domingo, 12 de fevereiro de 2012

"UM GOSTO AMARGO DE FEL" - PRIVATARIA TUCANA.

                                               Este escriba acabou de ler o livro “Pirataria Tucana” do ilustre Jornalista Amaury Ribeiro Júnior. A leitura foi cuidadosa para nada escapar na compreensão da senda criminosa das privatizações do governo FHC. De fato, qualquer brasileiro que ame a sua pátria e que tenha um mínimo de isenção, sente um “um gosto amargo de fel” ao conhecer em detalhes de como se deu um dos maiores crimes contra o país e seu patrimônio.
                                       A gente tem que distinguir dois aspectos apontados pelo escritor; o primeiro a privatização em si mesma, ou seja, a sua razão de ser; em segundo lugar o modo como foi feita com a articulação criminosa dos agentes para obter grandes propinas. O livro é irrefutável.
                                             A história registra o saqueio a que foi submetido o Brasil na Colônia; quando o país era, então, objeto da exploração das potências externas. Lutava-se, então, pela independência. No entanto, o saqueio de nossas riquezas e de nosso patrimônio perpetrado pelos tucanos é, sem dúvida, o maior sofrido pelo Brasil após a independência.
                                    Não há notícia de quaisquer outros atos tão lesivos, tanto no império como na República, como as privatizações de bens públicos no governo do Presidente Fernando Henrique. Estima-se que o valor dos ativos alienados ultrapassou, à época, mais de 100 bilhões de dólares. Do produto das alienações praticamente nada ingressou no tesouro nacional e, ao fim do governo do FHC, o Brasil tinha enorme dívida externa e era governado, na área econômico/finaceira, pelo FMI cuja Secretaria Especial tinha sede em Brasília, vetando investimentos essenciais.
                                    O livro do Ribeiro Junior é imune a dúvidas naquilo que ele descreve, pois não há um ponto sequer de suas pesquisas que não se sustente por uma prova documental.
                                   A privatização traz a marca do neoliberalismo tucano que pregava a subalternidade do nosso projeto de nação. Os tucanos encarnaram esse papel e, no governo, o levaram às consequências danosas para o país que restaram comprovadas. Muito do  ideário neoliberal deixou de ser completado pelo governo FHC, que, por força da resistência de setores progressistas da opinião pública brasileira, não conseguiu eleger seu sucessor, o indefectível José Serra, figura central e mais importante do processo criminoso com sua família e a assessoria de um escroque internacional, Ricardo Sérgio de Oliveira - tesoureiro das campanhas eleitorais do FHC e dele Serra.. Do grupo dos que se enriqueceram faziam parte da ação: Carlos Jereissati, Mendonça de Barros, André Lara Resende, o sempre presente Daniel Dantas e outros acólitos tucanos.
                                É por demais conhecido o brado proferido pelo articulador e lavador de dinheiro, Ricardo Sérgio, dirigido a Mendonça de Barros em um determinado momento das manobras criminosas: “Nós estamos no limite da nossa irresponsabilidade. Na hora que der merda, estamos juntos desde o início.” Alertava (pg. 73).
                                  A privatização indiscriminada atingiu empresas estratégicas para a nossa economia, desarticulando as bases do nosso desenvolvimento capitalista autônomo que, “a duras penas” vem sendo reconstruído com os governos Lula e Dilma. Empresas estratégicas, como a Vale; as do sistema de comunicação, as Teles (que envolvem interesses públicos), as do sistema elétrico, de transportes e os bancos públicos estaduais, foram objeto de negociatas que estão descritas com detalhes no livro do jornalista Ribeiro. Com a venda da Vale, por exemplo, alienou-se o solo brasileiro e sua riqueza mineral. Somente em relação ao minério de ferro as reservas transferidas se medem, para exploração, em mais de dois séculos.
                                    Para a consecução de seus objetivos os tucanos contaram com o silêncio e o estímulo da mídia e fizeram o prévio esvaziamento das empresas a privatizar, assumindo suas dívidas quando existentes, diminuindo drasticamente o seu pessoal e promovendo leilões direcionados. Foram aceitas moedas podres e títulos desvalorizados no mercado, escriturados por seu valor de face e, financiando os minguados recursos exigidos dos “felizes adquirentes” através do BNDES, ou seja, da sacrificada poupança interna, a juros privilegiados. Muitos daqueles empréstimos ainda não foram honrados.
                                      Este escriba não pretendeu analisar o livro Pirataria Tucana, ademais sua edição foi levada ao conhecimento geral, apesar da tentativa da mídia de ocultá-lo. Apenas, por este texto, quer sugerir a sua leitura que é essencial para todos os brasileiros tomarem conhecimento do que foi feito e posicionarem-se politicamente em relação aos mentores desse criminoso assalto perpetrado contra o Brasil que, infelizmente, restaram sem qualquer punição.
O que é incrível ainda é que muitos daqueles criminosos estão aí e impunes se arvoram a indicar caminhos da economia do país como “especialistas”, sempre ouvidos pelos Jornalões, as Revistas e as TVs. comprometidos.

_____________________________

VHCarmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário