quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"Liberdade de expressão": virou escudo contra os crimes da mídia...

                                    Liberdade de Expressão, escudo dos crimes da mídia.
                                                      (Caso Presidente Rafael Correa).

                                   Mais uma vez esse escriba se põe a analisar o comportamento da mídia brasileira, tocado pelo fato ocorrido no Equador com o Presidente Rafael Correa. Injuriado e caluniado por jornalistas de um diário da Capital, o Presidente procurou a Justiça para ver reparada a sua honra pessoal ofendida. Está no noticiário. O procedimento escolhido para a reparação foi o normal em um Estado de Direito.
                                      Esclareça-se que Correa foi eleito pelo povo equatoriano num pleito democrático e preside o país nos limites da sua Constituição e das leis. Não é ditador como se afirmou. Usou a lei para restaurar sua honra ofendida. Obteve das Cortes Judiciárias a acolhida de sua pletora. Os ofensores foram condenados e apenados, devidamente, com multa, prisão e direito de resposta.
                                   É de se ressaltar que, quando se tratam de jornalistas, principalmente, nos países da América Latina, não importam a injúria e a calúnia, invoca-se, absurdamente, na defesa dos ofensores, o princípio da Liberdade de Expressão, ampliando sua abrangência para propiciar a cobertura desses crimes.
                                  A generosidade do Presidente Correa com o gesto de perdão aos seus detratores, foi recebida pela mídia, como resultante de sua pressão contra a decisão dos Tribunais; o que efetivamente não foi o caso. Houve até alguns órgãos da imprensa - repercutindo aqui no Brasil - que elogiaram os criminosos, ou seja, aqueles a quem o Presidente perdoou, após serem julgados e condenados, repita-se, na forma legal.
                                 No Brasil vivemos algo semelhante, com uma diferença: aqui raramente se pune.  Nada pode ser alegado contra a atuação de jornalistas criminosos, pois isto se torna na mídia brasileira ofensa à liberdade de expressão. O recurso ao judiciário, quando impetrado, dificilmente resulta em condenação em nosso país, estranhamente.
                                  Como os jornalões, revistas e a mídia em geral, no Brasil - com raras exceções - são profundamente conservadores e partidários das ações políticas da direita, exercem uma atuação nitidamente político/partidária, pautando a oposição e a sua atuação, implica, em alguns casos,  meios criminosos e a demonização de pessoas no campo político adversário.
                                   O virtual monopólio de grandes empresas  deté os meios de comunicação, no país, tornando a situação de difícil superação, pois qualquer tentativa no sentido de regular a comunicação social e propiciar a sua democratização se lhe opõe, mais uma vez, o falso discurso de ser ataque à Liberdade de Expressão.
                                É preciso notar também que a calúnia, a injúria,a omissão, a distorção e outros crimes têm sido matéria prima da atuação de jornalistas sabujos, a serviço da mídia e da direita conservadora, cujo núcleo atual no país reside em São Paulo. Notável, neste sentido, são os colunistas dos jornalões e revistas. É através desses maus profissionais que a mídia tenta atingir seus objetivos espúrios.
                               Frequentemente o ataque calunioso ou injurioso são sacados contra pessoas (até insinuadas) e partidos políticos contrários, lesando de forma covarde a sua honra.
                                Um exemplo dessa atuação reprovável se deu na capa principal da Revista Época (Edição 701 de 24.10.2010), na oportunidade do lançamento de “suspeitas” contra o ex-Ministro dos Esportes – Orlando Silva.     Em vermelho berrante e letras brancas com o símbolo do PCdoB ( a foice e o martelo) – a revista plantou o seguinte título em letras garrafais, chamando ao texto espúrio das páginas internas:

“PCdoBolso” - Como operam os comunistas que se instalaram no centro do poder e se tornaram um foco de escândalos no governo Dilma”.
                            Pois bem, além de afirmação irresponsável, as acusações que nutriram as suspeitas levantadas por outra revista da mesma linha (VEJA) contra o ex-Ministro se baseavam em acusações, nunca comprovadas, de um escroque condenado pela Justiça por desvio de dinheiro de uma ONG. O Ministro pediu demissão e as investigações até aqui nada provaram contra ele. A Revista esqueceu o caso, após a acusação covarde não provada.
                               Por outro lado, todos sabem que o PCdoB, é um partido cuja a atuação está legalmente amparada e que tem representantes eleitos em todos os cargos da política (governadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais e senadores), foi naquela capa da Época  chamado de “PCdoBolso”, expressão caluniosa e injuriosa, leviana e  gratuitamente.
                        Talvez a Revista Época que pertence, por sinal, às Organizações Globo, preferisse cassar o registro do Partido Comunista e seus filiados, saudosa de outras épocas de governos autoritários que a Organização Globo sempre apoiou e do seu indisfarçável anticomunismo congênito.

Isto resultou sem qualquer punição...

VHCarmo.





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