terça-feira, 18 de junho de 2013

Breve reflexão sobre as "Manifestações"...

             

Breve reflexão sobre as manifestações do MPL.

O movimento popular que a mídia convencionou chamar de “Manifestações”, talvez, pela primeira vez no Brasil, se caracteriza primacialmente pela motivação um tanto difusa vez que o mote principal não empolga de maneira geral a população. 

O transporte urbano nas nossas metrópoles não é dos melhores e podia ser bem melhor do que é, mesmo se considerado o tempo em que foi legado ao abandono pela autoridades.

Mas disto não se fala nas ruas, ou seja, da melhoria do trânsito coletivo urbano;  quer-se sem pagamento.

Nota-se que a elevação de preço (em 0,20 centavos), embora gritado e pichado, não é exatamente o que move os jovens manifestantes, em sua maioria de classe média, estudantes secundaristas e universitários.

Talvez, a massa pobre (o “lupem” sub-proletariado)  que não veio às ruas teria motivos de se manifestar contra a elevação do preço das passagens, mas não compareceu. Não vieram os partidos políticos.   Não vieram os sindicatos.   Não vieram as organizações sociais, nem a UNE que é legitima porta-voz dos estudantes.

  O movimento ou “manifestação”embora reúna muita gente  apresenta-se sem organização, ou seja, sem uma direção central política conhecida da massa para encaminhar os protestos e uma pretendida solução das reivindicações devidamente  estruturadas  em uma pauta com as autoridades constituídas.  

 Essa situação se apresenta anárquica o que  não só dificulta o diálogo, como propicia as ações dos extremistas que utilizam métodos violentos e predatórios, que, por outra parte, desencadeiam a violência policial.  Estes núcleos extremistas  dificultam o surgimento das lideranças, necessárias para o êxito do movimento que contaminam de forma irresponsável.

Após os primeiros choques e grandes desfiles nas ruas veio o chamamento pelas autoridades, propondo abrir um o diálogo com vistas a estudar e, de qualquer forma, em caminhar uma solução.

Vê-se, então, que a auto intitulada liderança não tem controle do processo da Manifestação; não só pela pouca idade e inexperiência do grupo, mas, e sobretudo, pela sua incapacidade de se comunicar com o movimento e falar em nome dele. 

 Por outro lado, caracterizou-se, até aqui, a dispersão dos motivos do protesto que a mídia tenta levar para a política, sempre tentando criar dificuldades para o governo.

 Não é de se estranhar, também,  que as casas legislativas foram objeto de invasões e protestos (inclusive vandalismo) tirando do foco o que seria  motivo principal da “manifestação”.  Cartazes contra a PEC 37, em Brasília, foram vistos sem qualquer relação com o MPL.

Coisa parecida aconteceu na Espanha com o movimento dos “Indignados” que repudiava, como aqui, qualquer partido político e qualquer comando institucionalizado.  Também na Grécia movimento idêntico dispensava publicamente aquelas instituições de classe.
 Reuniam-se nas ruas e nas praças daqueles países multidões de mais 10 mil pessoas em cada  protesto.      Conclusão: embora considerado o vulto inicial dos protestos eles se extinguiram lentamente, por falta de comando e encaminhamento do diálogo e soluções e  pela dispersão dos objetivos.
  O que aconteceu naqueles países é de todos conhecido prevaleceu a repressão.

Antes que o movimento “Manifestações” seja alvo de violência policial para conter as predações, urge trazer ao diálogo alguém, ou uma entidade,  que de fato saiba, em nome da maioria, combinar com as autoridades uma forma de entendimento total e/ou parcial das reivindicações postas nas ruas, sem violência.

A posição do Partido dos Trabalhadores, através da sua Executiva Municipal de São Paulo, ver abaixo , coloca a sua afirmação contra a violência policial, em favor da liberdade de manifestação e apela para que se evite nas manifestações usar a violência contra pessoas, contra os bens públicos e particulares.

Impõe encaminhar as energias dos jovens para a construção de uma democracia forte que resista aos impulso golpistas da mídia conservadora que não suporta um governo voltado para as populações mais pobres.  Esta é uma tarefa de todos.
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VHCarmo.













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