segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Obras de infraestrutura e os obstáculos opostos...


É praticamente unânime na opinião pública, independentemente da cor política e partidária de cada um, que o Brasil tem urgência de modernizar sua infraestrutura que não só deixou de ser preservada e conservada, vítima de longo abandono nos governos neoliberais, se tornou, também, precária, insuficiente e aquém do projeto de desenvolvimento econômico e social do país. 

Por muitos anos nossas rodovias deixaram de ser ampliadas e permaneceram num criminoso abandono.   Portos e aeroportos, da mesma forma, serviam apenas a uma minoria e a um reduzido comércio exportador servido por um oneroso “custo Brasil” incompatível com o mercado externo desejável.  

Além disso, as nossas ferrovias foram simplesmente descartadas, e as poucas que sobraram passaram a servir com exclusividade a certas empresas que as adquiriram nos célebres leilões de privatização e as monopolizaram. Ocorreram a sobrecarga e o sucateamento das estradas de rodagem. 

Na área energética  o nosso país, embora com a capacidade de produzir energia  a baixo custo e limpa, teve que socorrer-se de racionamento, por falta, principalmente, de linhas de transmissão e da construção de novas usinas.  O FMI, instalado em Brasília cobrava o país pela  terceira e seguida  quebradeiras da economia,  vetando   a construção das linhas de transmissão de energia. 

É, também do conhecimento geral, que há em curso muitas frentes de obras de infraestrutura, por todo país, inclusive com a  restauração e ampliação das nossas rodovias, a retomada da construção de ferrovias, refinarias, portos e aeroportos, etc. 

As obras de infraestrutura no Brasil, enfrentam duas ordens de dificuldade que as tornam demoradas e mais caras, ou seja, além do preço inicial orçado e a  burocracia normalmente superadas,  novos obstáculos se apresentam que são muitos e de   difícil superação. 

Em artigo publicado neste Domingo - 27/01,  no jornalão “Folha de São Paulo”, o ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner comentou este assunto com propriedade;

 diz ele: 

“...O pais todo hoje sofre de uma paralisia aguda em AVANÇAR  obras de infraestrutura. Com o intuito de evitar a corrupção ou danos ao patrimônio socioambiental, criou-se uma burocracia tão aprisionante que, além de não coibi-los, transformou a execução de qualquer projeto em uma corrida de obstáculo, na qual a viabilização de uma solução é travada  até o limite da desistência.  Pior, em um cenário onde os recursos existem. É uma perniciosa estrutura  de desconfiança que inibe a ação.  Esta estrutura de desconfiança cria o medo de decidir ora o Ministério Público, ora as organizações sociais, ora as  inúmeras instâncias colocam aos que decidem  e querem fazer o pavor  de um processo no qual se é antecipadamente  culpado: e aos que querem procrastinar  ou vender facilidades, as desculpas e motivações para nada fazer”. 

Embora os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula e Dilma), venham enfrentando o problema para levar a cabo as obras (com coragem), os obstáculos opostos vêm causando sérios prejuízos ao país. 

Exemplar é o que ocorre na construção das usinas hidroelétricas na Amazônia.   Ora, ninguém de bom censo pode negar a imprescindibilidade dessas usinas para o suprimento energético (de energia limpa) do país e seu desenvolvimento; porém sérios embaraços  são opostos e  revelam uma grande irresponsabilidade dos que as promovem e o prejuízo que causam. 

 Um exemplo concreto: a Usina de Belo Monte, ora em construção, após  mais de 20 anos submetida a todos os censores de toda ordem; tanto dos custos como do possível dano ambiental  e humano; após iniciada, a sua construção foi várias vezes paralisada por aquelas entidades denunciadas por Jayme Lerner.
 
Pior, são sempre  alegados problemas já discutidos e superados na fase de consultas preliminares ou quanto a procedimentos normais na execução. 

A questão indígena  na construção da  Usina Belo Monte, com o consenso das populações vizinhas manifestado por seus líderes,    se obtivera  aprovação, pois verificou-se que as  populações alvo, ou seja, mestiços, índios  aculturados e pobres seriam beneficiadas com a licença autorizada para a construção.   Por outro lado, o meio ambiente não seria afetado, pois optou-se para a  operação da usina o chamado “fio dágua” diminuindo a extensão do lago reclamada. 
 
Pois bem,  apesar disto tudo, várias paralisações ocorreram por invocação dos mesmos  motivos, aliciando-se artistas brasileiros e estrangeiros (provavelmente bem pagos) para protestos “in loco” e incitando indígenas; e ainda se socorrendo de  membros obscuros do Ministério Público em exercício nos pequenos municípios adjacentes e a juízinhos ávidos de aparecerem na mídia. 

 Cada paralisação, como é óbvio, importa custos altíssimos em dinheiro e tempo, pois a remoção dos obstáculos tem que ser buscada nos Tribunais Superiores. Ao fim ninguém se responsabiliza por eles e a mídia passa a reclamar do acréscimo dos custos e do tempo de conclusão que resultou do  atraso, encetando também  o velho discurso da “corrupção”. 

Ações perniciosas – e até mesmo criminosas - dos falsos defensores dos índios e do meio ambiente é de se lembrar aqui ( pelo menos duas delas): 

 1) foi alegado com alarde em apresentação de vídeo (com artista globais) distribuído pelas TVs, que haveria com a construção da  usina de Belo Monte o alagamento do Parque do Xingu, omitiu-se, no entanto, que o parque se encontra a 1300 quilômetros a jussante da obra o que torna impossível o seu alagamento; 

 2) foram insuflados abertamente os ataques e provocação de incêndios, desfechados contra os trabalhadores e seus alojamentos na usina  em construção impedindo o trabalho por vários dias. 

Por fim, todos se lembram da preservação das “pererecas verdes”, da  descoberta da “pedra misteriosa” e dos “bagres que não sobem o rio”; todos esses "importantes" acontecimentos provocaram paralisações de usinas e prejuízos incalculáveis em todo o país ate serem "sanados" pelo bom censo e a Justiça.  

Para concluir e tendo em vista que este assunto é muito pouco abordado pela mídia que não o noticia, a divulgação  das obras de infraestrutura já concluídas - que não são poucas - e das em curso, cumpre a gente, que escreve neste democrático meio de comunicação (os blogs), divulgar .
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VHCarmo.   

 

 

 

 

 

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