quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E os direitos humanos no Pinheirinho?

                           Enquanto a nossa mídia se eriça e sai a reclamar contra ofensas aos “direitos humanos” em Cuba e a espalhar que a nossa Presidenta fugiu ao exame dos fatos ocorridos naquele país, omitem que ela, em declaração difundida pela imprensa mundial, chamou a atenção para as graves ofensas àqueles direitos perpetrados pelos EEUU, inclusive lá mesmo em Guantânamo e denunciou a existência de violações do gênero  em todo o mundo. Com propriedade ela lamentou o fato de ser este assunto explorado de forma ideológica contra determinados paises. Não omitiu que aqui mesmo, no Brasil, os direitos humanos são ofendidos e que cumpre a todos os governos no mundo inteiro combater a sua ocorrência.
                           Por sinal e como sempre, o Estado de São Paulo e seu governo continuam a exercer a violência indiscriminada contra quaisquer manifestações coletivas (professores, universitários, rodoviários, etc.) e extremar-se em violência  como a desfechada contra os doentes da Cracolândia, culminando com a expulsão por via armada de mais de 6 mil pessoas em uma reintegração de posse em São José dos Campos, sem o menor respeito ao direito elementar dos ocupantes, atirados à rua,com suas casas destruídas e seus bens saqueados.
                           Não é estranho que nessa hora a nossa mídia está preocupada com os direitos humanos em Cuba e finge não conhecer os fatos graves ocorridos aqui tão perto?   É de estranhar também que as TVs brasileiras tivessem acesso aos defensores dos direitos humanos naquele país e colhessem seus depoimentos sem qualquer constrangimentos por parte das autoridades cubanas e, no entanto, não se dispussem a ouvir, naquele país, eventuais opiniões contrárias, ou seja, de apoio às declarações das autoridades.
                                           Aliás, os jornalões e as TVs. não dão voz e publicidade àquela multidão jogada ao desamparo no Pinheirinho; nem divulgam o fato de que as tropas agiram sob o comando das autoridades estaduais quando estava sendo entabulada negociação para a solução do impasse com agentes do governo federal para proporcionar segurança aos atingidos.
                                          Tem razão a nossa Presidenta, é lamentável que o tema “direitos humanos” seja usado com fins político/ideológicos.
                                          Enquanto a nossa mídia omite a Prensa Latina revela que o nosso governo constatou a violação ocorrida no Pinheirinho.

                                Olhem só:

                                 Brasil: Governo constata violação de direitos humanos dos desalojados.

                                    Brasília, 1 fev (Prensa Latina) O governo brasileiro constatou a violação dos direitos humanos dos desalojados do bairro Pinheirinho, em São Paulo, em quatro abrigos onde estão as mil 600 famílias tiradas à força de suas moradias.

Em nota de imprensa, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República informa sobre uma visita técnica aos lugares onde estão os ex-moradores de Pinheirinho, que foram evacuados à força por uns dois mil efetivos das tropas de choque da Polícia Militar, no último dia 22 de janeiro.
Entre as violações aos direitos humanos dos ex-residentes de Pinheirinho, o grupo menciona a ausência de condições de higiene, saúde e alimentação adequada nos abrigos, o excesso de pessoas nos alojamentos, e negligência psicológica.
De igual forma, continua, há falta de comunicação entre agentes do poder executivo local, entre os próprios agentes e com os desalojados, entre outras.
A violência usada pelos policiais no despejo e a própria desocupação, determinada pela justiça do município de São José dos Campos, onde se localiza esse bairro, e que foi apoiada pelo governo do estado de São Paulo, foi duramente criticada pelas autoridades federais.
Em encontro com representantes de movimentos sociais que assistiram na semana passada ao Fórum Social Temático realizado em Porto Alegre, a presidenta Dilma Rousseff qualificou de barbárie a violência policial durante a ação e acrescentou que o governo negociava uma solução amistosa e foi surpreendido pela desocupação.

A chamada reintegração de posse a seus antigos proprietários que abandonaram o terreno há 30 anos e há oito é ocupado por umas mil 600 famílias, contou com o aval do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e foi ordenado pela juíza da Sexta Vara Civil de São José dos Campos, Marcia Loureiro.

Além de integrantes da Secretaria de Direitos Humanos, na visita técnica participaram membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, do Conselho Nacional dos Direitos do Menor e do Adolescente e do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, assim como a Defensoria do Povo.
rmh/ale/cc
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VHCarmo.

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