sexta-feira, 8 de março de 2013

A "DOENÇA" DO MINISTRO ....


(1)
Este escriba não desejaria se exceder em falar sobre o Ministro Joaquim Barbosa, porém não pode se furtar em considerar que ele vem manifestando evidentes sintomas de estar "doente" e contaminado pelo ódio de um vingador vulgar.

O presidente do STF tem se revelado, sem dúvida, como portador de uma missão purificadora dos costumes e que, para cumpri-la como um “modernoso Dom Quixote”, sai por aí a tentar consertar o Brasil e seus seculares problemas com a lança da vingança, sempre na companhia do “Sancho Pança” da mídia, fazendo pouco da obediência que deve à lei e à Constituição do país.

O perigo, no entanto, é que ele parece não perceber que a grande mídia conservadora, notando a sua “doença”, o vem o usando para dar curso aos mais suspeitos interesses políticos dela.

Ele, dando curso à sua “doença”, andou maltratando um emissário da mídia e mereceu alguma crítica do Estadão. O jornal pede que ele  modere os seus rompantes para,  evidentemente não atrapalhar a sua “nobre missão”.
O editorial do jornalão foi claro!

O Ministro Lewandoski em um dos entreveros provocados pela intolerância do J. Barbosa, ao alegar no julgamento da Ação Penal 470, que o revisor, no seu voto, defendia um determinado réu, lembrou-lhe duas coisas: uma, de que ele Joaquim deveria proceder como juiz e não como promotor (MP), defendendo a denúncia; outra: que o julgamento se dava no Brasil e sob as leis brasileiras que deveriam ser respeitadas e aplicadas  por ele como juiz da Suprema Corte deste país.    

Explica-se este último ponto: em várias oportunidades, em plenário, o Ministro Presidente se referia à imprensa americana e se preocupava com a repercussão do julgamento nos EEUU. Chegou a manifestar, naquela ocasião, que sentia certa vergonha  por ter lido  uma opinião depreciativa de um jornal americano contra  o nosso Tribunal.    É assim que ele funciona.

(2)__________________
Na negativa de permitir ao ex-ministro José Dirceu ir à Venezuela prestar homenagem ao seu amigo, o falecido Presidente Hugo Chávez, o Ministro revela, certamente, o mesquinho sentimento de sua “doença” e da vingança de que está possuído.    Ele afirmou que negava o pedido porque o acusado estava condenado em “última e única instância”.     Meia verdade, porém, pois a condenação de José Dirceu pende do seu “transito em julgado”, ou seja, da publicação do Acórdão, da interposição e eventual procedência de  recursos que podem modificar o julgado, no todo ou em parte.

Mas o aspecto humano da questão é relevante.  O Ministro deixa transparecer neste caso um ódio pessoal contra o ex-ministro, coisa que jamais escondeu no curso do julgamento. José Dirceu era, pare ele,  o “chefe da quadrilha”, embora não houvesse  nos autos do famoso “fatiamento” do julgamento, qualquer prova contra o ex-ministro e da existência de uma quadrilha.  

Ora, se fosse permitida ao réu a viagem, oferecer-se-ia a ele a hipotética oportunidade de não regressar ao país e se isto ocorresse, engrandeceria a justificaria a cautela e as razões do Ministro.      Mas não, ele preferiu ignorar questões de sentimento.  Ele anseia por ver o acusado trancafiado e já manifestou isto de várias formas, parece mesmo uma “doença”.    

O Presidente do STF, J. Barbosa, não respeita a pessoa dos acusados, externando, fora do contexto, palavras injuriosas contra eles, contrariando o velho jargão jurídico: “réus res sacra”, ou seja, o réu é um ser sagrado embora, em tese, possa eventualmente  ter  transgredido a lei.

 Nas sociedades civilizadas o caráter da privação de liberdade aplicável a qualquer condenado tem a finalidade de recuperá-lo e não de puni-lo.  A sociedade civilizada não adota a vingança contra o réu.   Talvez o nosso Sultão tenha se esquecido disto. Afinal, ele tem se esquecido de tantas normas legais e constitucionais!      Não é mesmo?
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VHCarmo.
Foto do blog. Corte de Apelação, em Aix - Provence - FR.

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