Breve reflexão sobre as manifestações do MPL.
O
movimento popular que a mídia convencionou chamar de “Manifestações”, talvez,
pela primeira vez no Brasil, se caracteriza primacialmente pela motivação um
tanto difusa vez que o mote principal não empolga de maneira geral a
população.
O
transporte urbano nas nossas metrópoles não é dos melhores e podia ser bem
melhor do que é, mesmo se considerado o tempo em que foi legado ao abandono
pela autoridades.
Mas
disto não se fala nas ruas, ou seja, da melhoria do trânsito coletivo urbano; quer-se sem pagamento.
Nota-se
que a elevação de preço (em 0,20 centavos), embora gritado e pichado, não é
exatamente o que move os jovens manifestantes, em sua maioria de classe média,
estudantes secundaristas e universitários.
Talvez,
a massa pobre (o “lupem” sub-proletariado) que não veio às ruas teria motivos de se manifestar
contra a elevação do preço das passagens, mas não compareceu. Não vieram os partidos políticos. Não
vieram os sindicatos. Não vieram as
organizações sociais, nem a UNE que é legitima porta-voz dos estudantes.
O movimento ou “manifestação”embora reúna muita gente apresenta-se
sem organização, ou seja, sem uma direção central política conhecida da massa
para encaminhar os protestos e uma pretendida solução das reivindicações
devidamente estruturadas em uma pauta com as autoridades constituídas.
Essa situação se apresenta anárquica o que não só dificulta o diálogo, como propicia as ações dos extremistas que
utilizam métodos violentos e predatórios, que, por outra parte, desencadeiam a
violência policial. Estes núcleos
extremistas dificultam o surgimento das
lideranças, necessárias para o êxito do movimento que contaminam de forma irresponsável.
Após
os primeiros choques e grandes desfiles nas ruas veio o chamamento pelas
autoridades, propondo abrir um o diálogo com vistas a estudar e, de qualquer
forma, em caminhar uma solução.
Vê-se,
então, que a auto intitulada liderança não tem controle do processo da
Manifestação; não só pela pouca idade e inexperiência do grupo, mas, e sobretudo,
pela sua incapacidade de se comunicar com o movimento e falar em nome dele.
Por outro lado, caracterizou-se, até aqui, a
dispersão dos motivos do protesto que a mídia tenta levar para a política,
sempre tentando criar dificuldades para o governo.
Não é de se estranhar, também, que as casas legislativas foram objeto de
invasões e protestos (inclusive vandalismo) tirando do foco o que seria motivo principal da “manifestação”. Cartazes contra a PEC 37, em Brasília, foram
vistos sem qualquer relação com o MPL.
Coisa
parecida aconteceu na Espanha com o movimento dos “Indignados” que repudiava,
como aqui, qualquer partido político e qualquer comando
institucionalizado. Também na Grécia
movimento idêntico dispensava publicamente aquelas instituições de classe.
Reuniam-se nas ruas e nas praças daqueles
países multidões de mais 10 mil pessoas em cada protesto. Conclusão : embora
considerado o vulto inicial dos protestos eles se extinguiram lentamente, por falta
de comando e encaminhamento do diálogo e soluções e pela dispersão dos objetivos.
O que aconteceu naqueles países é de todos
conhecido prevaleceu a repressão.
Antes
que o movimento “Manifestações” seja alvo de violência policial para conter as
predações, urge trazer ao diálogo alguém, ou uma entidade, que de fato saiba, em nome da maioria,
combinar com as autoridades uma forma de entendimento total e/ou parcial das
reivindicações postas nas ruas, sem violência.
A
posição do Partido dos Trabalhadores, através da sua Executiva Municipal de São
Paulo, ver abaixo , coloca a sua afirmação contra a violência policial, em favor da liberdade de manifestação e apela para que se evite nas manifestações
usar a violência contra pessoas, contra os bens públicos e particulares.
Impõe
encaminhar as energias dos jovens para a construção de uma democracia forte que
resista aos impulso golpistas da mídia conservadora que não suporta um governo
voltado para as populações mais pobres.
Esta é uma tarefa de todos.
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VHCarmo.
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