POSSE DE BARBOSA NO STF.
A posse do negro
Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal, na próxima quinta-feira, guardaria alguma relação
possível com o dia da comemoração de "Zumbi e da Consciência negra"?
Não pode haver qualquer
dúvida que a indicação do Ministro pelo Presidente Lula teve como principal
motivo o de levar à Corte um representante da raça negra fato inimaginável, até
então, num país em que há
ausência quase completa de negros na magistratura em qualquer Instância.
Claro que o Presidente escolheu, entre os negros, também aquele que lhe pareceu satisfazer as demais condições de saber jurídico e vida ilibada. Não fora por sua negritude, porém, muitos
pretendes ostentariam as mesmas exigências
legais e assim a intenção do Presidente restou evidente ao escolhe-lo. Foi publico e notório.
A sua atuação como Ministro do Supremo, no
entanto, não o distinguiu como um
representante de sua raça. Joaquim
Barbosa não pontificou como um negro no
STF e,
em nenhum momento em seus múltiplos pronunciamento, sequer abordou a
luta dos negros e contribuiu para qualquer das "ações afirmativas" e para tantas outras formas possíveis.
Na votação do processo do DEM no STF, visando impedir "as cotas para os negros" nas universidades
federais, Barbosa primou pela
ausência e sequer teve parte do entusiasmo
e o empenho, tão ardorosos, tidos perante
as câmeras de Televisão no julgamento da
AP 470. Naquela altura foi um pálido
voto a mais.
Ninguém, em sã consciência, poderia esperar que o Ministro viesse a se tornar um
combatente das ações afirmativas e das
lutas dos negros, mas dentro de suas altas
funções, inegavelmente, ele haveria de como lembrar de sua negritude e
proclamá-la para o natural orgulho da raça e
para incentivar o ingresso de outros negros na carreira e mesmo bradar
pela igualdade de oportunidades. Seria
o que se esperava de um negro alçado ao Supremo nas condições existentes no
país. Jamais o fez.
No julgamento do
apelidado "mensalão", sem que se considere a justiça ou não dos seus votos condenatórios, Joaquim Barbosa, esquecido
de sua origem pobre e negra, em vez de proceder como julgador, tornou-se
porta-voz da denúncia a ponto de atritar-se com aqueles que dele divergiam para absolver algum réu. Seria falta de maturidade ou um triste
complexo pela sua negritude? ou um forma de autopromoção midiática? Ou, afinal, a vaidade lhe teria feito
esquecer as suas origens?.
Quando se irrita, até
de maneira violenta, contra aqueles que emitem simples opiniões contrárias às suas, Joaquim Barbosa
passa a impressão de que pretende esconder a sua negritude e sua origem e
afirmar-se igual (embranquecendo-se), numa
tola demonstração de vaidade. Não tem a humildade de aceitar opiniões e fazer-se respeitar por sua culutra e portar-se como um negro.
O Ministro Marco Aurélio Mello manifestou em plenário a sua preocupação com a falta de equilíbrio
emocional de Barbosa para assumir a presidência da Corte. Pronunciamento racista de Mello, ensejado, no entanto,
pelas atitudes intempestivas do Ministro negro, atitudes que nada tem a ver com sua cor. Ao invés de uma resposta equilibrada irritou-se e pareceu justificar o assaque.
Na Presidência do
Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa terá oportunidade de vestir a toga
de um presidente negro e dignificar o
cargo e sua raça, despindo-se da sua imensa vaidade que tem merecido
manchetes de jornais, matéria de capas de Revistas conservadoras para se tornar, de fato,
um Negro na Presidência do Supremo.
VHCarmo._______________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário