Do blog
Cidadania de Eduardo Guimarães este escriba reproduz, abaixo, texto que impõe
ser lido por todos e refletir sobre a ação deletéria da mídia, seus jornalões e sua
atuação partidária.
Olhem só:
Após 8 anos, jornais se lembram de que São Paulo
tem governo.
Janeiro nem terminou e o governo da capital
paulista, após intervalo de oito anos (2005-2012), volta a ser objeto das
preocupações e alvo dos ataques da grande imprensa escrita local, ligada ao
PSDB – os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. Mas não só. Por ser
do PT, a administração da cidade está sofrendo ataques até nas páginas do
carioca O Globo.
Não há nada de errado em a imprensa paulista-paulistana
e até a imprensa nacional cobrirem a governança de uma megalópole como São
Paulo, a maior cidade do país e uma das maiores do mundo. O erro existiu no
período em que o governo paulistano sumiu do noticiário.
Entre 2005 e 2012, as administrações José Serra e
Gilberto Kassab praticamente não foram notícia nem quando notícia havia. No
período em questão, São Paulo mergulhou no caos, o que explica a derrota de
José Serra na eleição do ano passado. Motivo para a imprensa se interessar pela
cidade, portanto, havia. E muito.
Pode-se dizer, sem medo de errar, que o empenho do
ex-prefeito Gilberto Kassab em criar o seu PSD enquanto abandonava a
administração paulistana foi mais coberto pela grande mídia nacional do que o
trabalho que fez à frente dessa administração.
Eis que, a partir de reunião recente do
ex-presidente Lula com o prefeito Fernando Haddad, um furor jornalístico se
abateu sobre os mesmos veículos que passaram os últimos oito anos sem dar a
menor bola para como a cidade era administrada.
Folha e Estadão, particularmente, enxergaram que
São Paulo está sendo co-administrada pelo ex-presidente por ele ter se reunido
com o atual prefeito da cidade. Um tipo de reunião absolutamente comum entre
dois correligionários políticos e que ocorreu à farta entre Serra e Kassab,
após o primeiro abandonar a prefeitura para tentar vôos mais altos.
Aliás, na Folha de São Paulo, uma colunista
escreveu um texto impressionante em que critica ferozmente o simples ato de
Lula e Haddad terem se encontrado, chegando ao cúmulo de insultar o prefeito da
cidade chamando-o de “pau-mandado” de Lula.
Começa, portanto, exatamente o mesmo processo que
ocorreu durante o governo Marta Suplicy, quando a administração paulistana
estava todo dia naqueles e em outros órgãos de imprensa, mas sempre de forma
negativa. Os insultos que principiam a ser atirados contra Haddad marcaram a
cobertura da imprensa contra Marta durante seu governo.
Quebrada pelos governos Paulo Maluf (1993-1996) e
Celso Pitta (1997-2000), São Paulo precisava, desesperadamente, de recursos,
razão pela qual Marta implantou uma taxa de lixo de valor irrisório, mas que
virou cavalo-de-batalha desses veículos e impediu sua reeleição.
Apelidada pejorativamente de “Martaxa”, fustigada
dia sim, dia também por Folha, Estadão e Veja, a ex-prefeita perdeu qualquer
condição de voltar ao governo de São Paulo, apesar da imensa obra social de seu
governo, que adotou soluções revolucionárias para a Educação e para o
transporte público, com os CEUs e o bilhete-único.
Como este Blog previu no alvorecer de 2013, Haddad
tem uma missão quase impossível pela frente. São Paulo está em estado de
calamidade – criminalidade, trânsito caótico, sem programas sociais, Educação e
a Saúde falidas e uma dívida astronômica deixada pelo antecessor. E, como se
fosse pouco, uma imprensa que tentará sabotá-lo dia após dia.
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VHCarmo.
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