sábado, 7 de julho de 2012

Sobrre o apoio do PP ao candidato do PT . Reflexão


                  Defrontam-se, mais uma vez, as questões sobre a ética subjetiva (pessoal) e política, ora em face da aliança do Partido Progressista com o Partido dos Trabalhadores na eleição para prefeito do Município de São Paulo.
                   A atuação de qualquer partido, no jogo político, tem como objetivo a conquista do poder em disputa, igualando-se todos quanto ao uso dos meios legais, políticos  lícitos para a sua consecução. 
                       O PP tem seus objetivos legítimos ao aderir à aliança e também os tem o PT.   Favorece a aliança o fato de o Partido Progressista já integrar a base aliada de apoio ao governo  federal, sem qualquer contestação.
                    Os interesses que movem esses dois partidos, ora aliados, têm também algo em comum na disputa pela prefeitura paulista, posto que, se não os tivesse, estariam desfigurados como partidos.  
                     O que, naturalmente, causa alguma perplexidade é que no Brasil estamos acostumados a exigir dos partidos da esquerda democrática que se subordinem politicamente a uma ética subjetiva, com laivos moralistas, que, no entanto, não o exigem dos partidos de direita e conservadores.
                      De logo, o “escândalo” se formou, na mídia até com a exploração de foto, em torno da presença de Paulo Maluf. Ora, ele não é o Partido Progressista, é apenas um de seus membros, em cujo quadro militam vários políticos respeitáveis de longa história e de diversas origens.    
                 Por outra parte, o Partido Progressista tem integrado alianças com outros partidos, inclusive, com o PSDB em várias ocasiões e lugares diferentes do país, sem que as invocassem como antiética pela presença de Maluf como integrante do PP.
                 Diga-se, a bem da verdade, que Paulo Maluf no seu partido e na política brasileira é uma questão complicada, pois apesar de tudo que pesa sobre a sua honorabilidade, continua imune a qualquer condenação, exercendo mandato popular e os “crimes” a ele atribuídos são relevados pela mídia que sobre eles silenciam.  Ele continua disputando eleições, enquanto outros são marginalizados sem maiores indagações.
                Isolar o Partido Progressista do jogo político, invocando as condições pessoais do deputado Paulo Maluf, evidentemente, seria uma afronta ao partido e ao próprio sistema partidário.  Os problemas pessoais dele  não o impedem de ser um dos maiores detentores do voto popular, em São Paulo e, até aqui,  não se conseguiu impedir a sua participação.
              O fato de o candidato do PT, Fernando  Haddad, ser apoiado pelo Partido Progressista, não altera as condições em que Maluf  milita na política paulista e nacional nem na atuação de seu partido que, ademais, como afirmado, mantém aliança com os mais variados partidos e em vários municípios e tem membros e militantes de reconhecida importância e respeito na política do pais.
                      De lembrar-se que na corrida eleitoral para o Planalto, em 2010, Maluf e o PP estavam ao lado de José Serra e contra Dilma, ou seja, contra o PT e,   então nenhuma violação da  ética foi invocada  pelas revistas e jornalões.  O PP seguiu, então, alinhado à oposição.
               Do ponto de vista do Partido dos Trabalhadores a situação atual é singela: sua meta é vencer as eleições para prefeitura de São Paulo, sendo esta uma meta legítima, e a sua vitória, além das implicações políticas positivas no âmbito federal, se conseguida, quebraria a hegemonia dos governos tucanos/demo (psd) que apresentam um retrospecto altamente negativo, inclusive nas pesquisas, sobre o seu desempenho no governo da maior cidade do país, principalmente pelos índices alarmantes da violência, no caos dos transportes urbanos, no trânsito caótico, na educação e na saúde.
          O objetivo de qualquer partido político, repita-se mais uma vez, é alcançar o poder para exercitar os seus projetos de governo  que defende  na campanha eleitoral; para tal são legítimos os movimentos de natureza política - como a aliança PP-PT -  celebrados dentro da ética própria e respeito à disciplina legal e eleitoral vigentes.
        Tanto as alianças das oposições ao governo do município de São Paulo, como as da situação, têm o mesmo direito de atuar, dentro da legalidade eleitoral democrática para chegar ao poder.   A mídia é que procura deslegitimar aquelas que não satisfazem seus desígnios e opções políticos.  
                 A vitória de Hadadd é o objetivo do PT e dos partidos aliados que lutam para mudar o quadro caótico da cidade governada pela aliança  tucanos/psd/dem. Isto é que importa.
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VHCarmo.

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