo ao Planalto?    Ou usa-lo, para os seus fins inconfessáveis, e depois descarta-lo?      
Seria lamentável, no entanto, a sua deserção do campo progressista e popular que lhe abriu amplas perspectivas na sua promissora carreira.  Um passo em falso poderá comprometer seu  futuro político.  Seu avô, onde estiver, vai lamentar!
Será que Eduardo Campos vai seguir o triste exemplo da Heloisa Helena e da Marina Silva?   Se esquecerá dos exemplos dignos de Arraes e Furtado?
                                              Quem viver verá! 
Olhem só:
O artigo  de Saul Leblon, extraído da Carta Maior:


Imediatamente após o golpe 1964, os militares tentaram cooptar grandes nomes da política brasileira, cuja credibilidade pudesse mitigar a violência cometida contra a democracia.
Ao então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, avô do atual ocupante do cargo, Eduardo Campos, foi dada a opção seca: adesão com renúncia ‘espontânea’, ou prisão.
Cercado no Palácio das Princesas, o sertanejo Miguel Arraes honrou a fibra que lhe dera fama.
‘Não vou trair a vontade dos que me elegeram’, mandou dizer aos emissários do Exército.
Foi preso imediatamente. Sobral Pinto, famoso jurista da época, conseguiu-lhe um habeas corpus, cujo relator foi Evandro Lins e Silva.

Em 1965, Arraes exilou-se na Argélia. Em 1967 foi condenado à revelia a 23 anos de prisão.

Voltou ao país com a abertura, em 1979. A coerência que o transformara em legenda, impulsionou a retomada da carreira política.
Arraes elegeu-se governador mais duas vezes em Pernabuco, em 1986 e 1994.


Outro exemplo de retidão sertaneja foi o paraibano de Pombal, Celso Furtado.
Decano dos economistas brasileiros, Furtado dirigia a Sudene, em Recife.
No dia do golpe, esvaziava gavetas quando sua sala foi invadida por um grupo de oficiais de alta patente.
A exemplo de Arraes, foi chantageado pelos que buscavam aliados vistosos.

Sua resposta não foi menos enfática:

‘Sou um servidor da República, não me peçam para trair minha pátria’, disparou sobre seus interlocutores.

Cassado, Furtado exilou-se na França.

O governador Eduardo Campos conhece essas histórias, conviveu com seus personagens.

O governador tem recebido emissários frequentes das mesmas forças e interesses que em 1964 acossaram seu avô e perseguiram reservas morais da Nação, a exemplo de Furtado.

O governador deve em boa parte a sua carreira política aos que souberam dizer não aos emissários da traição e do golpismo.

A ver.


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VHCarmo.

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